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os contratualistas 1 os contratualistas são filósofos que escreveram, principalmente, entre o século XVI e o XVIII; acreditavam que o Estado surgira por uma escolha desses indivíduos por meio de um contrato; - humanos vivem naturalmente num estado sem regulação → contrato hipotético entre os homens → a sociedade como produto da vontade humana. o Estado, segundo eles, é fruto de uma deliberação racional, de uma escolha humana PONTOS COMUNS - todos partem da premissa de que existe um estado de natureza (um contexto em que não há um Estado) - todos justificam que, em algum momento, as pessoas celebraram um contrato social (hipotético), com o intuito de resolver alguns problemas que começam a aparecer nesse estado de natureza. CONTEXTO HISTÓRICO iluminismo (valorização da razão humana; ser humano colocado no centro do sistema; indivíduos como protagonistas, eles que definem se vai ter Estado e como ele vai ser. 3 MOMENTOS IMPORTANTES estado de natureza → celebração do contrato → o Estado. thomas hobbes CONTEXTO viveu na Inglaterra de 15881679, pré revolução gloriosa (leva ao fim do absolutismo na Inglaterra), muita guerra, olhando para a Europa continental e vê que os países que tem governos absolutistas tem expansão econômica e sem conflitos internos; escreve para pessoas que ainda percebiam o homem como um ser social e político que só existia por inteiro dentro do Estado; primeiro principal filósofo contratualista. ESTADO NATURAL guerra de todos contra todos - “a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que qualquer um possa com base nela reclamar qualquer benefício a que os contratualistas 2 outro não possa também aspirar” - as pessoas não são diferentes o suficiente para se colocarem umas acima das outras (isso no contexto do estado de natureza) - a atitude mais racional é atacar o outro, pois você não consegue prever o que vai acontecer ou o que o outro pode fazer onde não há regulação (guerra de todos contra todos) - as pessoas são essencialmente egoístas e potencialmente violentas - para não viver mais em estado de guerra, as pessoas vão transferir seus problemas e liberdades ao Estado; para que o Estado consiga administrar o estado natural, ele precisa ser muito poderoso - homem é um ser racional que percebe, com sua própria razão, que é melhor entregar suas lierdades para um poder soberano absoluto. DUAS PRINCIPAIS LEIS DA NATUREZA - 1. todo homem deve se esforçar pela paz, na medida em que tenha esperança de consegui-la, e caso não a consiga pode procurar e usar todas as ajudas e vantagens da guerra - 2. que um homem concorde, quando outros também o façam, e na medida em que tal considere necessário para a paz e para a defesa de si mesmo, em renunciar a seu direito a todas as coisas, contentando-se, em relação aos outros homens, com a mesma liberdade que aos outros homens permite em relação a si mesmo (todo mundo deve querer a paz, mas se você não conseguir essa paz, você pode fazer qualquer coisa para conseguí-la; se for necessário para garantir a paz, abrir mão de todas as suas liberdades) GARANTIA DAS LEIS DA NATUREZA as nossas paixões naturais nos levam à parcialidade, orgulho, etc; essas leis da natureza por si só (sem um poder para fazer elas valerem) não existem - ESTADO responsável por garantir as leis da natureza; o povo autoriza o Estado a fazer tudo que for necessário para garantir que as leis da natureza sejam cumpridas. - é o soberano que decide como a propriedade é distribuída LEGITIMIDADE DO ESTADO o que faz o Estado perder a legitimidade é parar de garantir a paz e a segurança. CRITICADO POR os contratualistas 3 - Estado com poderes absolutos; muito criticado por achar q o homem é naturalmente mau - criticado pela burguesia por atribuir as responsbilidades ao estado john locke CONTEXTO vive no Reino Unido, de 1632 a 1704; viveu a Revolução Gloriosa e a consolidação dela (o fim do absolutismo); a burguesia apoiava Locke ESTADO DE NATUREZA as pessoas têm a sua liberdade, mas há um nível de insegurança na resolução de conflitos no estado de natureza, pois não há um mecanismo para tal; se você não tem uma estrutura jurídica, as pessoas fazem justiça com as próprias mãos (isso leva à parcialidade, exageros, etc). DIREITOS NATURAIS INALIENÁVEIS há alguns direitos individuais (naturais) que são tão importantes que NENHUM governo pode afastar; vida, liberdade e propriedade (não há hierarquia entre eles); são pré políticos; não podemos tirar os direitos inalienáveis de qualquer pessoa (nem mesmo de nós); ESTADO LIBERAL MÍNIMO - os indivíduos criam esse Estado para deixar o estado de natureza e ser um governo da maioria; o governo só será legítimo se não alienar nenhum dos direito inalienáveis. - existe para garantir que cada um possa exercer suas liberdades. PROPRIEDADE - a força do nosso trbalho é nossa propriedade, mesma coisa com a terra jean-jacques rousseau CONTEXTO 17121778, discussão mais estruturada no iluminismo sobre igualdade, vivendo o caos do absolutismo, ideias com grande impacto na Revolução Francesa; escreve da França; objetivo era propor uma teoria que os contratualistas 4 fosse capaz de preservar a liberdade humana num contexto em que se necessitava cada vez mais uns dos outros. ESTADO DE NATUREZA “O homem nasce livre e em toda parte está aprisionado” - DOIS MOMENTOS PRIMEIRO é o momento positivo de convivência harmoniosa SEGUNDO com o desenvolvimento de relações sociais (ex: propriedade privadas, acumulação de riqueza, desigualdades), seres humanos desenvolvem o amor prórpio (querer ser melhor que os outros, se comparar com os outros); isso leva ao caos. - homens são bons por natureza, mas corrompidos pela sociedade. - a competição aos seres leva a uma comparação entre os seres humanos, e assim surge um caos. - AUTOPRESERVAÇÃO todas as criaturas tem um incurso natural à autopreservação; um amor de si (se preocupa em atender nossas necessidades biológicas mais básicas) e compaixão (necessidade de ajudar os outros sem ferir nossa autopreservação) ESTADO LEGÍTIMO só será legítimo se for guiado pela vontade coletiva; objetivo é voltar ao primeiro momento do estado de natureza. - DEMOCRACIA a ideia de democracia é o meio pelo qual conseguimos voltar ao primeiro momento do estado de natureza se alguém não concorda com a ideia da maioria, é porque a pessoa é egoísta e está colocando os seus interesses à frente dos interesses gerais DEMOCRACIA DIRETA Rousseau precisa aceitar um sistema representativo; tenta minimizar esse problema falando que os mandatos tem que ser curtos; MANDATO INTERATIVO, já vai com uma lista das coisas que o representante teria que votar segundo o povo. immanuel kant CONTEXTO viveu no século XVIII os contratualistas 5 ESTADO DE NATUREZA é o da guerra de todos contra todos; temos que necessariamente mudar do estado de natureza para o de contrato.“é um estado em que cada qual quer ele próprio ser juiz sobre o que é o seu direito frente a outros, mas não tem por parte dos outros nenhuma segurança quanto a direito frente a outros, a não ser cada um à sua própria força; é um estado de guerra em que todos devem constantemente estar armados contra todos” - “o estado de paz entre os homens que vivem lado a lado não é um estado de natureza (status naturalis), que antes é um estado de guerra, isto é, posto que nem sempre uma eclosão de hostilidades, contudo [é] uma ameaça permanente destas” PROCURA RESPONDER DUAS PERGUNTAS - 1. qual é o princípio supremo da moral? - 2. o que significa ser livre, como um indivíduo pode ser livre? O QUE É LIBERDADE PARA KANT ser livre significa agir de forma autônoma (agir de acordo com uma regra que eu estipulo para mim mesma); liberdade=autonomia=agir de acordo com uma lei que você mesmo define para si, e não com necessidades externas (mesmo que sejam naturais) - quando os humanos buscam oprazer, estamos agindo como escravos desses desejos e dessas necessidades naturais que te vinculam; o indivíduo só será livre quando resistirmos aos nossos desejos e necessidades naturais e, de forma autônoma definir a nossa própria regra de conduta moral (agir por dever, e não por interesse pessoal) - ANTI UTILITARISMO Kant nega a ideia de que a dor e o prazer devam ser os nossos mestres, tomar decisões racionais significa não ser movida por prazeres externos, você não é realmente livre se o fizer. UTILITARISMO (utilidade social é o balanço positivo entre prazer e dor); justiça é agir de maneira que promove o maior saldo de prazer. ex: lei natural da gravidade é inerente à nossa vontade, o mesmo acontece com o ser humano, quando se age de acordo com as leis naturais. O QUE É A MORALIDADE/O QUE DÁ A UM ATO O SEU VALOR MORAL o que está por trás quando ele é praticado, a vontade de quem o pratica, não o resultado; o que define se uma ação é moral não são as os contratualistas 6 consequências dela, mas o motivo da escolha; o único motivo que produziria uma ação moral seria o de dever (sense of duty), e não por um interesse pessoal. - MENTIRA Kant não aceita mentira, mas aceita que a verdade seja manipulada; se, a partir da manipulação da verdade o interlocutor entender algo falso, é aceitável. - a pessoa deve fazer a coisa certa pela razão certa; se a coisa é certa pela razão errada, ela não é moral. EM SUMA - só vou ser realmente livre quando agir de forma autônoma - a ação só é moral quando o motivo é bom, independente dos resultados - essa lei decorre da minha razão humana, que é o imperativo categórico IMPERATIVO CATEGÓRICO é independente de qualquer outra consideração (ex de gênero, situação); o contrato social não vale em virtude de um consentimento, ele é válido por si só, é a expressão dos imperativos categóricos, existe como a lei da natureza; ele existe porque ele existe - FÓRMULA DA HUMANIDADE Age de tal maneira que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de outrem, sempre como um fim e nunca como um meio; todos os indivíduos racionais existem como fins em si mesmos, que não podem ser instrumentalizados para outros fins Kant rejeita o utilitarismo, todos os indivíduos tem uma dignidade intrínseca porque têm a capacidade de pensar e de raciocinar - LEGISLATURA UNIVERSAL OU DA AUTONOMIA age como se a máxima de tua ação devesse servir de lei universal para todos os seres racionais. IMPERATIVO HIPOTÉTICO considera consequências, situação pessoal, e não simplesmente o que é certo; pensa nas consequências do seu ato, calcula pra ver se você faz ou não uma determinada coisa, pesando as consequências (para Kant, uma ação nã pode ser medida por esse cálculo). john rawls os contratualistas 7 CONTEXTO viveu entre 1921 a 2002 OBJETIVO detalhar um contrato hipotético que seria o fundamento da justiça; identificar quais são os princípios de justiça que deveriam pautar a atuação do Estado, quais são os princípios que decorreriam do contrato. - todas as pessoas tem uma dimensão inviolável, as pessoas não podem ser instrumentalizadas, devem ser protegidas por uma questão de justiça (rejeita o utilitarismo) - os direitos assegurados pela justiça não estão sujeitos à negociação política VÉU DA IGNORÂNCIA condição hipot[etica de ignorância das pessoas ao determinarem os direitos e deveres básicos da sociedade; para evitar escolhas tendenciosas, ninguém sabe qual é a sua posição na sociedade (condição social, de renda, aptidões, etnia, gênero, etc). - os princípios de justiça seriam definidos pelos indivíduos com uma igualdade assegurada pelo véu da ignorância PRINCÍPIOS DE JUSTIÇA - 1. reconhece as liberdades básicas (de expressão, de reunião, religiosa, de crença) ;rejeição ao utilitarismo (ninguém pode aceitar ter seus direitos violados ou restringidos em nome da meioria ou do bem-estar social) - 2. princípio da diferença; relação com desigualdades sociais, econômicas e de nascimento; objetivo é definir como os futos do exercício dessas desigualdades serão distribuídos por todos, garantidos que todos fiquem numa situação melhor. ~ as desigualdades sociais e econômicas só serão permitidas quando elas existirem em benefício dos que estão em situação pior ~ a distribuição de riqueza e oportunidades pela sociedade não pode acontecer sem nenhum critério de mérito; deve-se garantir os benefícios da população menos favorecida. - OBJEÇÕES qual seria o incentivo para as pessoas de talentos naturais para trabalharem e empregarem os seus talentos se acabariam por ser redistribuídos? (RESPOSTA reajustar os níveis de redistribuição para que não se perca o incentivo; achar o nível ótimo) os contratualistas 8 quando trata talentos naturais como espécie de bem comum que deve ser redistribuído não fere a autonomia? (RESPOSTA nossa autonomia não tem essa extensão pretendida pelas pessoas que querem o direito do talento natural só para si; o governo deve reconhecer que o benefício fruto do acaso devem ser aproveitados, em certa medida, por toda a sociedade; ninguém está direcionando o emprego dos seus talentos naturais) EM SUMA o contrato social da teoria de Rawls é celebrado sob o véu da ignorância (onde as pessoas não sabem quais são as suas condições na sociedade), e nesse momento de reunião serão escolhidos dois princípios: - 1. garantia de liberdades básicas que não podem ser restringidas nem em nome da maioria (rejeita utilitarismo) - 2. princípio da diferença; todas as desiguladades (renda, social, de aptidão) só serão aceitas na medida em que elas trabalhem em benefício de todos FASES DO CONTRATO SEGUNDO RAWLS - primeira fase: véu da ignorância absoluto, escolha dos principios de justiça - segunda fase: véu começa a ser levantado, faz a constituição - terceira fase: véu levanta mais um pouco, elaboração das leis - quarta fase: véu se levanta completamente, aplicação das leis. oito princípios escolhidos pelos representantes do povo no cenário internacional: a. Os povos são livres e independentes, e as suas liberdades e independência são respeitadas pelos outros povos b. Os povos respeitam tratados internacionais e os seus deveres c. Os povos são iguais e aceitam os acordos internacionais d. Os povos respeitam o princípio da não intervenção, salvo para endereçar violações graves de direitos humanos e. Os povos têm um direito de autodefesa, mas nenhum direito de instigar a guerra por qualquer outro motivo f. Os povos respeitam os direitos humanos g. Os povos observam algumas restrições básicas nos períodos de guerra h. Os povos têm um dever de assistência perante outros povos que vivam os contratualistas 9 em condições desfavoráveis que os impeçam de estabelecer uma ordem política justa reconhece que é possivel que países não respeite os principios porque não querem, diz que eles ameaçam a paz internacional e que os outros povos poderiam agir em autodefesa em guerra reconhece que é possivel que há países que não podem seguir porque não tem os insumos. aí entraria a parte do dever de ajuda
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