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RESISTÊNCIA BACTERIANA & INTERPRETAÇÃO DO ANTIBIOGRAMA ❖ Mecanismo de ação dos antibióticos ❖ Por que ocorre a resistência das bactérias aos antibióticos? Pressão seletiva Mutação Resistência ❖ Tipos de resistência bacteriana → Adquirida – através da aquisição de fragmentos de DNA; mutações genéticas → Intrínseca – resistência cromossomial de um grupo de bactérias e que é transmitido nas gerações seguintes naturalmente. Ex: todas as enterobactérias são resistentes à cefalotina. TRANSFORMAÇÃO TRANSDUÇÃO CONJUGAÇÃO 1. Transferência de genes de resistência 2. Mutação de DNA a- Alteração de permeabilidade Porinas de membrana externa de gram-negativos. Resistência intrínseca a penicilina, eritromicina, clindamicina, vancomicina e trimetropim (Pseudomonas spp). b- Alteração do sítio de ação do antimicrobiano Um gene transportado por plasmídeo ou transpson codifica uma proteína que inativa os alvos ou altera a ligação dos antimicrobianos. Exemplos: MRSA adquirem gene Mec A e produzem uma proteína de ligação à penicilina (PBP) resistente aos beta-lactâmicos denominada 2ª ou 2’ (incapaz de se ligas à penicilina). c- Bomba de efluxo Bombeamento de antimicrobianos do meio intracelular para o extracelular. Exemplo: a resistência às tetraciclinas por plasmídeos em E. coli resulta deste efluxo. 3. Mecanismos enzimáticos → Beta-lactamases de espectro estendido (ESBL); → AMPc; → Carbapenemases – metalobetalactamases KPC ❖ Interpretação do antibiograma Antibiograma de bactérias gram-positivas Gram-positivos com resistências significativas: → Staphylococcus aureus; → Enterococcus spp ❖ Resistência dos Staphylococcus → As beta lactamases, produzidas por Staphylococcus destroem o anel beta lactâmico de penicilinas e cefalosporinas; → Foram desenvolvidas, porém, penicilinas mais resistentes ás beta lactamases, como as meticilinas (oxacilina); → Os S. aureus resistentes à meticilina são chamados de MRSA (meticilin resistant S. aureus); → A presença de MRSA em um hospital é indicio de uso abusivo de oxacilina em ambiente hospitalar. ❖ Resistências de MRSA → Antibioticos beta lactâmicos como penicilinas e cefalosporinas (1ª, 2ª, 3ª, 4ª geração); → Aos carbapenêmicos (imipenem e meropenem) Independente do resultado do antibiograma* → Outros grupos de drogas que poderiam ser indicadas para tratamento de gram-positivos devem ser testados como: - Clindamicna - Eritromicina - Tetraciclina - Gentamicina (menos frequente) - Sulfametoxazol/ trimetropima ❖ Opções para tratamento de cepas MRSA: Além da Vancomicina: → Foram desenvolvidas substâncias químicas que, associadas aos antibióticos, inibem as enzimas beta lactamases, como exemplo, o ác. clavulânio. Ex: amoxicilina + ác. clavulânico; → Outras substancias que podem inibir a enzima beta lactamase é o sulbactam e o tazobactam associados a penicilinas. Ex: piperaciclina + tazobactam. ❖ Staphylococcus resistentes ao grupo MLS (macrolídeos, lincosamina, estreptogramina) → Macrolídeos (eritromicina, claritromicina, azitromicina) → Lincosamida (clindamicina, lincomicina) → Estreptogramina B (quinupristina, pristimicina) MLS → Tratamento de pele e tecidos; → Pacientes alérgicos Resistencia a MLS → Induzível (eritromicina x clindamicina) D test; → Constitutiva – detectado no antibiograma ❖ D- test – Teste de disco de aproximação Envolve a colocação do disco de eritromicina próximo ao disco de clindamicina na placa de antibiograma, e com a difusão próximo ao disco de clindamicina através do ágar, a resistência à clindamicina é induzida, resultando em um achatamento da zona de inibição adjacente ao disco de eritromicina, com a forma de letra D (efeito D). ❖ Interpretação do D teste → Eritromicina S e clindamicina S: liberar conforme leitura do antibiograma; → Eritromicina S e clindamicina R: liberar conforme leitura do antibiograma. → Eritromicina R e clindamicina S: proceder o D test para verificar a resistência induzível. → D test positivo: reportar clindamicina como resistente. Presença de resistência induzível codificada pelo gene erm. Nenhum macrolídeo ou lincomicina deve ser usado como opção terapêutica. → D test negativo: reportar clindamicina como sensível. ❖ Resistencia dos Enterococcus Resistencia intrínseca: → Aminoglicosideos; → Aztreonam; → Cefalosporinas; → Clindamicina; → Oxacilina; → Sulfametoxazol/trimetoprima Antibióticos que podem ser testados: → Penicilina; → Ampicilina; → Piperacilina; → Imipenem; → Vancomicina – possibilidade de transmissão de plasmídeo a S. aureus. ❖ Antibiograma de bactérias gram-negativas Gram-negativos com capacidade de produzir enzimas de resistência • P. aeruginosa • Proteus mirabilis • Klebisiella pneumoniae • Serratia marcescens → Bacterias gram-negativas podem produzir a enzima de resistência denominada ESBL que é capaz de degradar IN VIVO o anel beta lactâmico de alguns antibióticos testados, sendo resistente aos mesmos. ❖ ESBL A bactéria produtora de ESBL apresenta resistência: → Às cefalosporinas de 1ª, 3ª e 4ª gerações; • 1ª geração: cefalotina • 3ª geração: ceftriaxona, ceftazidima • 4ª geração: cefepime → Aztreonam; → Ampicilina. (resistências que ocorrem independente do halo do antibiograma). → Mesmo que o antibiograma apresente halo de sensibilidade aos antibióticos mencionados, deve-se liberar o resultado como resistente e, em baixo, no rodapé do exame, colocar a observação: *Bactéria multirresistente e produtora de ESBL (beta lactmase de espectro estendido) ❖ AMPc → Outra beta lactamase produzida por bactérias gram-negativas é a AMPc → Cepas produtoras de AMPc são resistentes aos seguintes antibióticos: • Cefalosporinas de 1ª geração (cefalotina); • 2ª geração (cefoxitina); • 3ª geração (ceftazidima, ceftriaxona); • Aztreonam; • Amoxicilina + ác. clavulânico; • Ampicilina. ❖ Carbapenemases • Principais tipos: → MbLs: metalobetalactamases (p/ Pseudomonas) → KPC: klebisiella pneumoniae carbapenemase • Hidrolisam todos os beta-lactâmicos comercialmente disponíveis, exceto: AZTREONAM; • A resistência no TSA à Imipinem ou Menopenem (carbapenêmicos) já é indicio da produção da carbapenemase; • O CLSI não exige mais a confirmação pelo teste de Holge. ❖ Resistência de Pseudomonas Além de desenvolver resistência adaptativa facilmente Pseudomonas apresenta resistência intrínseca a vários antibióticos. M β L s
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