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Anotações - Processo Administrativo

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PROCESSO ADMINISTRATIVO
CONCEITO: Processo administrativo é considerado pela doutrina (CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO): “Conjunto coordenado de atos administrativos interdependentes necessários para a produção de uma decisão/ato final, visando a satisfação de um interesse publico.”
· Esses atos administrativos são os de ADM I, eles não costumam acontecer sozinhos. Atos finais como nomeação de um concurso pública, são precedidos de um processo administrativo como: divulgação do edital -> realização das provas -> prazo para recursos das notas -> nomeação dos aprovados.
· Quando um ato acontece de forma isolada (exemplo: quando um agente de trânsito multa alguém), ele vai dar início a um processo administrativo.
· Ate mesmo um pedido de férias do servidor gera um processo, pois terá que passar pelos chefes, pelo RH…. 
EXEMPLO DE UM PROCESSO DE CONCURSO PÚBLICO – MAIS DETALHADO: 
FASE INTERNA:
1. Organização da secretaria de educação (exemplo) para contratar professores = O secretário vai receber o pedido das escolas, alegando a falta de professores
2. RH avalia se há realmente a necessidade, dizendo quantos cargos novos há. 
3. Setor financeiro avalia a verba orçamentaria com rubrica específica para atender a essa situação. Se não tem verba, tem que se abrir verga complementar. 
4. Forma-se uma comissão para elaborar um edital, contendo as regras do concurso, oficia a quantidade de vagas
5. A procuradora-geral dá o OK jurídico sobre a redação do edital. 
FASE EXTERNA
6. O edital é divulgado.
7. As inscrições são abertas.
8. Provas realizadas NÃO CONTAM COMO ATO ADMINISTRATIVO, mas a análise delas e seus resultados SIM, assim como a análise de recursos. 
9. Divulgação da lista dos aprovados.
10. Nomeação dos aprovados: ATO FINAL.
SE HÁ UMA IRREGULARIDADE? VOLTA DO COMEÇO O PROCESSO OU PARA ONDE ESTA? Depende em que momento ocorreu a nulidade. O aproveitamento dos atos deve ocorrer desde que a cadeia de atos anteriores não seja atingida. Por exemplo, na situação dos erros no ENEM, se o erro foi no resultado das provas, será afetado tudo que ocorre depois, que é no caso a nomeação dos candidatos.
PROCESSO ≠ PROCEDIMENTO: Como devemos chamar?
Prevalece a ideia de PROCESSO administrativo. Autores como Celso Antônio acreditam que a discussão vem da possibilidade de submissão dessa sequência de atos a ampla defesa e contraditório dentro desses atos, que pegam uma base do processo civil e penal. Como por exemplo num processo disciplinar, será assegurado ao servidor uma ampla defesa. MAS E UM PROCESSO DE FÉRIS? Há o que se falar em contraditório? Há doutrinadores que pensam que nessas situações seriam um procedimento.
Celso Antônio crê que deve ser unificado, ainda que seja uma situação sem necessidade de ampla defesa e contraditório, mas, aquele conjunto de atos vai ser passível de ampla defesa e contraditório, como, por exemplo, se o chefe sem razão nega as férias do servidor. Qualquer processo administrativo vai ser passível de submissão a ampla defesa e contraditório.
E O QUE É PROCEDIMENTO ENTÃO? Celso Antônio vai dizer que é o caminho que o processo segue, a forma de sequenciar os atos. No exemplo do processo do concurso publico, ele segue atos específicos, os atos variam a depender do processo. Assim como se fosse um processo licitatório teria outra sequencia de atos, outros procedimentos. É a forma ou o meio que o processo se desenvolve. 
CARLOS ARI SUNDTITE: O processo administrativo serve como um elemento concretizador dos atos administrativos: “Princípios desconcertantes do processo administrativo.” O ato administrativo não acontece como num passe de mágica, tem que ser o elemento que concretiza. 
No direito publico, a legalidade vai dizer tudo que a administração pode fazer, então, a legislação e o ordenamento jurídico. MAS QUEM SERÁ O ELO DE LIGAÇÃO ENTRE O ORDENAMENTO E O ATO QUE ADM PRECISA PRATICAR? É justamente o PROCESSO, a ponte entre o que a lei diz que o Estado precisa fazer e o que ele vai praticar. 
E QUANDO ACONTECE UMA SITUAÇÃO IMPORTANTE QUE A ADM PERCEBE QUE É NECESSÁRIO UM ATO FINAL MAS QUE ELE NÃO ESTA EXATAMENTE DE ACORDO COM O QUE ESTA NA LEI? Se esse ato for praticado, será considerado ilegal? Há flexibilidade no princípio da legalidade? O principio da juridicidade vai entrar, onde a legalidade vai ser interpretada de acordo com o ordenamento como um todo, visando efetivar um interesse publico. JOSÉ NETO DIZ: Na pratica, vai depender muito se o Tribunal de Contas e o MP têm implicado com o assunto, mas também é muito preocupante se não há jurisprudência do assunto.
FINALIDADES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO:
MERKEL: “O ato administrativo está para o processo assim como a sentença está para o processo judicial.”
É no processo administrativo que se constata o que é de interesse do Estado, a parte e a sociedade, e então, se extrai quais são as finalidades do processo.
· O QUE INTERESSA AO ESTADO?
O processo administrativo esta diretamente atrelada a adm publica/ Estado pois é através do processo que se viabiliza a concretização dos atos administrativos, as decisões = ato administrativo final, aquele precípuo, pretendido pelo Estado no bojo do processo. Exemplo: se o objetivo é nomear alguém (decisão adm final), é interesse ao Estado ter um processo pois é só através dele que se concretiza essa nomeação. 
TODO ATO DO ESTADO É UM ATO ADMINISTRATIVO? Pela teoria clássica, se tem os atos administrativos e os atos da administração, logo, NÃO. Se esta revestida de todas as prerrogativas do regime jurídico-administrativo → é um ato administrativo (atos de interesse publico relevante como a nomeação de um concurso), se não é necessário as prerrogativas → é administração (o interesse publico é secundário), como por exemplo a locação de um imóvel pela administração. 
A maioria dos atos são administrativos. 
· O QUE INTERESSA A PARTE? 
Há em relação ao interessado a finalidade de salvaguardar o DEVIDO PROCESSO LEGAL, a AMPLA DEFESA, o CONTRADITÓRIO, e alguns doutrinadores colocam a SEGURANÇA JURÍDICA.
OU O CIDADÃO ESTA: (I) Sendo investigado para ser punido (processo administrativo punitivo, como, por exemplo, se o cidadão pagou certo ou não o imposto de renda), ou (II) requerendo algum beneficio ao estado, como por exemplo a aposentadoria.
· O QUE INTERESSA A SOCIEDADE?
Para a sociedade, de uma forma geral, o processo administrativo vai garantir a TRANSPARÊNCIA DOS ATOS ADMINISTRATIVOS e a SEGURANÇA JURÍDICA (num plano secundário).
PORQUE A SOCIEDADE PRECISA DE TRANSPARÊNCIA NOS PROCESSO ADMINISTRATIVOS? Perceba que processos administrativos sigilosos são muito comuns em regimes ditatoriais, mas, quando isso ocorre os órgãos de controle externo como o MP, o tribunal de contas e a própria sociedade que é tida como um órgão fiscalizador externo abstrato, poderia alegar que houve erros no processo se não fosse a transparência?
A TRANSPARÊNCIA É DOS ATOS OU DO PROCESSO? DÁ NO MESMO, porque o que se quer é que os atos, que formam o processo, sejam transparentes.
PROCESSO SIGILOSOS: São de exceção.
FUNDAMENTAÇÃO CONSTITUCIONAL DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
Perceba que a CF iguala a AMPLA DEFESA, O CONTRADITÓRIO E A CELERIDADE dos processos judiciais, aos processos administrativos. 
QUEM FISCALIZA QUANDO NÃO HÁ CELERIDADE NO PROCESSO? Normalmente, são as instâncias de controle interno da administração, como porexemplo as chefias imediatas, a chefia geral do órgão, e ainda no controle interno mas externo ao órgão, existe a chamada corregedoria. 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: // COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO → Parte da doutrina crê que é só ela quem pode legislar sobre processo administrativo (UNIFICADORES ou CODIFICISTAS – minoritário)
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: // COMPETÊNCIA CONCORRENTE → A  união seria competente para tratar nas normas gerais, e Estados e municípios criariam normas especificas de acordo com sua realidade (CONTRA CODIFICADORES – pensamento majoritário) 
XI - procedimentos em matéria processual;
 
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL: Lei 9784 
Lei 9784/99 → essa lei tem todas as regras de processo administrativo (desde as regras mais gerais até as especiais). Se um município ou estado não tiver legislação alguma sobre processo administrativo, essa lei federal supre a necessidade de forma suficiente. 
Se não há lei municipal/estadual, se usa a lei federal. Se há, ela vai repetir a lei federal com algumas inserções para adequar a realidade do município/estado. A lei do Estado 
· EFICACIA DA LEI 9784
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.
· PRINCÍPIOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
 
LEGALIDADE + FINALIDADE: Privilegia os ditames legais, a adm pode realizar o que esta previsto em lei. Perceba que o princípio da JURIDICIDADE vai colocar que se deve analisar não só a letra da lei seca, mas também analisar tratados, normas infra legais, a constituição, o ordenamento jurídico concatenado e harmônico. 
O processo administrativo esta fincado na legislação, há uma série de atos praticados que tem de estar de acordo com a legalidade, não tem como se ficar inventado atos e fases no processo sem um respaldo legal consistente.  
O princípio da finalidade advém do princípio da legalidade. Os atos da administração devem ser realizados conforme a finalidade legal prevista para o caso concreto, não podendo o gestor público praticar atos alegando suposta legalidade, mas desviando da legalidade efetiva, real e prevista para o interesse público.
 
AMPLA DEFESA + CONTRADITÓRIO: A ampla defesa guarda a relação do dever do Estado com as partes uma defesa ampla e integral no âmbito dos processos adm como um todo, permitindo inclusive o acesso aos autos.
Também faz parte da ampla defesa, uma ampla instrução, onde cada uma das partes traz as suas provas.
O contraditório é um aspecto da ampla defesa. A doutrina sustenta como princípio, mas, se ele não acontece viola a ampla defesa. É a parte da ampla defesa que diz respeito ao dever do Estado de comunicar a parte interessada no processo administrativo todos os atos que acontecem no curso do processo, dar ciência. Se uma pericia acontece, o Estado é obrigado a intimar a parte, é comunicar a parte o que aconteceu no processo. 
 
MOTIVAÇÃO: É a externalização do motivo existente no ato, explicitando o motivo da prática daquele ato.
Não confundir com MOTIVO e PUBLICIDADE.
O QUE É MOTIVO? É elemento do ato administrativo (motivo + sujeito + objeto + forma + finalidade).
É POSSÍVEL UM ATO TER MOTIVO MAS NÃO TER MOTIVAÇÃO? SIM, como, por exemplo, na situação em que a administração pública resolve cancelar um concurso publico, essa anulação tem por motivo uma falha grave no edital, como, por exemplo, não incluir as vagas para cotistas. Então, é expedida a anulação do concurso, mas, não foi nele explícito o motivo do cancelamento do edital. Perceba que existe o motivo para o cancelamento, mas, há falha na motivação pois não ficou explícito o motivo. OBS: Será nulo.
A doutrina clássica não permite convalidação pela teoria dos motivos determinantes, mas uma teoria moderna entende que é possível se não houver prejuízos as partes.
PUBLICIDADE: Se confunde muito com a motivação, que é dar ciência a todos, ou aos interessados. É quando o motivo é explicitado pela motivação, é explícito a todos, ou seja, aquele ato passa a ter efeitos para terceiros.
É POSSÍVEL TER UM ATO COM MOTIVO E MOTIVAÇÃO SEM PUBLICIDADE? SIM, processos sigilosos, mas, se foi um erro e não publicaram, ai sim o ato será nulo pois ferirá o principio da publicidade.
EFICIÊNCIA: Atuação eficiente, desde a construção LEGISLATIVA com regras de tramitação que tornem o processo mais eficiente, ate o âmbito INSTITUCIONAL, com mecanismos, meios e material humano que viabilizem o processo a ser conduzido de uma forma eficiente. Há também uma eficiência FORMAL E MATERIAL: 
FORMAL: Também chamada de celeridade, é a parte que diz respeito a tramitação eficaz do processo, célere. 
MATERIAL: Tem a ver com o resultado do processo administrativo, uma entrega efetiva daquele resultado, pratica de um ato material que resolva a situação. 
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE/PROPORCIONALIDADE: Esses princípios não existiram desde sempre; na época da monarquia absolutista, não tínhamos freios como esse para o gestor, e a medida do exercício desse poder advinha da noção pessoal do monarca. O princípio da razoabilidade tem origem norte americana e o principio da proporcionalidade tem origem germânica. Ambos, a grosso modo, tratam da mesma coisa, ou sejam não são totalmente distintos. Na essência, significa proibição dos excessos. Deve-se atua com parcimônia, de forma racional e necessária, utilizando-se dos meios adequados – de modo que os atos praticados pela administração sejam praticados na medida para a percepção do interesse público sem aniquilar, necessariamente, com os interesses individuais. 
Para fins teóricos, mais profundamente, na razoabilidade seria um mandamento que determina que o gestor público atue dentro de parâmetros específicos de racionalidade; pode-se relacionar com a moldura normativa de Kelsen. Existe uma moldura nos atos, principalmente nos discricionários. Estar dentro do princípio da razoabilidade engloba a prática de atos que estão na medida, no lícito, no razoável. // violação do principio da razoabilidade afeta indiretamente o principio da legalidade. 
No tocante ao princípio proporcionalidade, há a noção de proporcionalidade tripartida, advinda da matriz alemã – seria proporcional o ato que atendesse a necessidade da sua prática, a adequação da medida e da proporcionalidade em sentido estrito. 
DIREITOS DO ADMINISTRADO
Previstos no art. 4º da Lei de Processos Administrativos.
Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
I - expor os fatos conforme a verdade; 🡪 não tem uma punição específica para isso. Absolutamente ninguém, nem testemunha, nem interessado, etc.
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; 🡪 urbanidade = agir de forma urbana, cortês.
III - não agir de modo temerário; 🡪 não agir de modo a tumultuar o processo.
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.
LEGITIMIDADE NO PROCESSO ADMINISTRATIVO: previsão no art. 9º da lei 9784/94.
Art. 9º São legitimados como interessados no processo administrativo:I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação;
PF/PJ; Direito ou interesse jurídico; direta ou indiretamente através de representação. 
Exercer diretamente e através de si próprio mesmo; sendo PJ seria o representante. 
Pode haver um representante (ex.: alguém que tem dificuldade de locomoção em outro estado). Diferente do que acontece no processo judicial. 
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
Ex: um concurso público divulga o seu resultado, tem apenas uma vaga e Maria é aprovada em primeiro lugar. Outra pessoa, que ficou em segundo lugar, vai em busca de recorreção de prova, análise de questões, etc. 🡪 Maria invoca então o inciso II diante disso, visto que está diante de algo que vai possivelmente afetar os seus interesses. 
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
Interesses coletivos = destinatários específicos. (Ex.: professores). 
Permissão a sindicatos, por exemplo, de entrar com ação para defender direitos. Ganhando a ação, toda a classe será beneficiada. 
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.
Interesses difusos = não dá pra saber o destinatário, é todo mundo. (Ex.: meio ambiente). 
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.
Competência no processo administrativo:
A competência é o conjunto de atribuições legais conferidas a um sujeito que proferirá decisões no processo administrativo. Via de regra, diante das prerrogativas do poder hierárquico sobretudo, é possível que essas competências sejam delegadas e avocadas. // OBS.: avocação = contrário da delegação; quando entidade superior pega parte da competência de uma entidade inferior, visando o melhor desenvolvimento, interesse público, etc. 
A lei traz algumas proibições a esses tipos de atos, sobretudo em relação às delegações: Art. 13 da lei de processos administrativos.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação; 
 I - a edição de atos de caráter normativo; 🡪 ex.: regulamentos, portarias, etc.
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 🡪 A lei vai dizer especificamente a competência exclusiva. 
Fases do processo administrativo: 
Inicia-se com a fase de instauração, depois segue para a fase de instrução, depois para a fase de relatório, depois para uma fase decisória e por fim a fase recursal. 🡪 essa é uma classificação básica que podemos encontrar na doutrina. Há pequenas variações a depender do autor. 
OBS.: há processos mais simples que não precisam seguir necessariamente todas as fases, algumas podem ser suprimidas. 
OBS.: algumas pessoas defendem a existência da “Fase de Defesa”, após a fase de instauração/citação. 
Cada tipo de processo vai ter um procedimento próprio, nem todos seguem as mesmas fases. O processo de uma cobrança de tributo não vai ser igual à de um concurso, ou um processo disciplinar. Cada processo com seu procedimento próprio. Assim, na graduação não teria como estudar tudo, assim, tentaremos estudar um dos maiores processos. 
INSTAURAÇÃO
Da inicio processo administrativo, é a partir dela que ele nasce e se desenvolve. A instauração pode ocorrer:
· De ofício pela própria adm publica nos casos que for possível/conveniente/necessário. 
· A requerimento das partes. 
Perceba que nem sempre tem sentido ser de ofício, como por exemplo um pedido de férias vai ser pedido pelo servidor interessado. É mais comum ser de ofício quando a adm toma conhecimento de ilícitos de um servidor, então, de oficio a adm poderá instaurar de ofício um processo. 
REQUISITOS BÁSICOS PARA INSTAURAÇÃO DO PROCESSO 
· Maioridade
· Interesse/direito para pleitear 
· Endereçar para o órgão competente.
Se o sujeito não sabe a que órgão poderia resolver o problema, e se endereçar para o órgão errado? Vai ser redirecionado, o problema só é quando há uma discrepância, como, por exemplo, quando é para um órgão MUNICIPAL, e o sujeito manda para o FEDERAL, o processo será extinto, os documentos devolvidos, pois, não há comunicação entre as esferas. 
· O sujeito interessado ou seu representante deve trazer NACIONALIDADE, ESTADO CIVIL, RG, CPF, ENDEREÇO. 
· Breve relato dos fundamentos
· Pedidos 
· Data e assinatura ao final
Via de regra não há o que se falar em recolhimento de custas para instaurar o processo. 
Uma vez instaurado o processo administrativo, podem ocorrer subfases de CITAÇÃO E DEFESA. Como por exemplo um pedido de férias, não tem necessidade. Normalmente vai ocorrer em processos punitivos e disciplinares. 
O QUE É UM PROCESSO PUNITIVO? O que busca apurar a falta de um servidor ou se um cidadão perante a administração pública. 
                                       
QUAIS SÃO OS TIPOS DE PROCESSOS PUNITIVOS? DE NATUREZA INVESTIGATIVA E/OU PUNITIVA? Processos como os de infração de trânsito, investigação de uma construção irregular, infrações em licitações... 
OBS: Nem sempre a defesa previa é necessária, a legislação municipal/estadual/federal é quem dirá. 
CITAÇÃO
· Pode ocorrer através de carta com AR ou de um servidor, que aqui esta cumprindo o papel como se fosse um oficial de justiça. Chamada de REAL/EFETIVA. 
· Há também a citação FICTA, quem está sendo citado não se sabe o paradeiro ou o endereço:  
1. Citação por hora certa, onde não só se sabe o endereço mas não o paradeiro e normalmente o servidor marca com o porteiro ou algo assim
2. Se o sujeito não aparece ou não se sabe o endereço, vai ocorrer a citação FICTA POR EDITAL.
Uma vez que há a citação FICTA POR EDITAL, será nomeado um defensor DATIVA para defender os endereços do citado. Caso não haja servidor disponível para o defensor, um advogado também pode ser convidado. Esse defensor dativa ocorre para a defesa de fatos objetivos, ate porque o servidor não conhece a pessoa e pouco sabe sobre o caso, então, normalmente vai arguir sobre prescrição do caso e coisas assim…. 
NUMA SITUAÇÃO EM QUE A CITAÇÃO (FICTA OU REAL) ACONTECE E A DEFESA NÃO É APRESENTADA, OCORRE A REVELIA. Se o defensor dativa não apresenta a defesa e for um servidor publico, ele será punido, mas, se for um cidadão como um advogado NÃO SERÁ PUNIDO. 
INSTRUÇÃO
A maioria dos doutrinadores entende ela como a 2ª fase, e ela serve para que seja possível averiguar todas as provas permitidas em direito para que as partes envolvidas no processo possam comprovar suas alegações. É onde as provas serão produzidas, elas podem ser:
· TESTEMUNHAIS 
QUEM CONVOCAS AS TESTEMUNHAS? Tanto o Estado, quanto o particular serão responsáveis por arrolar suas testemunhas. 
Perceba que ate mesmo numa situação de férias pode vir a ocorrer um a instrução, como, por exemplo, na situação em que o chefe nega as férias dizendo que há muitos servidores já de férias e o sujeito percebe que isso não é verdade. No mesmo processo em que ele pediu as férias, ele ira pedir a oitiva das testemunhas. 
É ouvida primeiro as testemunhas de acusação e depois a defesa. 
· JUNTADA DE NOVOS DOCUMENTOS 
Podem ocorrer mesmo depois de encerrada a fase de instrução ate a decisão. 
· PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL 
Exemplo: exame grafotécnico em que a polícia técnica verifica assinaturas. 
· PROVA EMPRESTADA DE OUTROS PROCESSOS 
É quando se pega uma prova que já foi produzida em outro processo, normalmente de um processo penal. 
Costuma acontecer nos processos disciplinares que serão discutidos posteriormente. SÓ ESTA AUTORIZADO PELA JURISPRUDÊNCIA PARA ESSE TIPO DE PROCESSO.
Perceba que se já não há um processo para pegar a prova emprestada, o administrador deve suspender o processo administrativo, enviar um ofício para o MP, que se entender instaura um processo penal e colhe a prova. 
· DEPOIMENTO PESSOAL 
Se o acusado não for o último a falar no processo, ele será anulado. 
DEFESAFINAL 
Após a produção de provas, o sujeito já vai saber de todas as provas que foram roladas e ai, o sujeito poderá criar uma defesa melhor do que a defesa previa. 
Ela vai realizar a ampla defesa. 
RELATÓRIO 
Um relatório é uma fase do processo em que a autoridade/comissão que conduz o processo relata todos os fatos relevantes ocorridos no bojo do processo e também opinar sobre o eu resultado final, tudo isso para embasar a autoridade superior que ia decidir o processo.
FUNÇÕES DO RELATÓRIO 
· Informativa
· Opinativa
Nos processo punitivos é muito comum que seja coordenado o processo por uma comissão ou um subordinada que instrui vários processo, e então, a autoridade superior que instaurou o processo ira dar a decisão final. Não é o chefe imediato, e sim a autoridade superior que ira decidir, como, por exemplo, um ministro, um prefeito... 
 
PARECER DA PROCURADORIA 
Por vezes no processo adm é comum que a autoridade consulte a procuradoria do órgão, seja ela municipal, estadual ou da união (AGU: Advogado d União ou Procurador federal). 
Se a autoridade tem dúvidas de procedimento ou de direito, ele pode consultar, mas é FACULTATIVA. Só se torna obrigatórias em situações exigidos em lei, como, por exemplo, em processos punitivos e disciplinares. 
ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO É DIVIDIDA EM:
1. Advogados da União que defendem a União e dão pareceres em casos
2. Procuradoria federal, integra a AGU mas vão atuar exclusivamente em autarquias e fundações públicas federais e tem um concurso separado. 
3. Procuradoria da fazenda nacional, que só atua em pareceres e processos TRIBUTÁRIOS da união. Também tem um concurso separado. 
ESPECIES DE PARECER
· Vinculante 
· Não vinculante
A maioria é não vinculante. Na prática, a lei vai dizer. Uma vez que seja vinculante a autoridade esta obrigada a seguir, se não seguir constitui ato de improbidade administrativa. Já o não vinculante não é obrigatório mas é recomendável que a autoridade siga.
O parecer vinculante SUSPENDE O PROCESSO enquanto não for proferido, o processo não pode seguir. E SE HÁ ATRASO EXCESSIVO? O procurador será punido pelo atraso. 
E SE HÁ DEMORA NO PARECER NÃO VINCULANTE? O processo pode seguir em diante se a autoridade entender que é cabível sem a opinião da procuradoria, mas, o procurador também será punido.  
DECISÃO
Vai poder ser quem coordenou o processo, ou, no caso de processos disciplinares o superior hierárquico. 
A lei 9784 vai dizer que quem decidir vai ter 30 dias para tal. 
Essa decisão tem que ser fundamentada. Nos casos em que foi produzido o relatório, a autoridade superior PODE decidir em contrário. 
Porem, o STJ vai colocar que a autoridade não está vinculada a opinião do relatório, mas, se ela for seguir, NÃO PRECISA trazer uma nova fundamentação, mas, se discordar vai precisar de uma nova fundamentação e enfrentar a fundamentação do relatório. 
SE A DECISÃO FOR CONSIDERADA INSUFICIENTE, o interessado vai poder apresentar um recurso. 
Se a autoridade entende que há falhas na produção das provas, há a suspensão do julgamento para determinação de diligência  em que o processo retorna para que mais provas sejam produzidas. 
QUE SITUAÇÕES O PROCESSO ACABA INDO PARA O JUDICIÁRIO? Via de regra, o processo começa e acaba no âmbito da adm publica. Para que isso aconteça, alguém tem que levar ate o judiciário para que a violação possa ser analisada. A priori, o judiciário NÃO REVISA os processos administrativos, somente se a parte interessada entenda que houve uma ilegalidade e então cria uma ação judicial própria, realizando o princípio da inafastabilidade do judiciário. O sistema brasileiro se aproxima do italiano, em que o judiciário pode revisar a decisão adm através de uma ação levada por uma das partes. 
E ISSO NÃO VIOLA A REPARTIÇÃO DOS PODERES?  NÃO, pois o judiciário não vai julgar o mérito, violando a função executiva da administração pública, normalmente somente serão discutidas questões processuais ou a violação de princípios que não podem ser violadas como a razoabilidade, que apesar de ser mérito administrativo os tribunais têm entendido assim a luz do neoconstitucionalismo. O que não pode, é um juiz por exemplo, num processo de aposentadoria, definir o valor da aposentadoria, pois é um mérito analisado pelo direito administrativo. 
RECURSOS ADMINISTRATIVOS 
Se da quando há insatisfação do interessado, seja na condição de requerente ou de acusado. 
ASPECTOS RECURSAIS:
· LEGALIDADE
· MÉRITO (dificilmente será analisado pelo poder judiciário, como, por exemplo, questões de concurso)
· Ou os dois ao mesmo tempo.
EXEMPLOS: 
1. Decisão proferida por órgão incompetente → viola a legalidade e anula o ato administrativo. 
2. Decisão que o cidadão esperava uma advertência e recebeu uma suspensão (perceba que não há uma grande disparidade entre as punições, então não pode levar ao judiciário, mas se fosse algo absurdo como uma demissão, ai sim poderia ser lavado ao jud) → cabe o recurso para a rediscussão do mérito. 
Os recursos podem tramitar em até TRÊS INSTANCIAS, e isso significa que se for um recurso de uma decisão proferida por um agente do INSS, então, o chefe dos agentes ira analisar o recurso, e se o chefe mantêm a decisão, pode ir para a terceira/última instância que seria o gerente geral/coordenador de recursos/presidente do órgão. Se ainda tiver um chefe superior a esse último que analisou, o sujeito não pode recorrer mais do que duas vezes, e assim, só pode passar por três instancias (agente → chefe do agente → coordenador). 
NEM TODOS OS RECURSOS CABEM TRÊS INSTANCIAS, como, por exemplo, numa multa, só há duas instâncias. Depende da legislação. 
EFEITOS DO RECURSO
Via de regra só terá o efeito DEVOLUTIVO, mas, pode também apresentar o efeito suspensivo:
· DEVOLUTIVO 
Todo recurso tem esse efeito, pois vai devolver a matéria para reanalise da administração.
· SUSPENSIVO 
Via de regra são exceção, vai ocorrer quando houver:
1. Urgência: A parte que recorre alega uma situação de difícil/impossível reparação. É um juízo discricionário da administração que vai dizer se há realmente essa urgência. 
2. Legalidade: A própria lei expressamente vai dizer que é obrigatório o efeito suspensivo. Exemplo: lei de licitações (8666/93) → quando uma empresa é excluída da licitação porque não apresentou os documentos, o recurso ao ato que ira excluir a empresa terá efeito suspensivo 
Se a autoridade não defere o pedido de suspensão, não há recursos dentro da adm. Então será levado ao judiciário, que se a legalidade for violada, será impetrado o mandado de segurança. Mas, se for a urgência que foi negada, dificilmente será julgado pelo judiciário, somente se realmente for algo absurdo. 
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO 
1. Tempestividade: a lei estabelecerá um prazo para que a parte interessada ou a que esteja insatisfeita com a decisão para que ela possa recorrer. // o prazo vai variar a depender de cada tipo de processo administrativo. 
Via de regra, o prazo é de 15 dias para apresentar recurso na legislação federal. 
Se a administração pública de fato comete uma injustiça ou uma ilegalidade numa decisão administrativa, mas o recurso é intempestivo, haveria alguma possibilidade de corrigir essa ilegalidade diante de um recurso intempestivo? Na prática, o comum seria não analisar; mas a administração possui a prerrogativa da autotutela, que pode ser encaixada nesse caso para rever ilegalidades absurdas. // a súmula 473 do STF já consagrou essa possibilidade: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
2. Legitimidade: legitimidade para interpor o recurso. Quem são os legitimados? São os mesmos que podem promover o processo administrativo. // se uma pessoa que não está legitimada apresentar um recurso, este não será conhecido. 
3. Limite de Instâncias Administrativas: deve haver orespeito a esse limite; a nossa legislação dá no máximo 3 instâncias administrativas, mas não é sempre que chega a 3, algumas admitem somente duas, mas é sempre ATÉ três. Se houver uma instância extra em um processo que não existe, haverá um processo fora dos requisitos de admissibilidade.  // OBS.: vale lembrar que nada impede que o cidadão apele para o judiciário quando as vias administrativas se esgotarem, ou ate mesmo antes disso; são instancias separadas, ou seja, quando se vai para o judiciário começa do inicio, e não já na forma de um recurso, por exemplo!!!! Principio da inafastabilidade do poder judiciário. 
Hipóteses clássicas dos recursos administrativos:
· Recurso Administrativo Hierárquico: tem por finalidade viabilizar ao cidadão que se sentiu injustiçado com a decisão administrativa uma possibilidade de revisão da matéria pela autoridade superior com atribuições de competência para analisar o caso concreto. // tem que ser dirigido para a mesma autoridade que dirigiu originalmente o processo; pode haver ou não o juízo de retratação da autoridade. 
CUIDADO: o recurso hierárquico pode ter duas hipóteses 🡪 o recurso hierárquico próprio e o improprio. A legislação só prevê o próprio, que é o “original”. O improprio adveio da doutrina por conta de praticas erradas que mesmo não previstas tornaram a se repetir. 
· O Próprio é o recurso hierárquico por natureza, quando a parte se sente injustiçada. É aquele recurso que se formos seguir a linha weberiana de administração pública hierárquica piramidal que vai se afunilando…. é aquele que tramita em uma escala hierárquica dentro de um mesmo ente originário.
· O Improprio é quando o recurso, por provocação indevida da parte, deixa de tramitar na estrutura hierárquica do mesmo ente (originário) para tramitar em outro.  // OBS.: o recurso hierárquico impróprio, via de regra, é ineficaz (ou seja, não será admitido)!!! Ele só pode funcionar diante de uma possibilidade 🡪 ex.: imaginemos que na estrutura do INSS esteja ocorrendo uma ilegalidade, e quando o cidadão faz o seu recurso e percebe que no caso dele é idêntico ao de um amigo, mas o dele foi negado e o do amigo foi aceito; houve aí um desvio de finalidade técnica para uma finalidade politica; se num recurso hierárquico improprio há um recurso por conta dessa injustiça e uma deúncia sobre o caso específico, aí sim o recurso impróprio é aceito. 
ATENÇÃO: É possível reformatio in pejus dentro de um recurso administrativo? No processo civil, é proibido. No processo administrativo, a administração tem que prezar pela justiça e pela legalidade, então há a figura da autotutela – deve rever os seus atos se forem ilegais. Imaginemos uma situação em que um cidadão pleiteou por um determinado valor para a sua aposentadoria, aí conseguiu 5 mil reais, só que recorreu para pedir 6 mil; nesse caso, se a administração percebe que errou ao dar 5 e que na verdade ele merecia 4, seria justo que ele ficasse anos recebendo mais que o que merece e lesando os cofres públicos?! Não!!! Então, via de regra, é possível o reformatio in pejus se for para fazer valer a legalidade; no entanto, a jurisprudência tem proibido o reformatio in pejus nos casos de processos punitivos, sobretudo disciplinar.
· Revisão Administrativa: é um expediente recursal que serve para a revisão de processos administrativos que resultem de sanções (atos sancionatórios). Poderão ser revistas a qualquer tempo, a pedido do interessado ou mesmo de ofício pela administração, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes capazes de justificar a necessidade de alteração da sanção. 
Normalmente é utilizada quando não se tem mais prazo!!! 
Tem como fundamento também a autotutela. 
É utilizada quando surgem fatos/provas novas ou circunstancias que possam alterar a pena aplicada. 
· Reclamação Administrativa: É um pouco similar a revisão mas tem um objeto residual: no que não se tratar de revisão ou de sanção, haverá a reclamação administrativa para poder provocar a ADm publica, para revisar um ato administrativo. 
MARIA SILVIA: A reclamação é um ato pelo qual tanto a administrado (cidadão) quanto o servidor, podem deduzir uma pretensão perante a adm publica visando a correção de um erro ou reconhecimento de um direito, independendo de prazo específico. 
CORREÇÃO DE ERROS: Cabe a reclamação quando for corrigir um erro praticado pela adm, desde que não se trate de um ato punitivo. Pois, se tratando de um ato punitivo vai caber a revisão e não a reclamação. Exemplo: revisão de um tributo que está sendo cobrado errado. 
RECONHECIMENTO DE DIREITOS: A situação em que o cidadão pretende garantir um direito seu perante a administração publica. Exemplo: Pedido de reconhecimento de um direito a licença premium com uso oportuno (após 5 anos trabalhados o servidor pode pedir 3 meses de férias)   
Ela declara o direito, não o constitui. 
PROCESSO DISCIPLINAR
É uma espécie de processo administrativo mas com suas peculiaridades. 
CONCEITO 
JOSE DOS SANTOS CARVALHO FILHO: Instrumento formal através do qual a adm apura a existência de eventuais infrações praticadas pelos servidores públicos, aplicando ao final, se for o caso, as sanções adequadas. 
Apura eventuais condutas infracionais praticadas por agentes públicos. PARTICULARES EM COLABORAÇÃO COM A ADMINISTRAÇÃO NÃO SERÁ APURADA PELO PROCESSO DISCIPLINAR, e sim por um processo punitivo. Mas o processo disciplinar é estritamente entre SERVIDOR – ADMINISTRAÇÃO PUBLICA. 
FUNDAMENTOS
· PODER HIERÁRQUICO 
Está presente no processo disciplinar pois é a autoridade superior quem ira apurar o processo. Ate mesmo por uma questão de preservação do bem-estar do ambiente de trabalho, por isso, quem apura os processos não vai ser o colega de trabalho do servidor e sim o seu chefe. 
· PODER DISCIPLINAR
Por razoes óbvias. 
FUNDAMENTAÇÃO CONSTITUCIONAL 
É colocado na constituição como uma garantia do servidor, justamente por um histórico brasileiro de decisões arbitrárias no âmbito da administração pública no período da ditadura. 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
 
FUNDAMENTAÇÃO INFRALEGAL 
Cada ente vai ter o seu estatuto dos servidores publico próprio. Há o estatuto da união, de cada estado e de cada município e ele vai tratar sobre as infrações, sobre sanções….
NA ESFERA FEDERAL: Lei 8112/90 → Estatuto dos servidores públicos federais (José Neto vai trabalhar na sala esse aqui)
NO ESTADO DA BAHIA: Lei 6677/94
NO MUNICÍPIO DE SALVADOR: Lei complementar 01/91
As normas gerais vão ser as da lei federal e nas normas especiais adequarão a legislação ao caso concreto. 
SINDICÂNCIA PREVIA DO PROCESSO DISCIPLINAR (fase 1)
NEM SEMPRE O PROCESSO SE INICIA NA INSTAURAÇÃO, ele pode se iniciar com uma sindicância, depende do caso concreto. É um procedimento prévio de apuração de materialidade e autoria da infração.
Se a situação já revela provas suficientes para a instauração direta, essa fase poderá ser suprimida. A sindicância não configura um processo disciplinar, é um processo próprio, é +- como um inquérito policial. 
A ausência da sindicância, ainda que ela fosse relevante, não anulara o processo. 
CARACTERÍSTICAS:
· É um procedimento preparatório 
· Tem natureza inquisitória 
· Não é assegurado o direito de defesa 
· Não há aplicação de punição
HÁ A HIPÓTESE DE UMA SINDICÂNCIA PUNITIVA. Ela é muito criticada por José Neto, pois, a lei traz a possibilidade da sindicância impor punições, mas, antes disso ocorrer, a sindicância deve ser convertida num “mini processo disciplinar”, pois ai, o servidor vai ter o direito a ampla defesa, então, para ele deixa de ser sindicância e passa a ser processo disciplinar,apesar de estar ali de maneira simplificada. 
INSTAURAÇÃO (fase 2) 
Após finalizada a sindicância, caso ela ocorra, e, uma vez que os servidores não entendam que deva ocorrer o arquivamento, instaura-se o processo disciplinar. 
PORTARIA: Ato formal que sem ele não há validade na instauração do processo. Essa portaria é um ato praticado pela autoridade competente superior determinada por lei, normalmente é a autoridade máxima da esfera administrativa, ou alguém delegado por ele. Por exemplo, no âmbito federal seria o PR ou um ministro ligado a pasta. 
· TEOR DA ACUSAÇÃO 
Resumo dos fatos e das disposições legais infringidas pelo servidor que está sendo acusado de praticar uma infração funcional. 
O STF tem decidido que sob pena de violação a ampla defesa/contraditório NÃO PODE SER UM ATO SIMBÓLICO, contendo um resumo pífio dos fatos e um mero espalhamento das leis infringidas. 
· COMISSÃO PROCESSANTE
Formada por três servidores: PRESIDENTE DA COMISSÃO + 2 AUXILIADORES. 
É aquela que é formada no bojo de um processo administrativo disciplinar (PAD) para viabilizar a tramitação dos atos administrativos praticados no seu transcurso. 
MAS NÃO HÁ AUTORIDADE MÁXIMA SUPERIOR QUE INSTAURA O PROCESSO? Não teria nem como, autoridades como governador, presidente e prefeito não teria como cuidar de todos os processos. ENTÃO PORQUE ELES SÃO ENVOLVIDOS? Pela magnitude do ato, porque o servidor pode ser demitido, então o legislador confia a instauração a autoridade máxima mas o seu curso será feito pela comissão. 
CABE REPARAÇÃO SE HÁ TRANSTORNO AO SERVIDOR DE UM PROCESSO QUE É JULGADO INOCENTE? A maioria da doutrina entende que não teria essa reparação, pois seriam fatos da vida, então não caberia nenhuma indenização só porque passou por uma investigação. Mas, José Neto vê em alguns CASOS PONTUAIS em que a adm é muito pesada na investigação, como por exemplo quando o processo deveria ser sigiloso e vai para a imprensa a situação. 
OBS: isso é uma peculiaridade do processo disciplinar. 
ESCOLHA DOS MEMBROS DA COMISSÃO 
TEMPORÁRIA/EPISÓDICA: Escolhida na portaria pela autoridade para aquele processo disciplinar. 
PERMANENTE: A comissão já está formada, não precisa ser indicada. Um ato prévio já designou as pessoas e o período que seriam a comissão para atuar nos processos preliminares no âmbito daquele órgão/secretaria/ministério. 
E SE UM DOS MEMBROS DA COMISSÃO ESTIVER SENDO INVESTIGADO? José neto entende que é recomendável na escolha por uma questão da moralidade, que esse membro não seja parte da comissão. Mas, não há nenhuma proibição legal que um investigado seja membro de uma comissão em outro processo. Mas, se fosse DO MESMO PROCESSO, não poderia ser parte da comissão que o julga, haveria um impedimento formal. 
Todos os atos são praticados pela comissão. 
· AFASTAMENTO TEMPORÁRIO 
Art 147 da lei 8112. 
Art. 147.  Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.
É uma escolha discricionária do instaurador do processo, que normalmente analisa se manter o cidadão na carga isso será prejudicial a investigação ou ao interesse publico. 
PRAZO DO AFASTAMENTO: São ATE 60 dias, prorrogáveis por mais 60. Não pode ser tácito, somente expressamente o instaurador disser que será afastado. 
MAS E DEPOIS DOS 60 DIAS? O SERVIDOR DEVE AGUARDAR UM ATO PARA VOLTAR? NÃO, ele deve voltar automaticamente para suas funções após o fim do prazo. Podendo inclusive, o servidor ser processado por abandono de cargo. O problema, é quando após os 60 dias continua o processo e o cidadão volta a trabalhar. 
Esse afastamento não suspende a remuneração, pois, o servidor ainda é SUSPEITO, há a presunção de inocência. O que acontece na prática é que os servidores tem algumas gratificações pois acumula duas funções ou ocupa um cargo especifico, esses extras ele perde, mas a remuneração base permanece intacta. 
CITAÇÃO PARA DEFESA PREVIA (fase 3)
Situação que costuma acontecer em vários processos administrativos. 
Essa defesa previa costuma ser simplificada, pois ainda haverá toda a produção de provas (RELEMBRAR TÓPICO GERAL DA DEFESA PREVIA). 
Se traz nela argumentos fulminantes que extinguem sumariamente o processo, ou, defesas mais rasas e amplas, mais genérica. Não se costuma argumentar.
INSTRUÇÃO (fase 4)
Alguns doutrinadores juntam essa fase com outras como INDICIAMENTO/CITAÇÃO PARA DEFESA FINAL/ RELATÓRIO e dão o nome a tudo isso junto de INQUÉRITO ADMINISTRATIVO. 
SUBFASES ↓
INSTRUÇÃO: Aqui, a possibilidade da prova emprestada acontece mas desde que haja a submissão ao contraditório desde origem (STJ). Ou seja, há um processo adm e um judicial, então, o adm pega a prova do judicial, como por exemplo as escutas telefônicas, elas poderão ser emprestadas se já tenha passado pelo crivo do contraditório. 
INDICIAMENTO: Pronunciamento formal a respeito da acusação do cidadão. É como se ate esse momento ele fosse considerado um suspeito e agora está sendo realmente considerado um acusado e indiciado. 
CITAÇÃO PARA DEFESA FINAL: Após ser indiciado, o sujeito será citado para apresentar sua defesa final. 
DEFESA FINAL: Seja ela previa ou final, ela pode ser feita por adv ou não. Porem, havia uma discussão pois o STJ costumava obrigar que a defesa fosse feita por advogados, porem, o STF emite uma sumula vinculante numero 5, que a defesa feita por adv seria facultativa.  
· SUMULA 5 VINCULANTE STF: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
RELATÓRIO (fase 5)
Ato em que a comissão vai relatar todos os fatos, feito pela comissão para mandar para a autoridade superior. // as duas funções/fases do relatório são – opinativa e explicativa.
DECISÃO (fase 6)
Tem que ser dada num prazo de até 20 dias pela autoridade superior. // algumas curiosidades sobre essa fase: (i) cabe princípio da insignificância no PAD? Via de regra, não pode aplicar esse princípio quando há lesão ao erário; mas em outras situações me que não há essa lesão, pode-se dizer que pode se falar nesse princípio. (ii) Verdade Sabida: é uma situação em que há uma possibilidade de punição sumária ao servidor quando a autoridade competente pela aplicação da penalidade é a pessoa ofendida/lesada pelo ato infracional ou presencia o ato infracional em relação a terceiro; nesses casos, sobretudo antes da CF/88, era muito comum a aplicação desse instituto.

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