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Fisiopatologia da Reprodução Animal/ fêmea
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ANIMAIS DOCENTE: ALEXANDRE RODRIGUES SILVA EDNARDO BASTOS ALEXANDRE THAYNARA FERREIRA REGINALDO RESUMO: FISIOPATOLOGIA DA REPRODUÇÃO/ FÊMEA MOSSORÓ/RN 2021 Reprodução Animal e sua Importância na Medicina Veterinária A reprodução é uma atividade nobre do organismo, sendo considerada a função pela qual os seres vivos produzem descendentes, dando continuidade à sua espécie. Dessa forma, há dois tipos de reprodução: assexuada e sexuada. A reprodução assexuada é caracterizada pela ausência de gametas e é constituída por processos comuns (bipartição, gemulação, multiplicação vegetativa, esporulação, divisão múltipla, fragmentação e partenogênese). Já a reprodução sexuada é aquela em que há a presença de gametas, nas fêmeas é o ovócito e nos machos o espermatozóide. Na história da reprodução, Aristóteles (384 - 322 a.C) foi um dos primeiros filósofos a abordar temas relacionados à reprodução ao propor que o feto originava-se do sangue menstrual. Em 1562 Fallopius descobriu e descreveu as tubas uterinas e criou a primeira camisinha. Ainda neste período, em 1573, Coiter descobriu e descreveu o corpo lúteo, após quase um século, em 1672, De Graaf fez a descoberta e a descrição do folículo ovariano (antral). Em seguida, 1677, Van Leeuwenhoek descobriu e descreveu o espermatozóide no sémen. Em 1760, Spallanzani gerou a hipótese de que o espermatozóide era o agente fertilizante e inseminou artificialmente, com sucesso, uma cadela. Em 1825, Dumas provou que o espermatozóide era o agente fertilizante e a partir de 1855 até os dias de hoje deu-se início à fisiologia e à reprodução humana. A ciência que estuda a reprodução animal recebe o nome de Teriogenologia, nome de origem grega (Therio significa besta ou animal, Gen que vem de gênesis, criação, geração e Logia significa estudo). Segundo a Society for the Study of Theriogenology a Teriogenologia é o “estudo de todos os aspectos clínicos e cirúrgicos da reprodução animal, incluindo as ciências básicas como anatomia, fisiologia, patologia e farmacologia, bem como os aspectos da prática clínica relacionados à reprodução do macho e da fêmea, a obstetrícia e a neonatologia.” O ensino da reprodução animal resume-se nas seguintes áreas: andrologia e ginecologia veterinárias, biotecnologia da reprodução animal e a obstetrícia veterinária. No Brasil algumas associações congregam os especialistas em Reprodução Animal, são elas: CBRA (Colégio Brasileiro de Reprodução Animal), SBTE (Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões) e a ABRAA (Associação Brasileira de Andrologia Animal). Na Medicina Veterinária a reprodução animal é importante em diversas atividades, como por exemplo, na produção animal de carnes, couros, leite, ovos, e serviços sendo essencial em qualquer criação animal: o desenvolvimento de biotecnologias; conservação animal; reprodução na clínica médica; tratamento de distúrbios reprodutivos; cirurgias reprodutivas; obstetrícia; neonatologia veterinária e contracepção. BIOLOGIA DO SEXO Como citado anteriormente, a reprodução é uma atividade essencial para a manutenção de uma espécie e, de acordo com a presença ou não de gametas, pode ser classificada como assexuada ou sexuada. A reprodução assexuada é a mais ancestral, não possui gametas e ocorre porque um único indivíduo tem a capacidade de multiplicar-se e gerar uma população. Possui algumas vantagens, como a capacidade de formar clones; todos podem originar descendentes; rápida produção de descendentes com baixo dispêndio de energia e pode haver a colonização de habitats a partir de um só indivíduo. Apresenta como desvantagens uma diversidade de indivíduos praticamente nula, pois possui difícil adaptação e alterações ambientais que não favorecem a evolução das espécies. A reprodução sexuada é a que ocorre com a presença de gametas. Suas vantagens são que os descendentes possuem uma grande variabilidade de características, havendo uma maior capacidade de sobrevivência face a mudanças ambientais, favorecendo assim, a evolução para novas formas. Já as desvantagens são caracterizadas por ser um processo lento, com grande dispêndio de energia na formação de gametas e nos processos que culminam na fecundação. Diante dessas características, o tipo de reprodução estudada na disciplina de fisiopatologia da reprodução animal é a reprodução sexuada, esta possui dois tipos de indivíduos: os monóicos (hermafroditas e não auto fecundantes) e os dioicos (gênero masculino e feminino separadamente). A partir disso, torna-se importante conceituar alguns termos, como sexo que é o conjunto de características estruturais e funcionais segundo os quais um ser vivo é classificado como macho ou fêmea, com alguns indivíduos sendo classificados como intersexo. Há quatro níveis sexuais, sendo eles: sexo genético, gonadal, fenotípico psicológico (em humanos). O sexo genético ou cromossomal corresponde a informação genética carreada pelo indivíduo, sendo determinada na fertilização a partir do tipo de espermatozóide que fertiliza o óvulo, pode ser XX (fêmea) ou XY (macho). O sexo gonadal é representado pela presença dos ovários na fêmea e dos testículos no macho. Já o sexo fenotípico, é composto por estruturas externas (fêmeas: vulva, orifício de entrada da vagina, clitóris e vestíbulo e machos: pênis dentro do prepúcio e a bolsa testicular contendo os testículos exteriorizados) e estruturas internas (fêmeas: vagina, útero e tubas uterinas e machos: epidídimo, uretra, canal deferente e canal eferente). Nos mamíferos a fecundação ocorre pela união dos gametas diferentes (anisogametas). As fêmeas são homogaméticas (só produzem gametas X) e os machos são heterogaméticos (produzem gametas diferentes X e Y) e por isso são os responsáveis por realizar a determinação sexual através da especialização das gônadas. Determinação Sexual Os sistemas de determinação sexual podem ser: Sistema XY, representado pelos mamíferos, em que os indivíduos possuem 44 cromossomos autossômicos e 2 cromossomos sexuais (fêmeas: XX e machos: XY), sendo assim os gametas, que são haplóides, podem apresentar-se contendo 22 autossômicos e X (ovócitos) e 22 autossômicos e X ou Y (espermatozóides). Além desse, existem outros sistemas cromossômicos, por exemplo, o sistema X0 que ocorre nos gafanhotos, os gametas são formados por 22 autossômicos e X (machos) e 22 autossômicos e XX (fêmeas); nas aves possuem o Sistema ZW, em que os machos tem 76 cromossomos autossômicos e ZZ e as fêmeas 76 autossômicos e ZW; nas abelhas desenvolve-se o sistema haplodiplóide em que os machos são haplóides (16 cromossomos) e as fêmeas são diplóides (32 cromossomos). Ademais, a determinação sexual pode ocorrer por influência da temperatura, como no caso dos répteis, anfíbios e peixes. O ambiente pode influenciar na mudança sexual de forma natural, esse processo recebe o nome de protoginia e pode ocorrer em animais que já sejam adultos, tendo como exemplo o peixe-palhaço. Diferenciação Sexual A diferenciação sexual é o processo de transformação de um sistema genital indiferenciado (bipotente) do embrião em um sistema gonadal masculino ou feminino. As etapas que ocorrem para que haja a diferenciação sexual são reguladas por múltiplos eventos moleculares. Como os machos e as fêmeas partem do mesmo sistema genital indiferenciado, existe analogia entre eles. O sistema genital indiferenciado é formado por: um par de gônadas indiferenciadas, dois pares de ductos (Muller e Wolff), seio urogenital, tubérculo genital, pregas uretrais e edema labioescrotal. A diferenciação sexual no macho é ativa, pois existe a atuação ativa de genes e várias substâncias produzidas para formar o sistema genital masculino. Essa, se inicia quando as células germinativas, presentes no saco vitelínico, migram para a crista genital formando as gônadas indiferenciadas. Então ocorre a multiplicação das células germinativas, que