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MUDE SUA VIDA! 
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SUMÁRIO 
TEORIA DO CRIME .............................................................................................................................. 2 
ESTADO DE NECESSIDADE ............................................................................................................... 2 
ESPÉCIES: EN DEFENSIVO X EN AGRESSIVO ................................................................................. 2 
ESPÉCIES: EN JUSTIFICANTE X EN EXCULPANTE .......................................................................... 2 
ESTADO DE NECESSIDADE RECÍPROCO ....................................................................................... 3 
LEGÍTIMA DEFESA ........................................................................................................................... 3 
CONCEITO .................................................................................................................................... 3 
CARACTERÍSTICAS ........................................................................................................................ 4 
EXERCÍCIOS ......................................................................................................................................... 5 
GABARITO ....................................................................................................................................... 6 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
2 
 
TEORIA DO CRIME 
ESTADO DE NECESSIDADE 
ESPÉCIES: EN DEFENSIVO X EN AGRESSIVO 
Essa	classificação	leva	em	consideração	a	relação	que	existe	entre	a	pessoa	possuidora	do	
bem	jurídico	sacrificado	e	a	situação	de	perigo	atual.	
O	 estado	de	necessidade	defensivo	 ocorre	quando	a	pessoa	que	 causou	a	 situação	de	
perigo	atual	é	a	que	tem	o	bem	jurídico	sacrificado.	
Por	exemplo,	“A”	salva	uma	criança	que	seria	atacada	pelo	cachorro	agressivo	de	“B”,	que	
acabara	de	escapar	da	coleira.		
Nesse	caso,	se	“A”	acaba	matando	o	cachorro,	será	uma	hipótese	de	estado	de	necessidade	
defensivo,	pois	“B”,	causador	da	situação	de	perigo,	sofrerá	o	sacrifício	de	seu	bem	jurídico.	
Por	 outro	 lado,	 o	 estado	 de	 necessidade	 agressivo	 é	 aquele	 em	 que	 o	 bem	 jurídico	
sacrificado	é	de	um	indivíduo	que	não	possui	qualquer	relação	com	a	situação	de	perigo.	
Por	exemplo,	“C”	para	desviar	de	um	carro	que	vinha	em	sua	direção	na	contramão,	joga	
seu	carro	na	calçada,	acertando	o	carro	estacionado	de	“D”.	
Nesse	segundo	exemplo,	“D”	não	tinha	qualquer	relação	com	a	situação	de	perigo,	mas	
teve	seu	bem	jurídico	(patrimônio)	atingido	pela	conduta	em	estado	de	necessidade	de	“C”.	
	
	
ESPÉCIES: EN JUSTIFICANTE X EN EXCULPANTE 
TEMA DE APROFUNDAMENTO 
Inicialmente,	é	importante	destacar	que	o	Código	Penal	brasileiro	adotou	a	teoria	unitária	
acerca	do	estado	de	necessidade,	ou	seja,	a	classificação	ora	apresentada	não	se	aplica	ao	Direito	
Penal.	
Contudo,	considerando	que	o	tema	é	recorrente	em	provas	de	concurso	público	de	nível	
mais	elevado,	essa	classificação	será	trabalhada	nesse	momento.	
OBS.:	O	Direito	Penal	Militar	adotou	a	 teoria	diferenciadora	do	estado	de	necessidade,	
assim,	especificamente	nesse	ramo,	admitem-se	ambas	as	modalidades.	
O	 estado	de	necessidade	 justificante	 ocorre	quando	o	bem	 jurídico	 sacrificado	 tem	
valor	igual	ou	inferior	ao	bem	jurídico	protegido.	
Nesse	caso,	será	uma	hipótese	de	exclusão	da	ilicitude.	
Por	 outro	 lado,	 o	 estado	 de	 necessidade	 exculpante	 ocorre	 quando	 o	 bem	 jurídico	
sacrificado	tem	valor	superior	ao	bem	jurídico	protegido.	
Nessa	segunda	classificação,	ter-se-ia	uma	hipótese	de	exclusão	da	culpabilidade.	
	
	
EN DEFENSIVO
O bem jurídico sacrificado é do 
indivíduo que causou a situação de 
perigo
EN AGRESSIVO
O bem jurídico sacrificado é de um 
indivíduo alheio à situação de 
perigo
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ESTADO DE NECESSIDADE RECÍPROCO 
É	 possível	 que,	 num	 caso	 concreto,	 duas	 ou	mais	 pessoas	 ajam,	 simultaneamente,	 em	
estado	de	necessidade,	umas	contra	as	outras.	
Tal	situação	é	conhecida	na	doutrina	como	estado	de	necessidade	recíproco.	
SITUAÇÃO	HIPOTÉTICA:	“A”	e	“B”,	sobreviventes	de	um	naufrágio,	disputam	um	único	
colete	salva-vidas.	
LEGÍTIMA DEFESA 
CONCEITO 
É	a	possibilidade	outorgada	pelo	Estado	(quando	impossível	sua	intervenção	tempestiva)	
ao	indivíduo	de	se	defender	de	uma	injusta	agressão	sofrida,	desde	que	aja	sem	excessos.	
O	art.	25	do	Código	Penal	traz	a	definição	de	legítima	defesa:	
Art.	 25	 do	 CP:	 Entende-se	 em	 legítima	 defesa	 quem,	 usando	
moderadamente	dos	meios	necessários,	repele	injusta	agressão,	atual	
ou	iminente,	a	direito	seu	ou	de	outrem.	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
SITUAÇÃO	HIPOTÉTICA:	“A”	é	agredido	fisicamente	por	“B”,	mas	por	ser	praticante	de	
artes	marciais,	consegue	imobilizar	e	deixar	inconsciente	seu	agressor.	
No	 caso	 concreto,	 “A”	 conseguiu	 repelir	 a	 injusta	 agressão	 de	 “B”,	 empregando	 meio	
proporcional	à	investida	ilícita	do	agente.	
 
EN
JUSTIFICANTE
Bem jurídico 
sacrificado tem valor 
igual ou inferior ao 
bem protegido
Exclusão da ilicitude
EN
EXCULPANTE
Bem jurídico 
sacrificado tem valor 
superior ao bem 
protegido
Exclusão da 
culpabilidade
Injusta agressão 
Legítima defesa 
A B 
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CARACTERÍSTICAS 
MUITO IMPORTANTE 
Sem	 dúvidas,	 a	 principal	 característica	 da	 legítima	 defesa	 é	 existência	 de	 uma	 injusta	
agressão	sofrida	pela	vítima.	
	
	
DICA: Em questões de concurso público, se for descrita uma situação em que 
o agente sofre uma injusta agressão, a hipótese de exclusão da ilicitude será a 
legítima defesa. 
Nas	 provas	 de	 concurso	 público,	 é	 bastante	 comum	 o	 examinador	 tentar	 confundir	 o	
candidato	com	as	causas	de	exclusão	da	ilicitude	relativas	ao	estado	de	necessidade	e	à	legítima	
defesa.	
Assim,	para	facilitar	o	aprendizado	e	evitar	a	“pegadinha”,	atente-se	para	as	expressões-
chave	de	cada	uma	das	hipóteses:	
	
	
A	injusta	agressão	que	autoriza	a	legítima	defesa	é	aquela	atual	ou	iminente,	ou	seja,	não	
é	 possível	 que	 o	 agente	 alegue	 a	 excludente	 de	 ilicitude	 preventiva,	 ou	 seja,	 que	 agiu	 para	
“garantir”	que	não	seria	agredido	futuramente.	
ATUALIZAÇÃO LEGISLATIVA: LEI ANTICRIMES (LEI Nº 13.964/19) 
A	legítima	defesa	pode	ser	própria	ou	em	favor	de	terceiro.	
Com	o	advento	da	Lei	Anticrimes,	tem-se	a	nova	redação	do	art.	25,	parágrafo	único,	do	CP:	
Art.	 25,	 Parágrafo	 único.	 Observados	 os	 requisitos	 previstos	
no caput deste	 artigo,	 considera-se	 também	 em	 legítima	 defesa	 o	
agente	 de	 segurança	 pública	 que	 repele	 agressão	 ou	 risco	 de	
agressão	 a	 vítima	 mantida	 refém	 durante	 a	 prática	 de	
crimes.											 (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)	
O	 dispositivo	 legal	 não	 inovou	 a	 jurisprudência	 dos	 Tribunais	 Superiores	 e	 apenas	
reafirmou	a	hipótese	de	legítima	defesa	de	direito	alheio	na	atuação	policial.	
De	toda	forma,	por	ser	uma	novidade,	é	possível	que	o	tema	seja	abordado	nas	próximas	
provas	de	concurso	público.	
	
LEGÍTIMA
DEFESA
Injusta 
agressão
LEGÍTIMA
DEFESA
Injusta 
agressão
ESTADO DE 
NECESSIDADE
Perigo 
atual
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Por	fim,	a	legítima	defesa	exige	que	o	indivíduo	faça	uso	moderado	dos	meios	necessários	
para	repelir	a	injusta	agressão.	
É	claro	que	o	juízo	de	valor	do	que	é	“uso	moderado”	vai	depender	das	circunstâncias	do	
caso	concreto.		
Contudo,	caso	o	agente	ultrapasse	os	limites	razoáveis	da	excludente	de	ilicitude,	deverá	
responder	pelo	excesso,	tema	que	será	estudado	em	outro	tópico.	
	
	
EXERCÍCIOS 
1. (VUNESP/2013	–	PC-SP	–	Atendente	de	Necrotério)	-	“A”,	querendo	causar	a	morte	de	
“B”,	descarrega	contra	esta	sua	arma	de	fogo,	atingindo-o	por	seis	disparos.	“B”,	socorrido	
por	 populares	 e	 levado	 ao	 pronto-socorro,	 é	 submetido	 à	 cirurgia	 de	 emergência	 e	
sobrevive.	Das	alternativasa	seguir,	assinale	a	correta,	acrescentando	ao	texto	dado	a	
seguinte	informação:	ao	perceber	que	“A”	estava	atirando	em	sua	direção,	“B”,	mesmo	
lesionado	pelos	disparos,	sacou	de	sua	arma	e	repeliu	a	agressão,	atingindo	mortalmente	
o	agressor. 	
a) “B”	não	praticou	crime,	pois	agiu	em	legítima	defesa.	
b) “B”	 praticou	homicídio	 culposo,	 em	 razão	de	 estar	 no	 estrito	 cumprimento	 do	dever	
legal.	
c) “B”	praticou	homicídio	culposo,	em	razão	de	estar	em	legítima	defesa.	
d) “B”	não	praticou	crime,	pois	agiu	no	exercício	regular	de	direito.	
e) “B”	não	praticou	crime,	pois	agiu	no	estrito	cumprimento	do	dever	legal	
	
2. (CESPE	–	PC-PB)	–	Ocorre	o	estado	de	necessidade	agressivo	quando	a	conduta	do	agente	
sacrifica	bens	de	pessoa	não	responsável	pela	situação	de	perigo.	
Certo	(			)	Errado	(			)	
 	
LEGÍTIMA 
DEFESA
Injusta 
agressão atual 
ou iminente
Próprio ou de 
terceiro
Uso moderado 
dos meios 
necessários
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3. (CESPE	–	ABIN)	–	Considere	a	seguinte	situação	hipotética.	Ana	estava	passeando	com	
seu	cão,	da	raça	pitbull,	quando,	por	descuido,	o	animal	soltou-se	da	coleira	e	atacou	uma	
criança.	Um	terceiro,	que	passava	pelo	local,	com	o	intuito	de	salvar	a	vítima	do	ataque,	
atingiu	o	cão	com	um	pedaço	de	madeira,	o	que	causou	a	morte	do	animal.	Nessa	situação	
hipotética,	ocorreu	o	que	a	doutrina	denomina	de	estado	de	necessidade	agressivo.	
Certo	(			)	Errado	(			)	
COMENTÁRIO DA QUESTÃO 01: A assertiva é a letra A. 
A questão descreve uma situação em que “B” sofreu uma injusta agressão de 
“A”, autorizando, portanto, a excludente de ilicitude denominada de legítima defesa. 
	
COMENTÁRIO DA QUESTÃO 02: A assertiva está correta. 
De fato, o estado de necessidade agressivo é aquele em que o bem jurídico 
sacrificado é de um indivíduo que não possui qualquer relação com a situação de 
perigo. 
	
COMENTÁRIO DA QUESTÃO 03: A assertiva está errada. 
A situação descrita no enunciado aponta que o bem jurídico sacrificado (o 
cachorro) pertence a Ana, que foi responsável pela situação de perigo. 
Dessa forma, tem-se a modalidade de estado de necessidade defensivo. 
GABARITO 
1. A	
2. Correto	
3. Errado