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Anamnese no idoso

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SEMIOLOGIA NA SAÚDE DO IDOSO 
 
A anamnese do idoso (ou geriátrica) apresenta peculiaridades e especificidades que 
deverão ser seguidas e respeitadas, pois há diferenças entre as várias etapas do 
desenvolvimento humano. É necessário ter conhecimento sobre as alterações decorrentes 
da senescência, bem como identificar os efeitos da senilidade para direcionar 
adequadamente a história clínica. Muitas vezes a anamnese é mediada pelo cuidador e a 
relação estabelecida na consulta deve ser composta entre médico-cuidador -idoso- equipe 
de saúde. 
A avaliação da pessoa idosa nos serviços de Atenção Básica tem por objetivo a 
avaliação global com ênfase na funcionalidade. A presença de declínio funcional pode 
sugerir a presença de doenças ou alterações ainda não diagnosticadas. É por meio dessa 
avaliação que se pode fazer um balanço entre as perdas e os recursos disponíveis para 
sua compensação. 
Deve-se fazer uma ampla avaliação dos antecedentes diagnósticos, com ênfase nas 
doenças crônicas que se mantêm ativas. Dada sua prevalência, devem ser sempre 
investigadas sistematicamente, para serem descartadas: 
1. afecções cardiovasculares, em especial doença hipertensiva; 
2. diabetes e suas complicações; 
3. déficits sensoriais (auditivo e visual); 
4. afecções osteoarticulares; 
5. déficits cognitivos. 
 
Há diferenças nos elementos que compõe a anamnese habitual e quando 
comparada ao rastreio de condições especificas do idoso. Os itens abaixo compõem a 
anamnese e têm características específicas que devem ser compreendidas: 
Identificação: Nome, idade, sexo, raça, data e local de nascimento, local de moradia, nome 
dos pais, estado civil, religião e ocupação (se aposentado, no que trabalhou). 
Informante: quem informa e como informa sobre o idoso (com desenvoltura mostrando 
familiaridade ou com dados muito pobres e pouco robustos) 
 
Queixa e duração: pode não haver nas consultas de puericultura. Nas palavras do 
informante ou paciente, de modo sucinto, sem interferências. 
 
História da Moléstia Atual (HMA): quando o motivo da consulta é uma queixa específica. 
Caracterização da queixa (tempo de ocorrência, frequência, intensidade, fatores 
associados, fatores de melhora e de piora) e detalhamento cronológico dos fatos. 
 
Interrogatório sobre os diversos aparelhos (ISDA): realizado por meio das informações 
colhidas pelo paciente, mas quando não for possível, faz-se somente a Revisão de 
Sistemas por meio do informante confiável, aquele que realmente cuida do idoso. 
Reconhecer os dados de interesse epidemiológico, social, vulnerabilidade e proteção do 
idoso. 
 
Antecedentes pessoais e familiares: devem ser registrados todos os fatos que tenham 
relação direta com a doença atual e, também, aqueles que confiram ao paciente 
susceptibilidade maior para o desenvolvimento de outras doenças. Em relação aos 
antecedentes pessoais, devem ser abordados, rotineiramente, os seguintes tópicos: 
Suporte social (quem auxilia ou cuida, com qual frequência e qual o grau de parentesco); 
sobrecarga do cuidador; atividades que costuma realizar (hobby por exemplo, alguns idosos 
deixam de fazer atividades ou por debilidade [incontinência urinária é uma causa comum 
deste fato] ou por que a família entende que seja perigoso e arriscado ele manter tais 
hábitos). 
Com a ocorrência da transição epidemiológica e demográfica, temos os idosos vivendo 
mais e apresentando por consequência maiores morbidades associadas, estas por sua vez, 
são crônicas, como hipertensão, diabetes e as doenças degenerativas do tipo Alzheimer, 
Parkinson, e outras demências. Além dos quadros de acidentes vasculares cerebrais. 
Porém são pontos importantes no momento da anamnese para identificação das doenças: 
• Multimorbidades; 
• “Fenômeno do iceberg” – 5 grandes “IS” da geriatria 
• Polifarmácia; 
• Perda funcional; 
• Apresentações atípicas. 
 
Sobre os 5 grandes “IS” da Geriatria, são eles a saber: 
▪ Instabilidade Cerebral; 
▪ Imobilidade; 
▪ Instabilidade postural; 
▪ Incontinências urinária/fecal; 
▪ Iatrogenias; 
 
OBS: Polimedicação também chamada de Polifarmácia, é a administração de vários medicamentos 
diferentes concomitantemente e em tratamento prolongado (mais de 3 meses) a um paciente. Considera-
se que um paciente está polimedicado quando o número de medicamentos que toma diariamente é 
superior a cinco, tendo os estudos sido efetuados sobretudo em pessoas de 3ª idade, vivendo em lares 
para idosos. Outros autores incluem na polimedicação os casos em que a medicação, apesar de inferior 
a 5, inclui medicamentos desnecessárias para esse paciente. 
 
Hábitos/Rotina de Vida: rotina de vida e os aspectos relacionados a atividades que ainda 
realiza (para mulheres: pintura, crochê, se participa de alguma ONG; homens: jogos como 
bocha, encontro com amigos, participação em grupos religiosos, para ambos frequentar 
bailes da terceira idade), Fumar; Etilismo. 
 
Condições socioeconômicas e culturais: renda Familiar e neste caso quem controla a 
renda ou vive dela. Tipo de casa que vive, saneamento básico etc. 
 
Os diferenciais que devem ser abordados e não estão contemplados acima 
encontram-se no quadro a seguir, lembrando que como explicado e direcionado pela 
Atenção Básica, esta avaliação tem a finalidade de servir como instrumento de rastreio para 
o generalista, identificado alguma fragilidade durante o rastreio, deve-se realizar o 
encaminhamento para o especialista, caso o profissional não se sinta seguro de manejar o 
caso. 
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FÍSICA DO IDOSO 
 
A avaliação da capacidade física pode ser feita por meio dos seguintes testes: 
 
■ Timed up and go test: avalia o equilíbrio, o risco de quedas e a capacidade funcional de 
idosos. O paciente fica sentado em uma cadeira sendo instruído a levantar-se, andar tão 
rapidamente quanto possível e com segurança por uma linha reta de 3 m de comprimento 
no chão (pode-se usar simples fitas adesivas para desenhar essa linha) e retornar à posição 
sentada inicial. Considera-se normal o tempo de percurso de até 10 s para adultos 
saudáveis, independentes e sem risco de quedas; entre 11 e 20 s para idosos frágeis ou 
com deficiências, com independência parcial e com baixo risco de quedas; acima de 20 s 
é indicativo de déficit importante da mobilidade física e risco de quedas 
 
■ Força de preensão palmar (handgrip): este teste é utilizado para avaliação da força 
muscular. O idoso fica sentado em uma cadeira, com os ombros posicionados em posição 
neutra e o cotovelo do membro a ser medido flexionado em 90°, com o antebraço em 
rotação neutra. Deve então ser instruído a apertar com a maior força possível o 
dinamômetro em três tentativas, com 1 min de descanso entre elas, considerando-se para 
acompanhamento a maior medida. Ainda não existe consenso quanto a valores de 
referência, mas são baseados no índice de massa corporal (IMC), na idade e no sexo. A 
maioria dos autores considera o ponto de corte para perda de força muscular inferior a 30 
kg para homens e inferior a 20 kg para mulheres. A força de preensão palmar é um 
parâmetro muito importante para o acompanhamento evolutivo do idoso. 
 
■ Velocidade de marcha: é um parâmetro de grande relevância em geriatria por ser 
preditor de eventos adversos e estar associado à estimativa de sobrevida em idosos, sendo 
um teste de fácil aplicação que exige apenas um local adequado para avaliação e 
cronômetro. Marca-se no solo uma distância de 4 m e solicita-se ao indivíduo que caminhe 
na sua velocidade habitual o percurso demarcado. O teste é realizado 3 vezes, e o 
cronômetro é acionado quando o pé do avaliado ultrapassa a linha de início. A partir dos 
tempos cronometrados, obtém-se a média para avaliação. Considera-se o ponto de corte 
de 0,8 m/s. Velocidade de marcha inferior a esse valor mostrou associação com menor 
sobrevida em idosos. 
AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO IDOSO 
É necessáriocompreender e interpretar os achados referente a avaliação funcional 
do idoso que está avaliando. Para isso precisa compreender ao final da atividade que o 
conceito de independência engloba capacidade física e cognitiva. 
• Capacidade funcional: capacidade de manter as habilidades físicas e mentais 
necessárias para uma vida independente e autônoma 
• Autonomia: capacidade de gerir a própria vida, tomando decisões e alcançando 
objetivos determinados 
• Independência: capacidade de realizar tarefas rotineiras sem auxílio, como limpar 
o quarto ou caminhar. 
• Atividades básicas de vida diária (ABVDs): tomar banho, escovar os dentes, 
vestir-se, por exemplo, atividades necessárias para o autocuidado. 
• Atividades instrumentais de vida diária (AIVDs): ir ao banco, fazer compras, 
atividades necessárias para uma vida independente na comunidade. 
 
A avaliação funcional começa com a observação do paciente antes mesmo de sua 
entrada no consultório. Pois neste momento pode-se observar como ele realiza 
transferências, dificuldades auditivas e visuais. 
 
CRITÉRIOS DE KATZ 
Avaliação funcional de seis funções: 
 
• ALIMENTAÇÃO: a função "ALIMENTAR-SE" relaciona-se ao ato de dirigir a comida do prato 
(ou similar) à boca. O ato de cortar alimentos ou prepará-los está excluído da avaliação. 
Dependentes são as pessoas que recebem qualquer assistência pessoal. Aqueles que não se 
alimentam sem ajuda ou que utilizam sondas para se alimentarem são considerados 
dependentes. 
• VESTIR: Para avaliar a função "VESTIR-SE" considera-se o ato de pegar as roupas no armário, 
bem como o ato de se vestir propriamente dito, incluindo-se botões, fechos e cintos. Calçar 
sapatos está excluído da avaliação. 
• BANHO: A avaliação da atividade "BANHAR-SE" é considerada em relação ao uso do chuveiro, 
da banheira e ao ato de esfregar-se em qualquer uma dessas situações. 
• BANHEIRO: A função “USAR O BANHEIRO” compreende o ato de ir ao banheiro para 
excreções, higienizar-se e arrumar as próprias roupas. Dependentes são aqueles que recebem 
qualquer auxílio direto ou que não desempenham a função, incluindo o uso de "papagaios" ou 
"comadres"(neste caso considerar como ajuda total). 
• TRANSFERÊNCIA: A função "TRANSFERÊNCIA" é avaliada pelo movimento desempenhado 
pelo idoso para sair da cama e sentar-se em uma cadeira e vice-versa. Dependentes são as 
pessoas que recebem qualquer auxílio (parcial ou total) em qualquer das transferências. 
• CONTINÊNCIA: O termo "CONTINÊNCIA" refere-se ao ato inteiramente autocontrolado de 
eliminação de urina e fezes. A dependência está relacionada à presença de incontinência total 
ou parcial em qualquer uma das funções. Qualquer tipo de controle externo como enemas, 
cateterização ou uso regular de fraldas caracteriza a pessoa como dependente (neste caso 
avaliar a necessidade de auxílio para a realização de um desses procedimentos). 
 
ESCALA DE KATZ 
 
6 Independente em TODAS as funções 
5 Independente em CINCO funções e dependente em UMA função 
4 Independente em QUATRO funções e dependente em DUAS funções 
3 Independente em TRÊS funções e dependente em TRÊS funções 
2 Independente em DUAS funções e dependente em QUATRO funções 
1 Independente em UMA função e dependente em CINCO funções 
0 Dependente em TODAS as funções 
 
Fonte: Katz S, Dowms T, Cash H, Grotz RC. Progress in development of the index of ADL. 
Gerontologist 1970;10(1):20-30. 
 
CRITÉRIOS DE LAWTON 
 
As questões investigam a capacidade do indivíduo em realizar ou não as tarefas propostas 
e, se o faz com ajuda de outra pessoa. Aplica-se o questionário assinalando a resposta 
correspondente. 
As alternativas são: 
• SEM AJUDA: o idoso consegue realizar a atividade sem nenhum auxílio = 03 PONTOS 
• COM AJUDA PARCIAL: o idoso só consegue realizar a atividade se receber auxílio 
parcial de outra pessoa = 02 PONTOS 
• NÃO CONSEGUE: o idoso depende totalmente de outra pessoa para o desempenho da 
atividade = 01 PONTO 
 
1 O (a) Sr(a) consegue usar o telefone? 
( ) SEM AJUDA ( ) COM AJUDA PARCIAL ( ) NÃO CONSEGUE 
 
2 O(a) Sr(a) consegue ir a locais distantes, usando algum transporte, sem necessidade de 
planejamentos especiais? 
( ) SEM AJUDA ( ) COM AJUDA PARCIAL ( ) NÃO CONSEGUE 
 
3 O(a) Sr(a) consegue fazer compras? 
( ) SEM AJUDA ( ) COM AJUDA PARCIAL ( ) NÃO CONSEGUE 
 
4 O(a) Sr(a) consegue preparar suas próprias refeições? 
( ) SEM AJUDA ( ) COM AJUDA PARCIAL ( ) NÃO CONSEGUE 
 
5 O(a) Sr(a) consegue arrumar a casa? 
( ) SEM AJUDA ( ) COM AJUDA PARCIAL ( ) NÃO CONSEGUE 
 
6 O(a) Sr(a) consegue fazer trabalhos manuais domésticos, como pequenos reparos? 
( ) SEM AJUDA ( ) COM AJUDA PARCIAL ( ) NÃO CONSEGUE 
 
7 O(a) Sr(a) consegue lavar e passar sua roupa? 
( ) SEM AJUDA ( ) COM AJUDA PARCIAL ( ) NÃO CONSEGUE 
 
8 O (a) Sr(a) consegue tomar seus remédios na dose e horários corretos? 
( ) SEM AJUDA ( ) COM AJUDA PARCIAL ( ) NÃO CONSEGUE 
 
9 O (a) Sr(a) consegue cuidar de suas finanças? 
( ) SEM AJUDA ( ) COM AJUDA PARCIAL ( ) NÃO CONSEGUE 
 
 
Pontuação: 
09 = totalmente dependente 
10 a 15 = dependência grave 
16 a 20 = dependência moderada 
21 a 25 = dependência leve 
25 a 27 = independência 
Independente para TODAS as atividades. 
AVALIAÇÃO COGNITIVA DO IDOSO 
 
Com o aumento da longevidade é natural que problemas de saúde que antes não 
ocorriam ou eram desconhecidos comecem a surgir. As alterações cognitivas quando 
diagnosticada precocemente permitem que o idoso e sua família organize-se para manter 
em certo grau a qualidade de vida e segurança. É necessário lembrar que nem todo 
Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) tornar-se-á em algum momento um quadro 
demencial. 
 
Pontos chaves devem direcionar a avaliação cognitiva do idoso, por exemplo: 
• Memória (tem apresentado esquecimentos? O que costuma esquecer? Os esquecimentos 
têm piorado? Tem-se observado muito repetitivo?) 
• Orientação (esquece datas ou se confunde com elas? Tem se perdido em locais 
conhecidos? Apresentou episódios em que não reconhecia onde estava, apesar de estar 
em ambiente familiar?) 
• Habilidades para realizar tarefas rotineiras (tem se atrapalhado nas atividades que 
fazia antes sem dificuldades? Quais atividades?) 
• Linguagem (tem apresentado dificuldade para se lembrar das palavras e nomear objetos? 
Tem dificuldade para compreender as falas e as orientações?) 
• Comportamento (apresenta alteração do comportamento? Passou a apresentar condutas 
pessoais ou sociais inadequadas? Quais?) 
 
Atualmente, usam-se diversas ferramentas auxiliares para o raciocínio clínico e 
diagnóstico de rastreio, a fim de quando necessário encaminhar ao especialista. Nesse 
momento o médico deve informar o paciente que será aplicado testes de cognição e 
explicar como será esse teste. Os testes mais usados pelos médicos generalistas estão 
abaixo descritos. 
 
AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL RÁPIDA DO IDOSO 
Área Avaliação Breve Encaminhamento 
Cognição e Memória 
Solicitar à pessoa idosa que repita o nome 
dos objetos: CARRO – VASO – TIJOLO 
 
Nutrição 
O(a) Sr(a) perdeu mais de 4 kg no último ano, 
sem razão específica? 
Peso: __ kg / Altura: __ m / IMC: __ kg/m2 
Refere perda de peso ou 
apresenta IMC alterado nos 
extremos (desnutrição ou 
obesidade). 
Encaminhar ao nutricionista 
Visão 
O/a Sr/a tem dificuldade para dirigir, ver TV 
ou fazer qualquer outra atividade de vida 
diária devido a problemas visuais? 
 Se sim, aplicar o cartão de Jaeger: 
OD:______ OE:______ 
Se houver incapacidade de ler 
além de 20/40 no cartão de 
Jaeger. 
Encaminhar ao oftalmologista 
Audição 
Aplicar o teste do sussurro. A pessoa idosa 
responde a pergunta feita? 
OD: ______ OE: ______ 
Se não, verificar a presença de cerume. 
OD: _____ OE: _____ 
Na ausência de cerume e caso 
a pessoa idosa não responda 
ao teste. 
Encaminhar para o 
otorrinolaringologista. 
Cognição e Memória 
Solicitar à pessoa idosa que repita o nomedos objetos citados na primeira pergunta 
(CARRO – VASO – TIJOLO). 
Se for incapaz de repetir, 
aplique o MEEM, teste do 
relógio. Em algumas situações 
o teste de fluência verbal e o 
questionário de Pfeffer. 
Incontinência 
O(a) Sr(a), às vezes, perde urina ou fica 
molhado/a? 
Se sim, quantas vezes? 
Isso provoca algum incomodo ou embaraço? 
Definir quantidade e frequência. 
Pesquisar a causas. 
Humor e Depressão 
O(a) Sr(a) se sente triste ou desanimado/a 
frequentemente? 
Se sim, aplicar a Escala de 
Depressão Geriátrica 
Função dos MMSS 
Proximal: Ver se a pessoa idosa é capaz de 
tocar a nuca com ambas as mãos. 
Distal: Ver se a pessoa idosa é capaz de 
apanhar um lápis sobre a mesa com cada 
uma das mãos e colocá-lo de volta. 
Incapacidade de realizar o teste 
ou de fazer exame completo 
dos MMSS. Atenção para dor, 
fraqueza muscular e limitação 
de movimentos. 
Considerar possibilidade de 
encaminhar à fisioterapia. 
Função dos MMII 
Ver se a pessoa idosa é capaz de: 
• Levantar-se da cadeira 
• Caminhar ao menos 3,5m 
• Voltar e sentar-se 
 
Atenção para dor, amplitude de movimentos, 
equilíbrio e avaliação da marcha. 
Incapacidade de realizar o teste 
ou de fazer exame completo 
dos MMII. Atenção para dor, 
fraqueza muscular e limitação 
de movimentos. Aplicar escala 
de avaliação do equilíbrio e da 
marcha de Tinneti e MIF. 
Considerar possibilidade de 
encaminhar à fisioterapia. 
Atividades 
Diárias 
Sem auxílio, o(a) Sr(a) é capaz de: 
• Sair da cama? 
• Vestir-se? 
• Preparar suas refeições? 
• Fazer compras? 
 
Se não: Determinar as razões da 
incapacidade (comparar limitação física com 
motivação), solicitar informações junto aos 
familiares. 
Na presença de limitações, 
instituir intervenções de saúde, 
sociais e ambientais 
apropriadas. 
Aplicar escala de avaliação de 
MIF, de Katz e escala de 
Lawton. 
Domicílio 
Na sua casa há: 
• Escadas? 
• Tapetes soltos? 
• Corrimão no banheiro? 
SIM para escada ou tapete e 
 NÃO para corrimão 
Avaliar a segurança domiciliar e 
instituir adaptações necessárias 
Quedas Quantas vezes? Teve fraturas? Orientar prevenção 
Suporte Social 
• Alguém poderia ajudá-lo(a) caso 
fique doente/incapacitado? 
• Quem poderia ajudá-lo(a)? 
• Quem seria capaz de tomar 
decisões? 
Identificar a família/rede de 
pessoas que possam apoiá-
lo/a. Realizar APGAR de família 
e ECOMAPA. 
 
 
 
TESTE DO RELÓGIO 
 
 
 
1º - colocar os números no lado interno da circunferência 
2º - colocar os ponteiros às 2h45min, pois deve-se observar o ponteiro maior e 
menos se estão congruentes 
 
 
MINI EXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM) 
O Mini Exame do Estado Mental (MEEM) é o teste de aplicação simples que abrange 
as funções cognitivas: atenção (temporal e espacial); memória (imediata e evocação); 
atenção e cálculo; linguagem; e capacidade de construção espaço-visual. 
A pontuação varia de 0 a 30 (sendo 0 = paciente não consegue acertar nenhuma das 
questões e 30, o paciente acertou todas, portanto, apresenta cognição normal). Como 
evidenciado por inúmeros autores, a escolaridade interfere de forma significativa nos 
resultados. 
Então, os valores de corte para a normalidade são interpretados de acordo com a 
faixa de escolaridade: 
 
• 17 para analfabetos 
• 22 para escolaridade entre 1 – 4 anos 
• 24 para escolaridade entre 5 – 8 anos 
• 26 para escolaridade de 9 anos ou mais. 
 
 
 
 
É importante lembrar que idosos que apresentam quadro de caráter depressivo, 
podem por consequência apresentar perda de memória, não necessariamente relacionados 
a demência, mas sim a distimia. Por isso é sempre importante, aplicar teste de rastreio para 
depressão, o mais utilizado é a escala de depressão no idoso (GDS, geriatric depression 
scale). 
OBS: DISTIMIA - No DSM-4 distimia é um estado grave de depressão crônica, que persiste por pelo menos dois anos 
(ou um ano para crianças e adolescentes). A distimia é menos aguda e severa do que o transtorno depressivo maior. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/DSM-5
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_depressivo_maior
Instrumentos de fácil aplicação para a identificação de casos podem ajudar o médico 
a identificar casos e iniciar o tratamento mais precocemente. O instrumento mais 
frequentemente utilizado é a escala de depressão em geriatria (GDS, do 
inglês GERIATRIC DEPRESSION SCALE). A GDS é um instrumento para avaliação de 
sintomas depressivos em idosos: é de fácil aplicação e implica respostas dicotômicas 
(sim/não). Apesar de suas perguntas serem simples, não se recomenda sua aplicação a 
pacientes com déficit cognitivo. Entre os sintomas pesquisados, não há inclusão de 
sintomas somáticos, que poderiam ser confundidos com sintomas de doenças físicas. A 
versão original da escala foi desenvolvida com 30 itens, e posteriormente surgiram as 
versões mais curtas. A versão de 15 itens que apresenta boas propriedades psicométricas 
e ponto de corte para depressão igual ou superior a 5 pontos. 
Após a identificação do caso, o paciente deve ser encaminhado para tratamento 
efetivo. Mesmo quando a depressão é tratada, se não houver um acompanhamento 
adequado, há possibilidade de remissão incompleta.

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