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Biomoléculas: Carboidratos

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BIOMOLÉCULAS
	Primeiro, responda: que tipo de moléculas encontramos no corpo dos seres vivos? Pois bem, a água é o componente mais abundantes, independentemente da espécie. Mas voltemos nosso foco para os componentes ORGÂNICOS: Figura 1- este é um gráfico meramente ilustrativo, feito por mim, com o intuito de dar uma noção das proporções das biomoléculas.
	Nos ANIMAIS, as proteínas são mais abundantes; em PLANTAS e FUNGOS, carboidratos.
CARBOIDRATOS ou GLICÍDEOS ou HIDRATOS DE CARBONO ou AÇÚCARES
	São assim chamados porque, na sua constituição, possuem carbono, hidrogênio e oxigênio – fazendo existir um carboidrato hidratado – e a proporção entre eles é, respectivamente, 1:2:1 (CH2O)n. OBS: todos os carboidratos têm afinidade com a água.
	Quimicamente falando, os carboidratos são poliálcoois, com carbonila e podem apresentar as funções orgânica aldeído (sendo chamados de aldoses) ou cetona (sendo chamados de cetoses). De acordo com o número de carbonos são classificados em monossacarídeos, dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos.
OBS: NÃO EXISTE CARBOIDRATO ESSENCIAL!!! 
OBS2: não adianta. Mesmo que você consuma carboidrato em excesso, não obterá saciedade.
	
MONOSSACARÍDEOS
	O número de carbonos dos monossacarídeos vai de 3 a 7 (3 ≤ n ≤ 7). A partir disso são divididos em:
· Triose (C3H6O3): #gliceraldeído #diidroxiacetona
· Tetrose (C4H8O4)
· Pentose (C5H10O5): #ribose (ATP contém ribose; encontrado sendo vendido como suplemento) #desoxirribose (C5H10O4 – é o único tipo de monossacarídeo que foge à regra geral de proporção). OBS: os nucleotídeos usados para construir uma cadeia de DNA contêm desoxirribose; já os que são usados para construir uma cadeia de RNA contêm ribose).
· Hexose (C6H12O6): #glicose (substrato energético) #manose (pode ser usada para produzir um adoçante chamado de manitol*, que não conseguimos absorver, no qual, no lugar da carbonila, há uma hidroxila #galactose (comumente encontrada na superfície de membranas, que chamamos de glicocálice) #frutose (é uma cetose; metabolizada rapidamente).
· Heptose (C7H14O7)
*O excesso de manitol pode ter um efeito laxativo, provocando a diarreia. Isso se deve porque ele atrai MUITA água, distendendo a parede abdominal, o que faz aumentar a frequência dos movimentos peristálticos.
DISSACARÍDEOS
	Os dissacarídeos são constituídos por dois resíduos de monossacarídeos – a ligação glicosídica é a que os mantém unidos. OBS: quando os seres vivos precisam romper essa ligação, é mais fácil romper a do tipo alfa α, pois é fácil de digerir/hidrolisar, ao contrário da ligação beta β.
#maltose: carboidrato mais comum do malte (muito utilizado na produção de bebidas alcoólicas, é uma solução rica em carboidratos, obtida ao colocar sementes albuminadas, como as da cevada, em contato com a água, o que estimulará o embrião a germinar e a produzir enzimas que digerem o amido; daí os pedacinhos do amido vão saindo da semente por difusão e ficando na água).
#celobiose: início da formação de celulose.
#sacarose: formada por um resíduo de glicose e outro de frutose; TODO e QUALQUER açúcar é fonte de sacarose; carboidrato mais encontrado na seiva elaborada de plantas. A sacarose é muito utilizada para produzir o adoçante sucralose (possui cloro e não conseguimos absorvê-lo e, por isso, muito usada por diabéticos).
#lactose: a enzima que a digere, lactase, é produzida pelo nosso intestino delgado, é formada por um resíduo de glicose e outro de galactose. OBS: um exame de sangue pode indicar se tenho ou não intolerância à lactose. OBS2: produtos “zero lactose” possuem lactose, sim – apesar de em uma quantidade menor, provavelmente –, mas têm a enzima lactase. OBS3: os queijos curados têm um baixíssimo nível de lactose.INTOLERÂNCIA À LACTOSE
· A lactose é encontrada, naturalmente, no leite materno (feito de pedaços das glândulas mamárias) – sua composição é moldada de acordo o processo evolutivo da espécie;
· Diferentes espécies de mamíferos têm diferentes demandas nutricionais – no caso dos humanos, o carboidrato é de grande importância.
1. Quando a lactose é INGERIDA, é DIGERIDA pela enzima lactase;
2. O intestino delgado de mamíferos tem a capacidade de notar a necessidade de produzir essa enzima em maior ou menor quantidade;
3. O leite materno humano tem a maior concentração de lactose;
4. A medida que envelhecemos, vamos parando de mamar e, assim, deixando de ter contato com a lactose, o que faz com que o nosso intestino delgado diminua ou cesse a produção da lactase;
5. No entanto, os brasileiros têm uma cultura alimentar muito associada aos lácteos – muitos consomem derivados do leite ou até o próprio leite da vaca;
6. Quando éramos selvagens, o único período que tínhamos contato com a lactose era quando mamávamos;
7. Então, nossos genes sofreram processos de adaptação: a norma é reduzir ou cessar a produção de lactase;
8. Mas, à medida que as migrações ocorriam, mutações aconteceram, em que a etnia caucasiana continuou a produzir uma quantidade significativa de lactase. De forma semelhante, aconteceu com a etnia árabe. ISSO não é o caso da maioria das etnias humanas;
9. Lembre-se que o povo brasileiro é miscigenado, e genes caucasiano foram trazidos para cá. É por isso que o percentual de pessoas que conseguem produzir lactase para digerir a lactose é alto.
ESSA REDUÇÃO DA PRODUÇÃO DA LACTASE ACONTECE EM TODOS, O QUE DIFERE É A PORCENTAGEM DE ACORDO COM AS ETNIAS (#MUTAÇÕES) E OS HÁBITOS ALIMENTARES.
OLIGOSSACARÍDEOS
	Os oligossacarídeos são carboidratos na forma de pequenos polímeros.
#rafinose ou trissacarídeo: presente na casca do feijão e no repolho.
#frutooligossacarídeos (FOS): atuam como prebióticos*.
OBS: certas plantas produzem, naturalmente, substâncias que contêm moléculas de oligossacarídeos que têm um gosto adocicado – um exemplo é a planta Stevia rebaudiana, de onde vem o adoçante Stevia.
*Os prebióticos servem de alimentos para os microrganismos que habitam nossa microbiota.
POLISSACARÍDEOS
De acordo com sua função, os polissacarídeos podem ser classificados em energético ou estrutural; de acordo com sua diversidade de monômeros, em homopolissacarídeo (um tipo de monossacarídeo) ou heteropolissacarídeo (dois ou mais tipos de monossacarídeos); de acordo com sua ramificação, ramificado ou não ramificado.
#amido: formado por dois polissacarídeos, amilose (não ramificado) e amilopectina (ramificada), unidos pela ligação glicosídica α, e por isso, demoramos a digerir o amido. OBS: plantas e algas* têm amido, formado no seu plasto, uma organela (ex: cloroplasto, amiloplasto, uma organela especializada em armazenar amido e é abundante no parênquima amilífero).
*No período diurno, plantas e algas produzem MUITO carboidrato, o qual acaba sendo armazenado na forma de amido.
ÍNDICE GLICÊMICO x CARGA GLICÊMICA
O índice glicêmico é a medida da velocidade com que a glicemia (concentração de glicose no sangue) se eleva. Já a carga glicêmica é a quantidade de glicose que uma determinada porção de alimento possui.
OBS: quanto mais subir a glicemia, mais rapidamente cairá e vice-versa, o que chamamos de efeito rebote - e não se engane, o SNC nota essa mudança. 
#glicogênio: homopolissacarídeo ramificado; formado naturalmente nas células dos animais e dos fungos quando chega excesso de glicose; em nós humanos, o glicogênio é formado no fígado e no músculo cardíaco e está dentro do citosol; forma-se ancorado à proteína glicogenina; quanto mais glicogênio, mais água é atraída. OBS: quando estamos nos alimentando, nosso corpo está aumentando os estoques de glicogênio, bem quando estamos em repouso; já quando estamos em jejum, nosso corpo está consumindo os estoques de glicogênio, bem como quando estamos praticando atividade física.
#celulose*: homopolissacarídeo (seu monômero é a glicose) não ramificado; ligação glicosídica β.
#hemicelulose*: homopolissacarídeo ramificado; conecta as fibras celulósicas.
#pectinas*: são como uma gosma, agindo como cimento; heteropolissacarídeos ramificados.
OBS: fibras alimentares solúveis
(celulose, hemicelulose, pectinas) x insolúveis (lignina).
*Presentes na parede celular das células de plantas.
#quitina: homopolissacarídeo não ramificado; ocorre nos fungos, nos artrópodes (no esqueleto externo), nos anelídeos e nos vermes; ligação glicosídica β; NÃO está envolvida com impermeabilização; homopolissacarídeo não ramificado.
#agarose: presente na parede celular de algas vermelhas e pardas; caráter polianiônico (muita carga negativa) – por causa das cargas negativas, a água fica retida por mais tempo.
#peptoglicano
#condroitina: presente na matriz cartilaginosa.
#ácido hialurônico: produzido por fibroblastos; faz com que a pele tenha uma aparência mais bonita, digamos assim; atrai muita água, podendo ser usada como preenchimento labial.
#heparina: nos humanos, tem a função de coagulante.
LIPÍDEOS
	No geral, lipídeos são moléculas apolares e hidrofóbicas.
GLICERÍDEOS
Popularmente chamados de óleos ou gordura, NÃO possuem afinidade com a água; apresentam glicerol (tecnicamente chamado de propanatriol) na sua constituição, que possui três hidroxilas que vão reagir com carboxilas de ácidos graxos, acontecendo uma esterificação. OBS: que fique claro! A ligação éster conecta os ácidos graxos no glicerol – posso chamar essa reação de esterificação de reação de condensação ou síntese por desidratação (para cada ligação éster, uma molécula de água é formada). Daí vem as classificações:
#Monoglicerídeo: glicerol esterificado a um resíduo de ácido graxo;
#Diglicerídeo: glicerol esterificado a dois resíduos de ácido graxo;
#Triglicerídeo: glicerol esterificado a três resíduos de ácido graxo. É esse tipo de molécula que mais possuímos nas células adiposas, é uma reserva energética.
Sobre os ácidos graxos: o tamanho de sua cadeia importa! Além disso, são classificados em saturados os insaturados (monoinsaturados quando houver apenas uma instauração ou poli-insaturados quando houver duas ou mais insaturações) – na natureza, nos ácidos graxos, as ligações duplas têm conformação espacial cis, motivo de suas cadeias serem tortas. Ainda sobre os ácidos graxos insaturados, estes recebem uma nomenclatura específica: (ômega-_) – o espaço vazio será preenchido por algum número (3; 6 ou 9) – e para saber qual número usar, devemos fazer uma contagem a partir do carbono ômega (é o último da cadeia) até chegar a primeira instauração. OBS: o ômega-9 SEMPRE é um ácido graxo monoinsaturado; já o ômega-6 e o ômega-3 são SEMPRE ácidos graxos poli-insaturados. OBS2: nos humanos, normalmente, não encontramos os ácidos graxos livres – quase sempre estão esterificados/ligados a um álcool, como o glicerol. OBS3: em QUALQUER ser vivo há uma mistura de ácidos graxos. OBS4: quanto maior o percentual das substâncias insaturadas, mais líquidas serão.
E o que devemos saber sobres as famílias ômega-6 e ômega-3? Bom, primeiro que precisamos de ambas para construir membranas com uma consistência adequada – função estrutural – e também possuem função metabólica. Segundo, os ácidos graxos do ômega-6 são, no geral, pró-inflamatórios; já do ômega-3, são anti-inflamatórios (ex: EPA, DHA). E, por último, ambos são nutrientes essenciais*.
*Nutrientes essenciais são aqueles que nosso corpo NÃO consegue obter, suficientemente, através do próprio metabolismo, apenas pela alimentação.
OBS: as gorduras trans são produzidas através de procedimentos industriais que mexem com os ácidos graxos insaturados – a hidrogenação é uma maneira de formar a gordura hidrogenada e, durante esse processo de hidrogenação, acaba sendo alterada a configuração de ligações duplas, as quais passam do tipo cis para o tipo trans, e o que era torto, fica reto (lembra quando falamos que o tipo cis faz a molécula ter uma torção?).
	Sobre os triglicerídeos, saiba: os triglicerídeos de cadeia média (TCM), para serem absorvidos e digeridos, precisam estimular a liberação de um hormônio; já os triglicerídeos de cadeia longa (TCL) não precisam disso, sendo sua metabolização mitocondrial mais fácil.
OBS: os fosfolipídeos são lipídeos que têm fosfato e têm um caráter anfifílico (anfipático) – tem uma parte com afinidade com água e outra, aversão.
	Com base na observação acima, já podemos entender que os fosfoglicerídeos são glicerídeos que contêm fosfato. Os mais importantes que precisamos saber são:
#fosfatidilcolina: mais abundante na membrana plasmática, tanto na face interna, quanto na face externa; é usado na indústria alimentícia por ser um emulsificante natural, passando a ser chamado de lecitina;
#fosfatidilserina: encontrado na face interna da membrana plasmática; se estiver livre, é usado como substrato de fosfolipases que romperão as ligações ésteres, soltando os ácidos graxos – um deles é, necessariamente, da família ômega-6, que formarão lipídeos pró-inflamatórios, conhecidos como prostaglandinas.
ESFINGOLIPÍDEOS
	Os esfingolipídeos são constituídos de esfingosina, um ácido graxo e um grupo radical.
#ceramida: mais simples;
#mielina ou esfingomielina: fosfolipídeo utilizado por oligodendrócitos e células de Schwann para que o sistema nervoso seja formado corretamente;
#gangliosídeos: ocorrem na membrana plasmática de certos animais, especialmente nos eritrócitos.
CERÍDEOS
	Os ácidos graxos que compõem os cerídeos ou são de cadeia longa ou são de cadeia muito longa. Por esse motivo eles têm MUITA aversão à água (hidrofóbicos) – quanto maior a cadeia, maior a aversão. 
#cera de abelha: encontrada na colmeia de abelhas.;
 #cutina: plantas possuem;
#cerúmen: existe na cera de ouvido.
	ESTEROIDES
	Os esteroides NÃO possuem ácido graxo; são constituídos de um núcleo esteroidal (notamos as cadeias carbônicas fechadas); possuem funções hormonal e esteroidal – regulam a fluidez de membrana celular ao interagir com um fosfoglicerídeo composto por ácido graxo insaturado.
#esgosterol: encontrados nas membranas de vegetais e fungos;
#colesterol: SÓ HÁ EM ANIMAIS – nos humanos, é produzido pelo fígado. OBS: as lipoproteínas são aglomerados de lipídeos e proteínas e TODAS possuem colesterol.
“Melhor do que ter medo de consumir dois ovos por dia, é ter medo de ter uma circunferência abdominal maior do que o indicado – provavelmente o fígado está maior do que deveria, o que significa um prejuízo da saúde hepática”. FILHO, Jonas
O colesterol que produzimos não serve só para formar nossas membranas, mas também para produzirmos hormônios (ex: testosterona – andrógeno – e estradiol – estrógeno -, ambos hormônios sexuais que homens E mulheres têm; cortisol e aldosterona). Além disso, também utilizamos o colesterol como matéria-prima para produzir a “vitamina” D (vitamina é um nutriente essencial), um hormônio que começa a ser produzido na nossa pele ao receber raios solares e continua no fígado, nos rins – essa vitamina é muito importante para a nossa imunidade. OBS: precisamos nos expor ao Sol COM SEGURANÇA – tem que prestar atenção no tempo e horários de exposição.
· Lipoproteína de alta densidade (HDL), chamado de “colesterol bom”: cardioprotetora, recolhendo o excesso de lipídeos e os devolve para o fígado;
· Lipoproteína de alta densidade (LDL), chamada de “colesterol ruim”: em níveis altos favorece a formação de placas gordurosas nas paredes das nossas artérias. LDL NÃO é colesterol, CONTÉM colesterol; NÃOOOO é ruim, inclusive transporta coisas essenciais para nossa vida, como vitaminas!!! Como faço acontecer no meu corpo muita LDL? Provavelmente o fígado está doente. O consumo excessivo de carboidrato faz com que o fígado lance no sangue LDL em excesso – o consumo de gorduras de má qualidade, como a margarina, o óleo de soja favorece isso.
OBS: colesterol e LDL são produzidos pelo fígado.
AMINOÁCIDOS
Os aminoácidos servem, principalmente, para a produção de proteínas.
OBS: alimentos energéticos (ricos em nutrientes energéticos, ou seja, aqueles utilizados como substrato energético – normalmente são ricos em carboidrato e/ou gordura. Ex: banana, mel, azeite de oliva) x alimentos plásticos ou estruturais (têm nutrientes para formar o nosso corpo, como proteínas e lipídeos.
Ex: carne e ovo).
OBS2: alimento rico em proteína – o nosso interesse nutricional está nos aminoácidos quer formam as proteínas.
	Os animais obtêm aminoácidos ao ingerir alimentos que contêm proteínas. Bioquimicamente falando, os aminoácidos são formados por um carbono central que, normalmente, está ligado a quatro ligantes diferentes: amina, carboxila, hidrogênio e um grupo radical, também chamado de cadeia lateral – o nome aminoácido faz referência a essas funções orgânicas (amina e ácido carboxílico). Ao todo, existem mais de cem tipos diferentes de aminoácidos, mas utilizamos apenas vinte para produzir nossas proteínas – a partir de agora, quando falarmos em aminoácido proteico, estaremos nos referindo àquele que é justamente utilizado para produzir proteínas. 
	
AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS OU AMINOÁCIDOS NATURAIS
	Um nutriente essencial precisa, necessariamente, ser ingerido, pois nosso corpo não consegue produzi-lo. Em relação aos seres humanos, dos vinte aminoácidos, nove são classificados como essenciais. Os aminoácidos essenciais – “sintetizados” no organismo – são: histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina.
	AMINOÁCIDOS NÃO ESSENCIAIS OU AMINOÁCIDOS ARTIFICIAIS
	Nosso corpo consegue obter pelo próprio metabolismo, mas a quantidade não é suficiente e, portanto, chega-se à conclusão de que precisamos consumir os vinte aminoácidos proteicos diariamente ou quase todo dia – se passarmos um grande intervalo de tempo sem consumir algum deles, como uma semana, problemas virão.
Quanto à caracterização química em relação aos grupos radicais, os aminoácidos são divididos em apolares, polares, aromáticos, positivos e negativos. E não se esqueça: todos os aminoácidos que citaremos abaixo produzem proteínas, vamos apenas acrescentar outras funções e informações sobre eles.
	-APOLARES
#glicina: pode ser usada para alimentar o metabolismo que ocorre dentro das nossas mitocôndrias: o ciclo de Krebs – ou seja, também é usada como substrato energético. A glicina é utilizada na produção do colágeno, a proteína mais abundante no nosso corpo. Tanto a glicina, quanto a lisina, precisam passar pelo processo de hidroxilação.
#alanina: usada para levar um composto nitrogenado ao local que será utilizado, evitando que esse composto tóxico fique livre na corrente sanguínea, intoxicando órgãos vitais, como o coração.
#leucina #isoleucina #valina: aminoácidos de cadeia ramificada; acontecem nas proteínas dos nossos músculos, podendo ser obtidas ao consumir carnes, ovos; utilizadas para produzir nossas proteínas musculares. Também melhoram certas sinalizações que acontecem no nosso organismo. OBS: aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA).
#metionina: a metionina, a glicina e a argenina são aminoácidos que utilizamos para produzir, naturalmente, creatina (produzida principalmente na musculatura, e usada para poder formar, rapidamente, ATP – e esse ATP permite o funcionamento não só dos músculos, mas também de órgãos) – quanto menos creatina, menos ATP, e aí... cuidado! Problemas podem ser gerados, como a fragilidade muscular, evitada, por exemplo, pela musculação e pelo crossfit, que são estímulos na musculatura. É metabolizada pelo fígado, rins e pâncreas. OBS: creatinina é o resíduo da creatina – quem tem um rim doente tem problema em eliminar do corpo várias coisas, dentre elas, a creatinina.
	-POLARES
#glutamina: aminoácido mais presente no nosso sangue (na forma livre), usado por células do sistema imune como substrato energético. OBS: até o presente não há evidências científicas convincentes que demonstrem os reais benefícios da suplementação da glutamina – mas lembre-se: a ausência de evidência não é evidência da ausência!
	AROMÁTICOS
#fenilalanina: o excesso de fenilalanina corresponde a doença inata fenilcetonúria, que pode prejudicar o desenvolvimento do sistema nervoso central (SNC), que se for impactado, gera sequelas permanentes – portanto, essa doença deve ser detectada o mais rápido possível. OBS: fenilcetonúria é a doença metabólica que resulta da deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase hepática, que converte o aminoácido fenilalanina em tirosina, a qual é precursora da dopamina e da noradrenalina #teste do pezinho (é analisada a possível presença dessa doença – se for confirmada, na dieta do bebê NÃO pode conter alimentos com fenilalanina, como feijão, soja, leite e seus derivados, para não ter complicações no SNC). OBS2: adoçantes, como o espartame, contém fenilalanina e espartato; o espartame impacta na microbiota intestinal.
#triptofano: utilizado pelo nosso intestino para produzir a serotonina, uma substância neurotransmissora – o intestino delgado é o local que mais produz serotonina, que tem a capacidade de nos oferecer uma sensação prazerosa (por isso que a indústria alimentícia adiciona, certas vezes, triptofano em seus produtos). Outro derivado do triptofano é a melatonina, produzida na glândula pineal ou epífise talâmica, um hormônio que atua em vários lugares do nosso corpo, como no cérebro, melhorando as correções de conexões neuronais que fazemos durante o sono – é no período noturno que mais produzimos melatonina.
#tirosina: usada, por exemplo, na produção de melanina; na produção de hormônios, como a adrenalina, dopamina, noradrenalina (os três constituem o grupo catecolaminas) – bioquimicamente falando, são aminoácidos modificados. Além disso, a glândula tireoide utiliza a tirosina para produzir hormônios iodados – também hormônios modificados.
	CARREGADOS POSITIVAMENTE
#argenina: participa do mecanismo bicicleta de Krebs (o ciclo de Krebs se conecta ao ciclo da ornitina ou ciclo da ureia – um deles gira com maior rapidez, fazendo com que o outro também o faça). OBS: o suplemento Targifor+C faz com que esses ciclos girem mais rapidamente – quanto maior a ingestão de argenina, maior a rapidez de um dos ciclos, que faz com que o outro também gire mais rapidamente, interessante, inclusive, para combater o cansaço físico. A argenina é encontrada naturalmente nos alimentos.
#histidina: usada pelos nossos mastócitos e basófilos para que produzam a histamina, uma substância vasoativa, envolvida com o processo inflamatório.
	CARREGADOS NEGATIVAMENTE
#aspartato #glutamato: ambos usados como neurotransmissores. O glutamato participa de vias neuronais (conexões entre neurônios) envolvidas com a memória e com o aprendizado, por exemplo.
AMINOÁCIDO NÃO SERVE SÓ PARA PRODUZIR PROTEÍNAS!!! ENTENDEU??!!
PROTEÍNAS
	As proteínas são moléculas essenciais à vida, produzidas apenas por seres vivos e TODA proteína é formada por uma sequência de moléculas menores, os aminoácidos (como uma corrente é formada por elos entre si) e essa sequência é “dobrada” tem um formato característico para cada tipo de proteína. Elas são as biomoléculas com maior diversidade de funções; para produzi-las o gasto energético é significativo.
 Elas podem aparecer na abordagem nutricional: são as melhores fontes de aminoácidos. Para classificar valor biológico das proteínas em alto (ex: proteínas do soro biológico; ovoalbumina, presente na clara do ovo), médio/moderado (ex: proteínas de sementes) ou baixo (ex: colágeno), consideramos dois quesitos: a diversidade de aminoácidos (maior a diversidade, maior o seu valor) e a digestibilidade, ou seja, a capacidade do nosso corpo em digerir a proteína.
Bioquimicamente, as proteínas são classificas em quatro estruturas proteicas: primária, secundária, terciária e quaternária. Veja abaixo:
1. PRIMÁRIA. Refere-se a sequência dos resíduos de aminoácidos que formam a proteína. Esses resíduos são ligados por uma ligação peptídica (ligação de primeira ordem #forte; quando acontece, mantém esses resíduos extremamente firmes uns nos outros, fazendo acontecer uma sequência), e esta é quebrada durante a digestão. Amidação, reação de condensação ou síntese por desidratação. O início da sequência é aminoterminal ou N terminal, que contém nitrogênio; o final, carboxiterminal ou C terminal, que contém carbono;
2. SECUNDÁRIA. Relaciona-se à ocorrência
de interações entre os resíduos de aminoácidos sem envolver os seus grupos radicais. Nela, a interação típica é a ligação de hidrogênio e quando acontece entre os resíduos de aminoácidos de uma proteína, sem envolver os grupos radicais, a cadeia polipeptídica se apresenta em forma alfa-hélice ou folha-beta-pregueada – é possível que na mesma proteína ambas as formas existam. Ex: nas nossas células nervosas do encéfalo, existem proteínas chamadas priônicas ou príons*, que quando são saudáveis, somente apresentam alfa-hélice na estrutura secundária, mas pode apresentar, também, folha-beta depois de uma mutação, provocando a morte da célula nervosa, deixando essas proteínas livres, que ao interagirem com as saudáveis, induzem estas a se transformarem na forma maléfica #efeito cascata, provocando o que chamamos de encefalopatia espongiforme (o cérebro do animal fica cheia de “buraquinhos”), acarretando graves problemas neurológicos;
*Príons são proteínas anormais, “dobradas” de modo incorreto. Um príon não pode replicar a si mesmo, mas pode alterar a forma correta de uma proteína normal, convertendo-a em príon também. A propagação também acontece de um organismo a outro através da ingestão de príons, podendo acontecer em espécies diferentes, inclusive seres humanos. OBS: doença da vaca-louca (em bovinos); insônia familiar fatal (em humanos). Os príons são altamente resistentes ao calor, formol e nucleases.
3. TERCIÁRIA. Faz a proteína ter o seu aspecto tridimensional; acontece por causa de diferentes interações entre os grupos radicais de resíduos de aminoácidos que formam cadeia polipeptídica, que forma a proteína. Muitas dessas interações são fracas, por isso que um aquecimento pode provocar a desnaturação de proteínas – o detalhe é: proteínas de estrutura terciária termicamente estáveis apresentam a ponte dissulfeto (conecta dois resíduos de cisteína), uma ligação de primeira ordem, que envolve o grupo radical do resíduo de proteína cisteína. OBS: as provas cobram as proteínas como termolábeis, isto é, sensíveis ao calor. A proteína PRECISA ter a estrutura terciária para efetuar sua função. Pode acontecer a ligação de hidrogênio;
4. QUATERNÁRIA. Nem toda proteína apresenta; caracteriza-se pela associação de duas ou mais cadeias polipeptídicas, formando uma proteína. Ex: hemoglobina, que contém quatro cadeias polipeptídicas; imunoglobina (anticorpo); ATP sintase (mitocondrial); DNA polimerase.
DESNATURAÇÃO
	A desnaturação SEMPRE é um fenômeno maléfico à função da proteína, envolvendo uma mudança DRÁSTICA no seu formato, alterando sua estrutura terciária, e a secundária também tende a ser afetada. Para a desnaturação acontecer, fatores ambientas têm que acontecer:
· Aumento da temperatura: depende da variação térmica e do ponto de partida. OBS: consumo de ovo com proteínas desnaturadas (ao aquecê-lo) – NÃO há problema, pois nosso interesse nutricional é nos aminoácidos que formam as suas proteínas. OBS2: a redução de temperatura não gera a desestabilização das interações;
· Variação de pH (grau de acidez): Quanto maior a variação, mais facilmente ocorre a desnaturação. Ex: transformação do leite em coalhada/iogurte é proporcionada pela mudança no pH do leite;
· Radiação ionizante: maior a intensidade, mais facilmente a desnaturação acontece;
· Detergentes ou compostos anfifílicos ou anfipáticos.
As proteínas NÃO são estáticas, existindo um certo dinamismo. A mudança na forma espacial de uma proteína pode ser tanto algo discreto (alosteria), quanto brusco. Ex: hemoglobina, uma proteína alostérica, pois tem uma mudança sutil que pode aumentar ou diminuir sua afinidade com o oxigênio. OBS: desnaturação de proteínas e alosteria são coisas DIFERENTES!!! OBS2: a renaturação é algo difícil de acontecer – as chaperoninas podem favorecer a ocorrência dessa renaturação.
	ENZIMAS
	As proteínas têm a capacidade de tornar uma reação mais rápida. Estamos falando das proteínas catalíticas, chamadas de enzimas: o próprio organismo produz com o intuito de tornar uma reação mais rápida (ex: lactase, que tem como substrato a lactose; ATP sintase; pepsina). As enzimas são sempre macromoléculas e, na sua estrutura, há o sítio ou área ativa, que interage com o substrato, realizando certas interações específicas, fazendo acontecer a especificidade. OBS: modelo chave-fechadura – assim como uma fechadura se encaixa perfeitamente em uma chave específica, uma enzima se encaixa perfeitamente no seu substrato, como se fossem duas peças de LEGO –, MAS HOJE EM DIA, falamos do modelo encaixe induzido, isto é, a enzima e o substrato NÃO têm formas predeterminadas, a área ativa se ajusta ao substrato – a forma da enzima vai se alterando a medida que o substrato se aproxima. As enzimas precisam ser grandes para que, quando se mexerem, possam impactar o substrato de forma que uma reação consiga acontecer.
	É fundamental ter as enzimas saudáveis em nosso corpo para que possamos estar vivos!
	Muitas das nossas enzimas, precisam de certos compostos que não são proteínas para que possam funcionar. Ex: gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase, uma enzima que promove uma desidrogenação, causa uma oxidação no gliceraldeído-3-fosfato e para que faça esse papel, precisa de um composto que receba esse hidrogênio: NAD, uma coenzima* e um aceptor intermediário de elétrons, insto é, se reduz para, posteriormente, se oxidar/dar esses elétrons para outro composto. OBS: vitaminas do complexo B, normalmente, auxiliam as enzimas do nosso metabolismo energético; os sais minerais também podem ser cofatores enzimáticos.
* Composto orgânico que está em uma enzima auxiliando seu funcionamento.
	Os fatores que mexem com as funções de proteínas, também podem alterar o funcionamento de enzimas, já que estas são, normalmente, proteínas. 
· Temperatura: se uma enzima tem como temperatura ótima 37°C, a variação de 1°C afeta seu funcionamento – o aumento causa desnaturação; NO ENTANTO, a redução NÃO causa desnaturação, mas prejudica a enzima, pois os encontros, que são aleatórios, da enzima com o substrato se tornam mais raros e a movimentação da enzima, à medida que interage com o substrato, torna-se mais lenta, dificultando a ocorrência da reação;
· pH: tanto o aumento, quanto a diminuição do pH a partir do pH ótimo, prejudicam o funcionamento das enzimas, provocando a desnaturação. Por isso temos os tampões;
· Concentração do substrato no ambiente onde estão as enzimas: A concentração interfere na velocidade da reação – quanto mais substrato, mais rapidamente a reação acontece, mas há um ponto de saturação, que é a concentração mínima de substrato que faz a concentração chegar ao seu máximo; a partir desse ponto, não adianta aumentar a concentração do substrato. Entenda que se em um local encontramos cem enzimas do mesmo tipo e nele não há substrato, não tem como ocorrer reação. OBS: NÃO tem vínculo com desnaturação!!!
A enzima reduz a energia de ativação da reação.
	As reações metabólicas do nosso organismo acontecem em vias ou rotas metabólicas, que são sequência de reações químicas; sempre uma das reações é conhecida como passo de comprometimento (é a reação que tem a enzima que menos acelera sua ocorrência e essa enzima é sempre alostérica – a sua afinidade com o substrato pode ficar maior ou menor). OBS: essa propriedade das enzimas de acelerar reações química é um alvo terapêutico/farmacológico, pois há drogas medicamentosas que promovem uma inibição enzimática para que uma determinada via metabólica pare de acontecer por um tempo ou diminua sua intensidade.
	A inibição enzimática costuma ser dividida em dois grupos:
· Competitiva: o composto inibidor compete com o substrato da enzima pelo sítio ativo, importando a concentração do composto e do substrato no meio onde a enzima alvo se encontra. As drogas medicamentosas que são inibidores competitivos, hoje, não são tão comuns quanto as drogas inibidoras enzimáticas não competitivas
· Não competitiva: as drogas inibidoras enzimáticas não competitivas NÃO interagem com a enzima no seu sítio ativo, promovendo
uma alosteria, interagindo com o sítio alostérico, afetando o formato da enzima, tornando a afinidade desta menor com o substrato.
Essas três curvas mostram a taxa de reação (velocidade com que acontece uma reação) em função da concentração de substrato. LEMBRE-SE: o aumento da concentração do substrato torna uma reação mais rápida até que se atinja o ponto de saturação.
Biomoléculas - proporção
Vendas	Proteínas	Ác.Nucleicos	Carboidratos	Lipídeos	9	4	2	1.2

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