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Julia S. Crescencio/P3 ASMA Distúrbio inflamatório crônico que causa episódios de chiado, falta de ar, sensação de aperto no peito, e tosse, especialmente à noite e/ou nas primeiras horas da manhã. ● Obstrução intermitente e reversível das VA ● Inflamação crônica dos brônquios com eosinófilos ● Hipertrofia e hiperreatividade das células do músculo liso dos brônquios ● Aumento da secreção mucosa Patogenia ● Predisposição genética à hipersensibilidade tipo I (atopia) ● Inflamação aguda ou crônica das VA ● Hiperresponsividade brônquica a variados estímulos A asma pode ser atópica (evidência de sensibilização a alérgeno) ou não atópica. Os episódios de broncoespasmo podem ser desencadeados por infecções respiratórias, irritantes aéreos, ar frio, estresse e exercício. Forma atópica clássica: ativação excessiva da célula TH2. Essas produzem IL-4 e IL-3 (estimulando a produção de IgE), IL-5 (ativa eosinófilos), IL-13 (estimula a produção de muco). A IgE recobre os mastócitos submucosos que, ao serem expostos ao alérgeno, liberam os conteúdos de seus grânulos. Os mediadores derivados dos mastócitos produzem a reação inicial/imediata e a tardia. A inicial é marcada por broncoconstrição (histamina, prostaglandina D2, leucotrienos LTC4, D4 e E4 e vias neurais reflexas) aumento de muco e vasodilatação. A tardia possui natureza inflamatória. Mediadores estimulam as células epiteliais a produzirem quimiocinas (como a eotaxina, quimioatraente e ativador de eosinófilos), promovendo o recrutamento de TH2, eosinófilos e outros leucócitos. A inflamação recorrente gera remodelamento das VA, com hipertrofia do músculo liso brônquico e das glândulas mucosas, e aumento da vascularização e do depósito de colágeno subepitelial. Morfologia Fibrose na membrana basal, inflamação eosinofílica e hiperplasia da musculatura lisa. Julia S. Crescencio/P3 DPOC - doença pulmonar obstrutiva crônica Coexistência do enfisema e da bronquite crônica. ENFISEMA Aumento permanente dos espaços aéreos distais aos bronquíolos terminais, acompanhado pela destruição de suas paredes, sem fibrose significativa. Classificação: 1. Centroacinar: porções centrais ou proximais dos ácidos, formadas pelos bronquíolos respiratórios, afetadas; alvéolos distais poupados. 2. Panacinar: ácidos uniformemente aumentados, desde o nível do bronquíolo respiratório até os alvéolos cegos terminais. Associado a deficiência de α1-antitripsina 3. Acinar distal 4. Irregular Patogenia: A inalação da fumaça de cigarro e de outras partículas nocivas causa dano e inflamação pulmonares que, especialmente em pacientes com predisposição genética, levam à destruição do parênquima (enfisema) e a doenças das vias aéreas (bronquiolite e bronquite crônica). Obs: A α1-antitripsina, que está normalmente presente no soro, em fluidos teciduais e nos macrófagos, é uma importante inibidora de proteases (particularmente a elastase) secretada por neutrófilos durante a inflamação. O dano à matriz mediada por proteases, com a perda de tecido elástico nas paredes dos alvéolos que envolvem os bronquíolos respiratórios reduz a tração, levando-os ao colapso durante a expiração. Isso gera obstrução funcional do fluxo aéreo, apesar da ausência de obstrução mecânica. Morfologia: Julia S. Crescencio/P3 Aumento de tamanho dos espaços aéreos, com destruição dos septos alveolares, contudo sem fibrose. Clínica: ● Dispneia progressiva ● Em pacientes com bronquite crônica, tosse e chiado podem ser as queixas iniciais ● Perda de peso ● VEF1 reduzido e CVF normal ou próxima ao normal: VEF1/CVF reduzida ● Tórax em barril, expiração prolongada, posição inclinada para frente e corcunda, hiperventilação ● Paciente com bronquite crônica: dispneia menos evidente, retenção de CO2 tornando-se hipóxico e cianótico ● O espasmo vascular induzido pela hipóxia e a perda de área de superfície pulmonar pela destruição alveolar causam o desenvolvimento gradual da hipertensão pulmonar secundária, a qual pode levar à insuficiência cardíaca congestiva direita (cor pulmonale) BRONQUITE CRÔNICA Diagnosticada com base nos achados clínicos: tosse produtiva persistente por pelo menos 3 meses em 2 anos consecutivos. Patogenia: Tabagismos e outros poluentes induzem a hipertrofia das glândulas mucosas na traqueia e nos brônquio, bem como aumento no tamanho das células caliciformes mucossecretoras nas superfícies epiteliais dos brônquios menores e dos bronquíolos. Enquanto a hipersecreção de muco é, primariamente, um reflexo do envolvimento dos brônquios maiores, a obstrução do fluxo de ar na bronquite crônica é relacionada ao enfisema coexistente. Os efeitos irritantes ambientais são mediados pela liberação local de citocinas. A transcrição do gene da mucina no epitélio brônquico e a produção de elastase por neutrófilos encontram-se aumentadas. Pode haver presença de infecção microbiana, exercendo papel secundário, mantendo ativa a inflamação. Morfologia: Espessamento da camada de glândulas mucosas e metaplasia escamosa do epitélio pulmonar. A mucosa brônquica frequentemente apresenta células inflamatórias, com predomínio de linfócitos e macrófagos, podendo ocasionalmente haver neutrófilos. Clínica: ● Tosse e escarro persistente ● DPOC com obstrução de fluxo, hipercapnia, hipoxemia e cianose Julia S. Crescencio/P3 PNEUMONIA l Mecanismos de defesa do pulmão Imunidade inata: retenção na camada mucosa e remoção pelo elevador mucociliar, macrófagos alveolares, fagocitose e eliminação por neutrófilos, complemento pela via alternativa produzindo a opsonina C3b, otimizando a fagocitose, drenagem linfática Imunidade adaptativa: IgA bloqueia a adesão do microrganismo ao epitélio, IgM e IgG no fluido alveolar ativam o complemento pela via clássica, a IgG atua como opsonina, células T imunes para o controle. Morfologia - Bacteriana Pneumonia aguda. Capilares septais congestos, intenso exsudato neutrofílico para o interior dos alvéolos (hepatização vermelha inicial). Exsudatos intra-alveolares, observados nas áreas passando através dos poros de Kohn (seta). Pneumonia em organização avançada. Transformação dos exsudatos em massas fibromixoides, ricamente infiltradas por macrófagos e fibroblastos. Morfologia - Viral Paredes alveolares espessas infiltradas por linfócitos e alguns plasmócitos, que transbordam sobre os espaços alveolares. Observe o edema alveolar focal (centro) e a fibrose inicial (superior direito).
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