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AULA 2 - Antiparasitarios

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MARIA EDUARDA SAMPAIO – TURMA 99 
1 
 AULA 2 – FARMACOLOGIA 2 
ANTIPARASITÁRIO 
5-Nitromidazois 
 Produzido a partir de Estreptomicetos. 
 O metronidazol foi o primeiro representante deste grupo, introduzido em 1959 – antimicrobiano para microrganismos 
anaeróbios (espectro restrito); também é antiparasitário (protozoários, também fazem metabolismo anaeróbio, mas 
não serve para helmintos). 
 Tinidazol e Secnidazol (apresenta uma vantagem posológica em relação ao metronidazol, por ser feito em dose única; 
também é utilizado com papel microbicida, principalmente em vulvovaginites, como as causadas por Trichomonas, 
Gardnerella). 
 
1. Metronidazol 
 Tratamento de tricomoníase, amebíase, giardíase; tem eficácia tanto na amebíase intestinal como na extraintestinal 
(abscesso amebiano, etc). 
 Em 1962, foi descoberta sua ação contra bactérias anaeróbias – habitualmente, a infecção por anaeróbio é mista, ou 
seja, apresenta vários microrganismos, justificando sua associação com outros medicamentos. 
 Contra protozoários, esse 
 
a. Mecanismo de ação: Bactericida e protozoaricida. 
 A forma ativa do metronidazol é o nitro-ânion, essa transformação é feita por uma enzima exclusivamente dos 
anaeróbios: a PFO. Microrganismos aeróbios não são capazes de reduzir a droga, por isso tem resistência natural. 
 Para isso, ele entra na via do metabolismo anaeróbio, através da ligação com produtos intermediários (originários de 
sua redução intracelular) com o DNA, formando-se complexos que inibem a replicação e inativam o DNA, impedindo 
as sínteses enzimáticas e causando a morte celular – impede a produção do DNA e a produção de proteínas por esse 
DNA. 
 Sua ação seletiva sobre microrganismos e parasitas anaeróbios é devido à presença, nestes agentes infecciosos, de 
um sistema de proteínas de baixo potencial de oxirredução, semelhante à ferridoxina (PFO – piruvato-ferrodoxina), 
que reduz o metronidazol a produtos intermediários, os quais têm ação tóxica e são responsáveis pela atividade 
antimicrobiana. 
 A PFO gera elétrons que são recebidos pelo metronidazol e não pelo aceptor natural desses elétrons (hidrogenase). 
Com isso, ocorre a redução do medicamento e a formação de um nitro-ânion, que é um radical livre citotóxico, 
formado com o produto intermediários do metabolismo. 
b. Resistência 
 É rara. 
 Alteração na permeabilidade à droga – ela é reduzida no citoplasma para que entre no núcleo e interaja com o DNA 
do microrganismo 
 Modificação no metabolismo com diminuição da sua nitrorredução. 
 Infecção polimicrobiana: infecções mistas, por anaeróbios e aeróbios, o fármaco se concentra dentro da bactéria 
aeróbia, reduzindo sua concentração no meio para atuar no microrganismo anaeróbio. 
 Ex.: microrganismos aeróbios da flora vaginal, tais como E. coli, Enterococcus, Proteus e outros podem absorver o 
metronidazol, com isto diminuindo sua concentração local. É preciso fazer associações, para cobrir o aeróbio, gram-
positivo e gram-negativo. 
MARIA EDUARDA SAMPAIO – TURMA 99 
2 
 
c. Espectro de ação: 
 Todos os microrganismos anaeróbios: Peptococcus, Peptostreptococcus, Veillonella, Clostridium, Fusobacterium e 
Bacteroides, incluindo o Bacteroides fragilis (infecções intra-abdominais graves) e o Clostridium difficile. 
 Pouco eficaz contra os anaeróbios dos genêros Eubacterium, Propionibacterium, Lactobaccilus e Actinomyces. 
 Tem ação contra Helicobacter pylori (esquema alternativo), Gardenerella vaginalis e Campylobacter fetus. 
 Não atua contra aeróbios e nem contra helmintos. 
 Potente ação contra protozoários anaeróbios, incluídos Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Trichomonas vaginalis 
e Balantidium coli. 
 Muito bom para parasitoses intestinais e extraintestinais. 
 
d. Farmacocinética: 
 Vias oral, IV, vaginal e tópica. Completamente absorvido pela VO. 
 Meia-vida plasmática de 8 horas. < 20% ligação a proteínas. 
 Boa concentração no LCS. 
 Metabolismo hepático pelo sistema citocromo P, gerando grande interação medicamentosa e alcoólica. 
 Mais de 75% eliminado na urina como metabólito e 10% como fármaco inalterado. 
 
e. Indicações: 
 Infecções genitais por Thricomonas 
 Todas as formas de amebíase, incluindo a colite e abscesso hepático, infecções no SNC. 
 Giardíase. 
 Infecções por bactérias anaeróbias susceptíveis, em associação a outros agentes para tratamento de infecções 
polibacterianas com aeróbios e anaeróbios. 
 Vaginoses bacterianas. 
 Profilaxia em cirurgia colorretal, geralmente em associação com cefalosporina de 1ª ou 2ª geração. 
 No esquema para H. pylori, esquema 1 é amoxicilina + claritromicina. 
 Colite pseudomembranosa, associado à vancomicina VO. 
 Agudização da Doença de Crohn. 
 
f. Efeitos adversos: 
 Cefaleia, náusea, boca seca, vômito, diarreia, dor abdominal. 
 Gosto metálico na boca – mais comum. 
 Urina avermelhada – mais comum. 
 Língua saburrosa, glossite, estomatite (candidíase). 
 Neurotoxicidade: encefalite, convulsão, falta de coordenação, ataxia, parestesia; é raro. 
 Urticária, rubor e prurido – raras. 
 Interação com álcool, favorece a hepatotoxicidade. 
 Teratogenicidade 
 Interações medicamentosas, são 55 fármacos que interagem, mas a lista pode ser consultada. 
 
2. Nitazoxanida 
 Agente sintética. 
 Década de 80 a partir de um anti-helmíntico – niclosamida. 
 Eficácia contra helmintos e protozoários. 
 
a. Mecanismo de ação: 
 Bloqueio da primeira etapa da cadeia da PFO. 
 Inibe a ligação do piruvato ao cofator pirofosfato de tiamina – impede que o PFO atue, portanto, não há formação a 
via energética da célula, através do sistema acetil-CoA. 
 
b. Resistência: ainda não existe. 
 
c. Espectro de ação: 
MARIA EDUARDA SAMPAIO – TURMA 99 
3 
 Protozoários: Cryptosporidium parvum, Giardia, Ameba, Thricomonas, Blastocystis, Isospora beli, Cyclospora. 
 Helmintos: Hemynolepis nana, Trichuris trichura, Ascaris, Enterobius, Ancylostoma, Strongyloides, Fasciola hepática. 
 Bactérias anaeróbias e antiviral HCV – pode ser que sim, no futuro. 
 
d. Indicações: 
 Infecções mistas por parasitas intestinais – helmintos + protozoários. 
 Giardíase. 
 Diarreia por criptosporidia. 
 Pode ser utilizado anualmente para profilaxia e tratamento empírico de parasitoses, principalmente em áreas 
endêmicas – parasitológico de fezes apresenta 50% de chance de dar positivo ou negativo; tomado 1cp de 12/12h 
durante 3 dias, são feitas 6 doses. 
 
e. Reações adversas: 
 Raros. Dor abdominal, diarreia, vômito, cefaleia. 
 Tonalidade esverdeada na urina – libera um pigmento verde de seu metabolismo. 
 Sem experiência para uso em gestantes ou lactantes, não há estudos sobre sua teratogenicidade. 
 Pode ser utilizado em crianças, pois existe esse medicamento na forma de suspensão. 
 
3. Benzimidazólicos 
 Tiabendazol (apenas em uso tópico, pois é muito tóxico), mebendazol (distribuição gratuita no sistema público) e 
albendazol. 
 São principalmente anti-helmínticos. 
 
a. Mecanismo de ação: 
 O principal mecanismo de ação é a ligação (revestimento) à beta-tubulina terminal, responsável pela movimentação 
do helminto; com isso, há inibição da polimerização dos microtúbulos, impedindo a movimentação do parasita. 
 Outros mecanismos de ação são: a inibição da enzima fumarato redutase mitocondrial, diminuindo a respiração do 
parasita. A redução do transporte de glicose para o meio intracelular do helminto. Por último, bloqueio da fosforilação 
oxidativa do helminto, diminuindo o metabolismo do parasita. 
 
b. Resistência: Mutações na beta-tubulina, impedindo a ligação do fármaco. 
 
c. Espectro de ação: 
 Helmintos, geralmente mebendazol em dose única. 
 Alguns protozoários, como a Giardia e Trichomonas, mas no esquema de três dias. 
 Fungos, como microsporídios 
 
d. Farmacocinética: 
 Tiabendazol é hidrossolúvel, porém, é muito tóxico, existindo apenas na forma tópica para larva migrans cutânea 
(mas, a primeira opção é ivermectina ouaté mebendazol) 
 Mebendazol e albendazol são pouco solúveis. 
 Mebendazol tem baixa biodisponibilidade (22%), 95% está ligado a proteínas. Droga e metabólitos são ativos. 
Eliminação biliar (principal) e renal. Por causa disso, sua ação extrainstestinal não é boa. 
 Albendazol – aumenta absorção com gorduras. Metabolizado em sulfóxido de albendazol, que é ativo. 70% ligado às 
proteínas. Melhor concentração tecidual e nos cistos hidáticos, por isso é preconizado quando as infecções são 
extraintestinais. Metabólitos excretados na urina. 
 
e. Indicações: 
 Tebendazol: uso tópico na larva migrans. 
 Mebendazol e albendazol: Enterobíase, ascaridíase, tricuríase e ancilostomíase. Existem discussões sobre dose única 
ou tratamento por 3 dias, o mebendazol são 3 dias com doses de 12 em 12horas e o albendazol em dose única. 
 Hidatidose (Echinococcus granulosus): albendazol, por que a infecção é fora do TGI 
 Cisticercose: albendazol + glicocorticoide (dexametasona, melhor para SNC) + anticonvulsivante (fenitoína). O 
rompimento do cisticerco dentro do SNC é irritativo para o neurônio, podendo causar aracnoidite e crise convulsiva, 
MARIA EDUARDA SAMPAIO – TURMA 99 
4 
portanto, apenas o antiparasitário não é tão eficaz; é preciso fazer associação com corticosteroide e 
anticonvulsivante. 
 Infecções por Microsporídeos. 
 Filariose e oncocercose, o grande problema dessas doenças é a localização do parasita, que se alojam no sistema 
linfático, por isso sempre é tratada com a associação: albendazol + ivermectina 
 
f. Reações adversas: 
 Em geral são seguros, com exceção do tiabendazol. 
 Anorexia, náuseas, vômitos, tonteira, diarreia, cefaleia, vertigem, febre, erupções, eritema, alucinações, distúrbios 
sensoriais. Anafilaxia mas é muito rara. 
 Colestase – devido a sua eliminação biliar; mais susceptível em crianças pequenas. Cristalúria. Hepatotoxicidade. 
Neutropenia, Hipospermia. 
 Uso em gestante após o 2° trimestre – mebendazol, por que se concentra mais na luz intestinal, não penetra tanto 
em tecidos não afetando o feto. NÃO SE USA ALBENDAZOL EM GESTANTES 
 Existe uma discussão sobre quando se pode começar o tratamento em crianças menores de 2 anos (justificado em 
áreas endêmicas), ou em menores de 1 ano. 
 
4. Ivermectina 
 Originada da fermentação de Streptomyces avermetilis. É um análogo da avermectina usada como inseticida. 
 Usada no tratamento de infecções por nematódeos (apenas para vermes cilíndricos, não serve para teníase por 
exemplo) e infestações por artrópodes (insetos, carrapatos, piolhos, pulgas e ácaros). 
 
a. Mecanismo de ação 
 Imobiliza os parasitas, por paralisia do sistema nervoso e tônica muscular. 
 Ativa canais de cloro, exclusivo em invertebrados, o cloro apresenta carga elétrica negativa, entra nas células nervosas 
e musculares, causando uma hiperpolarização da membrana, impedindo a sua movimentação. 
 
b. Resistência 
 Modificações nos receptores para ivermectina. 
 Inexistência dos receptores com afinidade para ivermectina, como nos cestódeos e trematódeos (vermes não 
cilíndricos). 
 
c. Espectro de ação 
 Filárias: Onchocerca volvulus, Wuchereria bancrofti, Loa loa, Mansonella perstans, Mansonella streptoceerca e 
Mansonella azzardi. 
 Nematódeos: Ascaris, Strongyloides, larva migrans. 
 Thrichuris, Enterobius tem sensibilidade variável. 
 Necator e Ancylostoma são resistentes. 
 
d. Indicações 
 Oncorcercose, filariose (associado ao albendazol), estrongiloidiase, infecções por outros nematódeos, Larva migrans, 
escabiose, pediculose e outros ectoparasitas; miíase e berne. 
 Ectoparasitas: escabiose, piolho, sarna, micuim, miasse e berne; dose única (5mg/kg, 1 cp para cada 30kg) 
 O mínimo para tomar o medicamento é o peso, é preciso que a criança pese no mínimo 15kg. 
 
e. Reações adversas 
 Habitualmente bem tolerados, não apresenta efeitos nos humanos. 
 Mas no tratamento da filariose, 50% dos pacientes em tratamento apresentam manifestações como prurido, mialgias, 
artralgias, edema de face e membros, cefaleia, erupção urticariforme, febre e eosinofilia. Isso ocorre devido à reação 
imunológica desencadeada pela morte da filária no sistema linfático e não ao medicamento em si. Além disso, a 
destruição das microfilárias, gera prurido, linfadenopatia dolorosa; reações graves como encefalopatia, incapacidade 
física. 
 Já foi usada em gestantes, não causou efeitos adversos para o desenvolvimento da gravidez e nem para o feto

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