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Introdução A febre é uma queixa comum e responde por aproximadamen- te 25% de todas as consultas na emergência de pediatria. Na maioria dos casos, é possível identificar a origem da febre após anamnese detalhada e exame físico completo e, então, definir as orientações terapêuticas adequadas. Entretanto, em apro- ximadamente 20% dos casos, a identificação do foco após a avaliação inicial não é possível. Essa situação é conhecida como febre sem sinais localizatórios (FSSL). A maioria dessas crianças apresenta uma doença infecciosa aguda autolimitada ou está no pródromo de uma doença infecciosa benigna; pou- cas têm uma infecção bacteriana grave ou potencialmente gra- ve. Dessa forma, o grande desafio dos pediatras, no atendi- mento das crianças com FSSL, reside na diferenciação dos processos febris de uma doença benigna autolimitada daque- les poucos que podem ter uma infecção bacteriana grave. Definições Febre é definida como elevação da temperatura corpórea em resposta a uma variedade de estímulos, mediada e controlada pelo sistema nervoso central (SNC). A medida da temperatura corpórea mais confiável é aquela tomada por via oral ou retal. As mensurações de temperatura axilar, timpânica ou por pal- pação são consideradas menos confiáveis. Embora não seja tão precisa quanto a temperatura retal, a medida da tempera- tura axilar é adequada para triagem clínica. Em nosso meio, a medida axilar é a mais difundida e está culturalmente incor- porada. A precisão conseguida pela temperatura retal é reser- vada para estudos ou para confirmação da presença de febre quando a temperatura axilar é questionável. Não há consenso absoluto, entre os vários autores, sobre o valor específico para definição de febre em crianças, em decorrência das inúmeras variáveis que afetam a temperatura. Entretanto, os valores ge- ralmente utilizados são: temperatura retal > 38,3°C; tempera- tura oral > 38°C e temperatura axilar > 37,8°C. FSSL é a ocorrência de febre com menos de 7 dias de dura- ção em uma criança em que história clínica e exame físico cui- C A P Í T U L O 1 FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS Beatriz Marcondes Machado Alfredo Elias Gilio dadosos não revelam sua causa. Importante ressaltar que FSSL não é sinônimo de criança com febre e exame físico nor- mal, pois a elucidação da causa da febre pode estar na história, por exemplo, em uma criança com disenteria e febre. Infecção bacteriana grave (IBG) é toda infecção bacteriana que acarreta risco de morbidade ou mortalidade, caso ocorra atraso em seu diagnóstico. O conceito de doença bacteriana grave inclui: infecção urinária, pneumonia, bacteriemia oculta, meningite bacteriana, artrite séptica, osteomielite, celulite e sepse. O risco de IBG é maior nos menores de 3 meses de ida- de, principalmente nos recém-nascidos (RN), e decresce pro- gressivamente com a idade. Bacteriemia oculta refere-se à presença de bactéria em he- mocultura, em uma criança febril, sem infecção localizada e com pouco ou nenhum achado clínico. Embora a maioria dos episódios de bacteriemia oculta tenha resolução espontânea, às vezes podem ocorrer complicações sérias, como pneumo- nia, meningite, artrite séptica, osteomielite, sepse e morte. Avaliação da criança com febre sem sinais localizatórios Com o intuito de padronizar a abordagem e diagnosticar pre- cocemente as infecções bacterianas graves ou potencialmente graves, várias estratégias foram elaboradas para avaliar crian- ças menores de 3 anos de idade com FSSL, utilizando-se a as- sociação de critérios clínicos e laboratoriais. Os critérios mais difundidos são o de Rochester e o protocolo de Baraff et al., publicado em 1993. O critério de Rochester procura separar os lactentes meno- res de 3 meses de idade em 2 grupos: alto risco e baixo risco para presença de doença bacteriana grave na vigência de FSSL. O lactente jovem deve preencher todos os critérios para ser considerado de baixo risco. O protocolo de Baraff estratifica as crianças com FSSL por grupo etário e, ainda, dentro de cada faixa etária, em baixo e alto risco para doença bacteriana grave. No Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP), utiliza-se protocolo de atendimento para as crian- Tratado de Pediatria 4ed.indb 899 5/4/17 18:10 900 • TRATADO DE PEDIATRIA • SEÇÃO 14 INFECTOLOGIA ças com FSSL, que é baseado no protocolo de Baraff e no crité- rio de Rochester, mas propõe uma intervenção menor (Figu- ra 1). Seguindo esse protocolo em um período de 12 meses, foram acompanhadas 251 crianças com FSSL. Todos os casos com IBG foram identificados e a utilização de antibioticotera- pia empírica foi reduzida. Vacinação completa para haemophilus influenzae tipo b (Hib), pneumococo e meningococo é considerada quando a criança re- cebeu pelo menos 2 doses de cada uma dessas vacinas. Inicialmente, as crianças com FSSL menores de 3 anos de idade são avaliadas em relação à presença ou não de compro- metimento do estado geral (toxemia). Essa avaliação deve ser feita com a criança afebril, pois a própria febre pode deixar o paciente com variados graus de prostração. Toda criança com comprometimento do estado geral, inde- pendentemente da idade, deve ser hospitalizada, investigada para sepse e tratada com antibióticos. A investigação para sep- se compreende coleta de hemograma completo, hemocultura, sedimento urinário, urocultura e, quando indicado, líquido ce- falorraquidiano (LCR) (análise bioquímica, coloração de Gram e cultura), radiografia torácica e coprocultura. A abordagem da criança com FSSL sem comprometimento do estado geral, varia de acordo com a idade da criança, uma vez que cada faixa etária apresenta diferenças substanciais em rela- ção à etiologia, gravidade e prevalência de infecção bacteriana. Habitualmente, as crianças são classificadas em três gru- pos etários distintos para efeitos de avaliação de FSSL: RN (< 30 dias), lactentes jovens (de 30 a 90 dias de vida) e crianças de 3 a 36 meses de idade. 1. RN: todo RN com FSSL deve ser hospitalizado, submetido à investigação para sepse e receber antibioticoterapia até o re- sultado das culturas. Como terapêutica empírica inicial, po- de-se utilizar cefalosporina de 3ª geração (cefotaxima ou cef- triaxona). 2. Lactente jovem: as crianças dessa faixa etária são avaliadas em relação ao risco de IBG, pelos critérios de Rochester (Ta- bela 1): se baixo risco, faz-se seguimento clínico diário; se alto risco, indica-se hospitalização, coleta de exames (hemocultu- ra, urocultura, LCR, radiografia de tórax) e introdução de anti- bioticoterapia empírica (cefalosporina de 3ª geração). 3. Entre 3 e 36 meses: as crianças são subdivididas em dois gru- pos de acordo com a temperatura axilar: Hmg Critérios de Rochester Rx alterado: pneumonia Rx nl: risco de BO Se leucócitos ≥ 20.000/mm3 ou total neutrófilos ≥ 10.000/mm3 Baixo risco Hmg / UI Internação Ex.lab.: Hmg/Hmc UI/Uroc LCR Rx tórax Atb. empírica Hmg nl ou leucócitos < 20.000/mm3 ou neutrófilos <10.000/mm3: reavaliação diária Alto risco Criança de 0 a 36 meses com FSSL Comprometimento do estado geral Vacinação completa para Hib, pneumo e meningo: manter sem antibiótico com reavaliação diária Internação Ex.lab.: Hmc/Uroc LCR Rx tórax Atb. empírica Vacinação incompleta para Hib, pneumo e meningo: ceftriaxona 50 mg/kg, IM, 1 vez/dia, com reavaliação diária até final das culturas UI nl ou leucocitúria < 100.000/mL Tax. > 39°C Tax. ≤ 39°C UI com leucocitúria ≥ 100.000/mL: IU Internação Ex.lab.: Hmg/Hmc UI/Uroc LCR Rx tórax Atb. empírica Hmc Rx tórax UI/Uroc SIM (independentemente da idade) < 30 dias Antitérmico e reavaliação diária obrigatória Antitérmico e reavaliação diária Considerar UI/Uroc 3 a 36 m1 a 3 m NÃO (conduta de acordo c/ a idade) Figura 1 Estratégia para avaliação e seguimento das crianças de até 36 meses com febre sem sinais localizatórios. Atb: antibioticoterapia; BO: bacteriemia oculta; Hib: Haemophilus influenzaetipo b; Hmc: hemocultura; Hmg: hemograma; IM: intramuscular; IU: infecção urinária; LCR: líquido cefalorraquidiano; meningo: meningococo; nl: normal; pneumo: pneumococo; Rx: radiografia, Tax: temperatura axilar; UI: sedimento urinário; Uroc: urocultura. Tratado de Pediatria 4ed.indb 900 5/4/17 18:10 FEBRE SEM SINAIS LOCALIzATóRIOS • 901 • temperatura ≤ 39°C: deve-se considerar a coleta de sedimen- to urinário e urocultura (por cateterização vesical nas crian- ças sem controle esfinctérico ou jato médio nas crianças com controle esfinctérico), uma vez que a infecção urinária é a in- fecção bacteriana mais prevalente. Essa coleta está especial- mente indicada nos meninos menores de 12 meses de idade e nas meninas menores de 24 meses de idade. Com resultado do exame normal, a conduta é observação clínica, com reava- liação diária e utilização de antitérmicos usuais, até a resolu- ção da febre ou identificação do foco infeccioso; • temperatura > 39°C: inicia-se investigação laboratorial com coleta de sedimento urinário e urocultura (por cateterização vesical nas crianças sem controle esfinctérico ou jato médio nas crianças com controle esfinctérico) para afastar infecção urinária, e, quando afastada, deve-se realizar a coleta de exa- mes de sangue e radiografia de tórax. A suspeita de bacterie- mia oculta é feita na presença de número de leucócitos > 20.000/mm3 ou total de neutrófilos > 10.000/mm3 e radio- grafia de tórax normal. Nessa situação, recomenda-se intro- dução de antibioticoterapia empírica com cefalosporina de 3ª geração (ceftriaxona na dose de 50 mg/kg, IM) e retorno diá- rio para reavaliação clínica e verificação do andamento da he- mocultura nas crianças sem vacinação completa para Haemo- philus influenzae tipo b, Streptococcus pneumoniae e Neisseria meningitidis. Nas crianças vacinadas (2 ou mais doses) para hemófilos, pneumococo e meningococo, a opção é reavalia- ção diária sem introdução de antibioticoterapia, pois a taxa de bacteriemia oculta nessa população é inferior a 1%. É fundamental salientar que todas as crianças devem ser rea- valiadas diariamente até a resolução do quadro, resultados fi- nais das culturas, quando coletadas, e/ou identificação do foco da febre. O Brasil vive, neste momento, uma epidemia de dengue que, com certa frequência, pode se apresentar inicialmente como FSSL. O seguimento diário dessas crianças contribui para o esclarecimento diagnóstico. Proposta atual de avaliação das crianças com FSSL Atualmente, as publicações discutem as mudanças que ocor- reram após a introdução da vacina conjugada para pneumoco- co. Os estudos mais recentes comparam a taxa de IBG, princi- palmente as doenças invasivas por pneumococo, no que chamam de era pré e pós-introdução da vacina. A introdução da vacina pneumocócica conjugada diminuiu a incidência de infecções pneumocócicas invasivas por Streptococcus pneu- moniae e a bacteriemia oculta caiu de 2 a 4% para menos de 1%. As infecções bacterianas localizadas, especialmente a in- fecção urinária, passaram a responder por 5 a 10% dos casos. Assim, as intervenções nas crianças com FSSL e devidamente vacinadas para hemófilos, pneumococo e meningococo pas- sam a ser observacionais após exclusão de infecção urinária. Entretanto, as crianças sem vacinação completa devem ser avaliadas clínica e laboratorialmente. Além disso, diversos estudos têm sido feitos avaliando o uso de marcadores inflamatórios, como proteína C-reativa (PCR) e procalcitonina (PCT), para estimar o risco de IBG nas crianças com FSSL. A presença de PCR e PCT elevadas estão associadas com IBG. A PCR aumenta mais lentamente que a PCT, portanto, esta última é mais sensível para identificação de IBG em crianças com febre com menos de 12 horas. Quando comparada com os marcadores mais tradicionais (PCR, conta- gem de leucócitos e contagem total de neutrófilos), a PTC tem demonstrado desempenho superior no diagnóstico, com maior sensibilidade e especificidade para diferenciação de doença bacteriana e viral em crianças. No entanto, os custos elevados da determinação da PCT restringem seu uso rotinei- ramente. As escolhas dos valores de PCR e PCT dependem se estes marcadores serão utilizados para excluir ou incluir os casos de IBG. Tendo por objetivo a identificação de IBG nas crianças com FSSL, os níveis de corte de 80 mg/L para a PCR ou 2 ng/ mL para PCT apresentam especificidade de 90% e sensibili- dade de 40 a 50%. Para descartar IBG, os níveis de corte de 20 mg/L para PCR ou 0,5 ng/mL para PCT apresentam sensi- bilidade de 80% e especificidade de 70%. Inúmeros vírus são responsáveis por doenças febris em crianças, que podem se apresentar inicialmente como FSSL, como herpesvírus humano 6, enterovírus, adenovírus e in- fluenza. A disponibilidade de recursos laboratoriais para se diagnosticar infecção viral melhorou nos últimos anos, e os testes rápidos para pesquisa de vírus (teste por imunofluores- cência, imunocromatografia, anticorpo fluorescente, reação de cadeia de polimerase) são considerados uma opção a ser realizada nos serviços de emergência. Estudos recentes reve- lam menor taxa de IBG nas crianças com FSSL e infecção viral documentada, o que acarreta diminuição na solicitação de exames laboratoriais e na utilização de antibioticoterapia em- pírica. No HU-USP, a pesquisa de vírus respiratórios em secreção de nasofaringe por imunofluorescência indireta é realizada com frequência e inclui a pesquisa de adenovírus, vírus in- fluenza A e B, vírus sincicial respiratório e vírus parainflueza 1, Tabela 1 Critério de Rochester para avaliação de risco em crianças febris com menos de 60 dias Critérios de baixo risco para infecção bacteriana grave Critérios clínicos Previamente saudável Nascido a termo e sem complicações durante hospitalização no berçário Sem aparência tóxica e sem evidência de infecção bacteriana ao exame físico Sem doença crônica Critérios laboratoriais Contagem de leucócitos entre 5 e 15.000/mm3 Contagem absoluta de bastonetes < 1.500/mm3 Microscopia de sedimento urinário com contagem ≤ 10 leucócitos/campo Microscopia de fezes com contagem ≤ 5 leucócitos/campo nas crianças com diarreia Tratado de Pediatria 4ed.indb 901 5/4/17 18:11 902 • TRATADO DE PEDIATRIA • SEÇÃO 14 INFECTOLOGIA 2 e 3. Em um recente estudo, conduzido em crianças com FSSL atendidas no serviço de emergência pediátrica desse hospital, foi observado vírus respiratório em cerca de 24% des- sas crianças, sendo o adenovírus o agente mais detectado, se- guido do parainfluenza 3 e do influenza A. Com a maior disponibilidade da pesquisa de vírus respira- tório e introdução das vacinas para pneumococo e meningo- coco no calendário nacional, a avaliação da criança com FSSL pode ser mais observacional, depois de afastada infecção uri- nária, conforme sugerido na estratégia da Figura 2. Considerações finais As crianças com FSSL estarão sempre presentes nos serviços de emergência de pediatria, e as diferenças regionais causam pouca uniformidade no seu atendimento. Isso provavelmente ocorre, pois, em diferentes regiões, têm-se populações com in- cidências de FSSL e IBG distintas, cobertura vacinal e possibi- lidade de triagem laboratorial extremamente variáveis, defini- ções em relação a alto e baixo risco para IBG e protocolos para avaliação díspares. O diagnóstico e o seguimento dessas crianças continuarão sendo objetos de intensa discussão e evoluem constantemen- te com o resultado de inúmeras pesquisas, otimização das téc- nicas de laboratório, utilização de novos marcadores de IBG, estudos para identificação rápida de vírus e controle de doen- ças virais, assim como advento de novas vacinas. Independentemente da opção de manejo das crianças com FSSL, a avaliação clínica cuidadosa e reavaliação diárias são insubstituíveis e devem sempre ser realizadas. A conduta do pediatra também depende da condição sociocultural da famí- lia, da disponibilidade para trazer a criança parareavaliação e da compreensão dos riscos. Cada profissional ou serviço de saúde deve procurar adaptar sua conduta ao perfil de seus pro- fissionais e de sua clientela. Figura 2 Proposta atual para avaliação e seguimento de crianças de até 36 meses com febre sem sinais localizatórios. Atb: antibioticoterapia; BO: bacteriemia oculta; Hib: Haemophilus influenzae tipo b; Hmc: hemocultura; Hmg: hemograma; IM: intramuscular; IU: infecção urinária; nl: normal; LCR: líquido cefalorraquidiano; meningo: meningococo; pneumo: pneumococo; PVR: pesquisa de vírus respiratório (quando disponível); Rx: radiografia, Tax: temperatura axilar; UI: sedimento urinário; Uroc: urocultura; *Vacinação completa: pelo menos 2 doses das vacinas para hemófilos, pneumococo e meningococo. Rx alterado: Pneumonia Critérios de Rochester Hmc Rx tóraxRx nl: risco de BO Ceftriaxona 50 mg/kg, IM, 1 vez/dia Reavaliação diária até final das culturas Reavaliação diária Hmg nl ou leucócitos < 20.000/mm3 ou neutrófilos < 10.000/mm3 Se leucócitos ≥ 20.000/mm3 ou total neutrófilos ≥ 10.000/mm3 UI com leucocitúria ≥ 50.000/mL: IU Hmg UI nl ou leucocitúria < 50.000/mL UI/Uroc Tax. ≤ 39oC Vacinação completa Tax. > 39°C Considerar UI/Uroc Reavaliação diária PVR Reavaliação diária PVR Considerar UI/Uroc Vacinação incompleta* Baixo risco PVR Hmg/UI Internação Ex.lab.: PVR Hmg/Hmc UI/Uroc LCR Rx tórax Atb. empírica Internação Ex.lab.: PVR Hmg/Hmc UI/Uroc LCR Rx tórax Atb. empírica Alto risco Criança de 0 a 36 meses com FSSL Comprometimento do estado geral Internação Ex.lab.: Hmc/Uroc LCR Rx tórax Atb. empírica SIM (independentemente da idade) < 30 dias Reavaliação diária obrigatória 3 a 36 meses1 a 3 meses NÃO (Conduta de acordo c/ a idade) Tratado de Pediatria 4ed.indb 902 5/4/17 18:11 Febre sem sinais LocaLizatórios • 903 Ao final da leitura deste capítulo, o pediatra deve estar apto a: • entender os conceitos de febre, febre sem sinais localizatórios e infecção bacteriana grave. • saber quais são parâmetros clínicos e laboratoriais mínimos necessários para avaliação da criança até 36 meses com febre sem sinais localizatórios. • identificar os grupos de crianças consideradas de alto risco para infecção bacteriana grave. • conhecer os critérios adicionais que podem ser utilizados para avaliação das crianças com febre sem sinais localizatórios. 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