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Constitucional - Direitos Humanos - Caracteristicas, Direitos e garantias fundamentais

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DIREITO CONSTITUCIONAL II
DIREITOS HUMANOS: CONCEITOS 
DIREITOS HUMANOS X DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Os “direitos humanos” ou os “direitos fundamentais” formam o centro mais valioso dos direitos e se relacionam à vida, à liberdade, à propriedade, à segurança e à igualdade, com todos os seus desdobramentos. 
A expressão “direitos humanos” é utilizada pela Filosofia do Direito e ainda pelo Direito Internacional Público e Privado. Já os “direitos fundamentais” seriam os direitos humanos positivados em um sistema constitucional, analisados sob o enfoque do direito interno. 
DIREITOS X GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
“Direito”, em sua acepção clássica, seria a disposição meramente declaratória que imprime existência legal ao direito reconhecido. É a proteção ao bem, ao interesse tutelado pela norma jurídica. 
As “garantias”, por sua vez, traduzem-se no direito dos cidadãos de exigir dos poderes públicos a proteção de seus direitos. Servem para assegurar os direitos através da limitação do poder, possuindo caráter instrumental, atuando como mecanismos prestacionais na tutela dos direitos. 
DIREITOS HUMANOS: CARACTERÍSTICAS 
a) Relatividade 
Os direitos fundamentais não são absolutos, pois podem ser relativizados diante de situações em conflito. Importante destacar que de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 existiriam alguns direitos fundamentais que não poderiam em hipótese alguma ser desrespeitados, como por exemplo, a vedação à escravidão e à tortura: 
“Artigo IV Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.” 
“Artigo V Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.”
b) Complementariedade 
Os direitos fundamentais não são analisados sob o prisma isolado, pois estão numa relação de complementariedade, ou seja, os direitos sociais reforçam os direitos individuais, os direitos difusos ampliam as garantias para a tutela coletiva e é nessa simbiose que eles devem ser compreendidos e respeitados. 
c) Indisponibilidade
Como não possuem natureza econômico-financeira, o núcleo dos direitos fundamentais não poderá ser transacionado por inteiro, ainda que alguns aspectos concretos dos direitos fundamentais possam ser eventualmente passíveis de negociação, como nos contratos de reality show, por exemplo. 
d) Imprescritibilidade
Os direitos fundamentais não estão sujeitos ao decurso do tempo, por isso se diz que são imprescritíveis. 
e) Universalidade 
Esta característica está em harmonia com o envolvimento dos países com a comunidade jurídica internacional depois da 2ª Guerra Mundial de uma maneira muito contundente e pode ser analisada sob dois enfoques. Inicialmente, a titularidade deverá proteger o maior número de destinatários, sem preconceitos de raça, cor, sexo, idade, nacionalidade ou condição social. Em segundo lugar, podemos falar na relativização do próprio conceito de soberania estatal, em prol da soberania do indivíduo. 
“Todos os seres humanos merecem igual respeito e proteção, a todo tempo e em todas as partes do mundo em que se encontrem” (Fábio Konder Comparato) 
f) Irrenunciabilidade 
Não há possibilidade de alguém renunciar ao núcleo do seu direito fundamental, esvaziando-o por completo. Com isso o Estado estaria protegendo o indivíduo contra si mesmo, por exemplo, o Brasil garante a todos o direito fundamental à vida, mas não o direito à morte, proibindo a eutanásia.
g) Historicidade 
Os direitos fundamentais não têm natureza definitiva, pois continuam sendo construídos ao longo da história e estão em constante processo de modificação. Enfrentaram guerras, morte, lutas e as gerações dos direitos fundamentais explicam justamente isso, o ganho pontual que os direitos foram recebendo ao longo da história. 
GERAÇÕES OU DIMENSÕES DE DIREITOS 
a) Direitos de primeira geração 
Os direitos defendidos nessa geração cuidam da proteção das liberdades públicas, civis e direitos políticos. Nesta fase, o Estado teria um dever de prestação negativa, isto é, um dever de nada fazer, a não ser respeitar as liberdades do homem. 
Seriam exemplos desses direitos: a vida, a liberdade de locomoção, a liberdade de opinião, a liberdade de expressão, à propriedade, ao voto, ao devido processo legal. 
b) Direitos de segunda dimensão 
Sob a inspiração principal do Tratado de Versalhes, de 1919, pelo qual se definiram as condições de paz entre os Aliados e a Alemanha e a criação da Organização Internacional do Trabalho – a OIT- nasce a denominada segunda dimensão de direitos fundamentais, que traz proteção aos direitos sociais, econômicos e culturais, onde do Estado não mais se exige uma abstenção, mas, ao contrário, impõe-se a sua intervenção. Nesse diapasão, seriam exemplos clássicos desses direitos: o direito à saúde, ao trabalho, à assistência social, à educação e o direito dos trabalhadores. 
c) Direitos de terceira dimensão
Marcada pelo espírito de fraternidade ou solidariedade entre os povos com o fim da Segunda Guerra Mundial, a terceira geração representa a evolução dos direitos fundamentais para alcançar e proteger aqueles direitos decorrentes de uma sociedade já modernamente organizada, que se encontra envolvida em relações de diversas naturezas, especialmente aquelas relativas à industrialização e densa urbanização. 
Nesta perspectiva, são exemplos desses direitos: direito ao desenvolvimento, o direito à paz, o direito à comunicação, o direito à autodeterminação entre os povos e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
POSIÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO SISTEMA NORMATIVO (Fábio Konder Comparato) 
I - A Magna Carta, Inglaterra – 1215 
Principais disposições: 
 Lança as bases do Tribunal do Júri, bem como o do paralelismo necessário entre delitos e penas; 
 Respeito à propriedade privada contra os confiscos ou requisições decretados abusivamente pelo soberano ou seus oficiais; 
 Nasce o princípio do devido processo legal, ao estabelecer que os homens livres devem ser julgados pelos seus pares e de acordo com a lei da terra; 
 Estabelece a liberdade de ingresso e saída do país, bem como a livre locomoção dentro de suas fronteiras. 
II- Lei de Habeas Corpus (Habeas Corpus Act) – Inglaterra – 1679 Principais destaques: 
 A lei surgiu para efetivar regras processuais para a defesa em juízo do direito de ir e vir 
 Tornou-se a matriz de todas as outras ações que vieram a ser criadas posteriormente, para a proteção de outras liberdades fundamentais, como o mandado de segurança, por exemplo. 
III - Declaração de Direitos (Bill of Rights) – Inglaterra – 1689
 O essencial do documento consistiu na instituição da separação de poderes, com a declaração de que o Parlamento é um órgão precipuamente encarregado de defender os súditos perante o Rei e cujo funcionamento não pode, pois, ficar sujeito ao arbítrio deste. 
 Também fortaleceu a instituição do Júri, o direito de petição e a proibição de penas inusitadas ou cruéis. 
IV- A Declaração de Direitos Americana Principais destaques: 
 A Declaração de Direitos de Virgínia (1776) 
 Foi o primeiro documento político que reconheceu, a par da legitimidade da soberania popular, a existência de direitos inerentes a todo ser humano independentemente das diferenças de sexo, raça, religião, cultura ou posição social. 
 Expressou os fundamentos do regime democrático ao reconhecer os direitos inatos de toda pessoa humana que não podiam ser alienados ou suprimidos por uma decisão política e ainda destacou a importância da soberania popular. 
 Defesa da igualdade perante a lei 
 A liberdade de imprensa como um dos grandes baluartes da liberdade 
V- A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) 
 Defesa das liberdades individuais 
 No campo penal, o princípio da legalidade e o da anterioridade da pena foram consagrados 
 Garantia da propriedade privada contra expropriações abusivas VI - A Convenção de Genebra – 1864 Principais destaques: 
 Inaugurao direito humanitário, que veio a ser desenvolvido no século seguinte após as guerras mundiais 
 Serviu como base para a criação, em 1880, da Comissão Internacional da Cruz Vermelha, mundialmente conhecida 
VII – A Constituição Mexicana – 1917 
 Garantias para as liberdades individuais e políticas 
 Expansão do Sistema de educação pública 
 Reforma agrária
 Proteção do trabalho assalariado 
 A primeira Constituição a atribuir aos direitos trabalhistas a qualidade de direitos fundamentais 
VIII- A Constituição Alemã (Weimar) – 1919 
 Instituiu a primeira república alemã 
 Igualdade jurídica entre marido e mulher 
 Equiparou os filhos ilegítimos aos legítimos com relação à política social do Estado 
 Proteção à família e à juventude 
 Proteção à educação pública e aos direitos trabalhistas e previdenciários 
 A função social da propriedade (“a propriedade obriga”) 
IX- A Carta das Nações Unidas 
 A Carta das Nações Unidas foi assinada em São Francisco, a 26 de junho de 1945, após o término da Conferência das Nações Unidas sobre Organização Internacional, entrando em vigor a 24 de outubro daquele mesmo ano. O Estatuto da Corte Internacional de Justiça faz parte integrante da Carta. 
X- A ONU 
 A Organização das Nações Unidas é uma instituição internacional formada por 193 Estados soberanos, fundada após a 2ª Guerra Mundial para manter a paz e a segurança no mundo, fomentar relações cordiais entre as nações, promover progresso social, melhores padrões de vida e direitos humanos. 
 Os membros são unidos em torno da Carta da ONU, um tratado internacional que enuncia os direitos e deveres dos membros da comunidade internacional. 
 As Nações Unidas são constituídas por seis órgãos principais: a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Tutela, o Tribunal Internacional de Justiça e o Secretariado. Todos eles estão situados na sede da ONU, em Nova York, com exceção do Tribunal, que fica em Haia, na Holanda. 
XI- A Declaração Universal dos Direitos Humanos – 1948 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos básicos das Nações Unidas e foi assinada em 10 de dezembro de 1948. Nela, são enumerados os direitos que todos os seres humanos possuem. 
“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.” Art. I 
XII- Os Pactos Internacionais de Direitos Humanos – 1966 
Em 16 de dezembro de 1966, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou dois pactos internacionais de direitos humanos que desenvolvera, pormenorizadamente o conteúdo da Declaração Universal de 1948: 
 Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos 
 Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais 
 O Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos 
 Consagra o direito à autodeterminação dos povos 
 Assenta o princípio da igualdade essencial de todos os seres humanos 
 Não se admite regressões com relação aos direitos fundamentais 
 Vedação à tortura, penas cruéis, aos tratamentos desumanos ou degradantes 
 Vedação à escravidão 
 Princípio do livre acesso ao Poder Judiciário 
 Reconhece o direito de reunião 
 Criou o Comitê de Direitos Humanos 
 Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais 
 Proteção das classes ou grupos sociais desfavorecidos contra a dominação socioeconômica exercida pela minoria rica e poderosa 
 Proteção ao trabalho e à previdência social 
 Direito à moradia 
 Direito à saúde 
 Desafios para a sua concretização 
 Não criou nenhum órgão de fiscalização e controle 
XIII - A Convenção Americana de Direitos Humanos – 1969 
Aprovada na Conferência de São José da Costa Rica em 22 de novembro de 1969, a Convenção reproduz a maior parte das declarações de direitos constantes do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos Principais destaques: 
 Proteção do direito à vida desde o momento da concepção 
 Prisão Civil apenas ao devedor de alimentos* 
 Liberdade de atividade empresarial em matéria de imprensa, rádio e televisão 
 Defesa do direito ao nome 
 Vedação a todas as formas de exploração do homem pelo homem 
XIV- O Estatuto do Tribunal Penal Internacional (Tratado de Roma) – 1998 
O Estatuto incluiu na competência do Tribunal Penal apenas quatro crimes: “o crime de genocídio, os crimes contra a humanidade, os crimes de guerra e o crime de agressão” 
Sua criação constitui um avanço importante, pois esta é a primeira vez na história das relações entre Estados que se consegue obter o necessário consenso para levar a julgamento, por uma corte internacional permanente, políticos, chefes militares e mesmo pessoas comuns pela prática de delitos da mais alta gravidade, que até agora, salvo raras exceções, têm ficado impunes, especialmente em razão do princípio da soberania. 
O Tribunal será integrado por 18 juízes, no mínimo, que se distribuirão por três Seções: a Seção de Questões Preliminares, incumbida de examinar a admissibilidade dos processos, a Seção de Primeira Instância, que proferirá os julgamentos, e a Seção de Apelações, responsável pela apreciação dos recursos. 
XV - A Humanidade no Século XXI: A Grande Opção 
“Ainda é tempo de mudar de rota e navegar rumo à salvação. Na fímbria do horizonte já luzem os primeiros sinais da aurora. É a esperança de uma nova vida que renasce. 
A chama da liberdade, da igualdade e da solidariedade haverá de iluminar e inflamar a Terra inteira.” (Fábio Konder Comparato) 
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