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Estudo de Fisiologia I 1. O que você entende por difusão e osmose? A difusão consiste na passagem das moléculas do soluto, do local de maior para o local de menor concentração, até estabelecer um equilíbrio. Pode ser: simples, a molécula consegue passar livremente pela bicamada lipídica ou um canal que está sempre em seu estado aberto; ou Facilitada: o canal sofre uma mudança conformacional e literalmente transporta a molécula para dentro da célula ou pra fora dela. Osmose é um processo físico em que a água se movimenta entre dois meios com concentrações diferentes de soluto, separados por uma membrana semipermeável. Neste processo, a água passa de um meio hipotônico (menor concentração de soluto) para um hipertônico (maior concentração de soluto). A água não atravessaria a bicamada lipídica se não fosse pelos canais, aquaporinas. A água sempre vai tender ir para o lado mais concentrado em soluto, isso acontece por: As partículas de soluto são osmoticamente ativas, ou seja, tem a capacidade de tracionar a água para si próprias, todo soluto tem essa capacidade, uns mais que outros, e todo solvente tem uma camada de solvatação, uma camada na qual a água fica em volta desse solvente, alguns solventes tem mais água ao redor, outros tem menos, não é uma ligação química. A água livre é a água que não interage com o soluto, a pressão hidrostática, é determinada pela água 2. Explique e dê exemplos dos principais tipos de transporte que ocorrem nas membranas plasmáticas. Dê exemplos de fármacos que interferem com alguns desses transportes. Por que na solução de soro caseiro, colocamos sal? Explique correlacionando com os tipos de transporte que ocorrem através do epitélio intestinal para que ocorra absorção de glicose. Transporte Passivo por Difusão: As moléculas costumam sair de uma região com maior concentração para uma outra que tenha uma concentração menor. Esse processo recebe o nome de difusão e é responsável pela passagem do gás carbônico e do oxigênio pela membrana. Transporte Passivo por Osmose: Toda vez que ocorrer uma diferença na concentração de duas soluções, o solvente vai sair da solução que é menos concentrada para a mais concentrada. A osmose é a difusão do solvente (água) com a ajuda de uma membrana semipermeável, ou seja, aquela onde só passa o solvente. O procedimento ocorre como se a solução que é mais concentrada estivesse atraindo água da solução menos concentrada. Difusão Facilitada: Esse processo ocorre quando uma substância passa pela membrana da célula com o auxílio das proteínas. Esse procedimento depende do tamanho da molécula e também a capacidade de dissolver em lipídios. As moléculas que são pequenas e lipossolúveis (oxigênio, nitrogênio e gás carbônico) conseguem atravessar a camada lipídica sem dificuldades. Transporte Ativo: Esse transporte ocorre porque algumas substâncias se movimentam de um local com pouca concentração para outro com maior concentração. Esse movimento contrário à difusão e que tem um gasto de energia é denominado transporte ativo. É um transporte que necessita de ajuda de proteínas especiais que realizam um trabalho com grande consumo de energia. A energia das proteínas é obtida através das moléculas de ATP (é uma molécula que carrega a energia que surge com a respiração). Porque o sal (assim como o açúcar) possui elementos que fixam a água no organismo, evitando que ele se desidrate. A célula absorve a água através do sistema de transporte passivo ou passivo facilitado. O sal serve para repor os eletrólitos perdidos. A absorção intestinal de glicose engloba dois componentes. Uma consiste na absorção mediada por um transportador ativo de glicose dependente do sódio (SGLT1); a outra é constituída por um transporte facilitado de glicose independente do sódio (GLUT2). O SGLT1 presente na membrana apical do enterócito comporta-se como um sensor de glicose, regulando a inserção membranar do GLUT2 apical. Em conjunto, o GLUT2 e o SGLT1 são responsáveis pela absorção intestinal de glicose. A absorção intestinal de glicose proveniente da dieta desempenha um papel importante na regulação dos níveis de glicose no plasma 3. O que aconteceria se colocássemos hemácias numa solução de cloreto de sódio 0,9%, 0,5% e 5%, respectivamente? Faça uma correlação em relação comparando o deslocamento de líquido que ocorre nas hemácias ao excesso de ingestão de sal (dieta ´´hipersódica´´ na nossa sociedade atual) com osmose e hipertensão arterial. Uma hemácia humana, célula que tem o formato de um disco bicôncavo, é isotônica em relação a uma solução de cloreto de sódio a 0,9% em massa. Essa solução é conhecida como solução fisiológica, e é empregada para hidratação endovenosa, para lavagem de ferimentos e de lentes de contato, etc. Se uma hemácia for colocada em um meio de concentração superior a essa (uma solução hipertônica, portanto), como por exemplo 5,0% perde água e murcha. Se estiver em uma solução mais diluída (solução hipotônica), como por exemplo 0,5% absorve água por osmose. Se a entrada de água for intensa, a célula se distende até se romper. O rompimento das hemácias se chama hemólise. Se um glóbulo vermelho for colocado em água pura, a água começará a penetrar através da membrana, e o glóbulo vermelho irá inchar até explodir. Se, pelo contrário, colocarmos um glóbulo vermelho numa solução aquosa com bastante sal, ele irá murchar, devido à saída de água do seu interior. Por esse motivo, o soro fisiológico injetado nas veias dos pacientes deve ser isotônico em relação ao sangue, isto é, deve ter sais dissolvidos em quantidade (equivalente a 0,9 % de NaCl) tal que a pressão osmótica do soro seja também, 7,8 atm, igual à do sangue. 4. Baseado nos nossos estudos de potenciais de membrana e potenciais de ação, explique a frase: “Os seres humanos são fenômenos elétricos”. Os seres vivos são máquinas elétricas, portanto é natural que seus elementos produzam e usem eletricidade. As células vivas apresentam uma diferença de potencial entre os dois lados da membrana: o interior da célula é sempre negativo, e o exterior sempre positivo. A origem desses potenciais é uma distribuição assimétrica de íons, especialmente Na+, K+. 5. Explique resumidamente como se estabelece o potencial de repouso das membranas e como são gerados e conduzidos os potenciais de ação pelas células excitáveis. Quais são as principais células excitáveis do nosso organismo, o que as diferenciam de uma célula que possui potencial de membrana, mas não são excitáveis O potencial de repouso das membranas é a diferença do potencial elétrico que há nas faces internas e externas na membrana de um neurônio que não está transmitindo impulsos nervosos, ele ocorre antes do potencial de ação. A existência do potencial de repouso ocorre devido à divergência da concentração de íons Na+ e K+ dentro e fora da célula. Essa diferença é mantida por meio de um mecanismo de bombeamento ativo de íons pelas membranas celulares, em que o sódio é forçado a sair da célula e o potássio a entrar. Os potenciais de ação são alterações rápidas na polaridade da tensão elétrica, de negativa para positiva e de volta para negativa seguindo um ciclo, onde a sua duração é de poucos milissegundos. Este é causado pela despolarização da membrana dos neurônios que ficam subitamente muito permeáveis aos íons Na+, permitindo que íons sódio positivamente carregados se difundam no interior do axônio. Os Potenciais de ação são disparados quando uma despolarização inicial atinge o potencial limiar excitatório. Esse potencial limiar varia, mas normalmente gira em torno de 15 milivolts acima do potencial de repouso de membrana da célula e isso ocorre quando o número de íons Na+ que entram na fibra fica maior que o número de íons K+ que sai da fibra. A propagação do potencial de ação se dá através do aumento da voltagem das cargas positivas (após a difusão no interior do axônio) pelo interior das grandes fibras mielinizadas até o valor superior ao da voltagem limiar, que fazem com que os canais de Na+ nessas novas áreas se abram de formainstantânea e o explosivo potencial se propague e resulte em uma onda de despolarizações e repolarizações ao longo da membrana plasmática do neurônio. As células excitáveis principais são os neurônios, miócitos e células endócrinas. Estas se diferem das que apresentam apenas o potencial de membrana por as células excitáveis são aquelas capazes de deflagrar um potencial de ação e apresentam, portanto, além dos canais de vazamento, canais voltagem dependentes enquanto as células não excitáveis são incapazes de variar o potencial de membrana, pois apresentam apenas canais de vazamento. 6. O que você entende por PIPS, PEPS, somação espacial e temporal? Faça uma relação entre a somação espacial, temporal e a dor. Sabe-se que fármacos como barbitúricos benzodiazepínicos e anestésicos gerais causam inibição neuronal (uma espécie de PIPS) e substancias estimulantes como cocaína, cafeína, teofilina, metilfenidato causam facilitação neuroal. Explique também como o diazepam ao ser injetado endovonosamente durante crise epilética pode causar a cessação das convulsões. PIPS (Potencial inibitório pós-sináptico) trata-se do potencial que diminui a chance de ocorrer um potencial de ação afastando o potencial da membrana do limiar de excitação através do aumento da negatividade para além do nível do potencial normal, no estado de repouso. PEPS (Potencial excitatório pós-sináptico) trata-se do potencial que aumenta a chance de ocorrer um potencial de ação, através do aumento do potencial intracelular da membrana em direção ao potencial mais positivo, no sentido de atingir o nível do limiar para sua excitação. Somação especial é a soma dos potenciais pós-sinápticos simultâneos pela ativação de múltiplos terminais. Somação Terminal é a soma de inúmeros potenciais pré-sinápticos oriundos de uma mesma sinapse. Os sinais que recebemos em nosso organismo, através dos estímulos, sempre têm características que devem ser transmitidas, no caso da dor é a intensidade. Isso se faz através da somação espacial onde ocorre um aumento na intensidade do sinal, através de maior número de fibras nervosas estimuladas. E através da somação temporal aumentando-se a frequência dos potenciais de ação em cada uma das fibras. A comunicação entre os neurônios se dá por meio de impulsos ou sinais elétricos. Quando esses sinais são transmitidos de maneira irregular (descargas excessivas, intenso estímulo e excitação elétrica) surgem os sintomas da epilepsia. O diazepam faz parte do grupo dos benzodiazepínicos e possui propriedades ansiolíticas, miorrelaxantes, anticonvulsivantes e sedativas. Sabe-se atualmente que tais ações são devido ao reforço da ação do ácido gama-aminobutírico (GABA), o mais importante inibidor da neurotransmissão no cérebro. O diazepam cessa as crises epilepticas por causar inibicao dos neurônios, e assim, as descargas excessivas param de ocorrer. 7. Faça uma representação gráfica de um potencial de ação de neurônios e fibras musculares esqueléticas e fibras musculares cardíacas. Existe diferença entre estes potenciais de ação? Explique. A diferença entre o potencial de ação nervoso para o Muscular é quantitativa. Alguns dos aspectos quantitativos dos potenciais musculares são: - Duração do potencial de ação: 1 a 5 milissegundos no músculo esquelético (cerca de cinco vezes mais prolongado que nos grandes nervos mielinizados). - Velocidade da Condução: 3 a 5 m/s (cerca de 1/13 da velocidade de condução nas grandes fibras nervosas mielinizadas que excitam o musculo esquelético). Nos neurônios a estimulação segue a lei do tudo ou nada. Isso significa que ou o estímulo é suficientemente intenso para excitar o neurônio, desencadeando o potencial de ação, ou nada acontece. Não existe potencial de ação mais forte ou mais fraco; ele é igual independente da intensidade do estímulo. A contração do tecido muscular estriado esquelético é voluntaria e mediata por um potencial de característica química por meio da ação da molécula acetilcolina e neste o potencial de ação ocorre exclusivamente devido a abertura de canais de sódio voltagem-dependente, enquanto no músculo estriado cardíaco a contração é involuntária e rítmica, de característica potencial elétrica e nesta há necessidade de dois tipos de canais (canal de sódio voltagem-dependente e canal lento de cálcio). O músculo cardíaco apresenta característica exclusiva em seu potencial de ação denominado de platô, uma particularidade necessária que permite que a despolarização seja mantida por certo tempo a mais de que um potencial de ação do músculo estriado esquelético, estando diretamente associado à diminuição de íons potássio na membrana celular do miocárdio. 8. Esquematize um neurônio e uma sinapse. O que você entende por hiperpolarização e facilitação de um neurônio? O que você entende por inibição pré-sináptica? A Hiperpolarização é o aumento no valor absoluto do potencial de membrana, quando há uma mudança no potencial de membrana que torna a membrana celular mais polarizada. Enquanto a facilitação trata-se de quando vários neurônios estão em atividade, porém, não chegam ao limiar de excitação. Já a inibição pré-sináptica é aquela onde os terminais pré-sinápticos são inibidos antes que o sinal neural alcance a sinapse. Ela é causada pela liberação de uma substância inibitória sobre os terminais nervosos pré-sinápticos, antes mesmo que estes terminais atinjam o neurônio pós-sináptico, na maioria das vezes, o neurotransmissor inibitório é o GABA. 9. Descreva resumidamente as vias pelas quais, as diversas modalidades sensoriais podem aferir desde o receptor localizado na periferia até a medula espinal e de lá até tálamo e córtex sensorial. O que você entende por cruzamento (decussação) das informações sensoriais? Explique. Via da Coluna Dorsal-Lemnisco Medial: transmite sinais ascendentes até a medula oblonga principalmente pelas colunas dorsais da medula espinhal. Depois que as vias fazem sinapse e cruzam para o lado oposto da medula oblonga, seguem pelo tronco cerebral até o tálamo através do lemnisco medial. Via Antero-Lateral (Espino-talamica): Após entrarem na medula elas raízes nervosas espinhais dorsais da substancia cinzenta medular, cruzando, em seguida, para o lado oposto da medula, ascendendo através das colunas anterior e lateral da medula espinhal. Terminam no tronco cerebral e no tálamo. Devido ao cruzamento dos lemniscos mediais na medula oblonga, o lado esquerdo do corpo está representado no lado direito do tálamo, e o lado direito do corpo no lado esquerdo do tálamo. 10. Explique qual a função de associação sensorial? Atua no processo de informação dos sentidos, na qual é responsável pela análise dos estímulos oriundos dos meios externo e interno ao organismo e são usadas para atender quatro grandes funções: Percepção e interpretação; Controle do movimento; regulação de funções dos órgãos internos; e Manutenção de consciência. . 11. O que você entende por adaptação de receptores sensoriais? De um exemplo. A adaptação de um receptor é quando um estímulo é iniciado, o potencial de ação atinge determinada amplitude e logo decresce a um valor menor, para em seguida se estabilizar. Estes receptores podem ser de adaptação lenta ou tônico e adaptação rápida ou fásico. Os de adaptação lenta são o que o potencial receptor decresce um pouco após atingir a amplitude proporcional ao estímulo e só termina quando o estímulo é interrompido. Já a adaptação rápida é quando os receptores respondem só no começo e no final do estímulo, com picos de potencial receptor que terminam rapidamente. Um exemplo são os receptores de Ruffini. 12. O que você entende por” modalidades sensoriais”. Explique também a função do tálamo e do córtex sensorial na interceptação das modalidades sensoriais e localização precisa destas sobre o corpo. O Sistema nervoso sensorial é a parte do sistema nervoso responsável pela análise dos estímulos oriundos dos meios ambientes externo e interno ao organismo. As informações sensoriais são usadas para atender quatro grandes funções: percepçãoe interpretação, controle do movimento, regulação de funções de órgãos internos e a manutenção de consciência. Ao analisar o ambiente, o sistema nervoso sensorial o faz detectando determinados aspectos do ambiente por meio de órgãos sensoriais específicos cujas informações são então processadas por vias neurais rotuladas. Assim experimentamos modalidades sensações distintas (visão, audição, gustação etc) e suas submodalidades (intensidade, duração e localização etc). Modalidade é então um grupo de impressões sensoriais parecidas e evocadas por um determinado órgão sensorial. Por exemplo, os fotorreceptores são extremamente sensíveis a determinado espectro das ondas eletromagnéticas (luz visível) e não as ondas mecânicas sonoras. Dentro de cada modalidade sensorial é possível distinguir diversas qualidades. Por exemplo, dentro do sentido da visão, as suas qualidades são: luminosidade, visão colorida etc. O processamento sensorial no tálamo e nos córtices cerebral, evoca sensações conscientes. O tálamo é a estação central de recebimento das informações sensoriais (com a exceção da via olfatória) e de retransmissão ao córtex cerebral. Localizado no diencéfalo, pertencem-lhe os corpos geniculados lateral e medial e um grande número de outros núcleos. Os neurônios talâmicos estabelecem principalmente, conexões com o córtex e vice-versa, formando as radiações talâmicas. Do tálamo, várias projeções sensoriais se dirigem ao córtex, em regiões denominadas áreas sensitivas primárias. De modo geral, cada modalidade dos sentidos especiais tem uma área primária específica enquanto que as formas de sensibilidade geral somática convergem todas para uma área só. Os receptores do paladar são as papilas gustativas que existem no epitélio da língua, sensíveis a quatro modalidades básicas de sabores: doce, amargo, ácido e salgado. O sentido de olfato é produzido pela estimulação do epitélio olfativo, localizado no teto das cavidades nasais. As estruturas responsáveis pela audição são o ouvido externo, o ouvido médio e a cóclea. Os olhos são bolsas membranosas cheias de líquido, embutidas em cavidades ósseas do crânio, as órbitas oculares. Há uma grande área do córtex cerebral responsável pela coordenação das funções sensoriais da pele, em particular das mãos e dos lábios. Muitos dos receptores sensoriais da pele são terminações nervosas livres. Algumas delas detectam dor, outras detectam frio e outras, calor. 13. Vimos que vários tipos de estímulos nocivos causam dor (mecânicos, térmicos, químicos), estes causam despolarização de nocirreceptores. Descreva alguns tipos de estímulos que causam dor e onde principalmente no SNC são interpretados os sinais de dor. Explique porque uma pessoa com morte cerebral ainda é capaz de demonstrar sofrimento e reações à dor. Nós podemos esbarrar a mão em algo pontiagudo ou quente demais, e, para a preservação e integridade do organismo, rapidamente retiramos a mão de perto desse estímulo doloroso. Porém, esse mecanismo é involuntário, ou mais conhecido como instintivo. Na substância cinzenta há alguns neurônios conhecidos como interneurônios, eles são responsáveis por fazer a comunicação dos neurônios da raiz ventral com os neurônios da raiz dorsal. Sendo assim, um estímulo doloroso que ative intensamente o neurônio dorsal, é capaz de ativar o interneurônio, e este, por sua vez, ativa um neurônio ventral. Esses estímulos são transmitidos da periferia do sistema nervoso central ao córtex. Existem células em diferentes tecidos do nosso corpo chamado de nociceptores que respondem a terminações livres, toda informação nociceptiva é conduzida por fibras de condução, os nociceptores captam o sinal de dor e traduzem em um estímulo elétrico (potencial de ação) que percorre por um neurônio até chegar no corno posterior da medula, pela via aferente passa do sistema nervoso periférico para o central, ascendendo para o córtex sensitivo onde será interpretado como dor. Ao serem estimuladas, percorrem um trajeto com início nas terminações nervosas livres, passam pelos gânglios espinhais, adentram a medula espinhal, ascendem ao tronco encefálico, a formação reticular, ao tálamo, às áreas límbicas e finalmente ao córtex sensitivo do cérebro. A dor é interpretada como uma sensação em regiões como formação reticular do tronco encefálico, o tálamo e regiões “baixas” em relação ao telencéfalo. Portanto, a depender da integridade do córtex cerebral, um indivíduo com morte cerebral pode demonstrar sofrimento e reações a dor. 14. Explique por que geralmente referimos à dor que sentimos nas vísceras sobre a pele (dor referida). Ao serem estimuladas as fibras para dor, os sinais dolorosos das vísceras são conduzidos pelo menos por alguns dos mesmos neurônios que conduzem os sinais dolorosos da pele, o cérebro então interpreta de forma errada a origem da dor, fazendo com que a pessoa tenha a impressão de que as sensações se originam na pele. 15. Explique como ocorre o controle da dor em nível medular e como medicamentos opióides podem contribuir para aliviar a dor de pacientes que sofrem de dores crônicas. Em que receptores atuaram os medicamentos pertencentes a esta classe e como podem inibir a aferência nociceptiva? Explique o que você entende por “teoria da comporta’’ para o controle da dor. Os neurônios nociorreceptores se comunicam com o corno dorsal da medula, geram o estímulo de dor, sendo modulado no caminho pro corno anterior do outro lado e sobe pro cérebro (tálamo). O uso de opioides potentes pode ser justificado para dor crônica não oncológica, quando outras técnicas foram ineficazes, monitorando os pacientes cuidadosamente. Para o tratamento da dor crônica existe a possibilidade de uso prolongado de opioides e o conhecimento de conceitos relacionados à tolerância (redução do efeito do fármaco, independendo do aumento da dose), dependência química, rotação de opioides, além da monitoração de efeitos adversos que são comuns ao emprego desses agentes. Os opióides atuam a nível celular ligando-se aos receptores opióides presentes em todo sistema nervoso central (SNC), especialmente no núcleo do trato solitário, área cinzenta periaquedutal, córtex cerebral, tálamo e substância gelatinosa da medula espinhal. Atuam na aferência nociceptiva ativando canais de cloro e hiperpolarizando a membrana. Esta teoria admite existir nos cornos posteriores medulares um mecanismo neural que comporta como um portão, podendo aumentar ou diminuir o débito dos impulsos transmitidos desde as fibras periféricas ao sistema nervoso central. O influxo somático submete-se, pois, à influência reguladora do portão, mesmo antes de criar uma percepção à dor e consequente reação. 16. Explique qual a função da área de Wernick no processo de interpretação geral de sinais sensórias que chegam até o sistema nervoso central. Qual o papel da área contralateral a área de Wernick no SNC. O que aconteceria se uma pessoa tivesse, por exemplo, um AVE que atingisse a área de Wernick ou o Lado contralateral a essa área? Os sinais de entrada para as áreas da linguagem vêm tanto do córtex visual (leitura) como do córtex auditivo (audição). Estes sinais sensoriais vão primeiro à área de Wernicke e depois à área de Broca. Após a integração e processamento, os sinais provenientes da área de Broca, ao chegar no córtex motor, iniciam uma ação falada ou escrita. Em caso de dano à área de Wernicke, uma pessoa pode ter dificuldade de compreender a informação falada ou visual. Além disso, o seu próprio discurso pode não ter coerência, pois é incapaz de elaborar as palavras. Esta condição é conhecida como afasia receptiva, pois a pessoa é incapaz de compreender a informação sensorial. O dano à área de Broca provoca uma afasia expressiva, ou afasia de Broca. As pessoas com essa afasia entendem as linguagens falada e escrita desde que sejam simples e sem ambiguidades, mas têm dificuldade em interpretar frases complexas com vários elementos ligados entre si. Essa dificuldade parece ser um déficit de memória de curto prazo. Essas pessoas tambémtêm dificuldade de falar ou escrever. A sua resposta a uma pergunta pode consistir em palavras apropriadas, mas em uma sequência aleatória. 17. Explique por que, quando percutimos o tendão patelar, por exemplo, ocorre reflexamente a extensão do membro. O que pode influenciar estes reflexos? O reflexo patelar, produzido quando o médico percute o tendão patelar com martelo de reflexos, é exemplo comum de reflexo medular e ilustra os diversos componentes da definição de arco reflexo. Na realidade, a percursão no tendão causa breve estiramento do músculo quadríceps (estímulo desencadeador), ativando receptores sensoriais (fibras Ia nos fusos musculares). Este reflexo se inicia com um estímulo aferente no receptor (fuso muscular), ao ser estirado este gera um potencial de ação que é transmitido pelos axônios das células localizadas nos gânglios das raízes dorsais (neurônios aferentes) que irão terminar no centro reflexo. O centro reflexo está situado na medula espinhal, sendo constituído por interneurônios e neurônios motores; ao fazer a conexão com os neurônios motores alfa, estes irão se despolarizar e conduzir os estímulos (potencial de ação) para a periferia através de seus axônios (neurônios efetores) que compõem as raízes ventrais ou anteriores. Estes potenciais são conduzidos pelos axônios motores, que ao chegarem à porção terminal liberam acetilcolina na placa motora, com consequente contração muscular (efetor). O músculo ao se contrair, relaxa os fusos musculares e estes ao deixarem de ser estimulados param de gerar potenciais. Este reflexo é chamado de reflexo de estiramento fásico. No centro reflexo, as terminações dos condutores aferentes, além de fazerem sinapses com os neurônios motores, também fazem sinapses com outras células. Estas células geralmente são inibitórias dos neurônios motores situados abaixo ou acima dos locais onde o arco reflexo está se processando. O estimulo dessas células faz com que os neurônios motores situados antagonicamente ao arco que estamos procurando estimular inibam os neurônios motores e consequentemente os músculos antagonistas, se isso não ocorrer, não será possível produzir o movimento. Pode influenciar a presença ou ausência de epasticidade muscular, causada por lesões das áreas motoras encefálicas ou por doenças que excitam a área facilitatória bulborreticular do tronco cerebral. Habitualmente, grandes lesões nas áreas motoras corticais, mas não nas áreas inferiores do controle motor (especialmente lesões causadas por derrames ou tumores cerebrais), provocam reflexos de estiramento musculares muito exagerados, nos músculos do lado oposto do corpo. 18. Sabe-se que quando estiramos o músculo ocorre um reflexo em nível medular que resulta em contração do músculo que foi estendido. Agora quando o músculo é muito contraído ocorre outro reflexo em nível medular que resulta em relaxamento do músculo. Pergunta-se quais órgãos sensoriais estão envolvidos nesse processo, qual a função desses reflexos e como estes ocorrem? Os órgãos envolvidos são os receptores sensoriais: fusos musculares e Órgão Tendinoso de Golgi. Os fusos musculares estão distribuídos no ventre do músculo, e tem a função de enviar informações para o sistema nervoso sobre o comprimento do músculo ou a velocidade de variação do seu comprimento. O Órgão Tendinoso de Golgi está localizado nos tendões musculares, e transmitem informações sobre a tensão do tendão ou a velocidade de alteração da tensão do músculo. Os reflexos relacionados com o que foi descrito no enunciado são: o reflexo de estiramento e o reflexo tendinoso de golgi. O reflexo de estiramento ocorre sempre que um musculo é rapidamente estendido, e a excitação dos fusos causa a contração reflexa das fibras musculares. O reflexo tendinoso de golgi tem a função de proteger e prevenir o rompimento do músculo. O reflexo de estiramento inicia-se quando uma fibra nervosa proprioceptiva tipo Ia que originou-se no fuso muscular entra na raiz dorsal da medula espinhal, ramificando-se dessa fibra, então, segue para o corno anterior da substancia cinzenta da medula, fazendo sinapse diretamente com os neurônios motores anteriores que enviam fibras nervosas motoras para o mesmo músculo, de onde as fibras do fuso muscular se originaram. Assim, essa é uma via monossimpática que possibilita que o sinal reflexo retorne ao músculo. Já o reflexo tendinoso de golgi, está relacionado com o aumento da tensão no músculo, ou seja, quando a tensão no músculo e tendão fica extrema, o efeito inibitório pode ser tão grande que leva a reação rápida na medula espinhal, que causa o relaxamento de todo o músculo. 19. Quando estamos distraídos e tocamos com a mão, por exemplo, em uma panela quente, forma-se um reflexo de retirada do membro que está sendo lesado, e de extensão cruzada do membro contralateral. Explique como ocorre esse reflexo. Como resultado do estimulo doloroso aplicado a mão, os músculos flexores do braço foram excitados, levando ao afastamento da mão do estimulo doloroso. As vias que provocam o reflexo flexor não passam diretamente para os neurônios motores anteriores, mas primeiro passam pelo conjunto de interneurônios da medula espinhal, e apenas de forma secundaria para os neurônios motores. O reflexo flexor, aparece, em poucos milissegundos, após o nervo relacionado a dor ter sido estimulado. Então nos próximos segundos, o reflexo começa a entrar em fadiga. Finalmente, após o estimulo ter terminado, a contração a contração do músculo retorna ao nível basal, mas devido a sua pós-descarga. Estudos eletrofisiológicos indicam que a pós-descarga imediata com a duração de 6 a 8 milissegundos, é resultado do disparo repetitivo dos interneurônios excitados. No padrão de retirada, o estimulo doloroso na face interna do braço provoca a contração dos músculos flexores do braço, e também, a contração dos músculos abdutores, empurrando o braço para fora. 20. Sabe-se que mesmo pessoas com lesão medular tem vários reflexos (que dependem somente da medula espinhal, e não de processamento superiores), como o reflexo da marcha, reflexos de retirada, reflexo das plantas dos pés, reflexos vesicais e retais. Explique cada um desses reflexos, e como eles podem ocorrer mesmo em pessoas ou animais com lesões medulares em nível cervical? O reflexo da marcha se dá quando a flexão para frente do membro é seguida, em aproximadamente, 1segundo, por extensão pra trás. Essa oscilação para trás e para frente depende, principalmente, dos circuitos de inibição mutuamente recíprocos, dentro da matriz da medula espinhal, oscilando entre os neurônios que controlam os músculos agonistas e antagonistas. O reflexo das plantas dos pés ocorre quando se faz pressão no coxim plantar dos pés, isto é, quando os reflexos ficam exagerados, esse reflexo é suficiente para enrijecer os membros de modo a suportar os membros do corpo. Esse reflexo é chamado de reação de suporte positivo, e envolve circuito complexo de interneuronios. Os reflexos de retirada ocorrem quando estímulos cutâneos em terminações para dor, tais como alfinetada, calor, ferimento faz com que motoneuronios sejam estimulados levem a contração dos músculos flexores nesse membro, levando a retira-lo para longe do estimulo doloroso. Os reflexos vesicais e retais consistem no esvaziamento automático da bexiga e reto. Acontece a partir de sinais sensoriais e respostas parassimpáticas que estimulam a musculatura lisa e inibem os esfíncteres externos. Esses reflexos continuam a ocorrer em pessoas com lesão medular em nível cervical porque os reflexos de marcha, de retirada e o da planta dos pés são enviados por neurônios da região lombar, e a nível torácico (no caso das vísceras), não precisando necessariamente do nível cervical enviar informações. 21. Um paciente ao chegar ao hospital depois de sofrer um acidente de moto disse que não estava sentindo sua perna. Foi atendido, medicado etc. No dia seguinte o neurologista realizou testes com uma agulha onde estimulava várias regiões do das pernas do paciente que dizianão sentir nada. Como o passar do tempo o paciente começou a dizer que as agulhadas estavam causando dor. Você avaliaria esta resposta como boa ou ruim para o prognóstico do paciente? Explique. O paciente tem um prognostico bom, pois, significa que a via somatossensorial está voltando a funcionar novamente, ou seja, se o paciente sente dor na área que antes não sentia, significa que os receptores de dor voltaram a enviar estímulos que estão sendo reconhecidos pela medula espinhal e tronco encefálico. 22. Explique a função da formação reticular bulbar no processo se sustentação do corpo contra a ação da gravidade e discuta sobre o controle global de locomoção. Denomina-se formação reticular a uma agregação mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico. A formação reticular tem, pois, uma estrutura que não corresponde exatamente à sustância branca ou cinzenta, sendo, de certo modo, intermediária entre elas. Trata-se de uma região muito antiga do sistema nervoso A formação reticular tem influencia sobre neurônios motores medulares, ativando-os ou os inibindo através do trato córtico-espinhal. Aferências das áreas motoras do córtex cerebral, através da via córtico-retículo-espinhal, controlam a motricidade voluntária dos músculos axiais e apendiculares proximais. Aferências do cerebelo enquadram-se nas funções exercidas por ele, como regulação automática do equilíbrio, do tônus e da postura, agindo também sobre os mesmos grupos musculares. 23. Explique resumidamente como ocorre o controle do equilíbrio através do sistema vestibular. Esse sistema é importante para o equilíbrio, pois detecta a posição e o movimento da cabeça no espaço. É constituído por três canais semicirculares, o utrículo e o sáculo formam esse sistema. Existe uma área do sáculo e do utrículo que se diferencia em órgão sensorial, conhecida como mácula. A mácula do utrículo apresenta importante função na orientação da cabeça quando a pessoa está ereta, enquanto que a mácula do sáculo apresenta papel importante no equilíbrio quando a pessoa está em decúbito dorsal. Dentro de cada mácula existem células que apresentam cílios estes por sua vez cobertos por uma camada gelatinosa, dentro dessa camada gelatinosa estão presentes as estatocônias (cristais de carbonato de cálcio) que ‘empurrarão’ os cílios na direção da gravidade, essas células ciliadas estão organizadas em direções diferentes para que quando algumas delas sejam estimuladas outras sejam inibidas. Ou seja, enquanto alguns estereocilios de determonadas células são empurrados em direção ao cinocílio (cílio maior) causando a despolarização da célula outros organizados de maneira diferente estão sendo empurrados em direção contraria ao cinocílio causando a hiperpolarização do lado contrário, é esse padrão de organização que notifica o sistema nervoso sobre a orientação da cabeça no espaço. Os canais semicirculares são responsáveis pela mensuração de acelerações angulares, causadas pela rotação da cabeça ou do corpo, ou seja, ela faz junto ao cerebelo uma correção antecipada para a manutenção do equilíbrio em movimentos corporais com variações rápidas. 24. Descreva resumidamente as principais vias sensoriais e motoras. Os sinais sensoriais podem ser conduzidos por uma de duas vias sensoriais alternativas: (1) o sistema coluna dorsal – lemnisco medial que é composto por fibras nervosas grossas e mielinizada, conduzem sinais ascendentes até o bulbo e em seguida ao tálamo pelo lemnisco medial, conduzem a informação sensorial que tem que ser transmitida rapidamente e com fidelidade temporal e espacial, em geral está limitada as modalidades sensoriais mecanorreceptivas; (2) o sistema anterolateral fazem sinapses nos cornos dorsais da substância cinzenta medular, cruzando em seguida para o lado oposto da medula e ascendem pelas colunas anterior e lateral da medula, são compostos por fibras mielinizadas porém mais finas e carregam informações que não precisam ser transmitidas rapidamente ou com grande fidelidade mas apresenta amplo espectro de modalidades sensoriais como a dor, calor, frio, tato grosseiro. Os sinais motores são transmitidos diretamente do córtex para a medula pelo trato corticoespinhal e, de modo indireto por vias acessórias. O trato corticoespinhal se origina do córtex motor primário, áreas motoras suplementares, área pré-motora e áreas somatossensoriais. As fibras saem do córtex e passam pelo ramo posterior da capsula interna, descem pelo tronco cerebral formando as pirâmides bulbares. As fibras cruzam na parte inferior do bulbo e descem pelo trato corticoespinhal lateral que terminam nos interneuronios das regiões intermediarias da substancia cinzenta da medula, as fibras que não cruzam formam os tratos corticoespinhais ventrais. 25. Descreva a função do córtex motor e dos núcleos da base no controle do movimento. Descreva as vias corticoespinhais (piramidais) e extracorticopiramidais (extrapiramidais) para o controle dos movimentos musculares. O que você entende por “sintomas extrapiramidais”? Os núcleos da base, são um conjunto de corpos de neurônios, situados em áreas subcorticais (abaixo do córtex). Participam no controle do movimento. No planejamento do movimento e não na execução do mesmo. Estão envolvidos em comportamentos motores e cognitivos. Não se conectam diretamente com a medula. Sistema piramidal: tudo o que está ligado ao trato córtico-espinal. O trato corticoespinhal ou trato piramidal é uma grande coleção de axônios que viajam entre o córtex cerebral do cérebro e a medula espinhal. O trato corticoespinhal é composto principalmente de axônios motores, constituindo o componente voluntário da motricidade. As vias piramidais consistem em um único trato, originado no encéfalo, que se divide em dois tratos separados na medula espinhal: o trato corticoespinhal lateral e o trato corticoespinhal anterior. Sistema Extrapiramidal: tudo que está fora do trato córtico-espinal. O sistema é chamado de "extrapiramidal" para diferenciá-lo dos tratos do córtex motor que atingem seus destinos passando através das "pirâmides" da medula. O sistema extrapiramidal é formado pelo tálamo (por onde chega a informação), cerebelo e gânglios da base. Estas estruturas, através de suas conexões, estão envolvidas em vários processos, inclusive a modulação do controle motor. A disfunção de estruturas do sistema extrapiramidal associa-se a transtornos dos movimentos. Como o córtex e os núcleos da base funcionam: Quando queremos executar um ato motor, a área 6 e 8 pensa como deve ser e manda informação para o cerebelo e núcleos da base, para elaborar e planejar a sequência do ato motor → a informação volta para a área 6 e 8, que dá o impulso para a execução do ato motor → manda a informação para a área 4 , onde tem- se a execução do movimento. “Com o córtex, eu penso no ato motor e realizo. Mas entre o pensar e reagir, tenho a ação dos núcleos da base e cerebelo. A cada segundo, há informação da posição do sistema somático (sistema muscular) para o cerebelo através das vias espino-cerebelares anterior e posterior. A partir das áreas 6 e 8 do córtex passam vias eferentes (fibras córtico-cerebelares) para que o córtex pergunte: “como está o meu músculo para executar o ato motor?” Assim o cerebelo vai comparar como estão os músculos e corrigir alguns desequilíbrios. Antes de enviar a informação de volta para o córtex ele compara a execução com o planejamento. O planejamento ou sequenciamento do ato motor é por conta dos núcleos da base. Depois que o ato motor foi ajustado pelo cerebelo, e comparado com o dos núcleos basais, a informação volta para a área 6 e 8, e depois passa para a área 4 e assim tenho a execução do ato motor.’’ Obs.: Área 4 - córtex motor primário: controle de diversos movimentos e respostas cinestésicas; Área 5 e 7 - córtex de associação somatossensorial: visão espacial, uso de ferramentas, memória de trabalho; Área 6 - córtex pré-motor e córtex motorsuplementar (córtex motor secundário); Área 8 - incluem campos oculares frontais: associado com o controle do movimento dos olhos; O sistema extrapiramidal pode ser afetado de diversas maneiras, que podem ser manifestados como uma série de sintomas extrapiramidais como acinesia (incapacidade de iniciar o movimento) e acatisia (incapacidade de se manter imóvel), frequentemente referenciados como reação extrapiramidal. Os sintomas ou efeitos colaterais extrapiramidais são diversos transtornos do movimento, o principal é conhecido como discinesia tardia (movimentos musculares irregulares e involuntários, geralmente na face) e pode ser resultado do consumo de antagonistas dopaminérgicos, geralmente medicamentos antipsicóticos (neurolépticos), que são frequentemente usados para controlar a psicose. O antipsicótico mais comum associado com os sintomas extrapiramidais é o haloperidol, usado especialmente na esquizofrenia. Outros medicamentos antidopaminérgicos como o antiemético metoclopramida (Plasil®) ou o antidepressivo tricíclico amoxapina também podem causar efeitos colaterais extrapiramidais. Outros sintomas relatados incluem distonia (espasmos musculares do pescoço, olhos, língua ou mandíbula, mais frequente em crianças), parkinsonismo induzido por drogas (rigidez muscular, bradicinesia/acinesia, tremor de repouso e instabilidade postural; mais frequente em adultos e idosos), "agitação (vontade incontrolável de ir embora, sair de onde está, mover-se), sensação de aperto no peito, falta de ar, angústia, ansiedade, e sensação de falta de autocontrole. 26. Explique resumidamente a função do cerebelo e núcleos de base no controle motor. Cite e explique algumas patologias associadas. O cerebelo vai comparar como estão os músculos e corrigir alguns desequilíbrios. Antes de enviar a informação de volta para o córtex ele compara a execução com o planejamento. O planejamento ou sequenciamento do ato motor é por conta dos núcleos da base. Depois que o ato motor foi ajustado pelo cerebelo, e comparado com o dos núcleos basais, a informação volta para a área 6 e 8, e depois passa para a área 4 e assim tenho a execução do ato motor. 27. Sabe-se que se o córtex motor primário for removido perde-se sobretudo a capacidade de movimentação precisa das mãos e dos dedos. Explique A remoção de parte do córtex motor primário, a área que contém as células piramidais gigantes de Betz, ocasiona graus variáveis de paralisia dos músculos representados. Se o núcleo caudado subjacente e as áreas motoras pré-motora e motoras suplementares adjacentes não forem lesados, ainda poderão ocorrer movimentos posturais grosseiros e “fixação” de extremidades, mas acontece perda do controle voluntário de movimentos discretos dos segmentos distais das extremidades, em particular das mãos e dos dedos, esses músculos ainda possuem a capacidade de contrair, mas perdem a de controlar os movimentos finos, a partir disso pode-se concluir que a área piramidal é essencial para o início voluntário dos movimentos finamente controlados, em especial das mãos e dos dedos. 28. Faça um esquema da medula espinhal e onde terminam nesta as aferencias sensoriais e de onde partem os motoneurônios motores. Representação esquemática, o Sinal Sensorial (raiz posterior): toda a sensibilidade do corpo entra pela medula pela raiz posterior ou corno posterior (sensitivo). Nesta região ocorre reflexos segmentares locais ou controle por níveis superiores incluindo o tronco encefálico e o córtex cerebral. A saída das fibras motoras da medula espinhal ocorre pelo corno anterior ou raiz anterior da medula, as células que enviam os sinais de saída da medula são denominadas neurônios motores anteriores, responsáveis pela inervação da musculatura esquelética - Sistema Nervoso Somático (voluntário). 29. Qual a função da área pré-motora e cerebelo. Por que ocorre ataxia após lesão cerebelar grave? Junto de outas áreas do encéfalo a área pré-motora constitui um sistema complexo, para o controle de padrões complexos da atividade muscular coordenada. A parte anterior dessa área desenvolve primeiro, uma “imagem motora” ou um planejamento motor do movimento muscular que deve ser realizado para realizar determinada ação. Posteriormente no córtex pré-motor posterior esse planejamento excita cada padrão de atividade muscular para atender a imagem motora criada anteriormente, enviando sinais para o córtex motor primário, para que ele excite os músculos específicos. O cerebelo auxilia as sequências das atividades motoras, monitora e faz ajustes nas atividades motoras corporais enquanto estão sendo executadas. Ele também auxilia o córtex cerebral no planejamento de movimentos sequenciais, ajudando a pessoa a progredir homogeneamente de um movimento para o outro. Devido a essa função de coordenar e corrigir os movimentos, caso haja uma lesão grave do cerebelo esse sistema motor subconsciente não consegue predizer até onde os movimentos irão e consequentemente não consegue corrigi-los causando os movimentos sem coordenação conhecidos como ataxia. 30. O que você entende por: memória de curto prazo, médio prazo e longo prazo? A memória é a capacidade de armazenamento de informações e experiências no cérebro, está divide-se em três classificações: ● Memória a curto prazo, esta refere-se a memória temporária, cujo o tempo de armazenamento dura apenas enquanto a pessoa continua a pensar na informação. ● Memória de prazo intermediário, pode dura um pouco mais do que a de curto prazo, podendo ficar armazenada horas ou até semanas, dependendo o grau de importância e a quantidade de vez que nela for pensada. ● Memória de longo prazo, consequentemente é armazenada por muito mais tempo, pode durar anos ou até o fim da vida. ● Há também a Memória Declarativa e a Memória de habilidades, a declarativa significa basicamente memórias detalhes de pensamento integrado, que incluem ambientes, relações, experiências, significado da experiência e memória das deduções que ficaram na mente do indivíduo. Enquanto que, a de Habilidades, é associada a atividades motoras do corpo do indivíduo, tais como todas as habilidades desenvolvidas ao longo da vida. 31. Faça uma correlação do sistema límbico como o hipotálamo. Quais os principais núcleos hipotalâmicos e suas funções? Uma parte importante do sistema límbico é o hipotálamo e suas estruturas relacionadas. Além do seu papel no controle comportamental essas áreas controlam muitas condições internas do corpo, como a temperatura corporal, osmolalidade dos líquidos corporais, e os desejos de comer e beber e o controle do peso corporal. Essas funções do meio interno são coletivamente chamadas de funções vegetativas do cérebro, e seu controle está intimamente relacionado ao comportamento. Muitas funções comportamentais, promovidas pelo hipotálamo e por outras estruturas límbicas, são também mediadas pelos núcleos reticulares do tronco cerebral e por seus núcleos associados. A estimulação de porções excitarias da formação reticular pode causar altos gruas de excitabilidades da maioria das sinapses, da medula espinhal e a maioria dos sinais hipotalâmicos, para o controle do sistema nervoso autônomo, também é transmitida pelos núcleos sinápticos situados no tronco cerebral. Os principais núcleos hipotalâmicos e suas funções: Núcleo dorsomediasl( Estimulação gastrointestinal), Hipotálamo posterior( aumento da pressão arterial, dilatação pupilar, calafrios), Núcleo perifornical (fome, aumento da pressão arterial, raiva) Núcleo ventromedial( saciedade, controle neuroendócrino), Corpo Mamilar ( reflexo da alimentação) Núcleo arqueado e zona periventrícular (fome, saciedade, contole neuroendócrino), Núcleo paraventricular( libertação de ocitocinas, conservação de água, saciedade), Núcleo supraóptico (libertação de vasopressina). 32. O que você entende por ondas alfa, beta, gama e delta. Ondas relacionadas com estado de vigília e sono. Cada uma delas é medida em ciclos (Hz) e tem seu próprio conjunto de características, que representa um nível específicode atividade cerebral e um estado único de consciência. ● As ondas cerebrais Alpha (A onda de relaxamento profundo) estão presentes quando estamos em relaxamento profundo e geralmente quando os olhos estão fechados. É um momento ideal para programar a mente, aumentar a imaginação, memória, aprendizagem e concentração. Essas ondas são mais intensas na região occipital, mas também podem ser registradas nas regiões frontal e parietal do crânio. ● As ondas Beta (A consciência de despertar e a onda do raciocínio), estão associadas à consciência normal de vigília e um estado elevado de alerta, a lógica e ao raciocínio crítico. Estas ondas Beta são eficazes durante a durante o dia, também podem traduzir-se em estresse, ansiedade e inquietação. São registradas nas regiões parietal e frontal, durante a ativação específica dessas regiões cerebrais. ● A onda dos Insights (Gama), é recente descoberta, as ondas de gama estão associadas com fortes rajadas de discernimento e alto nível de processamento de informação. ● E a onda delta (onda do sono profundo), é a mais lenta das ondas, é o da sua mente inconsciente, onde a consciência é totalmente isolada, o sono profundo é importante para o processo de cura, por isso é tão prejudicial não o ter, essas ondas podem ocorrer de modo estrito no córtex, independentemente das atividades nas regiões mais inferiores do encéfalo. 33. Explique o que você entende por epilepsia de grande mal, pequeno mal e psicomotor (focal)? A epilepsia é caracterizada por atividade excessiva (descontrolada) de qualquer parte ou de todo o sistema nervoso central. A epilepsia de grande mal pode ser caracterizada por descargas neuronais extremas em todas as áreas do encéfalo, no córtex cerebral, nas partes profundas do prosencéfalo e até mesmo no tronco cerebral. Além disso, descargas transmitidas para toda medula espinhal, algumas vezes, causam convulsões tônicas generalizadas, pela alteração entre contrações musculares espasmódicas e tônicas, chamadas convulsão tônica-clônica. Este tipo de convulsão dura em média até 4 minutos, e também é conhecida por depressão pós-convulsão de todo o sistema nervoso, a pessoa permanece em estupor, por alguns minutos, após o término da convulsão e, então, permanece extremamente fatiga e adormecida por horas. Enquanto que a epilepsia do tipo pequeno mal, caracteriza-se por 3 a 30 segundos de inconsciência durante os quais a pessoa apresenta contrações bruscas dos músculos em geral da cabeça, de modo especial piscar os olhos, isso é em seguida pelo retorno a consciências e as atividades prévias, isto é chamado de síndrome de ausência. Já a epilepsia focal, pode envolve quase qualquer parte do encéfalo, de regiões localizadas do córtex cerebral e estruturas profundas do prosencéfalo e do tronco cerebral. Mais frequentemente, a epilepsia focal resulta de algumas lesões orgânicas localizadas ou anormalidades funcionais como tecido cicatricial no cérebro que envolve tecido neuronal adjacente, tumor que comprime uma área do cérebro e área de tecido destruído e anormalidade congênita dos circuitos. O ataque epilético pode permanecer confirmado a uma só área do cérebro, mas em muitos casos os fortes sinais do córtex em convulsão excitem a porção encefálica. Outro tipo de epilepsia focal é a convulsão psicomotora, causa curto período de amnésia, ataque anormal de raiva, medo e ansiedade súbita. 34. Faça um esquema do sistema nervoso simpático e parassimpático, demonstrando da onde partem as fibras pré e pós-ganglionares e os principais órgãos que são inervados por esta parte do sistema nervoso que não está sobre o controle de nossa vontade. No sistema nervoso simpático o corpo pré-ganglionar se localiza no corno intermediolateral da medula espinhal, sua fibra passa pela raiz anterior da medula para o nervo espinhal correspondente. O nervo deixa o canal espinhal e as fibras simpáticas pré-ganglionares deixam o nervo espinhal e passam pelo ramo comunicante branco para um dos gânglios da cadeia simpática. As fibras podem fazer sinapse com neurônios simpáticos pós-ganglionares, pode fazer sinapse com outros gânglios da cadeia ou percorrer distâncias variáveis pela cadeia. Os neurônios pós-ganglionares se originam nos gânglios da cadeia simpática ou nos gânglios da periferia e se dirigem para diversos órgãos. As fibras de T1 se projetam para cima e terminam na cabeça; T2 vão até o pescoço; T3-T6 vão para o tórax; T7-T11 para o abdome e T12-L2 para as pernas. As fibras pré-ganglionares do sistema nervoso parassimpático deixam o sistema nervoso central plos nervos cranianos III, VII, IX e principalmente X (Nervo vago); os nervos vagos passam para todas as regiões torácicas e abdominais suprindo o coração, os pulmões, o esôfago, o estômago, intestino delgado, metade proximal do cólon, fígado, vesícula biliar, pâncreas, rins e porção superiores dos ureteres. As fibras dos demais nervos vão para pupilas, glândulas lacrimais, nasais e submandibulares, além da parótida. As fibras pós-ganglionares são curtas e estão nas paredes dos órgãos. 35. Em que parte destes sistemas são encontradas fibras adrenérgicas e colinérgicas. As fibras adrenérgicas são encontradas no Sistema Nervoso Autônomo Simpático, estas fibras ligam o SNC à glândula suprarrenal, promovendo aumento da secreção da adrenalina, hormônio que produz a resposta de “luta ou fuga” em situações de estresse. Já as colinérgicas são encontradas no SNA Parassimpático na qual o neurotransmissor liberado na sinapse ganglionar é a Acetilcolina excitatória. 36. Enumere os efeitos da estimulação simpática e parassimpática sobre os principais órgãos do corpo. Normalmente, a estimulação do Simpático ocorre em todas as zonas do corpo, enquanto que a estimulação do Parassimpático só acontece nalgumas zonas. Os efeitos do Simpático são: 1) Contração da pupila; 2) Estimulação da saliva; 3) Relaxamento dos brônquios; 4) Aceleração dos batimentos cardíacos; 5) Inibição da atividade do estomago e do pâncreas; 6) Estimulação da liberação de glicose pelo fígado; 7) Estimulação a liberação de adrenalina e noradrenalina; 8) Relaxamento da bexiga; 9) Promove a ejaculação. A sobre atividade do Parassimpático leva a efeitos locais dependendo das partes que são estimuladas: 1) Dilatação da pupila; 2) Inibição da saliva; 3) Contração dos brônquios; 4) Redução dos batimentos cardíacos; 5) Estimulação da atividade do estômago e do pâncreas; 6) Estimulação da vesícula biliar; 7) Contração da bexiga; 8) Promove a ereção. 37. Descreva a função e esquematize uma junção neuromuscular (placa motora) e, enumere cada passo a partir do potencial de ação chegando na junção neuromuscular, para que possa ocorrer a despolarização da membrana da fibra muscular. Dica: Acetilcolina (Ach) ao ser liberada na fenda sináptica da junção neuromuscular estimula a abertura de canais de Na+ dependente de ligante. Cada fibra nervosa, oriunda dos grandes neurônios motores nos cornos anteriores da medula espinhal, penetra em um feixe muscular, para estimulá-lo. Cada terminação nervosa faz uma junção neuromuscular com a fibra muscular próxima de sua porção média. O potencial de ação, iniciado na fibra muscular pelo sinal nervoso, percorre ambas as direções até as extremidades da fibra muscular. Então, junção neuromuscular é uma região onde há sinapse entre neurônios e uma célula muscular (a terminação nervosa invagina-se na fibra muscular). Divide-se em 9 passos: 1º: a chegada do potencial de ação ao terminal pré-sináptico faz abrir os canais de cálcio voltagem dependentes e há influxo de cálcio; 2º: Estes íons cálcio promovem a formação de vesículas, as quais contem neurotransmissores, e logo depois, seu acoplamento à membrana plasmática do terminal pré-sináptico (as proteínas SNARES auxiliam neste processo); 3º: As vesículas se rompem na fenda sináptica, por exocitose, e liberam os neurotransmissores (acetilcolina) naquele espaço; 4º: A acetilcolina é difundida e liga-se a receptores nicóticos de acilcolina (nAChRs), nos terminais pós-sinápticos; 5º:Os nAChR’s (receptores ionotrópicos) permitem que o sódio entre e o potássio saia, no terminal pós-sináptico; 6º: A entrada de saída desses íons provoca um gradiente eletroquímico, que desencadeia um potencial na placa terminal (EPP), que no caso, é a fibra muscular; 7º: Dá-se a despolarização da membrana, que continua com o acoplamento excitação-contração; 8º: a acetilcolina, pouco tempo após ser liberada na fenda, é degradada pela acetilcolinesterase, em acetato e colina; 9º: A colina é recaptada. 38. Qual a diferença entre os canais de Na+ e K+ dependentes de ligantes dos canais de Na+ e K+ voltagem-dependentes. Os canais de Na+ e K+ voltagem-dependentes atuam juntamente com a bomba de Na+ - K+ e com os canais de vazamento Na+ - K+, os canais dependentes de voltagem podem ser abertos a partir de alterações de voltagem na membrana entre o interior e o exterior da célula nervosa. Os canais de Na+ na voltagem-dependente é o agente necessário causador da despolarização e da repolarização da membrana neural durante o potencial de ação. E os canais de K+ desempenham papel importante no aumento da velocidade da repolarização da membrana. Já os canais dependentes de ligantes se abrem a partir de substancias (ligantes) especificas, como neurotransmissores, neuromoduladores e hormônios. 39. Esquematize a anatomia funcional do músculo esquelético do macroscópico até o microscópico. Dica: músculo, fascículo de fibras musculares, fibra muscular, miofibrias, sarcomero, filamentos contrateis (actina, miosina, tropomiosina, troponina). 40. Qual a função dos túbulos T no processo de contração muscular? O retículo sarcoplasmáticocarmazena íons Ca++ e possui canais de Ca voltagem-dependentes. formado de túbulos que se anastomosam e acompanham as miofibrilas; possuem extremidades que terminam no que chamamos de cisternas terminais. E neste ponto, são transpassados pelos túbulos transversais (túbulos T) que se originam do sarcolema formando uma estrutura tríade. Esses túbulos T dispõem-se perpendicularmente ao RS e às miofibrilas, e assim forma uma rede transversal e reticulada no interior da fibra muscular, tendo como função comunicar o meio extracelular transversalmente ao longo da fibra muscular 41. Esquematize e explique a função dos filamentos contrateis das fibras musculares durante o processo de contração. Até então o músculo não está sob estimulação nervosa, quando chega essa estimulação as fibras musculares geram o PA, fazendo com que propague a atividade pelos Túbulos T até chegar as cisternas. Com a abertura dos canais de Ca++ (riodina) situados na membrana dos túbulos T, as quais estão acoplados a moléculas receptoras de Diidropiridina localizada na membrana da cisterna. Com a despolarização os canais de Cálcio abrem-se e os íons se difundem conforme o gradiente de concentração. Esses íons ligam-se aos sítios de troponina, modificando a organização espacial deixando livre o sítio T que poderá se ligar a tropomiosina. Já que miosina tem um sítio catalítico para a hidrólise de ATP, a união torna energia química disponível para o dobramento da cabeça de miosina e os filamentos finos sofrem um ciclo de arraste para o centro, os filamentos finos deslizam-se sobre os grossos assim o sarcômero sofre encurtamento. Com a perda da molécula de miosina pela actina, restabelece a sua posição original. Mas se há mais ATP e Ca++ disponíveis no mioplasma, o ciclo das pontes cruzadas restabelece-se e o deslizamento progride com o encurtamento cada vez maior do sarcômero. Assim, as fibras musculares, como um todo, encurtam-se. Cada ciclo pode mover o filamento fino cerca de uns 10nm e para cada molécula de troponina ativa, sete sítios fixadores de miosina são descobertos. 42. O que é uma unidade motora? E qual a sua relação com o movimento preciso? Os demais músculos do corpo são inervados por motoneurônios de origem medular, e chamamos de unida motora o motoneurônio e as fibras musculares por ele inervado. O tamanho dessas unidades motoras pode variar, quanto menor é o músculo e menos fibras musculares o motoneurônio controla com maior precisão motora, é o caso dos músculos oculares extrínsecos. 43. Descreva a relação entre o comprimento da fibra muscular e a força de contração. A força máxima desenvolvida durante a contração tetânica depende do comprimento inicial do músculo quando a atividade teve início. Se o músculo inicia a sua contração quando as fibras se encontravam próximas ao comprimento em repouso; a superposição dos filamentos finos e grossos será tal que todas as cabeças miosínicas podem formar pontes cruzadas, desenvolvendo o máximo de força. Mas se o músculo iniciar a contração a partir de distensão passiva, o grau de superposição será menor assim como o número de pontes cruzadas formadas e o desempenho mecânico será drasticamente baixo. O mesmo quando o músculo tenta se contrair a partir de um grau de sobreposição já existente entre os filamentos. Portanto, os músculos esqueléticos estão adaptados de tal forma que geram a sua força máxima a partir do comprimento inicial de repouso e dentro de uma faixa muito estreita em torno desse comprimento.
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