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Polifarmácia e Iatrogenia em Idosos

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Thaís Morghana - UFPE-CAA
Polifarmácia e
Iatrogenia
INTRODUÇÃO
Particularmente no idoso, em função das alterações nos
processos de farmacocinética (absorção, distribuição,
metabolismo e excreção) e farmacodinâmica (efeito
dos fármacos nos órgãos e tecidos), deve-se sempre ter
especial atenção na prescrição de medicamentos,
podendo ser necessário o ajuste de doses ou a avaliação
da adequação desse medicamento.
Polifarmácia → utilização de 5 ou mais fármacos
concomitantemente.
Prevalência → 27-59% em pacientes ambulatoriais e
46-84% em pacientes internados.
CASCATA IATROGÊNICA
A literatura traz diferentes definições:
○ Consideram-se como afecções iatrogênicas
aquelas decorrentes da intervenção do médico
e/ou de seus auxiliares, seja ela certa ou errada,
justificada ou não, mas da qual resultam
consequências prejudiciais para a saúde do
paciente.
○ No Brasil, define-se como a situação em que o
efeito adverso de um fármaco é interpretado
incorretamente como nova condição médica que
exige nova prescrição.
Tomada de medicamentos → ato complexo e
vulnerável às iatrogenias.
FARMACOCINÉTICA
○ A desnutrição e a fragilidade causam menores
níveis de albumina para ligação de fármacos,
levando a maior fração livre de drogas na
circulação - fenitoína, diazepam.
○ Drogas hidrofílicas: concentração plasmática
elevada - redução de água livre e maior
concentração da droga. Ex.: digoxina ou lítio.
○ Drogas lipofílicas: maior depósito e meia-vida
mais longa devido ao aumento de tecido adiposo.
Ex.: benzodiazepínicos.
○ A excreção está reduzida, por isso, as doses
devem ser ajustadas conforme o clearance de
creatinina
REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTOS
(RAM)
A OMS define RAM como “qualquer efeito prejudicial
ou indesejado que se manifeste após a administração
do medicamento, em doses normalmente utilizadas no
homem para profilaxia, diagnóstico ou tratamento de
uma enfermidade”.
○ Idosos são mais propensos a RAM por causa das
mudanças fisiológicas.
○ Muitas reações adversas a medicamentos podem
apresentar-se como síndromes geriátricas ou por
meio de outros sintomas, como: confusão,
incontinência urinária, fraqueza, alterações do
sono, quedas e déficit cognitivo.
FATORES DE RISCO
Idade > 85 anos; reação adversa prévia; múltiplas
comorbidades; clearance de creatinina < 45; baixo peso
ou IMC; número de medicações > 5.
MEDICAMENTOS INAPROPRIADOS
Os medicamentos potencialmente inapropriados (MPI)
são definidos como “medicamentos cujo uso deve ser
evitado em idosos, uma vez que possuem um risco
elevado de reações adversas para esta população,
evidência insuficiente de benefícios e sendo que há
uma alternativa terapêutica mais segura e tão ou mais
eficaz disponível”.
○ Benzodiazepínicos de meia-vida longa e
anti-histamínicos: causam sedação prolongada,
com aumento do risco de quedas e fraturas.
○ Antidepressivos tricíclicos: agravam constipação
intestinal e retenção urinária.
ÍNDICE DE ADEQUAÇÃO MEDICAMENTOSA
DE HANLON
Thaís Morghana - UFPE-CAA
1. Há indicação para o medicamento?
2. O medicamento é efetivo para a doença?
3. A dose está correta?
4. A orientação ao paciente está correta?
5. A forma de tomada é prática?
6. Há interações com outros medicamentos?
7. Há interações com outras doenças?
8. Há duplicidade na terapêutica?
9. A duração da terapia é adequada?
10. Há alguma opção terapêutica de menor custo?
CRITÉRIOS DE BEERS-FICK
São critérios que envolvem coleta de evidências e
recomendações na prescrição de idosos.
Medicamentos de altos risco de efeitos colaterais,
independente do diagnóstico:
Thaís Morghana - UFPE-CAA
Medicamentos inapropriados em doenças ou
síndromes: STOPP/START
Screening tool of older people’s potentially
inappropriate prescriptions - STOPP (engloba os
medicamentos potencialmente inapropriados) e
Screening tool to alert doctors to right treatment -
START (engloba as potenciais omissões prescritórias),
corresponde a 65 itens, subdivididos em cinco sistemas
fisiológicos, com o objetivo de simplificar o processo
de revisão da medicação do doente. Na identificação
dos critérios consideraram-se interações
farmacológicas, contraindicações, precauções e
duplicações terapêuticas.
Os critérios STOPP e START, contrariamente aos
critérios de Beers, identificam os MPI a partir do grupo
farmacológico, o que torna o processo de análise mais
rápido e eficiente.
CONSENSO BRASILEIRO
Por meio de uma avaliação utilizando o método de
Delphi, foram analisados 22 critérios de Beers com 11
critérios de STOPP e 9 critérios de ambos. Na lista
parcial foram incluídos 42 critérios contendo
medicamentos utilizados no Brasil, que não deveriam
ser utilizados em idosos independentemente da
condição clínica.
Thaís Morghana - UFPE-CAA
A lista de medicamentos está no link:
https://sbgg.org.br/informativos/23-12-16/4_CONSEN
SO_BRASILEIRO_DE_MEDICAMENTOS_POTEN
CIALMENTE_INAPROPRIADO_PARA_IDOSOS.pd
f
TESTE DA SACOLA DE REMÉDIOS
Solicitar no agendamento da consulta que o paciente
ou acompanhante traga uma sacola com todos
medicamentos em uso pelo paciente.
Mostrar cada medicamento e perguntar a posologia,
há quanto tempo usa e para que foi indicado.
Perguntar sobre outros medicamentos utilizados
recentemente (último mês) e sobre a suspensão ou
mudança de dosagem de algum medicamento.
Perguntar sobre o uso de medicação injetável, tópica
ou aerossóis, de remédios naturais, fitoterápicos,
vitaminas e sobre automedicação.
Insistir sobre o uso de analgésicos,
anti-inflamatórios, sedativos e hipnóticos,
antivertiginosos, antigripais e antialérgicos.
Perguntar sobre a relação entre introdução, aumento
ou redução de dose e suspensão de algum
medicamento com: declínio funcional, confusão
mental, quedas, incontinência.
REFERÊNCIAS
AMERICAN GERIATRICS SOCIETY BEERS
CRITERIA. American Geriatrics Society 2019
Updated AGS Beers Criteria® for Potentially
Inappropriate Medication Use in Older Adults.
Journal Of The American Geriatrics Society, v. 67,
n. 4, p. 674-694, 2019.
FREITAS E.V. et al. Tratado de Geriatria e
Gerontologia. 4. ed. [s.I.]: Guanabara Koogan, 2017.
OLIVEIRA, Márcio Galvão et al. Consenso brasileiro
de medicamentos potencialmente inapropriados para
idosos. Geriatr Gerontol Aging, v. 10, n. 4, p. 168-81,
2016.
https://sbgg.org.br/informativos/23-12-16/4_CONSENSO_BRASILEIRO_DE_MEDICAMENTOS_POTENCIALMENTE_INAPROPRIADO_PARA_IDOSOS.pdf
https://sbgg.org.br/informativos/23-12-16/4_CONSENSO_BRASILEIRO_DE_MEDICAMENTOS_POTENCIALMENTE_INAPROPRIADO_PARA_IDOSOS.pdf
https://sbgg.org.br/informativos/23-12-16/4_CONSENSO_BRASILEIRO_DE_MEDICAMENTOS_POTENCIALMENTE_INAPROPRIADO_PARA_IDOSOS.pdf
https://sbgg.org.br/informativos/23-12-16/4_CONSENSO_BRASILEIRO_DE_MEDICAMENTOS_POTENCIALMENTE_INAPROPRIADO_PARA_IDOSOS.pdf

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