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CONCEITOS E HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO Profª Ms. Náiade Alves Conceitos importantes: • Conservação; • Reparação; • Reabilitação • Reconstrução; • Consolidação ou estabilização; • Restauração ou restauro. Conservação Conservação Conjunto de ações destinadas a prolongar o tempo de vida de determinado Bem cultural. Engloba um ou mais tipos de intervenção. Conservar significa manter em bom estado (ou no mesmo estado anterior), sem alterações físicas ou químicas. Reparação Reparação Conjunto de operações para corrigir danos incipientes e de pequena proporção. São exemplos: troca ou recuperação de ferragens, metais e acessórios das instalações, reposição de elementos de coberturas, recomposição de pequenas partes de pisos e outras. Reabilitação Reabilitação Conjunto de operações destinadas a tornar o edifício apto a novos usos, diferentes daquele para o qual foi concebido. Reconstrução Reconstrução Conjunto de ações destinadas a restaurar uma edificação ou parte dela, que se encontre destruída ou em risco de destruição. A reconstrução é aceitável em poucos casos especiais e deve ser baseada em evidências históricas ou documentação indiscutíveis. São exemplos: as edificações destruídas em incêndios, enchentes, guerra e outras. Casa natal do Marechal Deodoro da Fonseca Casa natal do Marechal Deodoro da Fonseca Museu Marechal Deodoro da Fonseca Consolidação/Estabilização Consolidação/Estabilização Conjunto de operações destinadas a manter a integridade estrutural em toda a edificação ou em parte dela. Restauração ou Restauro Restauração ou Restauro Conjunto de operações destinadas a restabelecer a unidade da edificação, relativa à concepção original ou intervenções significativas na sua história. O restauro deve ser baseado em análises e levantamentos inquestionáveis e a execução deve permitir a distinção entre o original e a intervenção. Avaliação do estado de conservação dos materiais: • Bom; • Regular; • Ruim. Bom Quando os materiais se encontram sãos e/ou apresentam pequenos danos aparentes que não representam riscos às suas integridades física e estética, requerendo apenas ações de manutenção. Ação indicada: conservação preventiva. Regular Quando os materiais apresentam pequenos danos que representam riscos às suas integridades física e estética, sendo necessário, para sua recuperação, efetuar serviços pontuais de consolidação e/ou de recomposição. Ação indicada: conservação corretiva. Ruim Quando os materiais se encontram tão danificados que se faz necessária uma consolidação de maior monta, ou uma restauração, a fim de devolver a estabilidade, as características e as qualidades do edifício. Ação indicada: Restauração. IMPORTANTE!!! Ressalta-se que a conservação preventiva é fundamental para que a obra não chegue a sofrer intervenções de restauro. História da conservação e da restauração “Os antigos gregos já priorizavam a conservação de suas obras, praticando a Conservação Preventiva [...]. Os templos tinham o papel dos museus, onde as esculturas e outras peças eram inventariadas e as esculturas arcaicas eram enterradas. A Restauração era praticada para recompor partes de peças que eram danificadas pelas guerras e roubos”. “Os romanos, pela dominação territorial extensa, absorveram várias culturas e religiões, modificando-as. Buscavam a imortalidade da matéria. Devido a isso, a restauração era vista como magia, pois o restaurador era aquela pessoa especial que dava vida à obra através do realismo obtido pelas intervenções. O restaurador tinha cargo público: curator statuarum”. “Na Idade Média, as “obras sofriam intervenções ‘utilitárias’ ou de gosto, e o restaurador era considerado o artista, pois as ‘corrigia’ ”. “Com o Renascimento, a Restauração fez prevalecer a instância estética sobre a histórica, através de inserções e renovações que mudam o significado iconográfico das obras”. Há uma busca de avanços tecnológicos e emprego de materiais distintos dos originais, mas com o intuito de depois igualá-los através de pátinas. Há presença de um colecionismo conservador e recuperador, motivado pelo gosto classicista. Surgem falsificações através de intervenções que se aproximam do original, e são motivadas pelo gosto dos antiquários. Ocorrem modificações no tamanho e formato das obras, devido à mudança de gosto; as imagens sofrem transformações mais realistas e também mudanças de fundo. As intervenções relacionadas à religião alteram as obras por razões de culto, seja para valorizar o santo ou para substituí-lo por outro cuja devoção fosse mais atual. Imagens religiosas com grandes lacunas são queimadas em nome do respeito. “No Barroco, a Conservação/Restauração adquire um caráter mais específico devido à definição, pelo mercado, das diferenças entre artista e restaurador; buscam-se novos materiais, técnicas e teorias sobre as possibilidades e os limites da restauração da matéria e sobre o valor histórico e cultural das obras; ocorrem avanços nas técnicas de restauração dos suportes e de limpezas; [...] continuam as mudanças formais e de tamanho, de acordo com o gosto da época”. Até o século XVIII, os restauros arquitetônicos só preservavam obras religiosas, reconstruindo-as sem respeitar o estilo original. Com o Classicismo (final do século XVIII e século XIX), “a Conservação/Restauração vincula-se ao sentimento de patrimônio cultural coletivo: criam-se museus e academias; controlam-se as intervenções nas obras”. Surge a definição de museu: “local onde se guardam várias curiosidades pertencentes às ciências, letras e artes liberais”. A Revolução Industrial traz grandes avanços tecnológicos, com a produção de materiais industrializados. Com o surgimento dos movimentos “neo”- neoclássico, neogótico -, resgatam-se movimentos antigos. Alguns nomes consagram-se nessa época, como referência a estilos de restauração, são eles: Eugène Violet-Le-Duc e John Ruskin. “No século XX os critérios e teorias sobre conservação e restauração de obras de arte são definidos. Surgem questões jurídicas na defesa do patrimônio e a regulamentação da profissão de restaurador. Com a arte contemporânea, os procedimentos e teorias da conservação/restauração são revisados”. Com a Segunda Guerra Mundial (1939-45), “destrói-se parte importante do patrimônio europeu; a Restauração sai do empirismo e busca bases científicas; [...] o respeito ao original ganha máxima importância; a intervenção é feita de acordo com a necessidade da obra, priorizando-se a conservação; desenvolvem-se estudos sobre a influência do clima na conservação das obras de arte; [...] a Restauração passa a cuidar não só das obras de arte, mas também dos bens culturais; são criados centros e institutos internacionais” voltado ao patrimônio. Em 1963, Cesare Brandi publica “A Teoria da Restauração”. Em 1964, a “Carta de Veneza” estabelece novas regras para a restauração de monumentos. Cartas patrimoniais • Carta de Atenas 1931 (6) • Carta de Veneza 1964 (4) • Carta do Restauro 1972 (18) • Declaração de Amsterdã 1975 (10) • Carta Europeia do Patrimônio Arquitetônico (4) • Carta de Burra 1980 (5) • Carta dos Jardins Históricos Brasileiros, dita Carta de Juiz de Fora 2010 (13) http://portal.iphan.gov.br/ http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/226 O site do IPHAN e as Cartas Patrimoniais http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/226 http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/226 Roteiro do trabalho – responder as seguintes perguntas: O que são cartas patrimoniais? Quais os pontos de discussão da carta patrimonial em questão? Como esse conteúdo poderia chegar até as pessoas mais facilmente? (confeccionar um produto visando à educação patrimonial) Referências Bibliografia Básica BRANDI, Cesare. Teoría de laRestauración. Madrid: Alianza Editorial, 2003. CURY, Isabelle (org). Cartas Patrimoniais. Rio de Janeiro: IPHAN, 2000. D’ORSAT, Angelis. Guia para o estudo metodológico dos monumentos e de suas causas de deterioração. Trad. Thays Mendonça. Editado pelo ICCROM, s/d. Bibliografia Complementar BRAGA, Márcia. (ORG.). Conservação e Restauro: arquitetura. Rio de Janeiro: Ed. Rio, 2003. IPHAN. Manual Do Iphan – Roteiro para apresentação de projeto básico de restauração do patrimônio edificado. (Versão Revisada). Rio de Janeiro: DEPROT / IPHAN, 2000. _______Manual Do Iphan - Roteiro para apresentação de projeto executivo de restauração do patrimônio edificado. (Versão Revisada) Rio de Janeiro: DEPROT / IPHAN, 2000.
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