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BIOSSEGURANÇA – ACIDENTES OCUPACIONAIS: RISCOS OCUPACIONAIS: Danos pessoais, infecções e outras consequências negativas ao ser humano e meio ambiente -> Risco físico= por aumento de temperatura, frio, pressões anormais, ruído (tudo deve funcionar ao mesmo tempo), vibrações s, radiação ionizantes, ultrassom, etc. -> Risco químico= exposição a agentes ou substancias químicas, podendo penetrar no organismo por via respiratória, ingestão ou absorvido pela pele; como gases tóxicos, vapores, produtos como resinas que podem afetar mucosa ocular e pele, e etc. -> Risco biológico= contaminação por vírus, bactérias, fungos, parasitas, etc. Via de transmissão associado ao manuseio ou contato com materiais biológicos que possam produzir efeitos nocivos. -> Risco ergonômico= posição inadequada, transporte manual de peso, movimento repetitivo ritmo excessivo de trabalho, pausas insuficientes para descanso; diminuindo a vida útil de trabalho. Interfere na característica psicomorfológica do trabalhador. -> Risco acidental= máquina de má qualidade, incêndios, explosões, falta de EPIs ocasionando queimaduras, cortes, e etc. Esta causa lesão pessoal ou dano material. ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO: - Exposição do material biológico (sangue e utros líquidos orgânicos contaminados), pode causar infecções por patógenos como vírus da imunodeficiência humana e o vírus da hepatite B e C, além do COVID-19. - Acidentes percutâneos (por agulhas, materiais ou instrumentos cortantes infectados), ou a partir de contato direto da mucosa ocular, nasal, oral e pele não íntegra com sangue ou materiais orgânicos contaminados. -> O melhor ainda é a prevenção!! -> A melhor profilaxia= respeito às normas de biossegurança. EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO: - Pode ocorrer a exposição por: contato de mucosa e pele não íntegra u acidente percutâneo com sangue ou qualquer material biológico infectante (sêmen, secreção vaginal, nasal, saliva, líquor, líquor sinovial, pericárdico e amniótico) - Podem ser: -> Ferimentos com objetos perfurocortantes contaminados, por sangue, secreções, excreções, e etc; -> Ferimentos com objetos perfurocortantes não contaminados, mas rompe a barreira cutânea e favorece a entrada de MO (corte com agulha, bisturi e etc); -> Respingos de sangue ou produtos biológicos humanos em mucosas; -> Contaminação de lesões cutâneas previamente existentes com produtos biológicos humanos (ex: mordedura). FATORES DE RISCO: 1- Patogenicidade do agente infeccioso (capacidade do agente invasor causar doença – relacionar com sistema imunológica do indivíduo); 2- Volume e material biológico envolvido (ex: volume de sangue perdido); 3- Carga viral\bacteriana da fonte de infecção (depende do MO envolvido e sua quantidade); 4- Forma de exposição (como ocorreu); 5- Susceptibilidade do profissional (vulnerabilidade deste – inclusive como seu sistema imunológico responde, relacionando a comorbidades, doença autoimune e etc). MEIOS: -> Uso incorreto ou de baixa qualidade do EPI; -> Descarte incorreto de lixo infectado ou material perfurocortante; -> Higienização incorreta de materiais\instrumentais; -> Reutilizar materiais não esterilizados; -> Permanecer em ambientes úmidos e mal iluminados; -> Contato com pacientes suspeitos de doenças infectocontagiosas (tranquilizar paciente, tomar todos os cuidados); -> Estresses pelo ambiente (não é recomendado ruído); -> Colisão com outros profissionais (cada um no seu box, sem dividir materiais); -> Falta de habilidade no manuseio de materiais infectados; -> Cansaço; -> Ultrapassar o limite do recipiente coletor de materiais perfurocortantes. CUIDADOS AO MANUSEAR MATERIAL PERFUROCORTANTE E BIOLÓGICOS: -> Não utilizar dedos como anteparo em procedimentos com tais materiais perfurocortantes; -> Não reencapar, entortar, quebrar ou desconectar a agulha da seringa com as mão se não estiverem protegidas (reencapar= desliza a seringa sobre a bandeja para encontrar a tampa da agulha) -> Descartar agulhas, scalps, laminas de bisturi e vidrarias, mesmo que estéreis, em recipientes rígidos; -> EPIs próprios para o procedimento; -> Utilização de sapatos fechados; -> COLETORES= seguem normas da ABNT para descarte de material perfurocortante; não pode ser preenchido com limite máximo de 5cm abaixo do bocal; colocados sempre próximo ao local do procedimento; não pode ficar sobre a bancada, pois pode molhar. CONDUTA APÓS ACIDENTE: 1- Mantenha a calma; 2- Lavar o local com água abundante e sabão, soro fisiológico, ou solução antisséptica com detergente; 3- Dirigir-se a Unidade de Emergência e comunique ao responsável pelo setor; 4- Informar ao paciente fonte a necessidade de realizar testes sorológicos (como o teste rápido anti-HIV), recupere dados do paciente através de anamnese detalhada sobre histórico em locais propensos a contrair DSTs (presídios e manicômios), sua relação com drogas e sua vida sexual; 5- Preencher relatório de ocorrência do acidente; 6- Solicitar assinatura do paciente no Termo de Consentimento para realização dos exames; 7- Apresentar carteira de vacina; 8- Informar sobre sua saúde e do paciente; 9- Seguir fluxograma de atendimento acidental por material biológico *Tudo será registrado pela Vigilância Epidemiológica, notificando no SINAN, CAT e etc. *Dependendo de como for a exposição, faz avaliação para dar início a profilaxia pós exposição. AVALIAÇÃO DO ACIDENTE: - A exposição deve ser avaliada ao potencial de transmissão de HIV, HBV e HCV, com base em tais critérios: 1- Tipo de exposição (mucosa, percutânea e etc); 2- Tipo e quantidade de fluido e tecido (material biológico envolvido); 3- Situação sorológica da fonte (condição clínica, hábitos de vida, uso de drogas, uso de preservativos, e etc); 4- Situação sorológica do acidentado; 5- Susceptibilidade do profissional exposto (quantidade de sangue, se foi profundo, sangue visível no instrumental e etc). STATUS SOROLÓGICO DA FONTE: - FONTE CONHECIDA: Se não houver informações de status sorológico, necessita de exames diagnósticos (sendo colaborador); Se caso recuse a realizar os testes, considere soropositivo com alto título viral. -FONTE DESCONHECIDA: Leva em conta a probabilidade clínica e epidemiológica de infecção pelo HIV, HCV, HBV – prevalência naquela população, local onde o material foi encontrado (bloco cirúrgico, emergência, presença de sangue e etc. *Se não houver informações sobre a fonte, a orientação é= quimioprofilaxia; *Exposição ocupacional ao HIV deve ser tratado como emergência médica, já que a quimioprofilaxia deve ser iniciada precocemente (ideal até 2h após acidente, no máximo até 36h); *Verificar realização de vacina para hepatite B; *Comprovar imunidade através do Anti-HBs; *Realizar sorologia do acidentado para HIV, HBV e HCV. MANEJO: - Paciente-fonte HIV positivo: analise o acidente e é indicado quimioprofilaxia anti-retroviral (ARV) e acompanhamento sorológico semanalmente; - Paciente-fonte HIV negativo: não está indicada a quimioprofilaxia antirretroviral; - Paciente-fonte positivo para hepatite B: imunoglobulina em no máx. 72h, vacinação posterior (3 doses); - Paciente-fonte com situação sorológica desconhecida: deve ser testado para HIV, com seu consentimento e também colher sorologia HBV e HCV (na C apenas prevenção – não tem medicação estabelecida); - Impossibilitado de colher sorologia do paciente- fonte ou de não o conhecer: avaliar risco de infecção pelo HIV, levando em conta tipo de exposição, dados clínicos e epidemiológicos *Na dúvida do tipo de acidente= profilaxia e avaliar manutenção ou mudança do tratamento (pode ocorrerintolerância medicamentosa). REGISTRO DE OCORRÊNCIA DO ACIDENTE DO TRABALHO: Os acidentes de trabalho deverão ter um protocolo de registro com informações sobre avaliação, aconselhamento, tratamento e acompanhamento de exposições ocupacionais que envolvam patógenos de transmissão sanguínea. -> EX: HIV POSITIVO: avaliado semanalmente, repete sorologia... Condições do acidente: • Data e horário da ocorrência; • Avaliação do tipo de exposição e gravidade; • Área corporal do profissional atingida no acidente; • Tipo, quantidade de material biológico e tempo de contato envolvidos na exposição; • Utilização ou não de EPI pelo profissional de saúde no momento do acidente; • Causa e descrição do acidente; • Local do serviço de saúde de ocorrência do acidente; • O detalhe do procedimento realizado no momento da exposição, incluindo tipo e marca do artigo médico-hospitalar utilizado; Dados do paciente-fonte: • História clínica e epidemiológica; • Resultados de exames sorológicos e/ou virológicos; • Infecção pelo HIV/aids - estágio da infecção, histórico de tratamento antiretroviral, carga viral, teste de resistência. Dados do profissional de saúde: • Identificação; • Ocupação; • Idade; • Datas de coleta e os resultados dos exames laboratoriais; • Uso ou não de profilaxia antirretroviral; • Reações adversas ocorridas com a utilização de antirretrovirais; • Uso ou não de imunoglobulina hiper imune e vacina para hepatite B e possíveis efeitos adversos; • Uso de medicação imunossupressora ou história de doença imunossupressora; • Histórico de imunizações – hepatite B, resposta vacinal; • A recusa do profissional acidentado para a realização de testes sorológicos ou para o uso das quimioprofilaxias específicas deve ser registrada e atestada pelo profissional. Condutas indicadas após o acidente, acompanhamento clínico- epidemiológico planejado e o responsável pela condução do caso; • Aconselhamento, manejo pós-exposição. *Deve constar no setor epidemiológico.
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