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Traumatologia Forense (Energia física e química) - queimaduras, eletricidade, radiação, vitriolagem, veneno, pressão atmosférica

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ANA CLARA GUIMARÃES VENTURI – MED UFR – T4 
Traumatologia Forense 
PARTE 2 
▪ Diversas modalidades de energias causadoras 
desses danos (classificação didática): 
1. Mecânica 
2. Física 
3. Química 
4. Físico-química 
5. Bioquímica 
6. Biodinâmica 
7. Mista 
Energia Física 
▪ Lesões produzidas por uma modalidade de ação 
capaz de modificar o estado físico dos corpos. 
▪ Energias de ordem física: 
1. Temperatura 
2. Pressão atmosférica 
3. Eletricidade 
4. Radioatividade 
5. Luz 
6. Som 
Temperatura 
CALOR 
✓ DIFUSO: 
-Insolação: Exposição direta e prolongada aos raios de 
sol; Alteração no controle da temperatura corporal 
(ação no hipotálamo) por exposição ao sol. 
-Intermação: Exposição do indivíduo a um ambiente 
fechado e com temperatura elevada durante muito 
tempo, sem ventilação para dissipar o calor. Mais grave, 
pode levar a morte (ex: criança esquecida no carro). 
Patogenia: Exposição ao calor demasiado altera a 
circulação do líquido corporal. 
*TERMONOSE = Ação difusa do calor 
✓ DIRETO: 
-Queimaduras: Usar Classificação de Hoffmann/Lussena 
– 4 graus OU Classificação de Dupurtren – 6 graus. 
 
 
Classificação de Hoffman/Lussena 
1º grau: Eritema simples, apenas a epiderme é afetada, 
pele íntegra. 
2º grau: Sinal de Chambert. Além do eritema, há um 
acumulo de líquido abaixo da epiderme com formação 
de bolhas (flictenas). No ser vivo, as bolhas detêm um 
líquido seroso (plasma). No caso da queimadura “post 
mortem” não existe este líquido seroso nas flictenas; 
 
3º grau: Coagulação necrótica dos tecidos moles; 
4º grau: Carbonização do plano ósseo. Na carbonização 
generalizada há uma redução do volume do corpo por 
condensação dos tecidos. Pode apresentar Sinal de 
Devergie. 
 
*SINAL DE DEVERGIE: Posição de boxeador, assumida 
pelos cadáveres vítimas de queimaduras graves e 
carbonização. A carbonização tende a retrair os 
tendões e musculatura para sua postura de repouso 
(flexão). 
 
 
*SINAL DE MONTALTI: Presença de fuligem ao longo das 
vias respiratórias, indicando que a vítima respirou 
quando em vida. Importante para o diagnóstico 
diferencial entre um evento de carbonização em vida ou 
pós-morte. 
 
 
 
 
ANA CLARA GUIMARÃES VENTURI – MED UFR – T4 
 
 
▪ QUEIMADURA IN VIVO: Presença de flictemas, com 
conteúdo seroso. 
▪ QUEIMADURA PÓS-MORTE: Tecido sem nenhuma 
vitalidade 
FRIO 
▪ HIPOTERMIA: Frio difuso 
Leve: 35° a 32°C 
Moderada: 32° a 28°C 
Grave: >28°C 
Profunda: 20° a 10°C 
Muito profunda: 10° a 5°C 
Ultraprofunda: <5°C 
 
▪ GELADURA: Frio localizado 
Pressão Atmosférica 
DIMINUIÇÃO 
▪ Inversamente proporcional à altitude. 
▪ Consequências: Diminuição da concentração dos 
gases dissolvidos no sangue, anoxia, taquicardia, 
dispneia, náuseas e perda de consciência. 
AUMENTO 
▪ Sofrem efeito nos mergulhadores e em outros 
profissionais que trabalham debaixo d’água ou em 
túneis. 
▪ Acarreta uma patologia de compressão 
(intoxicação por O2, CO2 e N2) ou descompressão 
(embolia). 
Eletricidade 
TIPOS DE LESÃO 
▪ FULMINAÇÃO: Eletricidade de origem natural, 
provocando êxito letal (Sinal de Lichtenberg) - 
morre 
▪ FULGURAÇÃO: Eletricidade de origem natural, 
provocando lesões corporais (Sinal de Lichtenberg) 
- sobrevive 
▪ ELETROPLESSÃO OU ELETROCUSSÃO: Lesão 
originada por qualquer efeito proporcionado pela 
eletricidade industrial, com ou sem êxito letal 
(marca elétrica de Jellinek). Pode haver 
metalização. 
*SINAL DE LICHTENBERG: Demarcação cutânea 
decorrente de uma descarga elétrica natural na pele. 
Transitório. 
 
*SINAL DE JELLINEK: Lesão de entrada de eletricidade 
artificial. Necrose seca. 
 
ETIOLOGIA DE MORTE 
▪ Pulmonar: Achados necroscópicos compatíveis 
com asfixia, cianose. Pode haver “cogumelo de 
espuma” (espuma que sai pela boca e marca morte 
com causa pulmonar). 
▪ Cardíaca: Contração fibrilar do ventrículo. Edema e 
congestão polivisceral (generalizada) 
▪ Cerebral: Pontilhado hemorrágico no assoalho dos 
ventrículos cerebrais (Sinal de Placentino). 
*MANCHAS DE TARDIEU: Pontilhado hemorrágico no 
coração e pulmões. 
 
LESÕES DE ENTRADA DE CORRENTE ELÉTRICA 
▪ Áreas mais acometidas: Língua, mãos, pés, 
genitais, dentes, orelhas. 
 
ANA CLARA GUIMARÃES VENTURI – MED UFR – T4 
▪ Quando lesões datadas diferentes = sinal de 
tortura 
▪ Em mucosas há uma potencialização da dor. 
Radioatividade 
▪ Os efeitos da radioatividade estão presentes nos RX, 
no rádio, cobalto e na energia atômica. 
▪ RADIODERMITES: Lesões locais, cuja ação geral 
incide sobre órgãos profundos, principalmente as 
gônadas. 
▪ Lesões podem ser: 
 
1. AGUDAS 
▪ 1º Grau: Geralmente temporárias. Formas 
depilatória e eritematosa. 
▪ 2º Grau: Forma pápulo-eritematosa, representada 
por ulceração dolorosa (difícil cicatrização). 
▪ 3º Grau: Zonas de necrose, de aspecto grave. 
Conhecidas como Úlcera de Roentgen. 
 
2. CRÔNICAS 
▪ Podem ser locais e apresentar a forma ulcero-
atrófica, teleangectásica ou neoplásica. 
Luz e Som 
▪ Comprometimento dos órgãos dos sentidos, 
produzindo lesões e perturbações de ordem 
funcional. 
✓ LUZ: Cegueira total (tortura) 
✓ RADIAÇÕES NÃO-IONIZANTES (infravermelho e 
ultravioleta): Lesões no cristalino e na conjuntiva. 
✓ LASER: Lesões na córnea e no cristalino. 
✓ SOM: Epilepsia acustogênica, motivada pela 
persistência e pela intensidade de ruídos, não muito 
rara em telefonistas e radiotelegrafistas. Outras 
alterações: zumbidos, otalgia, perda auditiva 
permanente. 
Energia Química 
▪ Lesões produzidas por substâncias que, entrando 
em contato com os tecidos vivos, causam danos à 
saúde. 
 
1. VITRIOLAGEM 
▪ Provocam lesões tegumentares e viscerais graves. 
✓ Ácidos: Desidratam os tecidos e lhes causam 
escaras endurecidas, secas. 
✓ Bases: Escaras úmidas, translúcidas e moles. 
✓ Sais: Escaras brancas e secas 
2. VENENO 
▪ Qualquer substância que, introduzida pelas mais 
diversas vias no organismo com finalidade diversa 
da original, danifica a saúde. 
▪ Classifica-se em: 
✓ Quanto ao ESTADO FÍSICO: líquidos, gasosos e 
sólidos. 
✓ Quanto à ORIGEM: animal, vegetal, mineral ou 
sintético. 
✓ Quanto à FUNÇÃO QUÍMICA: óxidos, ácidos, 
bases, sais, hidrocarbonetos, álcoois, 
acetonas... 
✓ Quanto ao USO: doméstico, agrícola, industrial, 
medicinal, cosmético...

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