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Processo didático sócio-libertador

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O processo didático sócio-libertador parte do pressuposto de que a sociedade é dividida entre opressores e oprimidos e cabe à educação mudar essa situação. Ele pode ser definido como um processo educacional que 1) é parcial; 2) é conduzido com o educando (“junto” a ele e não “para” ele); 3) educador e educando são educador e educando ao mesmo tempo, sem dicotomias; 4) não deve ser conduzido pelo opressor; 5) tem o intuito de libertar o educando da opressão; 6) implique no surgimento de um “novo homem”, nem oprimido, nem opressor; 7) gera reflexão durante o ato de libertar-se; 8) conduz à prática, fonte originária do aprendizado; 9) sendo a prática objeto de reflexão, gerará a “práxis”; 10) faz da práxis o instrumento que esse novo homem libertado tem para mudar o mundo.
Segundo Paulo Freire (2005) e Brandão (2003), existem os seguintes níveis de consciência: consciência intransitiva; consciência transitiva ingênua; consciência transitiva crítica; consciência filosófica; consciência sociopolítica organizativa e consciência pedagógica. 
O processo de conscientização, propagado pela educação sócio-libertadora, é responsável pela superação do nível de consciência intransitiva, em que há um descompasso entre o homem e sua existência limitada à forma reprodutiva (vegetativa), rumo a novas formas de consciência, como a transitiva crítica, em que explicações mágicas e ingênuas dos problemas são substituídas por explicações causais, ou como a consciência filosófica, em que a dúvida e os porquês comandam o pensamento, para além das certezas. Já no nível sociopolítico organizativo, a consciência impulsiona ações transformadoras, que decorrem da interpretação do mundo, pré-requisito, que não mais se basta a si mesmo. É organizativa, porque a ação que decorre dela visa a (re)organizar a realidade e seus moldes sociopolíticos. Finalmente, no último nível de consciência, a pedagógica, há uma comunhão de ideias e ações entre educadores-educandos, educandos-educadores, líderes políticos e grupos sociais organizados em direção a um processo de mudança social.
Nesse sentido, processo de conscientização e processo sócio-libertador são simultâneos, como que faces da mesma moeda, sendo este último o instrumento que leva ao desenvolvimento de níveis mais complexos de conscientização, ao mesmo tempo em que aquele (o processo de conscientização) é o que permite ao processo sócio-libertador atingir seu fim último, qual seja, um novo homem (consciente) apto a realizar a práxis.

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