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Manual de Drenagem de Rodovias (2006) - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT)
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Manual de Drenagem de Rodovias 35 MT/DNIT/DPP/IPR Figura 3 - Variação de energia Ec min 45º Regime Rápido Regime Lento I > Ic h > h c h < h c I < Ic hc h 2g 2V O ponto de energia mínima define a altura h do regime crítico. Para se chegar às fórmulas do fluxo que traduzem este estado, adota-se o cálculo diferencial, anulando-se a derivada primeira de E em relação a h na equação (2.01), correspondente à energia mínima, e considerando-se que na seção transversal do fluxo, se T é a superfície livre do canal e A, sua área molhada, tem-se, dA = Tdh (Fig. 2). Daí, desde que Q é uma constante e V = Q/A , tem-se, para o mínimo desejado: dhtdh gA QdhdA gA Qh gA Qdh g VddE +−=+−=⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ +=⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ += 3 2 3 2 2 22 22 Fazendo-se 3 2 1 A Tx g Q dh dE −= ou, 0= dh dE , para se obter o mínimo, tem-se 01 3 2 =− A Tx g Q As grandezas do fluxo crítico são: Manual de Drenagem de Rodovias 36 MT/DNIT/DPP/IPR c c c T A h = Profundidade crítica ccc ghAQ = Vazão crítica Com a utilização de equação de continuidade a velocidade crítica será: cc ghV = A expressão ghV= define o numero de Froude, uma grandeza adimensional que define os escoamentos subcríticos e supercríticos. Correspondendo ao escoamento crítico tem- se F = 1. b) Quantificação da energia específica do fluxo crítico Substituindo-se na equação da energia específica. g VhE 2 2 += , o valor da velocidade pelo da velocidade crítica cc ghV = , resultará em: cc hE 2 3 = Esta equação é básica para o dimensionamento dos bueiros no regime crítico, como será visto mais adiante e poderá ser melhor entendida com a representação gráfica da Fig. 4. Figura 4 - Relação entre energia e profundidade críticas IC EC 2g 2V h = 2/3 Ec c Além de ser o tipo de fluxo que se dá com o mínimo de energia, o regime crítico acontece ao longo do bueiro funcionando como canal, pelo menos, em uma seção, exercendo o controle da capacidade hidráulica da obra, desde que a declividade seja igual ou superior à crítica e as restrições a jusante não limitem tal capacidade. c) Fórmulas empíricas que definem a velocidade nos canais. Manual de Drenagem de Rodovias 37 MT/DNIT/DPP/IPR Considerando a ocorrência de fluxo uniforme, pode-se estabelecer a correlação dos elementos de definição do escoamento com a declividade do canal. Essa última ligação só é possível através de fórmulas empíricas como a idealizada por Chezy ou a de Manning, esta, de longo uso, é definida pela expressão: n xIRV 2/13/2 = ou, de outra forma: 4/3 22 R nxV I = Onde: V = velocidade do canal; A = área molhada; R = raio hidráulico (A/P, área molhada dividida pelo perímetro molhado); I = gradiente hidráulico, considerado igual à declividade do canal se o fluxo é uniforme; n = coeficiente de rugosidade de Manning. Essa fórmula, interligando Q, V, A e I, embora empírica, tem sido largamente empregada em todo mundo, conduzindo a valores aceitáveis para o dimensionamento de sistemas de drenagem. d) Expressões das grandezas hidráulicas visando ao estabelecimento das fórmulas do regime crítico. Caso dos bueiros tubulares Os valores necessários ao projeto estão diretamente ligados ao nível do enchimento do respectivo conduto. Será demonstrado mais adiante que os cálculos a serem empregados ficarão sobremodo simplificados ao se utilizar o ângulo Ø como parâmetro representativo do referido enchimento (Fig. 5). Manual de Drenagem de Rodovias 38 MT/DNIT/DPP/IPR Figura 5 - Ângulo Ø T D N.A. D/2 d Ø Obtém-se sua ligação com o tirante d através da fórmula: D 2d1 2 Øcos −= Por outro lado, Área molhada; 2Dx 8 senØØA −= Perímetro molhado: Dx 2 ØP = Raio hidráulico: Dx θ4 ØsenØ p AR −== Largura da superfície livre do fluxo: 2 ØsenxDT = Profundidade hidráulica: Dx 2 Øsen8 ØsenØ T Ah −== O ângulo Ø será sempre expresso em radianos (rad), nas fórmulas utilizadas. Bueiros celulares Manual de Drenagem de Rodovias 39 MT/DNIT/DPP/IPR Para as fórmulas do escoamento uniforme serão utilizadas as expressões das grandezas hidráulicas consideradas na Fig. 6 Figura 6 - Grandezas hidráulicas de bueiros celulares H N.A. A d B onde: H = altura da seção do bueiro; B = base da seção; d = tirante; A = área molhada do fluxo; Pela figura, tem-se que: – área molhada: A = Bd – perímetro molhado: P = B + 2d – raio hidráulico: 2dB Bd P AR + == – profundidade hidráulica: d T Ah == e) As fórmulas do escoamento no regime crítico, usando as expressões das grandezas hidráulicas. Bueiros tubulares A vazão crítica é dada pela expressão: ccc hxgAQ = Substituindo-se a área molhada crítica pelo seu valor: Manual de Drenagem de Rodovias 40 MT/DNIT/DPP/IPR 2cc c Dx8 senØØ A − = e a profundidade hidráulica pelo seu valor: 2 Øsen8 senØØh c cc c − = ambos dados em d), obtém-se: Dx 2 Øsen8 senØØ gxDx 8 senØØ Q c cc2cc c −− = ou, finalmente: ( ) 2,5 c 1,5 cc c Dx 2 Øsen senØØx 512 gQ −= Velocidade crítica Para a velocidade crítica, em a): cc hxgV = Substituindo-se hc pelo seu valor definido em função do ângulo Ø tem-se: Dxg 2 Øsen8 senØØV c cc c − = Declividade crítica Como visto, no estudo das fórmulas representativas do regime crítico, foram estabelecidas as relações entre o tirante crítico e a vazão, e em conseqüência a velocidade. Para que aconteça o escoamento crítico no movimento uniforme é necessário que a superfície da lâmina d'água seja paralela ao fundo do canal e tenha altura igual ao tirante crítico correspondente à vazão em escoamento. Para se determinar a declividade que proporciona o escoamento em regime crítico lança- se mão da expressão de Manning no movimento uniforme: n IxRV // 2132 = Donde: Manual de Drenagem de Rodovias 41 MT/DNIT/DPP/IPR 34 22 / c c c R VxnI = Substituindo-se na expressão acima Ic, os valores de R representados por funções trigonométricas do ângulo Ø e de Vc dados no subitem anterior (velocidade crítica) tem- se: 4/3 c ccc cc2 c D 4Ø senØØ 1xDxg 2 Øsen8 senØØ nI ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − − = que simplificada torna-se: ( )3 cc c c c 2 c senØØ2D Øx 2 Øsen ØgxnI − = Bueiros celulares Para se obter as expressões da vazão, da velocidade e da declividade faz-se substituição nas fórmulas que constam do item a: ccc hxgAQ = , cc hxgV = e 4/3 c 2 c 2 c R Vxn I = pelos valores de A, h e R, resulta: 51, cc dxBxgQ = , cc dxgV = e ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ + = c c cc dxB dB dxgxnI 22 f) Simplificação das expressões do item anterior. Caso dos bueiros tubulares Efetuando-se as operações possíveis e indicadas, e tomando-se o valor para g = 9,81 m/s2, tem-se: ( ) 2,5 c 1,5 cc c Dx 2 Øsen senØØ0,138Q −= , em m3/s x c cc c D 2 θsen senθθ1,107V −= , em m/s onde: D = diâmetro interno, em m. Manual de Drenagem de Rodovias 42 MT/DNIT/DPP/IPR 3 cc c c1/3 c 2 c senØØ Ø 2 ØxsenD xØ7,786xnI − = , em m/m Tirante crítico De posse da expressão da vazão crítica em função do ângulo θ , ( ) 2,51,5 c cc c Dx 2 Øsen senØØ0,138Q −= , em m³/s e da expressão do ângulo Ø em função do tirante dc e do diâmetro D, ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ −= D d21cosarc2Ø cc a explicitação de dc em função de Qc ,obtida por ajustagem de curvas, leva às duas equações abaixo: D Q,d cc 5960= , em m para 900,D dc 〈 ( ) D,QD,xQ,d ccc 869478620233 55 −−= , em m para 6501 ,D d c 〉〉 Bueiros celulares Adotando-se n = 0,015 e g = 9,81 m/s2 e efetuando-se as operações indicadas, as fórmulas do item anterior se tornam passíveis da simplificação abaixo: 511323 ,cc dxB,Q = , em m³/s 50123 ,cc d,V = , em m/s 34 31 2 100220 / c / c c B d d ,I ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ += , em m/m Do item e (bueiros celulares), tem-se: 51, cc dxBxgQ = , em m³/s donde: 3232 1 / c /