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Diabetes - Complicações micro e macrovasculares

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1 Sanndy Emannuelly – 4° Período 
Tutorial 4 
OBJETIVO 1: COMPREENDER AS COMPLICAÇÕES MICRO E 
MACROVASCULARES DA DIABETES RELACIONANDO-AS 
COM A FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA. 
Clínica médica – Usp 
- O diabetes mellitus está relacionado ao desenvolvimento 
de aterosclerose acelerada, que origina as complicações 
macrovasculares como infarto do miocárdio, acidente 
vascular cerebral e insuficiência vascular periférica, bem 
como as complicações microvasculares que determinam 
retinopatia, nefropatia e neuropatia nos pacientes com 
diabetes mellitus tipos 1 e 2. 
- O desenvolvimento de complicações macro e 
microvasculares está fortemente associado ao controle 
glicêmico. 
- Vários mecanismos são propostos para explicar o dano 
celular induzido pela hiperglicemia (glicotoxicidade), sendo 
os principais: aumento da formação dos produtos finais de 
glicação avançada, da ativação da vias dos polióis, da 
proteína cinase C e da hexosamina. Recentemente, o 
estresse oxidativo foi proposto como o elemento comum de 
todas essas vias implicadas no desenvolvimento das 
complicações diabéticas. 
COMPLICAÇÕES MICROVASCULARES 
 RETINOPATIA DIABÉTICA 
- Como a nefropatia diabética, retinopatia diabética é uma 
das complicações microvasculares mais frequentes. 
- Os sinais de retinopatia diabética estão presentes em quase 
todos os portadores de diabetes mellitus tipo 1 após 20 anos 
de diagnóstico, e em aproximadamente 80% dos portadores 
do tipo 2 nesse mesmo tempo. 
- A perda seletiva de pericitos dos capilares retinianos é a 
lesão histopatológica característica. Os pericitos são 
responsáveis pelo controle do fluxo sanguíneo e sua perda é 
acompanhada por perda de células endoteliais capilares. A 
isquemia resultante desse processo é o principal fator para 
a neovascularização. 
- Os sinais mais precoces da retinopatia diabética são os 
microaneurismas. Com a progressão da doença, há um 
aumento das hemorragias intra-retinianas em número e 
tamanho. Essas alterações são acompanhadas por exsudatos 
algodonosos ou moles e ambos representam isquemia do 
tecido retiniano. 
- A retinopatia diabética proliferativa (RDP) é caracterizada 
pelo aparecimento de neovasos na microcirculação 
retiniana. Esses novos vasos podem se estender para a 
cavidade vítrea e provocar hemorragias vítreas e também 
descolamento tracional da retina. Finalmente, pode haver 
formação de neovasos dentro do estroma da íris que, com a 
fibrose, podem se estender para estruturas que drenam o 
humor aquoso da câmara anterior do olho, resultando em 
glaucoma neovascular. 
- O edema macular representa a quebra da barreira hemato-
retiniana, com consequente vazamento do plasma a partir 
de pequenos vasos sanguíneos na mácula. A reabsorção dos 
elementos desse fluido plasmático leva à deposição de 
lipídios e lipoproteínas, formando os exsudatos duros. 
 Grandes estudos prospectivos demonstraram a import
ância do controle intensivo da glicemia, pressão arteria
l e 
dislipidemia na prevenção primária e secundária dessa 
complicação. 
 Outros fatores parecem piorar a retinopatia, 
como é o caso da gestação, mas essa piora é transitória
, não havendo diferença entre pacientes que passaram 
ou não por gestação após algum tempo de seguimento. 
 Todos os diabéticos devem passar por exame oftalmoló
gico, dentro de 5 anos após o diagnóstico nos prépuber
es com diabetes melito tipo 1, e logo após o diagnóstic
o nos diabetes melito tipo 1 pós-púberes e no diabetes 
melito tipo 2. 
 Os exames subsequentes devem ser anuais, a não ser q
ue já haja retinopatia, ocasião na qual podem 
ser indicados exames mais frequentes. 
 
- Rastreamento de retinopatia diabética: deve ser realizado 
no diabetes mellitus tipo 1 após 3 a 5 anos do diagnóstico de 
diabetes, e no diabetes mellitus tipo 2 ao diagnóstico. 
- Intervalo das avaliações: 
 a) Ausência de retinopatia diabética ou RDNP leve: as 
reavaliações devem ser anuais. 
b) RDNP moderada ou grave, RDP e edema macular: as 
avaliações devem ser mais frequentes, em um período de 3 
a 6 meses. 
- Gravidez: pelo maior risco de desenvolvimento e também 
de piora da retinopatia presente, mulheres portadoras de 
diabetes mellitus (diabetes não-gestacional) devem ser 
examinadas no primeiro trimestre com visitas frequentes 
durante a gestação e um ano após o parto. 
- Controle glicêmico: efetivo na prevenção primária e da 
progressão da retinopatia diabética não-avançada. Pode 
 
2 Sanndy Emannuelly – 4° Período 
haver uma piora transitória durante o primeiro ano de 
controle glicêmico intensivo. 
- Terapia anti-hipertensiva: vários estudos demonstraram 
que o controle adequado da pressão arterial diminui a 
progressão da retinopatia. 
- Fotocoagulação: é o tratamento primário da retinopatia 
avançada, capaz de reduzir significativamente o risco de 
perda visual. Essa modalidade de tratamento não é indicada 
para estágios mais precoces, exceto fotocoagulação focal 
para edema macular. 
- Vitrectomia: terapia utilizada para hemorragia vítrea sem 
clareamento espontâneo, descolamento tracional da retina 
e retinopatia diabética proliferativa ativamente progressiva 
apesar da panfotocoagulação. 
 NEFROPATIA DIABÉTICA 
- A nefropatia diabética ocorre em 15 a 40% dos portadores 
de diabetes mellitus tipo1, com pico de incidência em um 
período de 15 a 20 anos após o diagnóstico. Em portadores 
de diabetes mellitus tipo 2, a prevalência varia de 5 a 20%. 
- O aumento da taxa de filtração glomerular é uma das 
primeiras etapas da nefropatia e um fenômeno 
hemodinâmico que não cursa com dano glomerular 
aparente. Acredita-se que, em uma parcela de pacientes, a 
hiperfiltração esteja acompanhada de hipertensão 
glomerular e consequente lesão endotelial com aumento da 
produção local de angiotensina II e diminuição do óxido 
nítrico. 
- Esses eventos determinam glomeruloesclerose, lesão 
histológica caracterizada pelo espessamento da membrana 
basal glomerular, hipertrofia glomerular, expansão 
mesangial, microaneurismas, hialinose, aterosclerose hialina 
e expansão modesta túbulo-intersticial. Essa fase é 
manifestada por microalbuminúria. 
- A avaliação da albuminúria para classificação da nefropatia 
pode ser realizada em amostra de urina isolada, com 
correção pela creatinina ou pela análise de urina de 12 ou 24 
horas. 
- Em geral, a nefropatia diabética é assintomática, exceto na 
presença de proteinúria importante e insuficiência renal. A 
presença de qualquer grau de albuminúria em portadores de 
diabetes mellitus tipo 1 com mais de 10 anos de diagnóstico 
e de portadores de diabetes mellitus tipo 2, principalmente 
na presença de retinopatia, indica diagnóstico de nefropatia 
diabética. 
- Raramente há necessidade de métodos complementares 
de diagnóstico, os quais são utilizados apenas no diagnóstico 
diferencial de outras doenças, como ultra-sonografia renal 
na presença de sintomas obstrutivos ou na suspeita de 
doença policística renal. Na nefropatia diabética, os rins têm 
tamanho normal na ultra-sonografia. 
- O rastreamento da nefropatia diabética deve ser realizado 
em portadores de diabetes mellitus tipo 1 a partir de 3 a 5 
anos de diagnóstico. Em pacientes com mau controle 
glicêmico e após a puberdade, a microalbuminúria deverá 
ser realizada após um ano de diagnóstico. Em portadores de 
diabetes mellitustipo 2, o rastreamento deve ser realizado 
ao diagnóstico. Em ambos os casos, se a microalbuminúria 
estiver ausente, novo exame deve ser solicitado em um ano. 
- Deve-se monitorar o ritmo de filtração glomerular em 
pacientes comnefropatia diabética pelo menos anualmente. 
 Inicia-se de maneira assintomática, com aumento da ta
xa de filtração 
glomerular consequente à exposição do glomérulo ren
al à hiperglicemia. 
 Passa por uma fase de normoalbuminúria 
em que se inicia o espessamento da membrana basal d
enominada silenciosa e evolui então para microalbumi
núria 
que é a excreção persistente de albumina na faixa de 3
0-299 mg em 24 h. Essas fases guardam correlação 
anatomopatológica com as alterações estruturais do gl
omérulo. 
 Nos casos em que a microalbuminúria evolui para macr
oalbuminúria (excreção de albumina igual ou superior 
a300 mg/24 h), geralmente evolui para IR em questão 
de anos. 
 
 NEUROPATIA DIABÉTICA SOMÁTICA 
- A neuropatia diabética somática atinge cerca de 50% dos 
portadores de diabetes. É definida pela presença de sinais ou 
também sintomas de disfunção de nervos periféricos em 
pacientes diabéticos após a exclusão de outras causas. Até 
10% das neuropatias têm outra etiologia que não o diabetes 
mellitus e devem ser investigadas. 
- Os nervos periféricos contêm fibras aferentes e eferentes, 
mielinizadas e não-mielinizadas, fibras somáticas e 
autonômicas. Quanto mais mielinizadas, mais grossas são as 
fibras e mais rápida a condução nervosa. As fibras motoras 
são mielinizadas, bem como as fibras sensitivas táteis, 
vibratórias e da propriocepção. 
- A lesão inicial e mais característica da polineuropatia 
crônica diabética é a desmielinização. Posteriormente, pode 
haver também degeneração axonal. Na polineuropatia 
aguda dolorosa, pode haver degeneração de fibras 
mielinizadas e não-mielinizadas. 
- Outros tipos de lesões podem estar presentes, tais como 
vasculite epineural na amiotrofia e infiltrado de macrófagos 
associado à desmielinização na polineuropatia 
desmielinizante inflamatória. 
 Classificação da neuropatia diabética 
 Rapidamente reversível: neuropatia hiperglicêmica. 
 
3 Sanndy Emannuelly – 4° Período 
 Polineuropatia simétrica generalizada: sensitivo motora 
crônica, sensitivo-motora aguda e autonômica. 
Neuropatias focal e multifocal: cranial, radiculoneuropatia 
toracolombar, focal de membros, motor proximal 
(amiotrofia) e neuropatia desmielinizante crônica. 
- Neuropatia hiperglicêmica rapidamente reversível: 
observada em portadores de diabetes recém-diagnosticados 
e com mau controle glicêmico. É resultante de 
anormalidades reversíveis da condução nervosa. Os 
sintomas de dor em membros inferiores são pronunciados e 
melhoram com o controle glicêmico. 
- Neuropatia sensitivo-motora crônica: é a forma mais 
comum de neuropatia diabética. Geralmente é insidiosa e 
pode estar presente ao diagnóstico no diabetes mellitus tipo 
2 em até 10% dos pacientes. A importância do diagnóstico se 
deve às sequelas da neuropatia, que incluem ulceração, 
artropatia de Charcot e amputação. Os sintomas podem ser 
dor tipo fisgada, pontada, cãibra, dormência e anestesia. Há 
ainda diminuição ou perda dos reflexos motores e, em casos 
mais graves, perda da propriocepção. 
- Neuropatia sensitivo-motora aguda: é um tipo distinto de 
polineuropatia simétrica que tem início agudo ou subagudo 
e é caracterizado por sintomas sensoriais. Sintomas como 
perda de peso, depressão, disfunção erétil, dor em 
queimação nos pés, hiperestesia grave, dor profunda e dores 
do tipo choque elétrico podem estar presentes e exacerbar-
se durante a noite. Essa forma de neuropatia pode surgir 
após melhora rápida e intensa do controle glicêmico. 
- Neuropatias focal e multifocal: são mais comuns em 
portadores de diabetes mellitus tipo 2. As neuropatias focais 
de membros são, na maioria das vezes, compressivas, como 
a síndrome do túnel do carpo. Entre os nervos cranianos, os 
da musculatura ocular extrínseca são os mais envolvidos. 
- Neuropatia desmielinizante crônica: a polineuropatia 
desmielinizante crônica ocorre mais frequentemente em 
portadores de diabetes e deve ser considerada quando uma 
polineuropatia grave, progressiva e não usual se desenvolve 
em portadores de diabetes mellitus. Essa forma de 
neuropatia responde bem ao tratamento com 
corticosteróide, imunossupressores, plasmaférese e 
imunoglobulina intravenosa. 
 PÉ DIABÉTICO 
Pé diabético - Nádia Duarte 2011 
- O pé diabético é uma entidade clínica que tem como base 
a neuropatia induzida pela hiperglicemia sustentada que, 
com ou sem doença arterial periférica e com prévio 
traumatismo desencadeante, produz uma ulceração no pé. 
- Representa um problema médico, social e econômico em 
todo o mundo, principalmente porque o risco de um 
diabético desenvolver úlcera de pé ao longo da vida chega a 
atingir 25% e acredita-se que em cada 30 segundos ocorre 
uma amputação do membro inferior. Os custos com o pé 
diabético conseguem ser reduzidos pelas intervenções de 
prevenção de úlceras de pé, por estratégias para cicatrização 
das mesmas (que encurta o período de cicatrização e previne 
amputações) e por cuidados na incapacidade pós-
amputação. 
- A “síndrome do pé diabético” engloba um número 
considerável de condições patológicas, incluindo a 
neuropatia, a DAP, a neuroartropatia de Charcot, a ulceração 
do pé, a osteomielite e, finalmente e potencialmente 
prevenível, a amputação. 
- Os doentes com lesões de pé diabético apresentam, 
frequentemente, complicações múltiplas da diabetes, 
havendo necessidade de uma abordagem multidisciplinar, 
onde estão envolvidos endocrinologista, enfermeiro 
especializado, podologista, cirurgião vascular, ortopedista, 
fisiatra e médico de família. Este último, de forma quase 
universal, faz parte da equipa multidisciplinar, sendo que em 
alguns centros de saúde existe uma consulta específica de 
diabetes. 
- Os problemas relacionados com o pé diabético ocorrem 
tanto na diabetes tipo 1 como tipo 2 e são mais frequentes 
no sexo masculino e a partir da sexta década de vida. 
- A polineuropatia periférica (sensitiva, motora e autónoma) 
deriva da degenerescência dos axónios iniciada pela parte 
terminal e tão mais fácil quanto mais longos eles forem. 
Como o máximo de tamanho ocorre em ambos os membros 
inferiores, ela é bilateral e predominante nos pés. 
- O pé diabético pode ser neuropático (65% dos casos) e 
isquêmico (35% dos casos) e essa diferença entre as 
prevalências dos tipos de pé diabético se dão pela 
fisiopatologia dessa entidade clínica. 
- Da lesão nervosa periférica derivam dois quadros, que 
podem ser consecutivos ou sobrepostos, o do “pé quente e 
túrgido” e o do “pé insensível e deformado”. O primeiro 
reflete a abertura dos “shunts” arteriovenosos por perda da 
função simpática; o segundo revela diretamente o efeito da 
perda da função somática sensitiva e motora. Ambas 
concorrem para o aparecimento de alterações biomecânicas 
responsáveis pela úlcera trófica. 
- O pé neuropático: apresenta-se dois a três graus mais 
quente que a temperatura ambiente, com amplo pulso 
pedioso e veias do pé e perna túrgidas, mesmo quando o 
doente é observado deitado. 
 Apresenta um fluxo sanguíneo rápido e o sangue colhido 
nas veias distendidas tem teor elevado de oxigênio. Esse 
estado ocorre por causa da abertura de irreversíveis 
“shunts” arteriovenosos por perda de função nas 
pequenas fibras do sistema nervoso autônomo. 
 Nesses casos, a hiper vascularização dá ao pé 
neuropático um comportamento muito positivo 
perante a infecção, que constitui o único e pouco 
 
4 Sanndy Emannuelly – 4° Período 
conhecido ponto clínico em que o doente diabético tem 
real vantagem sobre o indivíduo normal. 
- o pé isquêmico: A patologiasignificativa do pé isquêmico 
diabético resulta sempre da doença arterial obstrutiva dos 
grandes vasos da coxa e perna e não da micro angiopatia no 
pé. 
 A responsável pela patogênese desse pé é a 
aterosclerose a montante, tendo como consequência 
direta a diminuição da perfusão arterial. 
 Nesses pacientes, as feridas são causas de grande 
preocupação, pois, além de existir uma tendência poli 
microbiana, esse pé se apresenta com baixa oxigenação, 
o que dificulta a cicatrização da ferida. 
 O tratamento da infecção aguda no pé diabético é feito 
com a administração de antibióticos e, por vezes, 
cirurgia de drenagem, sendo o internamento 
frequentemente necessário. 
- O pé insensível por neuropatia não ulcera 
espontaneamente tal como o pé isquêmico também não 
necrosa espontaneamente. Alguma causa traumática tem 
que se associar para que surja a ferida e ela é tão mais capaz 
de ser lesiva quanto mais intensa ou persistentemente a 
insensibilidade a deixar atuar. 
- O uso de um novo par de sapatos demasiado apertado é o 
caso típico. São também frequentes as agressões por causa 
térmica (água demasiado quente na lavagem dos pés ou 
utilização de aquecedores no Inverno), química (uso 
inapropriado de produtos para calos) e as mecânicas 
localizadas ( picadela ao caminhar descalço, corte de unhas). 
 
COMPLICAÇÕES MACROVASCULARES 
 DOENÇA CARDIOVASCULAR 
 - A doença cardiovascular é de duas a oito vezes mais 
prevalente em portadores de diabetes. Além disso, é mais 
grave e ocorre em idades mais precoces que em indivíduos 
não-diabéticos. 
 - A doença cardiovascular compreende infarto do 
miocárdio, que, nesses pacientes, pode ser silencioso, 
acidente vascular cerebral e doença vascular periférica. 
- Tem como principais fatores de risco aqueles clássicos para 
doença cardiovascular, como hipertensão arterial, aumento 
do colesterol LDL, fumo, sexo masculino, além de fatores de 
risco adicionais, tais como resistência insulínica, 
microalbuminúria (reflexo da disfunção endotelial), proteína 
C reativa e hiperglicemia crônica. 
- Resistência insulínica: no fígado, a resistência à ação da 
insulina leva ao aumento da produção de ácidos graxos, 
resultando em aumento dos níveis de triglicérides, 
diminuição do colesterol HDL e partículas de colesterol LDL 
pequenas e densas, estas últimas mais aterogênicas. 
 - Disfunção endotelial: caracterizada por anormalidades na 
produção de fatores derivados do endotélio, importantes na 
função plaquetária, contração e proliferação de células 
musculares lisas. O principal fator é o óxido nítrico, um 
importante vasodilatador, cujos níveis estão diminuídos na 
disfunção endotelial. 
- Fatores inflamatórios: há aumento da produção de fatores 
como interleucina-6 e proteína C reativa. Essas citoquinas 
geram fatores de crescimento importantes na resposta 
arterial à injúria, além de estimular a adesão plaquetária e a 
proliferação e migração de células musculares lisas da 
parede vascular. 
- Fatores de agregação plaquetária: no diabetes mellitus, o 
desbalanço entre mecanismos pró-trombóticos e 
fibrinolíticos determina um estado pró-trombótico. O 
inibidor do ativador do plasminogênio tipo 1, é um dos 
principais fatores inibidores da fibrinólise, e sua atividade 
está aumentada no diabetes mellitus. 
 
OBJETIVO 2: ELENCAR A IMPORTÂNCIA DO 
ACOMPANHAMENTO MULTIDISCIPLINAR E DO AUTO 
CUIDADO PARA OS PACIENTES DIABÉTICOS (PÉ 
DIABÉTICO). 
Estratégias de atendimento aos pacientes diabéticos pela 
equipe de saúde da família na prevenção do pé diabético - 
Simone Ferreira Moreira couto - 2013 
Consenso Internacional sobre Pé Diabético – 2001 
SBD 
 - As complicações com os pés de pacientes diabéticos 
representam a maior causa de amputação não traumática de 
 
5 Sanndy Emannuelly – 4° Período 
MMII no mundo, podendo chegar até 90% em algumas 
regiões, sendo que 85% das amputações são precedidas por 
úlcera nos pés, em consequência da neuropatia periférica. 
Úlceras e amputações são problemas sérios e dispendiosos, 
acometendo aproximadamente 15% dos diabéticos durante 
a vida. 
- Para que haja bom controle na saúde dos pacientes 
diabéticos, é necessária a atuação de uma equipe 
interdisciplinar/multiprofissional. A equipe multiprofissional 
pode ser constituída por todos os profissionais que lidam 
com pacientes diabéticos, como médicos, enfermeiros, 
técnicos e auxiliares de enfermagem, nutricionistas, 
psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, professores 
de educação física, músico terapeutas, farmacêuticos, 
educadores, comunicadores, funcionários administrativos e 
agentes comunitários de saúde. Para que o plano de 
intervenção seja eficaz é importante que a equipe de saúde 
da família saiba da sua importância no processo de cuidar e 
de suas atribuições e competências. 
- O monitoramento contínuo do pé do paciente diabético é 
fundamental para a prevenção das úlceras e amputações. O 
exame físico geral do paciente diabético, aspectos 
relacionados aos pés devem ser avaliados em toda consulta, 
conforme, tipo de calçado (inspeção), cuidados com higiene, 
aspecto da pele, alterações tróficas, proeminências ósseas, 
mobilidade articular limitada, amputação prévia, palpação 
de pulsos (femoral, poplítea, tibial anterior e posterior), 
avaliação da sensibilidade, reflexos, força e marcha. 
- Sendo assim, o Ministério da Saúde (2011) propõe algumas 
ações que podem ser feitas para a melhoria da qualidade de 
vida dos pacientes com essas doenças como: 
 Ter acesso a um tratamento eficaz e disponível para 
todos, sobretudo os mais pobres. Utilizar 
conhecimentos custo x efetivos disponíveis. 
 Facilitar e apoiar o desenvolvimento e a 
sustentabilidade dos cuidados adequados ao longo 
do ciclo de vida, ao indivíduo, às famílias e às 
comunidades de forma equânime. Desenvolver 
autonomia para o autocuidado. 
- Há fortes evidências de que a implementação de uma 
equipe multidisciplinar para o cuidado do pé diabético é 
procedida de uma subsequente redução nas taxas de 
amputações. 
- Vários estudos têm demonstrado que programas 
abrangentes para cuidados com os pés, incluindo educação 
terapêutica, exame regular dos pés e classificação do risco, 
podem reduzir a ocorrência das lesões nos pés em até 50% 
dos pacientes. 
Há cinco pontos básicos para a prevenção: 
 1) Inspeção regular e exame dos pés e dos calçados 
 2) Identificação do paciente de alto risco 
 3) Educação do paciente, da família e dos profissionais de 
saúde 
4) Uso de calçados apropriados 
5) Tratamento da patologia não ulcerativa 
- O objetivo da educação é modificar a atitude do paciente 
quanto aos autocuidados e promover a adesão aos 
conselhos recebidos sobre cuidados com os pés, como a 
orientação de calçados adequados. Além disso, o paciente 
necessita estar apto a reconhecer problemas potenciais em 
seu próprio pé, tomar as devidas providências e buscar ajuda 
profissional. 
- A educação deve ser simples, relevante, consistente e 
contínua. Por outro lado, os médicos e outros profissionais 
de saúde devem receber instruções periódicas e reforçar a 
habilidade na abordagem de pacientes diabéticos, visando a 
melhorar o cuidado dirigido aos indivíduos de alto risco. 
- A abordagem dos indivíduos com DM assim como HAS deve 
ser multiprofissional, conjunta e integrada, quer seja do 
médico, do enfermeiro ou do cirurgião dentista. Esses 
profissionais devem desenvolver ações que possibilitem não 
só um trabalho multiprofissional, onde cada profissional 
realiza a sua avaliação, mas, também, uma avaliação 
interdisciplinar, onde deverão ser traçadas conjuntamente 
as ações necessárias para a recuperação e manutenção da 
saúde dos usuários. 
- Segundoo Consenso Internacional de Diabetes (2001), a 
avaliação dos pés deve ser realizada em pacientes 
diabéticos, no mínimo, uma vez ao ano e, mais 
frequentemente, naqueles pacientes com alto risco de 
ulceração nos pés. A identificação dos pacientes com alto 
risco de ulceração é o aspecto mais importante na prevenção 
de uma amputação. 
- O treinamento das categorias de profissionais de saúde, 
inclusive de médicos, é crucial para a aplicação dessas 
técnicas de rastreamento e diagnóstico de PND e DAP, 
visando à identificação de risco de ulceração que deve ser 
aplicada aos 60% dos pacientes estimados ainda sem 
complicações. Análises da Suécia mostram que a prevenção 
intensiva (educação do paciente, uso de calçados adequados 
e acesso a cuidados regulares pela equipe multiprofissional) 
destinada a pacientes com risco elevado de ulceração é 
efetiva se a incidência de úlcera e amputação for reduzida 
em 25%. SBD 
- Para o enfrentamento do DM e do pé diabético, a falta de 
informação ou baixa compreensão sobre a patologia, leva ao 
descuido com o autocuidado. Ao pensar que uma doença 
crônica não acarreta maiores complicações para a saúde, as 
pessoas com DM seguem apenas o tratamento 
medicamentoso, muitas vezes, não se preocupando com 
problemas subsequentes. 
- Os profissionais de enfermagem e da saúde devem apoiar 
o desenvolvimento ou fortalecimento de habilidades para o 
 
6 Sanndy Emannuelly – 4° Período 
autocuidado, atuar como facilitadores e motivadores para as 
mudanças comportamentais necessárias na adesão do 
tratamento, em um processo educativo individualizado, 
criativo e inovador. 
- Agente Comunitário de Saúde 
 ● Esclarecer a comunidade sobre os fatores de risco para 
diabetes e as doenças cardiovasculares, orientando-a sobre 
as medidas de prevenção. 
● Orientar a comunidade sobre a importância das mudanças 
nos hábitos de vida, ligados à alimentação e à prática de 
atividade física rotineira. 
● Estimular que os pacientes se organizem em grupos de 
ajuda mútua, como, por exemplo, grupos de caminhadas, 
técnicas de autocuidado, entre outros. 
● Identificar, na população em geral pessoas com fatores de 
risco para diabetes tipo 2, ou seja: idade igual ou superior a 
40 anos, vida sedentária, obesidade, hipertensão, mulheres 
que tiveram filhos com mais de 4 quilos ao nascer e pessoas 
que têm ou tiveram pais, irmãos e/ou outros parentes 
diretos com diabetes. 
● Encaminhar à unidade de saúde, para exame de glicemia 
de jejum, as pessoas com fatores de risco para diabetes tipo 
2. 
 ● Verificar o comparecimento dos pacientes diabéticos às 
consultas agendadas na unidade de saúde. 
- Enfermeiro 
● Encaminhar para consultas mensais, com o médico da 
equipe, os indivíduos não aderentes, de difícil controle e 
portadores de lesões em órgãos-alvo (cérebro, coração, rins, 
olhos, vasos, pé diabético, entre outras) ou com 
comorbidades. 
● Encaminhar para consultas trimestrais, com o médico da 
equipe, os indivíduos que mesmo apresentando controle 
dos níveis tensionais e do diabetes, sejam portadores de 
lesões em órgãos-alvo ou comorbidades. 
● Acrescentar, na consulta de enfermagem, o exame dos 
membros inferiores para identificação do pé em risco. 
Realizar, também, cuidados específicos nos pés acometidos 
e nos pés em risco. 
● Realizar glicemia capilar dos pacientes diabéticos, a cada 
consulta. 
● Perseguir, de acordo com o plano individualizado de 
cuidado ao paciente portador de diabetes, os objetivos e 
metas do tratamento (estilo de vida saudável, níveis 
pressóricos, hemoglobina glicada e peso). 
- Médico 
 ● Realizar consulta para confirmação diagnóstica, avaliação 
dos fatores de risco, identificação de possíveis 
comorbidades, visando à estratificação do risco 
cardiovascular do portador de diabetes. 
● Desenvolver atividades educativas de promoção de saúde 
com todas as pessoas da comunidade; desenvolver 
atividades educativas individuais ou em grupo com os 
pacientes diabéticos. 
● Realizar consulta com pessoas com maior risco para 
diabetes tipo 2, a fim de definir necessidade de 
rastreamento com glicemia de jejum. 
● Solicitar exames complementares, quando necessário. 
● Prescrever tratamento não medicamentoso e orientar 
sobre mudanças no estilo de vida 
● Tomar a decisão terapêutica, definindo o início do 
tratamento medicamentoso. 
● Programar, junto à equipe, estratégias para a educação do 
paciente. 
● Encaminhar à unidade de referência secundária, uma vez 
ao ano, todos os diabéticos, para rastreamento de 
complicações crônicas, quando da impossibilidade de 
realizá-lo na unidade básica. 
 
 
 
 
7 Sanndy Emannuelly – 4° Período 
OBJETIVO 3: DISCUTIR AS QUESTÕES ÉTICAS DE 
RESPONSABILIDADE DIANTE A AUTOMEDICAÇÃO E DO 
AUTOCUIDADO. 
Vantagens e desvantagens da automedicação: princípios 
gerais - Ray Amaral Marinho 2018 
Caracterização da prática de automedicação e fatores 
associados entre universitários do curso de Enfermagem - 
Flávio Martinez da Silva 2014 
Estudos brasileiros sobre automedicação: uma análise da 
literatura - Amanda Luzia De Araújo 2015 
- Entre as estratégias que devem ser estimuladas para 
manter a saúde estão àquelas relacionadas ao autocuidado, 
o qual compreende ações desempenhadas pelo próprio 
indivíduo para manter a saúde, prevenir e lidar com a 
doença. Engloba fatores como: higiene, nutrição, estilo de 
vida, fatores socioeconômicos e ambientais bem como a 
automedicação. 
- Para que o autocuidado seja exitoso é necessário 
informação e conhecimento por parte do indivíduo, cabendo 
aos profissionais de saúde a função de orientar e 
acompanhar esse processo, focando-se na manutenção da 
saúde, em especial quando envolve a automedicação. 
- A automedicação é entendida como a prática de ingerir 
medicamentos sem o aconselhamento e/ou 
acompanhamento de um profissional de saúde qualificado. 
Em outras palavras, é a ingestão de medicamentos por conta 
e risco próprios. 
- Essa prática, mesmo sendo considerada por especialistas 
como forma comum de autocuidado, pode ser 
potencialmente danosa à saúde tanto individual quanto 
coletiva, principalmente pelo fato de que nenhum 
medicamento é inócuo ao organismo. 
- Dentre os medicamentos utilizados na forma de 
automedicação, os analgésicos apresentaram as maiores 
utilizações indiscriminadas por serem usados no alívio da 
dor, por possuírem fácil aquisição e em grande parte por 
apresentarem venda livre, não necessitando de receita 
médica. 
- O hábito de armazenar medicamentos no domicílio, na 
maioria das vezes por não ter utilizado a quantidade 
prescrita ou por ter adquirido uma quantidade maior, pode 
justificar o aparecimento de antibióticos na relação dos 
medicamentos utilizados para automedicação. 
- Estudo realizado para a Associação Nacional de Farmácias 
(ANF) mostra que os riscos da automedicação são acrescidos 
conforme aumenta o número de medicamentos que o 
indivíduo ingere concomitantemente, prática essa 
conhecida como poli farmácia. 
- A automedicação é uma realidade frequente na população 
brasileira. Se realizada de forma incorreta, esta atividade 
pode resultar em sérios problemas de saúde. Entretanto, a 
automedicação também apresenta pontos positivos se 
utilizada de modo racional. 
- Entre os países que mais utilizam medicamentos. Nossa 
população tem acessibilidade facilitada para obtenção de 
produtos farmacêuticos e, consequentemente, o número de 
indivíduos que se automedicam cresce cada vez mais. Isto 
pode levar a situações perigosas, pois, a Organização 
Mundial da Saúde(OMS) diz que 50% dos praticantes da 
automedicação utilizam os medicamentos de maneira 
indevida. 
- As pessoas buscam solucionar seus problemas sem buscar 
ajuda de profissionais, e muitas vezes são influenciadas por 
propagandas de medicamentos. As propagandas de 
medicamentos tendem a anunciar apenas suas vantagens, 
influenciam negativamente nas prescrições, incentivam seu 
uso indiscriminado e ampliam os quadros de intoxicações 
medicamentosas. 
- Segundo o Ministério da Saúde, entre os anos de 2010 e 
2015 foram registrados cerca de 60 mil casos de internações 
relacionadas a automedicação no nosso país. 
- Os medicamentos isentos de prescrição são utilizados nos 
tratamentos de sintomas e males menores já reconhecidos 
pelos pacientes. Esses medicamentos são regulamentados 
pela RDC 98 de 01 de agosto de 2016 que assegura qualidade 
e eficácia, contando que sejam utilizados segundo as 
instruções de uso. 
- Os medicamentos sempre devem apresentar informações 
pertinentes a administração, possíveis efeitos colaterais, 
possíveis interações medicamentosas, precauções, 
advertências, duração do tratamento, entre outros. 
- O uso racional de medicamentos é uma realidade que visa 
diminuir os riscos associados a seu uso indiscriminado. Esta 
conduta busca aumentar os benefícios da automedicação, 
tratar enfermidades e condições autolimitadas de fácil 
diagnóstico com medicamentos isentos de prescrição e 
reduzir os gastos totais do tratamento. 
- Um estudo de revisão realizado por Foellmer, et al. 
observou que é necessário disponibilizar mais 
conhecimentos e orientações relacionadas aos 
medicamentos, para que as pessoas que praticam a 
automedicação procurem o profissional farmacêutico 
visando o uso racional de medicamentos isentos de 
prescrição. Segundo a (OMS) os medicamentos aplicados a 
está prática são seguros, com qualidade e eficácia 
confirmados, e colaboram com a melhoria do bem-estar da 
população 
- O grande número de medicamentos desnecessários que é 
disponibilizado a população brasileira, coopera para que 
exista vários problemas relacionados ao uso de 
medicamentos sem orientações, por esta razão os casos de 
 
8 Sanndy Emannuelly – 4° Período 
intoxicações se tornaram as maiores causas de agravos a 
saúde dos indivíduos. 
- Também é curioso observar que a automedicação 
apresenta relação com o gênero. Vários trabalhos relatam 
que as mulheres se automedicam mais que os homens. O 
predomínio do uso de fármacos pelas mulheres pode ser 
parcialmente explicado pelas publicidades de medicamentos 
e ações sociais especialmente direcionadas a elas. 
- Uma vez que nenhum medicamento é totalmente inócuo, 
o ato de se automedicar pode ser possivelmente 
desfavorável à saúde individual e coletiva. A utilização 
indevida de fármacos, mesmo os mais comuns e 
conceituados, pode promover vários efeitos, como: reações 
de hipersensibilidade, estimulo para geração de anticorpos 
sem a merecida necessidade, dependência do medicamento 
sem precisão real, hemorragias digestivas, entre outros. 
- A intoxicação por medicamentos é responsável por grande 
parte das mortes no Brasil e, na maioria dos casos, é 
consequência da automedicação irracional. Além disso, o 
alívio momentâneo dos sintomas pode mascarar a doença 
de base, podendo se agravar o estado de saúde do indivíduo. 
OBJETIVO 4: DESCREVER O QUE PRECONIZA O ESTATUTO 
DO IDOSO. 
Estatuto do idoso 
- Art. 3.º É obrigação da família, da comunidade, da 
sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com 
absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, 
à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao 
trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e 
à convivência familiar e comunitária. 
- Art. 4.º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de 
negligência, discriminação, violência, crueldade ou 
opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou 
omissão, será punido na forma da lei. 
- Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, 
por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, 
garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto 
articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, 
promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a 
atenção especial às doenças que afetam preferencialmente 
os idosos. 
 atendimento domiciliar, incluindo a internação, 
para a população que dele necessitar e esteja 
impossibilitada de se locomover, inclusive para 
idosos abrigados e acolhidos por instituições 
públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e 
eventualmente conveniadas com o Poder Público, 
nos meios urbano e rural; 
- § 2.º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, 
gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso 
continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos 
relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. 
- § 3.º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde 
pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade. 
- Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades 
mentais é assegurado o direito de optar pelo tratamento de 
saúde que lhe for reputado mais favorável. 
- Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-
tratos contra idoso serão obrigatoriamente comunicados 
pelos profissionais de saúde a quaisquer dos seguintes 
órgãos: I - autoridade policial; II - Ministério Público; III - 
Conselho Municipal do Idoso; IV - Conselho Estadual do 
Idoso; V - Conselho Nacional do Idoso. 
- Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, 
que não possuam meios para prover sua subsistência, nem 
de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício 
mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica 
da Assistência Social - Loas. 
 - Estatuto do Idoso, Lei 10.741 de 1º de outubro de 2003 em 
seu artigo 3º acentua a obrigação da família, da sociedade e 
do poder público, assegurando ao idoso a efetivação do 
direito ao bem maior, assim como a saúde, educação, ao 
esporte, ao lazer, a cultura, ao trabalho, a cidadania, a 
liberdade, a dignidade, ao respeito e a convivência familiar e 
comunitária, enfim, o dever de cuidado, o qual se 
inobservado, gera uma conduta lesiva ao idoso. 
- Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando 
possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente 
perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à 
saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro 
de autoridade pública 
- Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, 
entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não 
prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei 
ou mandado 
- Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou 
psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas 
ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados 
indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo.

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