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_______________________________________________ TECNOLOGIA DE CARNES E OVOS Departamento de Tecnologia de Alimentos (DTA) Amanda de Souza, T2 _______________________________________________ 1. OVOS: Legislação Brasileira: → Decreto Nº 9013, de 19 de março de 2017 do MAPA, alterado pelo Decreto 10468/20 - RIISPOA • Art. 5° - Ficam sujeitos à inspeção e à fiscalização previstas neste Decreto os animais destinados ao abate, a carne e seus derivados, o pescado e seus derivados, os ovos e seus derivados, o leite e seus derivados, comestíveis e não comestíveis, com adição ou não de produtos vegetais. → Decreto nº 56585, de 20 de julho de 1965 do MAPA (revogado pelo Decreto nº 9013 - Especificações para a classificação e fiscalização do ovo • Designação por grupos (branco e de cor) classes (A, B, C), tipos (Extra, grande, médio, pequeno) → Resolução Nº1, de 9 de janeiro de 2003 - Nomenclatura de ovos e derivados • Tipos, classes e cor devem constar no rótulo → Portaria Nº1 de 21 de fevereiro de 1990 do MAPA - Normas gerais para inspeção de ovos e derivados • Definições, classificação (granjas, entrepostos, conservas) e características dos estabelecimentos, instalações da indústria (requisitos binômio tempo/temperatura (pasteurização), defeitos nos ovos, ovos impróprios para consumo → Resolução Nº 005, de 05 de julho de 1991 do MAPA - Especifica com detalhes o ovo integral, suas partes e suas misturas - Padrão de Identidade e Qualidade para ovo integral • Aditivos, PH, cinzas, proteínas, sólidos totais, cor, sabor, padrão microbiológico → Resolução RDC nº 35, de 17 de junho de 2009, da ANVISA - Estabelece instruções de conservação e consumo na rotulagem de ovos • Aplica-se aos entrepostos que embalem ovos • Rótulo - O consumo deste alimento cru ou mal cozido pode causar danos à saúde - Manter os ovos preferencialmente refrigerados Mercado: Brasil: Se encontra na sétima posição do ponto de vista da produção de ovos (2,289 x mil toneladas - 3,1% da produção mundial) Galinhas comerciais no Brasil: 118.498.994 Produção Brasileira de Ovos: 49.055.709.215 ovos no ano de 2019 Consumo médio Brasileiro de ovos: 230 ovos por pessoa em 2019 Produção de Ovos: Galinhas de Postura: • Ovos de casca branca: Leghorn (75% da produção) • Ovos de casca marrom: Rhode Island Red, New Hampshire e Plymouth Rock (25% da produção) Coeficientes de Produção: - Conversão alimentar: 1,80 kg/Dúzia - Produção de ovos/ano: 265 com peso médio de 58g - Fase de formação para postura: 4,5 meses (~ 20 semanas) - Tempo de produção: 52 semanas (13 meses) Aumento da produção anual por ave: 1940: 12 dúzias 1990: 20 dúzias Atualmente: 22 dúzias Causas: - Avanços na nutrição, higiene e gerenciamento das granjas avícolas Produção Moderna: - Núcleos de idade única (mesma espécie e idade) - Aves com elevada taxa de postura, precocidade, boa conversão alimentar, resistência a enfermidades - Granja compacta automatizada • Operação em grandes volumes • Criação em gaiolas • Biossegurança • Profilaxia específica e monitoramento • Rastreabilidade • Respeito às leis ambientais Produção tradicional: • 3m de largura • 2 fileiras de gaiola Produção moderna: Sistema vertical automatizado Produção do futuro: - Sistema "Cage-Free" - Em galpão com ou sem área externa - 7 aves por m² - Ninho e poleiro - Galinha bota 1 ovo a cada 26h Formação, estrutura, composição e valor nutritivo do ovo: Formação: • Ciclo reprodutivo das aves • Ocorre em duas fases - Ovário esquerdo: Formação da gema ou vitelo - Oviduto: Fecundação e formação da casca e clara • Tempo entre ovulação e postura: ~25h • cerca de 30min após a postura ocorrerá uma nova ovulação Ovário: Formação da gema Oviduto é dividido em: 1- Infundíbulo: Permanece por 15 minutos e é o local de fecundação 2- Magno: 3 horas, deposição de 50% da clara e formação das chalas 3- Istmo: 1h e 30 min, formação das membranas da casca 4- Útero: 20 horas, adição do restante dos 50% da clara e formação da casca. 5- Vagina 6- Cloaca Estrutura dos Ovos: Disco germinativo: Forma irregular (não fertilizado) Forma regular (fertilizado) Albúmen: clara Fluido e denso - Proteção antimicrobiana • Lisozima → Parede celular de bactérias Gram + • Ovotransferrina → Quelante de ferro • Alta viscosidade natural → dificulta deslocamento de bactérias até a gema • PH alcalino - Logo após a postura → 7,0 - 7,5 - Contato com o ar → 9,0 - Armazenamento → 9,7 * Ocorre devido a hidrólise alcalina do ácido carbônico H2CO3 → H20 e C02 Gema: • Cor amarela a alaranjada - Xantofila, caroteno e riboflavina - Adição de corantes naturais (bixina e norbixina → urucum) ou artificiais (cantaxantina) • PH = 6,0 - Pequena alteração com o tempo Casca: • Funções: - Proteção mecânica, difusão de gases respiratórios, conservação da água e barreira contra microorganismos • Matriz orgânica: - Proteínas colagênicas onde se deposita o material mineral • Material mineral - Carbonato de cálcio (93,5%) e de magnésio - Fosfato de Cálcio e de Magnésio • 7000 a 17000 poros • Superfície recoberta por Cutícula (mais externa) Membranas: Funcionam como filtros que retém microorganismos Composição e valor nutritivo: • Atende às exigências nutricionais do homem - Proteínas de alto valor biológico - Aminoácidos essenciais - Ácidos graxos insaturados (principalmente oleico) - Minerais: Contém ferro, fósforo, enxofre, cobre, potássio e deficiente em cálcio - Vitaminas A, D, E, K, complexo B, niacina, B12, ácido pentatoneico e riboflavina - Deficiente em Vitamina C Os principais componentes são: • Água (75%) • Proteínas (12%) • Lipídeos (12%) • Carboidratos, minerais e Vitaminas. ➔ Proporcionalmente, a gema contém mais proteínas, porém em um único ovo, a clara tem mais proteínas. Critérios de classificação no Brasil - Classificação em grupo (Coloração da casca) - Tipo (de acordo com o peso) - Classificação em categorias (qualidade) Categorias Fatores de qualidade externa Peso: - Avaliando indiretamente através do tamanho do ovo - Não indica a qualidade nutricional do ovo - Padroniza a comercialização • Qualidade comercial Casca: - Forma (padronização das caixas Índice de ovo: relação entre o diâmetro menor e o maior (d/D) • Ovo regular: - Forma ovoide d ~ (3/4) D → IO = ~ 0,75 • Ovos irregulares - Alongado → IO < 0,66 - Largo → IO > 0,80 CASCA: Cor - Brancos ou de cor (avermelhada ou marrom) - É de fator genético (característico da raça) - Não influencia na qualidade nutricional do ovo - Influencia somente na qualidade comercial - Pigmentos protoporfirinas, biliverdina e ovocianina Textura - Lisa, sem deformações e sem manchas • Áreas de aspereza e enrugamentos - Pontos frágeis para a quebra Espessura: → 0,33 mm, após secagem por 48h em temperatura ambiente ou por 24h a 65°C - Média dos 2 polos e do meio do ovo - Fragilidade • ovos de casca de cor têm casca mais espessa que ovos brancos Sem sujidades: - Pode carrear microorganismos das fezes para o interior do ovo Integridade: São aceitas: - Íntegras - Trincadas: Quando há fratura da casca, porém as membranas testáceas estão intactas, não há vazamento do conteúdo. Não são aceitas: Quebradas: Quando a casca e membranas estão rompidas, pode haver extravasamento do conteúdo. CÂMARA DE AR: Tamanho: - < 6 mm - Avaliado na ovoscopia através de um paquímetro ou indicador graduado em mm Integridade: - Solta: Ruptura da membrana interna da casca - Deslocada: Armazenamento em posição inadequada • No armazenamento, o ovo perde umidade, entra ar e sai Co2 (trocas gasosascom o ambiente) → Aumento da câmara de ar Fatores de Qualidade Interna: ALBÚMEN: PH: - Hidrólise do ácido carbônico eleva o Ph • Ovo recém-posto varia de 7,5 a 7,9 • Ovo velho pode chegar a 9,7 Viscosidade e consistência Ovo novo: - Albúmen consistente - Sustenta a gema no centro do voo Limpidez e transparência - Albúmen límpido e transparente Ovo velho: - Albúmen turvo UNIDADE HAUGH (UH): - Correlaciona a altura da camada densa externa (H) com o peso (W) do ovo UH = 100 x log (H - 1,7 W ^0,37 + 7,6) - Valores de 0 a 100: Não se encontram os extremos na prática - Legislação brasileira não utiliza (sistema americano) Classificação americana: Classes: AA (excelente - UH >72), A (alta - UH 55 -72), B (média - UH > 30), C (baixa - UH <30) índice de albúmen: IA = H / D H = Altura do albúmen denso D = Diâmetro do albúmen denso/fluido IA = 0,090 a 0,120 = ovo bom Analisador de ovos: Extrai diversos índices de qualidade, utilizados para grandes produtores (indústria) GEMA: Manchas de sangue e de carne: Sangue: Ocorre quando no ovário, a gema rompe vasos e carreia essas manchas. Carne: Quando há o desprendimento do oviduto da ave. Localização e contorno: Ovo novo: Posicionamento central, mantida pelas calazas. Não é muito bem observada na ovoscopia (albúmen denso) Ovo velho: - Fluidificação do albúmen - Calazas não mantém a gema no centro: Gema deslocada - Facilmente observada na ovoscopia TAMANHO E FORMA: Ovo novo: - Esférica e firme Ovo velho: - Achatada ou rompida Índice de gema: Correlação entre altura e largura da gema - IG = Altura da gema / diâmetro da gema • Determinante da qualidade interna do ovo Ovo novo: IG 0,40 - 0,42 Com o tempo: Pode chegar a 0,25, caracterizando perda de qualidade cor: classificada através de um leque colométrico - Do amarelo claro ao vermelho alaranjado - De 0 a 15 → Não é indicativo de qualidade nutricional do ovo PH: Valores próximos a 6,0, não se alterando muito com o tempo (pode chegar até 6,5 no máximo. FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO Estabelecimentos de Ovos: Granja avícola (Art. 20 do RIISPOA) - Estabelecimento destinado à produção, à ovoscopia, à classificação, ao acondicionamento, à rotulagem, à armazenam e à expedição de ovos oriundos, exclusivamente, de produção própria destinada à comercialização direta - É permitida à granja avícola a comercialização de ovos para a unidade de beneficiamento de ovos e derivados. Fluxograma de produção de Ovos: 1 - Coleta dos ovos - Manual: Mínimo 4 coletas diárias Manhã (80% - 3 coletas) e tarde (20% - 1 coleta) - Automática: Esteira contínua automática, que transporta os ovos do galpão por uma esteira vertical que leva os ovos para uma esteira principal, de onde são retirados os ovos de todos os galpões levando para a área de recepção. 2 - Recepção e pré seleção: Objetivos: - Separar ovos anormais, com defeitos, sujos ou quebrados. 3 - Limpeza da casca: Objetivos: - Remoção de manchas e sujeiras da casca Métodos: - Remoção abrasiva a seco: Muito utilizado antes do desenvolvimento de sanitizantes adequados ao uso em ovos - Lavagem da casca: Simples, mais efetivo para a remoção de manchas e sujidades. Deve ser feito imediatamente após a colheita • Limitar possibilidade de penetração microbiana através da casca Lavagem: - Água clorada: Máx. 50ppm - Temperatura da água: Até 10°C acima da temperatura do ovo. Se a temperatura estiver a mais que 10°C acima da temperatura do ovo, temos a expansão do conteúdo do ovo e podemos quebrar a casca. Se a temperatura da água estiver a baixo da temperatura do ovo, teremos a retração do conteúdo do ovo e a penetração de água pela casca do ovo. - Solução sanitizante alcalina e antiespumante - Não reciclar a água de lavagem - Equipamento com água em spray 4 - Secagem da casca Objetivos: Evitar manchas e multiplicação de microorganismos - Câmara de secagem com ar forçado de 30 a 35°C 5 - Ovoscopia: Obrigatória em todas as unidades de produção de ovos Objetivos: - Avaliar a espessura da casca, trincas posicionamento da clara e da gema, o formato da gema - Investigar a presença de corpos estranhos, manchas de sangue, embrião, presença de fungos, etc. - Avaliar a câmara de ar, seu tamanho e aderência à casca. 6 - Aplicação de óleo mineral: Objetivos: - Fechar os poros da casca, para impedir entrada de microorganismos, reduzir a perda de peso e impedir a perda de aroma característico Aplicação: - Nebulizador - Spray 7 - Classificação: Manual: - Diâmetro do ovo (35 a 45mm) - Sem base legal → Orientação prática - Conjunto de bandejas sobrepostas (crivos) - Granjas pequenas (Até 500 dzs por dia) Automática: - Peso do ovo - Jogo de balanças - Rendimento 10% mais ovos na categoria extra 8 - Embalagem Embalagens para ovos in natura Embalagens de papel: • Líder no mercado de ovos - Material biodegradável - Fabricados em processo não poluente - Recicláveis - Boa resistência - Menor custo - Variedade de cores e modelos • Estojos (12 unidade) • Bandejas (30 ovos) • Caixas de papelão (30 dúzias) - Fácil manuseio Embalagens plásticas • Melhor visualização do produto • Mais higiênica • Redução de ovos quebrados • Rótulos coloridos • Mais cara (35% a mais que a de papelão) - Poliestireno expandido: Proibida em alguns países devido a dificuldade de biodegradação 9 - Estocagem: Temperatura: - Qualidade de OVO de um dia: Temperatura ambiente = Ovo de 5 dias na geladeira - 15 dias: Temperatura ambiente - 30 dias: Temperaturas de 4 a 12°C - Ideal: 10°C e 70 a 80% de UR O que tem q conter no rótulo: - Conservar em local seco e arejado - Validade de 30 dias na geladeira e 15 dias fora da geladeira - O consumo deste alimento mal cozido ou cru pode causar danos a saúde. INDUSTRIALIZAÇÃO DE OVOS Vantagens: - Segurança microbiológica (pasteurização) - Durabilidade (ovoprodutos resfriados, congelados, desidratados) - Rapidez e facilidade no uso em alimentos (gema separada da clara) - Aproveitamento total da matéria-prima - Armazenamento e transporte mais conveniente e econômico (ovos desidratados) Ovoprodutos: Definição: - Produto resultante do tratamento do ovo sem casca ou partes do ovo, gema ou clara, que tenham sido pasteurizados, resfriados, congelados, adoçados, salgados, desidratados ou liofilizados Gama de ovoprodutos: - Ovo integral líquido pasteurizado Macarrão, biscoitos, panificação, doces, tortas - Gema de ovo líquida pasteurizada panetone, maionese, sorvete, confeitaria, waffles - Clara de ovo líquida pasteurizada Macarrão, suspiros, sorvete, marshmallow, mousses - Integral + gema + sal (mistura pasteurizada) Maionese - Gema + sal (congelada) Maionese - Gema de ovo líquida pasteurizada + açúcar (10, 20 ou 50%) Panetone, maionese, sorvete, confeitaria - Ovo integral desidratado Macarrão, biscoitos, panificação, doces, tortas - Clara de ovo desidratada Macarrão, suspiro, recheios de chocolate - Gema de ovo desidratada Panetone, chocolate (casquinhas) Fluxograma industrial 1 - Recepção e alimentação Retirada das embalagens para a lavagem 2 - Lavagem pelo mesmo processo Aqui a lavagem é obrigatória 3 - Secagem e ovoscopia 4 - Quebra: Temperatura do ovo - Não abaixo de 16°C para um melhor rendimento - Ideal: Ovos conservados a 8°C colocados a temperatura ambiente 1 dia antes da quebradeira Manual: 60 a 90 dúzias/hora Automática: 2400 dúzias/hora 5 - Filtração Objetivos: Retenção das calazes, da membrana vitelínica e dos fragmentos de casca 6 - Resfriamento - Abaixo de 5°C - Resfriadores de placa Tanques de armazenamento: - Vertical,fechado, refrigerado e com agitação - Se houver adição de sal ou açúcar: Agitador deve ser substituído por misturador de pás 7 - Homogeneização: Antes da pasteurização: Principalmente ovos integrais - Claras e ovos frescos são difíceis de misturar com a gema Sem homogeneização: Claras tendem a coagular mais rapidamente que a gema - Aparecimento de pequenas partículas coaguladas no produto final - Pasteurizador parado com mais frequência para limpeza • Reduz o tamanho das partículas - Maior penetração de calor: Melhor efeito antimicrobiano - Aumenta a temperatura de pasteurização (até 72°C, sem prejudicar as propriedades funcionais do ovoprodutos 8 - Pasteurização - Eliminar microorganismos patogênicos: Salmonella Gema: Pouco afetada Clara: Diminui capacidade de formar espuma estável e ocorrência de escurecimento não-enzimático (reação de Maillard) Equipamentos: Trocadores de calor por placas ou tubulares. 9 - Embalagem Tanque e envase asséptico: Produto pasteurizado armazenado em tanques assépticos e refrigerados Envase: Asséptico em embalagens Tetra Pack e mantidos sob refrigeração Resfriamento: Saco de polietileno dentro de balde ou caminhões tanque 10 - Estocagem: Refrigeração (0°C): Vida útil 7 dias (variável) Congelamento (- 18°C) - Preserva a qualidade do ovo - Vida útil de 12 meses Claras: Congeladas sem aditivos Gemas: Adição de açúcar, sal ou glicerina (2 a 10%) - Facilitar o descongelamento - Inibe a formação de partículas coaguladas ou grumos durante a formação dos cristais de gelo: Lipoproteínas de baixa densidade, lectinas Desidratação de ovos - Redução do conteúdo de água do produto ( 3 a 5% de valor final) Formas de desidratação: - Atomização: Ovoprodutos concentrados utilizando o spray dry 1 - Desglicosamento - Eliminação de açúcares redutores Glicose: Reação de Maillard, descoloração, odor e gosto desagradáveis (gema) Métodos utilizados: - Fermentação espontânea: Uterobacter e Citrobacter - Fermentação controlada: Streptococcus ou lactobacillus, Saccharomyces apiculatus e Saccharomyces, Cerevisiae Atividade Enzimática: Glicose oxidase/ catalase: Converte glicose em ácido glicônico 2 - Pasteurização e concentração Pasteurização: Feita da mesma forma que nos ovoprodutos líquidos Concentração: - Evaporação: Aquecimento a 60°C antes da secagem - Ultrafiltração: • Técnica mais utilizada para concentrar ovoprodutos • Não há emprego de calor • Aplicação de pressão → Líquido (permeado) flui pelos poros da membrana retendo o produto concentrado Atomização: - Gotículas do produto entram em contato com fluxo de ar quente (120 a 230°C • Água evapora rapidamente • Temperatura da de entrada do produto: 120 a 230°C • Temperatura de saída do produto de 50° a 80°C • Temperatura final do produto em pó aproximadamente 40°C: Após resfriamento em ciclones de ar • Ovoproduto desidratado com teor de umidade entre 3 e 5% 3 - Embalagem IMPORTÂNCIA, COMPOSIÇÃO QUÍMICA E VALOR NUTRICIONAL DA CARNE Importância da carne: Carne: - Principal fonte proteica das dietas ocidentais - Excelente fonte de vitamina (complexo B) e minerais (ferro, zinco) CONSUMIDOR Questionamentos: - Colesterol/gordura da saturada - Problemas sanitários - Associação com doenças: Câncer, doenças cardiovasculares e obesidade A mídia não é preparada cientificamente: Omissão de informações relevantes, sensacionalismo, fake news Capitalismo: Lobby das industrias Mercado de alimentos: Ponto de vista econômico Indústria da carne: - Maior indústria do setor alimentício - Dobro da indústria de laticínios (segunda maior) Produto nobre e importante para a economia de um país: O poder socioeconômico de um povo pode ser medido pelo consumo per capita de carnes Definições: Carne: - Todo e qualquer tecido animal propicio para o consumo humano, proveniente de animais sadios e obtidas em condições higiênico sanitárias satisfatórias. - Músculo (tecido muscular estriado esquelético) - Peles (pururuca, enchimento em embutidos, gelatina) - Gordura: (embutidos) - Ossos (gelatinas e geleias de mocotó) - Intestinos (tripas e enchimentos de embutidos) - Órgãos (língua, fígado, coração, rins e cérebro) - Rabo, orelha e pés (enchimento de embutidos, feijoada) → Definição art. 276 do RIISPOA (brasil, 2017) - Massas musculares e demais tecidos que as acompanham, incluindo ou não a base óssea correspondente, procedentes de animais abatidos sob inspeção veterinária oficial - Músculo esquelético, tecido adiposo, tecido conectivo - Carne + Osso + Gordura → Carcaça (RIISPOA art. 277) → Corpo animal desprovido de couro, cabeça, patas, vergalhos, órgãos, vísceras e conteúdo intestinal Categorias: - Baseada na intensidade da cor vermelha: Garantida pelo teor de pigmentos no músculo (mioglobina e hemoglobina) - Carne vermelha: Bovinos, suínos, ovinos e caprinos - Carne branca: Aves - Pescado: Carne branca a parte Cortes Bovinos: Cortes primários: - Meia carcaça - Separação entre a 5 e a 6 costelas, obtendo quartos dianteiros (paleta e acém completo) e traseiro "comum" (traseiro serrote - cortes de primeira - e ponta de agulha) Cortes secundários: Separação por músculos Cortes de primeira: Ficam mais na região traseira do animal Cortes de segunda: Ficam mais na região dianteira do animal Suínos: Dianteiro: Paleta Meio: Lombo e barriga Traseiro: Pernil Aves: Peito, asa, contracoxa, etc. Composição da carne e valor nutricional: - 70 - 80% de água - 16 - 22% de proteína - 2 - 6 % de lipídio - < 1% de glicogênio - 1% de minerais e Vitaminas → A variação na quantidade de gordura determina variações nos percentuais de umidade, proteínas e sais minerais Gordura: - Gordura cavitaria (removida no abate) - Subcutânea (de cobertura): Facilmente removível - Intermuscular (também pode ser removida) - Intramuscular (marmoreio): Está em volta do feixe de fibra muscular da carne, promove maciez e suculência. Água: - Teor médio na carne: 75% - Solvente universal: Reações químicas - Suculência, textura, cor, sabor e valor nutricional: Capacidade de retenção de água (CRA) • Capacidade da carne reter água frente à forças externas: Gravidade, cocção, corte, prensagem, centrifugação. Responsável pela CRA (proteínas) - Rendimento: • Perda por gotejamento • Perda por cocção Proteínas: Carne → Alimento altamente proteico (18 -20%) Proteína de alto valor biológico e excelente biodisponibilidade: ➔ Todos aminoácidos essenciais e em proporções adequadas às necessidades humanas - Vegetais possuem aminoácidos limitantes que podem ser supridos na dieta pela carne: Leguminosas, folhosas: Valina Cereais: Lisina Soja, feijão: Sulfurados (Cisteína e Metionina) - Excelente digestibilidade 0,95 a 0,99 para carnes 0,80 a 0,90 para vegetais Estrutura muscular: - Epimísio: Reveste o músculo (conjuntivo propriamente dito - Feixes musculares Perimísio: Envolve os feixes de fibra - Fibra muscular Endomísio: Envolve as fibras musculares Gordura de marmoreio: Está entre os feixes musculares, envolvendo-os Fibra muscular: Célula do músculo, prefixo - sarco Miofibrila: Principal organela da fibra, onde se encontra a unidade contráctil da fibra. Miofilamentos: compõem a miofibrila, dentro do sarcômero (actina (filamento fino) e miosina (filamento grosso)) Proteínas miofibrilares Sarcômero → Miofilamentos → Miofibrilas → fibras musculares → feixe → músculo Proteínas: Sarcoplasmáticas: - Compreendem 30% das proteínas dos músculos - Proteínas solúveis em água - Encontradas no citoplasma celular (sarcoplasma): Mioglobulina e hemoglobina - Responsáveis pela cor da carne Miofibrilares: - Correspondem de 55 a 60% das proteínas musculares- Proteínas solúveis em solução salina - Constituem unidade de contração muscular (sarcômero): Actina, miosina, tropomiosina e troponina. - Responsáveis por cerca de 75% da CE e 97% da CRA da carne - Responsáveis pela capacidade ligante da carne: Com aquecimento: Sol → gel (denso e viscoso) Estromais: - Compreendem 10-15% das proteínas do musculo - Insolúveis em água e solúveis em soluções ácidas ou básicas - Formam o tecido conjuntivo: Colágeno, elastina - Contribuem com cerca de 10 a 15% da dureza da carne - Pouco valor nutritivo: Menor digestibilidade, deficientes em aminoácidos sulforosos e triptofano Carboidratos: Carne é pobre em Carboidratos Glicogênio: Monômeros de glicose presentes no músculo antes do abatimento em aproximadamente 1% e depois do abatimento em 0,1% Fígado: 1 % no suíno e 3% no bovino Vitaminas: Carne: Pobre em vitaminas lipossolúveis (ADEK) e vitamina C Órgãos tem quantidades consideráveis de vitaminas lipossolúveis Vitaminas Hidrossolúveis: - Pobre em vitamina C e rica em vitaminas do complexo B, sendo a única fonte confiável de vitamina B12. Minerais: Carne: Grande variedade de minerais (1% de cinzas) - Pobre em cálcio - Teor de sódio adequado - Excelente fonte de ferro (Fe2+) para a dieta (Ferro heme e não-heme) Ferro heme: Presente na mioglobina e hemoglobina (grupo prostético) - mais bem absorvido Ferro-heme: - Depende da espécie: Bovino (70%), suíno (48%), aves (30%) - Altamente biodisponível: Prontamente absorvido (15 a 35% de absorção do ferro heme) - Especialmente carne vermelha (2,5 a 4,0 vezes maior que carne branca) - Ferro não-heme complexa com fitatos (vegetais): 1 a 10% de absorção do ferro não heme Efeito carne ou fator carne: Favorecimento da absorção do ferro não-heme - Leite e ovos não tem este efeito • Não há estudos sobre o motivo desse efeito Zinco: - Melhor biodisponibilidade quando ingerido de carnes e pescados - Deficiência de zinco em vegetarianos - 50 a 60% do Z da carne é absorvido - 20 a 40% do zinco da dieta Fibras: A carne não possui fibras Lipídeos: Elementos estruturais: Fosfolipídios Fonte energética: 9 Kcal/g Isolante e proteção Biocatalisadores: Hormônios e enzimas Carream vitaminas lipossolúveis Sensorial: - Sabor e sensação de saciedade - Suculência - Maciez gordura é diferente de lipídeos, além desses tem tecido conectivo, água, enzimas, vitaminas lipossolúveis e outros constituintes Distribuição no tecido animal: - Gordura de cobertura, cavitaria, intermuscular, intramuscular Variação da composição de Ac. Graxos: - Espécie, raça, sexo, alimentação, tipo de cortes, cozimento etc. - Menos de 50% saturados - Proporções similares de saturados e monoinsaturados - Pequena quantidade de polinsaturados Carne é pobre em ácidos graxos essenciais: - Linoleico (W6), linolênico (W3) e araquidônico (W6) Fonte de colesterol: Esteróide simples produzido no fígado, necessário para o organismo animal - Parte da membrana celular - Precursor da bile, hormônios, Vitamina D, etc. -- Colesterol não é um veneno mortal -- Doenças cardiovasculares: - Aterosclerose: Estreitamento e perda da elasticidade das artérias coronarianas pela deposição de uma mistura complexa de lipídios sobre as paredes - Aneurisma, trombose, infarto do miocárdio Ingestão de colesterol da dieta: < 300mg/dia ➔ Consumo de colesterol aumenta o colesterol sérico? não necessariamente ➔ Qualquer dieta rica em calorias, tende a levar ao acúmulo de gordura e colesterol independentemente da ingestão de alimentos gordurosos ou não. - Consumo excessivo de açúcar: Muito relacionado aos níveis de colesterol - Redução na ingestão de gordura ajuda na diminuição do colesterol, porque diminui a ingestão calórica, mas dentro dos níveis recomendados, não há riscos relacionados à ingestão LDL e HDL: Aumento de HDL no sangue diminui o risco de problemas cardíacos, independendo dos níveis de LDL. Porém não existem medicamentos para elevar o HDL, apenas para diminuir o LDL. O aumento do HDL só é possível através da prática regular de exercícios físicos. SALGA E CURA Salga: Processo de adição de sal com o propósito de conserva-la: Charque, Jerked beef, carne-de-sol, cortes (orelha, joelho) Cura: Popularmente: - "secar ao sol ao fumeiro" - "salgado" Tecnologicamente: - Processo de adição de nitrito e nitrato - Presuntos, apresentados, fiambres, embutidos, etc. Ingredientes: Salga: Sal: NaCl - Efeito sensorial: Gosto salgado (NA) [sal] aproximadamente 1,5 - 3% - Efeito tecnológico: Solubilização das proteínas (actina e miosina) Melhorias da CRA e CE Favorecimento da liga/fatiabilidade Melhoria do rendimento - Efeito conservante [sal] > 4% NITRITO (NO2) /NITRATO (NO3) - Sais de cura → Conservantes NO2 → agente ativo 150mg de NO2/kg residual NO3 (INS 251 ou 252) → Convertido a nitrito - Adição de bactérias nitrato redutases 300mg No2/kg residual Excesso: Coloração esverdeada no produto Funções do nitrito: 1. Responsável pela cor, sabor e aroma característicos • interação com o ferro da mioglobina → Nitrosomioglobulina (NOMb) • Interação com outros componentes da carne • Adição de aproximadamente 40mg/kg (40ppm) provável sequência do desenvolvimento da cor em produtos curados 2. Ação conservante contra o Clostridium botulinum - Adição de aproximadamente 150 mg/kg (150ppm) 3. Ação antioxidante: - Complexação com o ferro: Mantém o estado do ferro reduzido, evitando oxidação da gordura, reduzindo a rancidez oxidativa. Riscos: - Formação de Nitrosaminas Interação de derivados de nitrito com aminas presentes na carne - Reação de nitrosação: Favorecida por Ph ácido do estomago ÁCIDO ASCÓRBICO: - Isômeros: Eritórbico e Ascórbico - Sais: Mais solúveis, eritorbato e ascorbato Funções: 1. Antioxidantes: Ação redutora 2. Aceleram o processo de cura: Fixadores de cor 3. Diminuem a formação de N-nitrosaminas: Inibição da reação de nitrosação → não existe limitação de adição Quantidade suficiente: Forma ácida (447 ppm) sal ascorbato (550mg/kg) Excesso → Coloração esverdeada no produto Métodos de salga e cura: Salga/cura seca: - Friccionamento dos ingredientes na superfície da carne - Osmose → Longo período para equalização: 3 a 4 dias para se obter a carne salgada/curada Vantagens: Maior perda de água, aumentando a vida útil Desvantagens: Maior tempo, produto mais seco e menos suculento, risco de queima da superfície (pelo nitrito, em caso de cura) Salga/cura úmida Imersão: - Peças imersas em tanques c/ agitação: Proporção carne/salmoura 1:1 ou 1:2 Difusão: Longo período para a equalização Vantagens: Menor tempo em relação a seca e maior rendimento (ganho de água de aproximadamente 10%) Desvantagens: Necessita de mais espaço, mais mão-de-obra e tem problemas de efluente (salmoura de descarte) Injeção intramuscular: - Difusão direta da salmoura no interior da carne: Uso de injetoras - Mais utilizado industrialmente - Múltiplas agulhas contendo microfuros - Excelente distribuição da salmoura: Injeção de 10 a 25% do peso e tempo de cura de aproximadamente 12h Métodos de injeção: a. Baixa pressão: Formação de canais (bolsões, menos salmoura retida na carne) b. Atomizador: Microfuros, melhor distribuição Vantagens: - Processo muito rápido, excelente distribuição do sal e maior rendimento Desvantagens: - Em carne muito salgada como o charque, há queima nos pontos de injeção, pelo contato com o sal Métodos combinados: - Salga/cura seca Mista - Imersão/seca - Injeção/seca Ativação mecânica: Massageamento da peça (perda da estrutura normal da fibra) - Maior extração de proteínas - Reduz o tempo de equalização (ocorre em horas) - Maior rendimento - Facilita a penetração da salmoura PRODUTOSCURADOS COZIDOS: PRESUNTO Presunto cozido: Produto cárneo industrializado, obtido exclusivamente com o pernil e suínos, desossado, adicionado de ingredientes, e submetido a um processo de cozimento adequado. - Cortes íntegros (não há menção à trituração) - Animais de outra espécie Processamento: Matéria prima: - Temperatura de 2 a 4°C: T > 5°C e T< 2°C PH ideal entre 5,8 e 6,2 Ph > 6,2 → reação de cura muito lenta Ph > 7,0 → Não há formação de NO Ph < 5,8 → Volatilização do NO antes da reação com Mb. 1. Injeção 2. Ação mecânica: - Acelera a cura (facilita penetração e distribuição da salmoura na carne) - Melhor coesão no cozimento ( > extração de proteínas miofibrilares) - Tombamento (tumbler) - Um estágio: 30 a 60min 3. Cura: - 4°C (câmara escura) - +/- 12h 4. Embalagem: Convencional: - Enformagem direta na forma (perda durante o cozimento e contaminação cruzada) Cook-in - Enformagem depois de embalada - Embalagem primária: - Filme flexível - Poliamida e Surly - Vácuo e termorretração (80°C) - Evitar problemas da embalagem convencional 5. Enformagem: - Define o formato final - Forma metálica - Prensagem (feita em prensa hidráulica) 6. Cozimento: - Controle rigoroso: Liberação de exsudado - Estufas de cozimento no vapor ou na água - Cozimento escalonado (menor perda de peso, maior suculência, melhor consistência e cor, elevação gradativa até 80 - 85°C (temp interna aproximadamente 72°C levando mais ou menos 45min/kg de carne)) 7. Resfriamento - Choque térmico com água fria, melhorando a coesão das peças de carne e fatiamento 8. Desenformagem: Após temperatura atingir 4°C 9. Embalagem Convencional: Vácuo em filmes termoencolhíveis, susceptível a recontaminação Cook-in: Embalagens secundárias APRESUNTADO - Produto curado obtido de cortes e/ou recordes de paleta e/ou pernil de suínos FIAMBRE: - Produto obtido de carne de suínos, bovinos, ovinos e/ou aves, acrescentando ou não de miúdos comestíveis (máx. 10%). Faculta-se uso de vegetais ou outro ingrediente (recheios: Pistache, queijo, etc.) Fluxograma Apresuntado Produtos maturados especiais: PRESUNTO CRU - Tipo parma: Pernil íntegro sem pata, pesando mais que 9kg. É salgado e dessecado e pode ou não ser curado. Leva no mínimo 10 meses pra ficar pronto - Tipo serrano: Pernil íntegro com pata, salgado e dessecado podendo ou não ser curado. Também leva no mínimo 10 meses para ficar pronto. PRODUTOS SALGADOS: Carnes bovinas salgadas e dessecadas Charque: Carne bovina desossada, salgada e dessecada Art. 311 do RIISPOA - Mais gorduroso (provoca ranço) e amarronzado Jerked beef: Carne bovina salgada, curada e dessecada Art. 312 do RIISPOA - Coloração vermelho rósea pela adição de nitrito, mais atrativo para o consumo e não forma ranço Carne de sol: Carne bovina salgada e dessecada, não legislada Carne seca: Nome genérico utilizado para os três produtos - Charque, Jerked Beef e carne sol diferenças: Ingredientes, processamento e composição CHARQUE: - Ponta de agulha, partes do traseiro e dianteiro, carcaças condicionais Dianteiro: Paleta Traseiro: Coxão mole, patinho e ponta de agulha Ponta de agulha: Formato menos procurado pelos consumidores Etapas: 1. Desossa: - Facultativo ambiente climatizado entre 10 e 15°C - Aparas para retirar excesso de gordura e contusões 2. Manteração: - Adelgaçamento das porções musculares mais grossas: - Mantas de 2 a 4cm - Uniformidade da gordura 3. Corte penetrantes: - Facilitar penetração do sal - Profundidade limitada - Cuidado com os chamados cavacos > uniformidade na penetração do sal e do tempo de secagem 4. Salmourarem: Salga úmida em tanques de imersão c/ movimentação das peças 95° salômetros (34kg de sal/100L de água) por 40 a 50 minutos Salgadeiras (tumbler c/ pás ou hélices) - Capacidade de 70 a 90 peças/bateladas - 15 a 20 minutos: Permitem mantas de 5 a 6 cm Injeção das peças: - "Queima" nos pontos de injeção devido a elevada concentração de sal Qualidade da salmoura: - Elaborada com água potável - Incolor e inodora Ph neutro ou levemente ácido (Ph 6,0 a 6,6) - Uso de ácidos orgânicos (acético ou lático) para ação antimicrobiana 5. Pilha de salga: Salga seca - Piso da sala de salga inclinado levemente - Canaletas laterais para escorrer a salmoura proveniente da exsudação (reaproveitada após tratamento) - Altura da ilha deve ser menor que <1,80 para facilitar o manejo e evitar a pressão excessiva sobre as mantas das camadas mais inferiores Distribuição: Sal grosso, carne, sal grosso, carne, sal grosso • Gordura pra baixo e carne pra cima - 24 a 48h 6. Ressalga: Inversão das pilhas. - A gordura agora é virada pra cima 6.1. Pilha de volta: Utilizada quando há necessidade de salga adicional (mais 24 a 48h) - Caso ainda precise retirar umidade da carne 7. Tombagem: Inversão sucessiva sem adição de sal - 24 a 48h cada 4 a 5 tombos - Feito pela inversão das peças, aumentando a uniformidade da concentração de sal em todas a peça cárnea - Evitar vermelhão pelo crescimento de bactérias halofílicas proteolíticas, anaeróbicas, que formam colônias vermelhas. * Pilha de espera e pilha de inverno 7.1. Pilha de espera: - Contingência de clima (dias chuvosos ou nublados) e de mercado - Não possuem proteção especial Pilha de inverno: Pilhas de 3 a 4 metros em temp. ambiente - Vedadas com grossa camada de sal e uso de hipoclorito de sódio Recobrimento com lona ou vedadas com pulmões salgados: Recobertas com pasta de sebo + hipoclorito Pilha de contingência: Não é interessante - Maior risco de vermelhão pela não movimentação das mantas salgadas - Inicio de acidificação: fermentação - Gordura + sujeita à oxidação - Algumas charqueadas: • Uso de frio no armazenamento das pilhas de inverno • Redução da produção e manutenção das pilhas em constante movimento na sala de salga • Uso de estufas na etapa de secagem 8. Lavagem: contornar possível contaminação superficial por bactérias halóficas - Água hipoclorada: Até 500mg de hipoclorito/L de H2O - Ácido lático ou acético na água (PH ~ 5,5) - Reduzir o excesso de sal na superfície: Descoloração superficial e proliferação de bactérias halotolerantes - Remoção de cristais de sal aderidos: Poderão perfurar a embalagem a vácuo do produto armazenado 9. Secagem: Ao sol, em estufas ou combinando os dois métodos Secagem ao sol: - Desenvolvimento das características sensoriais do produto Expostas aos raios solares e aos ventos Varais: Dispostos no sentido solte-sul (sol dos dois lados) em fileiras paralelas com 1,80m entre si - Produto sujeito a flutuações de qualidade - Estendidas: 1ª estendida a carne é voltada para cima com a gordura para baixo e depois alterna (mesmo dia) Evitar aquecimento excessivo: - Menos tempo de exposição no primeiro dia - Evitar temperaturas > 40°C (exposição ao sol) - 4 a 5 dias de sol. Entre cada "sol" = Abafamento - Mantas empilhadas, ainda quentes, nas pedras para descanso. São cobertas para manter a temperatura e completar processo de maturação. Secagem climatizada: - Estufas a 37°C - Desvantagens: Custo, valores sensoriais inferiores ao da secagem ao sol, cor pálida da gordura, comparada à secada ao sol e cor mais escura da carne devido a dessecação em estufa. - Estufas semelhantes às usadas em horticultura: Fechadas com plástico transparente para permitir a passagem de sol. Secagem combinada: Combina os dois métodos para obter melhores resultados sensoriais e mais segurança Defeitos no charque: Jerked Beef: Mesma matéria prima diferenças Salmouragem: Injeção intramuscular (a cor vermelho rósea por causa do nitrito mascara a queimadura nos pontos de injeção) e salgadeira por 15 a 20min Tombagem: - Apenasdois tombos (charque 4 a 5) - Precisa de menos por causa do nitrito, que já protege contra as bactérias Secagem: 2 a 3 sois (charque > 4) Tempo para fabricar: Charque: 12 a 20 dias Jerked Beef: 7 a 10 dias Carne de sol - Não é legislada - Produto típico do Nordeste, com baixa vida útil = 3 a 4 dias - Requer refrigeração e embalagem a vácuo ➔ Ausência de regulamentação oficial nem inspeção veterinária, podendo ser feito com falta de higiene no processamento e comercialização, trazendo riscos para a saúde do consumidor. - Regulamento para enquadramento dos produtos cárneos e artesanais necessário à concessão do selo ARTE - Instrução normativa Nº 61 de 16 de novembro de 2020 EMULSÃO: - Produtos cárneos emulsionados: Produto de massa cárnea com características de uma emulsão - Produto de massa fia (culler ou emulsificador) Emulsão: - Mistura estável de dois líquidos imiscíveis devido à presença de um agente emulsionante. Tipos: O/A (mais água que óleo) - Fase dispersa = óleo - Fase contínua = água Ex: Leite A/O (mais óleo que água) - Fase dispersa = água - Fase contínua = óleo Ex: manteiga Manutenção das gotículas dispersas na fase contínua - Requer energia: Tensão interfacial - Agente ativo de superfície: Caráter anfótero (anfipático) - Porção hidrofílica e porção hidrofóbica → Emulsificante Emulsão cárnea: - Tipo óleo em água - Matriz de fibras de tecidos musculares e conectivo, suspensa em um meio aquoso (fase contínua) - Gorduras Emulsão não verdadeira: - Gordura sólida + água (não são dois líquidos) - Glóbulos que se formam são maiores que 50 micrometros, para ser uma emulsão precisa ser menor que 5 micrometros Emulsificantes: Proteínas (miofibrilares) EMULSÃO CÁRNEA: - Matriz: Água, proteínas, sais, etc. - Glóbulos de gordura (fase dispersa) - Filme proteico interfacial (FPI): Proteínas na interface dos glóbulos Proteínas → Anfipáticas Emulsificantes: - Proteínas miofibrilares: 97% da CRA e 75% da CE - Sarcoplasmáticas: Contribuição modesta - Estromais (Tec. conectivo): Pequena participação, diminuído a CE • Gelatinizam com a temperatura: Retém água → Favorece a FPI e a Matriz - Para a formação de emulsão é necessário se ter < 2% de colágeno na massa Carne mecanicamente separada: Carne obtida por processo mecânico de moagem e separação de ossos de animais Ingrediente: - Limitados pelos RTIQs do MAPA - Produzidos cozidos - Limitado pelo teor de Ca+2 - Pela não separação completa carne/osso → Instrução normativa que garante seu padrão de identidade e qualidade Carne mecanicamente separada: - Desossadores mecânicos: Aproveitamento de matéria-prima - Carnes aderidas aos ossos - Tipo sem fim: Bovinos, suínos e aves Estabilidade: - Quebra de emulsão: Reagrupamento das partículas dispersas de gordura - A gordura torna-se visível no produto final Cuterização: 1. Colocar no cutter, previamente resfriado, carne magra congelada em pequenos blocos (retalhos); 2. Adicionar gelo nos ingredientes (fosfato, sal, etc.), exceto a gordura 3. Trituras a massa em alta velocidade até a temperatura de 8°C para favorecer a extração proteica 4. Reduzir a velocidade e adicionar a gordura congelada e cortada em cubos para evitar a particularização excessiva da gordura 5. Trituração até a temperatura crítica de 15°C. MORTADELA - Produto cárneo emulsionado, obtido de carne bovina e/ou suína, miúdos e vísceras comestíveis (estômago, coração, língua, fígado, rins, miolos e medula), pele e tendões. - Acrescido ou não de gordura, água e CMS, e adicionado de sais de cura, condimentos e constituintes não-cárneos finamente triturados - Mortadela de carne de ave (miúdo de aves: Fígado, moela e coração) Processamento: Matérias-primas: - Carne congelada - Toucinho • Em cubos, congelado, papada (maior ponto de fusão - menor chance de ter quebra da emulsão) - Água ou gelo (+ recomendado o gelo) 1. Pré-moagem: Carnes e toucinhos: Moídos separadamente e mantidos congelados Sem a pré moagem devemos usar pequenos blocos de carne congelada e gordura em cubos diretamente no cutter. 2. Cuterização: - Trituração da massa - Formação da emulsão - Temperatura < 15° (ideal 12°C) 3. Mistura: - Misturadora a vácuo (3 a 5 min) • Remoção de ar da massa • Toucinho (olhaduras) 4. Embutimento: • A vácuo • Bexiga ou tripa artificial 5. Cozimento: - Estufa ou imersão (etapas) - Temperatura interna ente 73 e 75°C 6. Defumação: - Temperatura < 90°C - Evitar quebra da emulsão 7. Resfriamento: - Choque térmico - Banho de aspersão ou imersão por cerca de 5 min (até atingir a temperatura ambiente nas peças 8. Estocagem - Preferencialmente em câmaras frias SALSICHA Produto cárneo industrializado, obtido da emulsão de carne de uma ou mais espécies de animais de açougue, vísceras e outros miúdos autorizados para o consumo humano, embutido em envoltório natural ou artificial, ou processo de extrusão, e submetido a processo térmico adequado. Processos alternativos: - Tingimento (geralmente urucum) - Depelagem - Defumação Processamento: - Semelhanças como o de mortadela: - Seleção de MP - Pré-moagem - Cuterização - Cozimento/ defumação Embutimento: - Embutidoras acopladas a equipamentos que torcem e formam os gomos (9 a 12 cm) - Pendura dos gomos em engradados Choque térmico - H2O temperatura ambiente e depois gelada/ 5 min: Choque térmico muito brusco --> Enrugamento dos gomos Depelagem: Remoção da tripa artificial (celulose) equipamentos Tingimento: Banho de extrato de urucum (2 min) e banho de ácido fosfórico e sal (1%/1 min) para fixação da cor Enlatamento: Salmoura: Ascorbato de sódio 0,05% - Evitar mudança de cor (p/ acinzentada) Esterilização: Tempo/temperatura - Tipo de produto - Formato e tamanho da lata
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