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Sistema reprodut� feminino Aula Dayane e Chiara Endometriose Adenomiose Hiperplasia endometrial ● Endometriose É a presença de tecido endometrial (glândulas endometriais e estroma) fora do útero. A presença apenas de estroma fora da cavidade uterina é menos comum; A massa se implanta na superfície do órgão e invade a camada de revestimento ocorre nos seguintes locais (por ordem de incidência): 1. ovários 2. ligamentos uterinos 3. septo retovaginal 4. fundo de saco de Douglas ( * vermelho) 5. peritônio pélvico 6. intestino grosso e delgado e apêndice 7. mucosa do colo uterina, vagina e tubas uterinas 8. cicatrizes laparotomia Acomete mulheres na fase reprodutiva ativa, mais frequentemente na terceira e quarta década de vida, afetando aproximadamente 10% das mulheres A endometriose causa: infertilidade dismenorreia dor pélvica → Patogenia da endometriose As origens das lesões endometrióticas são classificadas em 2 categorias: 1. origem a partir do endométrio uterino 2. origem a partir de células fora do útero, que têm capacidade de fazer surgir o tecido endometrial Para o 1. existem 2 teorias: - teoria regurgitante: aceita-se que existe uma regurgitação da menstruação através da tuba uterina; menstruação retrógrada - teoria das metástases benignas: disseminação hematogênica e linfática (ossos, pulmão e cérebro); o tecido que desgruda do endométrio, é capaz de se disseminar; em algumas pacientes existem células endometriais nos ossos, cérebro e pulmão, mas é raro. Para o 2. existem 2 teorias: - teoria metaplásica: aceita-se que temos mudanças do padrão células, uma metaplasia, nas regiões de mesotélio, da pelve, do abdome, justamente porque ali tinha contato direto com os ductos de muller; acredita-se que ficam resquícios de células tronco Gabriela de Oliveira- 4º período 1 - teoria das células tronco extrauterina: células tronco da medula óssea, migram indiferenciadas e passam a se desenvolver essas células endometriais Em algumas mulheres, a endometriose é diagnosticada na menopausa, então a teoria da regurgitação de sangue menstrual não é válida; por isso existe a teoria de células de fora do útero. → As mais aceitas: regurgitação de sangue e a teoria da metaplasia. Só a regurgitação de sangue é suficiente para desenvolver a endometriose? R: NÃO! É um processo fisiológico a regurgitação; ao regurgitar células imunológicas vão eliminar essa célula(fagocitose); Anormalidades moleculares no endométrio das pacientes- aumento da inflamação e aumento da produção de estrógeno; Na endometriose, ocorre uma ativação profunda da cascata inflamatória e aumento na produção de estrógeno as células estromais endometrióticas do endométrio, nesse caso, possuem aromatase, então elas conseguem liberar estradiol; estradiol: indutor de proliferação celular; indutor de sobrevivência da célula; Há grande quantidade de citocinas: IL 6, TNF, IL-1beta, prostaglandina E2 (prostaglandina E2- que estimula a produção de estrógeno pelas células estromais endometrióticas) O tecido endometriótico é resistente a ação antiestrogênica da progesterona (resistência a progesterona) No paciente com endometriose, são utilizados os inibidores de COX quando ela tem dor; no anticoncepcional usa anti com progesterona e estrogênio, pra dar o feedback negativo Nas pacientes com endometriose, temos diminuição da metilação dos promotores dos genes do fator esteroidogênico 1 e do receptor do estrógeno beta; qual é a função de metilar um gene? Silenciamos e inativam ele; quando eu paro de metilar, consequentemente, eu vou ter aumento, uma superexpressão patológica- tanto no fator quanto no receptor; quanto mais receptor pro estrógeno na minha celular, mais sensibilizada ela fica ao estrogênio; NÃO ADIANTA SÓ TER REGURGITAÇÃO DE SANGUE, TEMOS ALTERAÇÕES MOLECULARES NO ENDOMÉTRIO DAS PACIENTES: presença de aromatase; aumento de prostaglandina E2 devido ao aumento da cascata de inflamação, e metilação de genes. Quando fazemos laparoscopia, podemos observar: nódulos vermelho, azulados e amarelo acastanhados sobre ou logo abaixo da superfície da mucosa e/ou serosa no local envolvido Quando não temos sangramento, o tecido fica mais amarelado. → O que dá o diagnóstico definitivo? Exame histológico. Não é feito para todas as pacientes… A laparoscopia e coleta de biópsia, não é feita para todas pacientes; se ver imagem alterada, sugestiva de endometriose, podem iniciar o tratamento com anticoncepcional e inibidor de cox, e se ela não responder ao tratamento, aí eu vou para um procedimento mais invasivo, no caso a coleta de material para a análise histológica. Gabriela de Oliveira- 4º período 2 Cisto de chocolate ou endometrioma: quando a massa cística ( 3 a 5 cm diâmetro) se expande ao redor do ovário, estão repletas de líquido marrom, resultante do sangramento do endométrio; ao longo do tempo, vamos tendo substituição desse tecido por tecido fibroso, que pode levar a aderência das estruturas da cavidade abdominal; Colhi material, o que vou ver? Nada além de presença de glândula e estroma endometrial em local que não deveria ter endométrio endométrio: epitélio colunar simples, que forma glândulas tubulares no período proliferativo; e ancorando essas glândulas temos um tecido conjuntivo frouxo rico em vasos sanguíneos. endometriose: implante de endométrio extrauterino.; apesar dessa implantação, não é uma doença de caráter maligno, poucos casos evoluem para um carcinoma → Aspectos clínicos da endometriose 6D - dismenorreia grave (dor durante a menstruação; no início da vida reprodutiva, já tinha dismenorreia que persiste ao longo da vida) - dispareunia (dor durante a relação sexual; está envolvida principalmente com implantes de endométrio no septo intravaginal, no colo, ou na vagina. Temos uma massa endometrial, rica em citocinas inflamatórias, durante a relação temos penetração, que faz pressão sobre a massa e isso vai causar a dor. - dor pélvica: geralmente decorre de sangramento intra pélvico e aderência periuterina; pode ter compressão de nervos. - disquezia (dor durante a defecação): indica envolvimento de endometriose na parede retal - disúria (dor durante a micção) geralmente resulta do implante de tecido endometrial na superfície da bexiga - dificuldade ao engravidar (INFERTILIDADE): é a principal queixa das pacientes; 30 a 40 % dos casos. A mulher não consegue engravidar, porque há tecido endometrial recobrindo a superfície do ovário e isso consequentemente gera uma barreira para a expulsão do oócito. Além disso, pacientes podem ter: mudança dos hábitos intestinais e irregularidades menstruais (que são frequentes nessas pacientes) SABER: PATOGÊNESE, MAIS OS 4 EVENTOS E AS TEORIAS E QUAIS OS PRINCIPAIS LOCAIS DE IMPLANTE, O QUE SÃO OS CISTOS. Gabriela de Oliveira- 4º período 3 ● Adenomiose A diferença de endometriose para adenomiose é: na adeno temos hiperproliferação, um avanço do tecido endometrial pegando espaço do miométrio; não tenho descamação e implantes (como na endometriose). Presença de tecido endometrial acometendo a parede uterina (miométrio); podendo deixar essa parede uterina frouxa Há tecido glandular no meio de tecido muscular do miométrio Aspectos clínicos -menometrorragia : menstruação irregular e intensa -dismenorreia -dispareunia -dor pélvica, particularmente no período pré menstrual. ● Hiperplasia endometrial Aumento da proliferação das glândulas endometriais em relação ao estroma, resultando em maior proporção de glândulas para estroma em comparação ao endométrio proliferativo normal AUMENTO DA PORÇÃO GLANDULAR DO ENDOMÉTRIO É a causa mais comum de sangramento anormal do útero, principalmente na fase reprodutiva. As hiperplasias são precursores de carcinoma de endométrio (alguns tipos) → Fisiopatologia O principal causa é a estimulação estrogênica prolongada do endométrio Fatores associados: anovulação aumento da produção de estrógeno a partir de fontes endógenas (SOP; ) uso do estrógeno exógeno → Condições associadas a hiperplasia: obesidade- maior biodisponibilidade de colesterol (lembrarda sop) menopausa - caso paciente faça reposição hormonal sop tumores de células da granulosa do ovário funcionantes função cortical excessiva (hiperplasia estromal cortical) adm prolongada de substâncias estrogÊnicas (terapia de reposição estrogênica) → Fator molecular que está presente em mais de 20% das pacientes inativação do gene supressor de tumor PTEN (na via da AKT) PTEN: é um gene de inativação; na via de akt normal tenho um receptor de TK ligado no seu fator de crescimento, quando isso acontece temos fosforilação; ativa AKT para levar a proliferação de genes que induz proliferação celular, que inibe apoptose ptem é o modulador dessa via; pten pega a PIP3, e tira o fósforo que foi add a ela, então ela não vai ativar o resto da via; a PTEN entra desfosforilado a PIP3 para parar a via de sinalização da AKT; inibe a proliferação celular, para produção de proteína e inibe apoptose Gabriela de Oliveira- 4º período 4 PTE: inibe a formação da PIP3; inibe a via de sinalização da AKT VIA AKT ATIVADA: proliferação celular, síntese de proteína, inibição de apoptose VIA AKT HIPERATIVADA: já que eu não tenho mais o gene que inibe a sinalização; No endométrio, a ativação da AKT media outro fator que é a fosforilação do receptor de estrogênio; eu tenho perda da pten, hiperativação da AKT e isso leva a fosforilação do receptor de estrógeno de maneira independente do ligante; e isso leva a proliferação de genes das células endometriais; → Qual é a consequência de fosforilar um receptor de estrógeno sem ligante? R: ativação da via do receptor, sem a molécula ligante; a célula é induzida a proliferar mesmo na ausência do seu ligante (ex aqui: estrogênio) Não necessariamente eu preciso de estímulo hormonal para a célula proliferar, ela pode se proliferar de maneira independente do ligante Hiperplasia simples sem atipia Hiperplasia simples com atipia Hiperplasia complexa sem atipia Hiperplasia complexa com atipia Como chegamos nessa classificação? Colhendo amostras de endométrio por curetagem, e aí o histopatológica diferencia a mostra - hiperplasia simples sem atipia/ cística/ leve aumento da proliferação glandular; irregulares ou não; NÃO ramificadas; a dilatação das glândulas forma os aspectos císticos discreto aumento na razão glândula para estroma epitélio simples, núcleo normal, sem perda de polaridade; o que muda é o aumento da proporção de glândula e as dilatações incomum a evolução para CA de endométrio a maioria das alterações regridem mesmo sem tratamento - hiperplasia simples com atipia temos alterações como: perda de polaridade do núcleo; núcleos vesiculares e proeminentes 8% progridem para carcinoma endometrial cílios na superfície da glândula- exibe uma hipersensibilidade ao estrogênio (sempre que tiver cílios é isso) Gabriela de Oliveira- 4º período 5 - - hiperplasia complexa sem atipia aumento no número e tamanho de glândulas endometriais ramificadas acentuada aglomeração glandular e ramificação de glândulas pouco estroma intercalado figura mitótica abundante célula epiteliais permanecem citologicamente normais esta classe de lesões apresenta uma progressão de aproximadamente 3% para carcinoma - hiperplasia complexa com atipia ( é como o carcinoma in situ) não consigo diferenciar de carcinoma; preciso fazer uma histerectomia; com a curetagem não é possível avaliar uma invasão ; Caso clínico Paciente com aumento de fluxo há sete meses.. Questiono a paciente se esse fluxo é alto, moderado, etc. Quantos absorventes ela usa, se fica apenas no meio ou se suja o absorvente inteiro; se usa coletor menstrual, quantos copinhos encheu. Tanto na GO, como em casos de anemia em mulheres, deve ser questionada a menstruação. Onde é a dor de um paciente com desconforto menstrual: pelve, baixo ventre; seria uma dor que irradia ou não? Características da dor? Provavelmente será em cólica. Algumas mulheres referem uma pressão na região de reto. Gabriela de Oliveira- 4º período 6 Paciente nega terapia estrogênica; estrogênio é um indutor de proliferação celular IMC: 20 a 25 normal 30: sobrepeso 31: obesidade Hipótese diagnóstica: SOP; problemas hormonais, cistos ovarianos as atipias simples tendem a ter um estímulo próprio inativação da PTEN ocorre normalmente em em atipias Gabriela de Oliveira- 4º período 7
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