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Tópicos Especiais em Direito I – Profa. Dra. Fayga Bedê Agradecimento e crédito pelos slides: Me. Roberta Furtado WALTON, Douglas. LÓGICA INFORMAL. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012. AUTOR Douglas Walton É professor na Universidade de Windsor no Canadá. Acadêmico estudioso da área de argumentação, lógica, inteligência artificial e raciocínio evidencial em lei. *Fontes http://www1.uwindsor.ca/crrar/douglas-walton http://www.dougwalton.ca/ LÓGICA INFORMAL CAPÍTULO 01 – O ARGUMENTO COMO DIÁLOGO RACIONAL 1.1 Tipos de diálogo argumentativo 1.2 Componentes do diálogo argumentativo 1.3 Diálogo Persuasivo (discussão crítica) 1.4 Regras negativas de diálogo persuasivo 1.5 Algumas falácias informais mais importantes 1.6 A perspectiva crítica 04/09/2020 3 CAPÍTULO 01 – O ARGUMENTO COMO DIÁLOGO RACIONAL LÓGICA FORMAL LÓGICA INFORMAL Distingue os argumentos válidos ou inválidos segundo a sua forma. A validade depende do conteúdo das premissas e da conclusão. Não necessita das referências ao auditório e ao contexto. Necessita das referências ao auditório e ao contexto. Impessoal, não implica a discussão de pontos de vista. Destina-se a persuadir um auditório sem que este seja forçado a aceitar. LÓGICA INFORMAL Estuda argumentos cuja validade não depende exclusivamente da sua forma lógica, mas também do conteúdo da argumentação. ARGUMENTAÇÃO INFORMAL A verdade da premissa torna provável a verdade da conclusão, mas é possível a sua falsidade. Quanto maior for a probabilidade da conclusão ser verdadeira, mais forte é o argumento. LÓGICA INFORMAL Não estuda os argumentos apenas do seu ponto de vista formal, mas também do ponto de vista do seu conteúdo. OU SEJA: Teoria Lógica “Enfatiza as relações semânticas, ou seja, as relações entre conjuntos de proposições verdadeiras ou falsas”. (p.1) Validade ou invalidade das proposições que constituem o argumento. Pragmática Lógica “É o uso que o argumentador faz das proposições com o objetivo do diálogo ao argumentar com um segundo participante”. (p.2) Uso racional das proposições num diálogo, com um objetivo. Por exemplo, convencer alguém de seu raciocínio refutando a ideia do outro. TEORIA LÓGICA x PRAGMÁTICA LÓGICA EXEMPLO – Anedota do Marinheiro Não ficou clara qual era a argumentação; Não ficou clara qual era a verdadeira questão; É um problema da pragmática lógica, fatores importantes de um diálogo podem ficar obscuros, ambíguos e imprecisos; O argumento deve ser usado da melhor forma possível para que seja claro; Cada argumento deve ser considerado de acordo com o contexto do ambiente de diálogo. 1.1 TIPOS DE DIÁLOGO ARGUMENTATIVO Diálogo: Troca de perguntas e respostas entre duas partes. Objetivo do diálogo: Cada participante do diálogo busca realizar seu próprio objetivo, mas também coopera para que o outro atinja seu objetivo. 1. Altercação pessoal (pior tipo de argumento): Contexto do diálogo que ocorre quando há perda da racionalidade: uma das partes quer vencer a discussão a qualquer custo e ataca a pessoa do argumentador, de forma agressiva, em vez de atacar o argumento. (Ataque ad hominem) 1.1 TIPOS DE DIÁLOGO ARGUMENTATIVO 2. Debate Forense: Há regras que determinam quando e por quanto tempo cada argumentador irá falar. Depois há o julgamento por uma plateia ou por um juiz que vai determinar quem foi o vencedor. Lances falaciosos são valorizados como boa tática de debate. 3. Diálogo Persuasivo/ Discussão Crítica (mais significativo): Cada argumentador tem uma tese para provar. O objetivo é persuadir o outro argumentador com a sua tese, provando a sua própria tese. Dois tipos de prova: Prova interna Prova externa 1.1 TIPOS DE DIÁLOGO ARGUMENTATIVO 4. Investigação: As premissas são proposições reconhecidamente verdadeiras e aceitas como informação confiável por todas as partes da investigação. Pretende obter incrementos de conhecimento. Tipo cumulativo de diálogo. Parte de uma posição inicial na qual há falta de conhecimento, em busca de sua superação. 5. Diálogo de Negociação: O objetivo é o ganho pessoal por meio da barganha. É um diálogo competitivo e não tem compromisso com a verdade. Troca de concessões que satisfaz os dois participantes. 1.1 TIPOS DE DIÁLOGO ARGUMENTATIVO 6. Procura de Informação: Uma das partes tem o objetivo de descobrir informações que a outra parte supostamente tem. 7. Procura de Ação: O objetivo de uma parte é fazer com que a outra siga um curso de ação determinado. 8. Diálogo Educacional: Uma parte tem o objetivo de transmitir conhecimento para outra parte. No caso, professor e aluno. 1.2 COMPONENTES DO DIÁLOGO ARGUMENTATIVO REGRAS DE DIÁLOGO Regras de Locução Regras de Diálogo Regras de Comprometimento Regras Estratégicas “Todo diálogo surge de um problema, de uma diferença de opinião ou de assunto a ser resolvido que tenha dois lados.” (p.14) ESTÁGIOS DO DIÁLOGO a) ESTÁGIO DE CONFRONTAÇÃO O tema deve ser anunciado. b) ESTÁGIO DE ARGUMENTAÇÃO A obrigação de cada parte é atingir o objetivo do diálogo, ou contribuir para isso, através do cumprimento de métodos apropriados. c) ESTÁGIO FINAL O objetivo do diálogo já foi atingido ou os participantes concordaram com o fim do diálogo. 1.2 COMPONENTES DO DIÁLOGO ARGUMENTATIVO 1.2 COMPONENTES DO DIÁLOGO ARGUMENTATIVO REQUISITOS GERAIS DOS ESTÁGIOS DO DIÁLOGO REGRAS DE PERTINÊNCIA Exigem que o participante não se desvie do objetivo do estágio. REGRAS DE COOPERAÇÃO Exigem que o participante responda às perguntas de maneira cooperativa. REGRAS DE NÍVEL DE INFORMAÇÃO Exigem que cada participante adapte seus argumentos ao que a outra parte sabe ou não sabe. 1.3 DIÁLOGO PERSUASIVO (DISCUSSÃO CRÍTICA) DIÁLOGO PERSUASIVO SIMÉTRICO Os dois participantes têm o mesmo tipo de obrigação. DIÁLOGO PERSUASIVO ASSIMÉTRICO Cada participante tem um tipo diferente de obrigação. DIÁLOGO PERSUASIVO O objetivo é provar uma tese para resolver uma questão. A obrigação é o ônus da prova – o participante tem obrigação de provar alguma coisa. 1.3 DIÁLOGO PERSUASIVO (DISCUSSÃO CRÍTICA) ARGUMENTO DEDUTIVAMENTE VÁLIDO Se as premissas forem verdadeiras, a conclusão tem de ser verdadeira. ARGUMENTO INDUTIVAMENTE FORTE Se as premissas forem verdadeiras, então é provável que que a conclusão seja verdadeira. ARGUMENTO INTRINSECAMENTE FRACO (ARGUMENTO PLAUSÍVEL) Se as premissas são plausivelmente verdadeiras, então a conclusão é plausivelmente tão verdadeira quanto a premissa menos plausível. *Função: Transferir o ônus da prova 1.4 REGRAS DO DIÁLOGO PERSUASIVO Regras positivas Propiciam um bom diálogo persuasivo, um diálogo ideal em relação ao qual os casos particulares de argumentação podem ser julgados. Regras Negativas Exprimem proibições. 1.4 REGRAS NEGATIVAS DO DIÁLOGO PERSUASIVO FALÁCIAS INFORMAIS São falhas ou erros na argumentação. Estratégias de argumentação enganosas, baseadas em erro básico e sistemático do diálogo racional. Inclui argumentos fracos ou incompletos. Significa que o argumento tem um sério erro de lógica ou se baseia em uma falha fundamental de raciocínio. Podem ser completamente refutadas. 04/09/2020 19 1.5 ALGUMAS FALÁCIAS INFORMAIS MAIS IMPORTANTES FALÁCIA DE PETIÇÃO DE PRINCÍPIO FALÁCIA DE PERGUNTAS MÚLTIPLAS FALÁCIA DE IGNORATIO ELENCHI FALÁCIA ARGUMENTUM AD BACULUM FALÁCIA ARGUMENTUM AD MISERICORDIAM FALÁCIA ARGUMENTUM AD POPULUM FALÁCIA ARGUMENTUM AD HOMINEM 04/09/2020 20 1.5 ALGUMAS FALÁCIAS INFORMAIS MAIS IMPORTANTES (continuação) A FALÁCIA DA DIVISÃO A FALÁCIA DA COMPOSIÇÃO A FALÁCIA DA LADEIRA ESCORREGADIA A FALÁCIA POST HOC ERGO PROPTER HOC A FALÁCIA ARGUMENTUM AD IGNORANTIAM A FALÁCIA DO ESPANTALHO FALÁCIA ARGUMENTUM AD VERECUNDIAM As regras do diálogo racional não devem ser rígidas a ponto de excluir a livre argumentação. A argumentação racional tem como característica um aspecto competitivo porque cada argumentador procura persuadir uma plateia ou outro argumentador. 1.6 A PERSPECTIVA CRÍTICA
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