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Resumo - Síndromes Geriátricas

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Jenneph Félix - @med_por_opção
Medicina UFPE CAA
Introdução
A saúde do idoso está
relacionada à sua
funcionalidade global
(capacidade de gerir a própria
vida ou cuidar de si mesmo). O
idoso é considerado saudável
quando consegue “funcionar”
sozinho, mesmo que tenha doenças. Essa capacidade
é avaliada por meio das AVDs (atividades da vida
diária) que avaliam autonomia e independência.
● Autonomia: capacidade individual de decisão
e comando, depende da cognição e do humor.
● Independência: capacidade de realizar algo
com os próprios meios. Depende da
mobilidade e comunicação.
Saúde do idoso → funcionamento dos quatro
domínios: cognição, humor, mobilidade e
comunicação.
● Cognição: capacidade mental de
compreender e resolver os problemas do
cotidiano. Constituída por funções corticais:
memória, função executiva, linguagem, praxia,
gnosia e função visuoespacial.
● Humor: motivação necessária para os
processos mentais.
● Mobilidade: capacidade de deslocamento
(depende da postura, marcha e continência
esfincteriana)
● Comunicação: capacidade de estabelecer
relacionamento produtivo com o meio.
Depende da visão, audição e fala.
A perda dessas funções resulta nas grandes
síndromes geriátricas. Inicialmente as grandes
síndromes geriátricas não incluíam a incapacidade
comunicativa e insuficiência familiar. Agora são os 7
“Is” da Geriatria.
Incapacidade Cognitiva
● Comprometimento das funções encefálicas
superiores.
● Para o diagnóstico é fundamental a
constatação do prejuízo na funcionalidade do
indivíduo ou perda de AVDs.
● Principais etiologias: demência, depressão,
delirium e doenças mentais, como
esquizofrenia, oligofrenia e parafrenia.
● Usar escala de Katz e de Lawton- Brody e
Mini exame do estado mental (MEEM).
● Para o diagnóstico das demências: utilizar o
DSM-IV.
● Realizar exames complementares para
descartar demências potencialmente
reversíveis: hemograma, dosagem de TSH, de
vitamina B12, de ácido fólico e análise da
função renal, função hepática, anti HIV, VDRL
e possivelmente imagem.
● Afastar TIME → Tóxicas: drogas, álcool,
metais pesados, drogas psicoativas;
Infeciosas: neurosífilis e infecção por HIV;
Metabólicas: deficiência de vitamina B12,
ácido fólico, hipotireoidismo, hiponatremia,
insuficiência renal e hepática. Estruturais:
hidrocefalia de pressão normal, hematoma
subdural e tumores.
Demências:
● Manifestações clínicas da DA iniciam
aproximadamente aos 65 anos. Quadro inicial:
redução da produtividade funcional,
desorientação espacial, alteração no
comportamento, perda de memória recente e
dificuldade de aprender novas informações.
Evolução: progressiva redução do rendimento
funcional e da capacidade cognitiva, insônia,
confusão mental, agitação, afasia e apraxia.
Estágio Avançado: distúrbios motores,
dificuldade para deglutir e incontinência
urinária. Estágio terminal: mutismo e/ou
intensa disfagia. Óbito em cerca de 10-15 anos
após início da doença.
● Tratamento farmacológico: inibidores da
acetilcolinesterase (donepezil 5-10 mg/dia),
rivastigmina 6-12 mg/dia e galantina 16=24
mg/dia) e antagonistas dos receptores do
glutamato (memantina 20mg/dia). Para as
alterações comportamentais podem ser
utilizados antidepressivos e psicóticos (porém
o FDA não liberou essas drogas para
alterações comportamentais na demência).
NÃO UTILIZAR BENZODIAZEPÍNICOS.
● Ainda é necessário verificar possível
diagnóstico para as doenças mentais.
Delirium (estado confusional agudo)
● Comprometimento transitório da atividade
cerebral, secundário a causa orgânica. É um
distúrbio de início súbito que envolve a
consciência, a atenção, a cognição e a
percepção e que tende a variar (flutuar) ao
longo do dia.
● Formas de delirium suscetível no idoso:
hiperativo, hipoativo e misto.
● Principais causas: infecções, medicamentos,
intercorrências clínicas e hospitalizações.
● Tratamento: corrigir distúrbios
hidroeletrolíticos e ácidos-básicos, promover
a nutrição adequada, retirar a contenção,
estimular a mobilidade e a mudança de
decúbito, proteger a via aérea e promover a
reorientação espacial e temporal.
Depressão
● Ver critérios de diagnóstico abaixo.
Sintomatologia deve persistir por mais de
duas semanas, com perturbação ou alteração
da capacidade funcional e não relacionada ao
abuso de alguma substância, condição médica
ou luto.
● Principal instrumento de avaliação: Escala de
depressão geriátrica (Yesavage).
● Tratamento: medicamentos associados ou não
à psicoterapia.
Iatrogenia
● Qualquer alteração patogênica provocada
pela prática médica.
● Iatrofarmacogenia: polifarmácia, interação
medicamentosa e do desconhecimento das
alterações farmacocinéticas e
farmacodinâmicas associadas ao
envelhecimento.
● Internação hospitalar: potencializa os riscos
decorrentes do declínio funcional, da
subnutrição, da imobilidade, da úlcera de
pressão, da subnutrição e da infecção
hospitalar.
● Iatrogenia da palavra: associada ao
desconhecimento técnico de comunicação de
más notícias.
● Iatrogenia do silêncio: dificuldade de ouvir
adequadamente o paciente e sua família.
● Subdiagnóstico: atribuir todas as queixas do
idoso à idade.
● Cascata propedêutica: exames de forma
desnecessária, extensiva e sem indicação
precisa.
● Distanásia: prolongamento artificial da vida
sem perspectiva de reversibilidade, com
sofrimento para o pacientes e sua família.
● Prescrição de intervenções fúteis e/ou sem
comprovação científica: risco desnecessário.
● Iatrogenia do excesso de intervenções
reabilitadoras: excesso de equipe
“interdisciplinar”.
Incontinência Urinária
● Queixa de qualquer perda involuntária. A
prevalência aumenta com a idade.
● Atinge pelo menos 15 a 30% dos idosos que
vivem em domicílio e cerca de 50% em
instituições asilares. 1�3 em mulheres e 1�5 em
homens acima de 60 anos de idade.
● Em 50% das mulheres observa-se
incontinência de estresse, a seguir, mista e,
por último, de urgência.
● IU por estresse: perda sincrônica com o
esforço. Ex.: tosse. Mulher: fraqueza do
assoalho pélvico. Homem: após
prostatectomia radical.
● IU de urgência: precedida de urgência
miccional. Há queixa de polaciúria e noctúria.
● IU mista: concomitante à urgência miccional e
ao esforço
● IU por transbordamento (bexiga hiperativa,
síndrome de urgência, síndrome de
urgência-frequência): gotejamento e/ou
perda contínua de urina associados ao
esvaziamento vesical incompleto, devido a
contração ineficiente do detrusor da bexiga.
● Propedêutica inicial: realização de exame de
urina e urocultura. Anamnese e exame físico
detalhados. Realizar diário miccional e
integrar as queixas com as peculiaridades
clínicas de cada paciente para a execução de
melhor abordagem terapêutica.
● A cura nem sempre é possível, logo, é
preferível medir o sucesso do tratamento
por intermédio de questionários relativos à
qualidade de vida.
● Tratamento não farmacológico: treinamento
vesical (micção com hora marcada, com
aumento de 15 a 30 minutos por semana, à
medida que não haja ocorrência de episódios
de IU), fortalecimento da musculatura pélvica
(em mulheres com IU de estresse e mista -
depende de instruções e acompanhamento
profissional), biofeedback (instrumento que
amplifica as respostas fisiológicas e as
converte em informações visuais e/ou
auditivas com o objetivo de facilitar a
percepção e o trabalho da musculatura do
assoalho pélvico).
● Tratamento farmacológico: não é comum na
IU de estresse. Mista e de urgência:
medicamentos + medidas comportamentais.
Drogas: anticolinérgicas, apesar dos efeitos
colaterais.
Instabilidade Postural
● Afeta a independência e pode gerar
complicações gravíssimas.
● História de queda: conhecer as condições que
a predispuseram, como ocorreu, quais os
sinais e sintomas que a antecederam, a
existência de comorbidades, se o idoso
conseguiu se levantar sozinho e se houve
fraturas.
● Entre os idosos que sofreram queda, dois
terços terão queda no ano subsequente.
● Quedas constituem a sexta causa mortis de
idoso e são responsáveis por 40% das suas
internações.
● Complicação mais frequente:medo de cair
novamente → aumento do
descondicionamento físico.
● Componentes do sistema visual considerados
críticos para o equilíbrio: acuidade estática e
dinâmica, sensibilidade ao contraste,
percepção de profundidade e visão periférica.
● A fraqueza é muito comum nas extremidades
inferiores do idoso, especialmente nos
tornozelos.
● Para restabelecer a posição são necessários
bons níveis de amplitude articular distais, o
que se torna menos eficaz em idosos devido
ao enrijecimento.
● Avaliação da marcha e do risco de quedas:
● As quedas ocorrem principalmente pela falta
de condições clínicas ou de ambiente
inseguro.
● Alterações de marcha → nível sensório motor
inferior: disfunções do sistemas sensoriais
aferentes (visão, disfunção vestibular e
propriocepção) ou as doenças
osteomusculares. Nível sensório-motor
médio: hemiparesia espástica, mielopatia
cervical, parkinsonismo e a ataxia cerebelar.
Nível sensório-motor superior: apraxia de
marcha de origem vascular, hidrocefalia e
tumores cerebrais.
● Medo de queda e depressão: marcha
cautelosa.
● Algumas drogas podem agravar o caso, como:
os antidepressivos tricíclicos,
anticonvulsivantes e tantos outros.
Imobilidade
● Qualquer limitação do movimento.
● O espectro é variável e frequentemente
progressivo.
● Grau máximo de imobilidade: síndrome de
imobilização ou da imobilidade completa: o
idoso apresenta déficit cognitivo avançado,
rigidez e contraturas generalizadas e
múltiplas, afasia, disfagia, incontinência
urinária e fecal, úlceras de pressão.
● Necessita de cuidador em tempo integral.
● Etapa final da história natural de inúmeras
doenças.
Incapacidade comunicativa
● Problemas de comunicação podem resultar
em perda de independência e sentimento de
desconexão com o mundo.
● Compromete a capacidade de tomada de
decisões e afeta diretamente a independência
do indivíduo.
● ⅕ da população com mais de 65 anos
apresenta problemas de comunicação.
● Habilidades comunicativas: linguagem,
audição, motricidade oral e voz (fala). A visão
entra como função compensatória na
ausência de outras habilidades.
Insuficiência familiar
● A família é a principal instituição cuidadora do
idoso.
● A redução na taxa de fecundidade trouxe
profundas modificações na estrutura familiar.
O número de filhos está cada vez menor e as
demandas familiares são crescentes,
limitando a disponibilidades dos pais de
cuidarem de seus filhos quanto dos filhos de
cuidarem de seus pais.
● Outros fatores: aumento da mulher no
mercado de trabalho, valorização do
individualismo.
A visão fragmentada do idoso é uma das principais causas de polifarmácia e iatrogenia.
Referências
DE MORAES, Edgar Nunes; MARINO, M. C.; SANTOS,
Rodrigo Ribeiro. Principais síndromes geriátricas. Rev
Med Minas Gerais, v. 20, n. 1, p. 54-6, 2010.

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