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1 Sanndy Emannuelly – 4° Período Tutorial 5 OBJETIVO 1: REVISAR A MORFOFISIOLOGIA DA HIPÓFISE E SUA RELAÇÃO COM OS HORMÔNIOS. Silverthorn Anatomia e fisiologia- Tortora - A hipófise é uma estrutura em forma de ervilha, medindo aproximadamente 1 a 1,5 cm de diâmetro, que se situa na fossa hipofisial da sela turca do esfenoide e fixa-se ao hipotálamo por meio de um pedículo, o infundíbulo. - Possui duas partes separadas anatômica e funcionalmente: a adeno-hipófise( lobo anterior) e a neuro-hipófise ( lobo posterior). - A adeno-hipófise responde por aproximadamente 75% do peso total da glândula e é composta por tecido epitelial. Consiste em duas partes no adulto: a distal é a parte maior, e a tuberal forma uma bainha em torno do infundíbulo. - A neuro-hipófise também consiste em duas partes: a parte nervosa, a maior parte, e o infundíbulo. - Uma terceira região da hipófise, chamada de parte intermédia, atrofia-se durante o desenvolvimento fetal humano e deixa de existir como um lobo separado nos adultos. No entanto, algumas de suas células migram para partes adjacentes da adeno-hipófise, na qual permanecem. - A glândula hipófise está localizada no interior da sela túrcica na base do cérebro e é constituída pela adeno- hipófise (hipófise anterior) e pela neuro-hipófise (lobo posterior). - A hipófise anterior contém 5 tipos diferentes de células, cada uma definida pelo hormônio que produz: somatotrofos,tireotrofos,corticotrofos,gonadotrofos e lactotrofos. - O lobo posterior ou neuro-hipófise é constituído por axônios oriundos de neurônios magnocelulares dos núcleos supra-ópticos e paraventriculares e estoca e libera a ocitocina, de papel relevante durante o parto e a lactação, e a arginina vasopressina (AVP) ou hormônio antidiurético (HAD), que regula o balanço hídrico. - A função da adeno-hipófise está intimamente ligada ao hipotálamo, onde são secretados fatores estimulatórios e inibitórios da secreção hormonal, regulando assim os eixos hipotálamo-hipófise-glândulas-alvo. Incluem o hormônio liberador de GH (GHRH), o hormônio liberador de tireotrofina (TRH), o hormônio liberador de corticotrofina (CRH) e o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), além da dopamina e da somatostatina. Adeno-hipófise - A secreção de todos os hormônios da adeno-hipófise é controlada por neuro-hormônios hipotalâmicos. As vias de regulação podem se tornar um tanto complexas, uma vez que alguns neuro-hormônios hipotalâmicos alteram a secreção de diversos hormônios da adeno-hipófise. - Os neuro-hormônios hipotalâmicos que controlam a liberação dos hormônios da adeno-hipófise são geralmente identificados como hormônios liberadores (p. ex., hormônio liberador de tireotrofina) ou hormônios inibidores (p. ex., hormônio inibidor do hormônio de crescimento). - Sistema Porta-Hipofisário: Hormônios hipotalâmicos que liberam ou inibem hormônios da adeno-hipófise chegam à adeno-hipófise por meio de um sistema porta. Em geral, o sangue passa do coração, por uma artéria, para um capilar, daí para uma veia e de volta ao coração. Em um sistema porta, o sangue flui de uma rede capilar para uma veia porta e, em seguida, para uma segunda rede capilar antes de retornar ao coração. No sistema porta hipofisário, o sangue flui de capilares no hipotálamo para veias porta que carreiam sangue para capilares da adeno-hipófise. -Acima do quiasma óptico há grupos de neurônios especializados chamados de células neurossecretoras. Essas células sintetizam os hormônios hipotalâmicos liberadores e inibidores em seus corpos celulares e envolvem os hormônios em vesículas, que alcançam os terminais axônicos por transporte axônico. Impulsos nervosos promovem a exocitose das vesículas. - Depois disso, os hormônios se difundem para o plexo primário do sistema porta hipofisário. Rapidamente, os hormônios hipotalâmicos fluem com o sangue pelas veias porto-hipofisárias para o plexo secundário. Essa via direta possibilita que os hormônios hipotalâmicos atuem imediatamente nas células da adeno-hipófise, antes que os hormônios sejam diluídos ou destruídos na circulação geral. - Os hormônios secretados pelas células da adeno-hipófise passam para os capilares do plexo secundário, que drenam para as veias porto-hipofisárias anteriores e para fora na circulação geral. Os hormônios da adeno-hipófise viajam até os tecidos alvo ao longo do corpo. - Dos seis hormônios da adeno-hipófise, somente a prolactina atua sobre um alvo não-endócrino (a mama). Os cinco hormônios remanescentes possuem outra glândula ou célula endócrina como um de seus alvos. Os hormônios que controlam a secreção de outros hormônios são denominados hormônios tróficos. 2 Sanndy Emannuelly – 4° Período - Cinco tipos de células da adeno-hipófise – somatotrofos, tireotrofos, gonadotrofos, lactotrofos e corticotrofos – secretam sete hormônios. - Os somatotrofos secretam hormônio do crescimento (GH), também conhecido como somatotrofina. O hormônio do crescimento, por sua vez, estimula vários tecidos a secretarem fatores de crescimento insulino-símiles (IGF), hormônios que estimulam o crescimento corporal geral e regulam aspectos do metabolismo. - Os tireotrofos secretam hormônio tireoestimulante (TSH), também conhecido como tireotrofina. O TSH controla as secreções e outras atividades da glândula tireoide. - Os gonadotrofos secretam duas gonadotrofinas: hormônio foliculoestimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH). O FSH e o LH atuam nas gônadas; estimulam a secreção de estrogênios e progesterona e a maturação de ovócitos nos ovários, além de estimularem a produção de espermatozoides e a secreção de testosterona nos testículos. - Os lactotrofos secretam prolactina (PRL), que inicia a produção de leite nas glândulas mamárias. - Os corticotrofos secretam hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), também conhecido como corticotrofina, que estimula o córtex da glândula suprarrenal a secretar glicocorticoides como cortisol. Alguns corticotrofos, remanescentes da parte intermédia, também secretam hormônio melanócito-estimulante (MSH). - A secreção dos hormônios da adeno-hipófise é regulada de duas maneiras. Na primeira, células neurossecretoras no hipotálamo secretam cinco hormônios liberadores, que estimulam a secreção de hormônios da adeno-hipófise, e dois hormônios inibidores, que suprimem a secreção de hormônios da adeno-hipófise. - Na segunda, o feedback negativo na forma de hormônios liberados pelas glândulas-alvo diminui secreções de três tipos de células da adeno-hipófise. Nessas alças de retroalimentação negativa, a atividade secretora dos tireotrofos, gonadotrofos e corticotrofos diminui quando os níveis sanguíneos dos hormônios das suas glândulas-alvo se elevam. Exemplo, o ACTH estimula o córtex das glândulas suprarrenais a secretar glicocorticoides, principalmente cortisol. Por sua vez, o nível elevado de cortisol diminui a secreção tanto de corticotrofina quanto de hormônio liberador de corticotrofina (CRH) pela supressão da atividade dos corticotrofos da adeno-hipófise e das células neurossecretoras do hipotálamo. Hormônio do crescimento e fatores de crescimento insulino-símiles - Os somatotrofos são as células mais numerosas na adeno-hipófise e o hormônio do crescimento (GH) é o hormônio mais abundante. A principal função do GH é promover a síntese e a secreção de pequenos hormônios proteicos chamados fatores de crescimento insulino-símiles ou somatomedinas. - Em resposta ao hormônio do crescimento, as células no fígado, no músculo esquelético, na cartilagem, nos ossos e em outros tecidos secretam fatores de crescimento insulino-símiles (IGFs), que podem entrar na corrente sanguínea a partir do fígado ou atuar de maneira local em outros tecidos como autócrinos ou parácrinos. -Os IGF fazem com que as células cresçam e se multipliquem pela intensificação da captação de aminoácidos nas células e aceleração da síntese proteica. Os IGF também reduzem a degradação de proteínas e o uso de aminoácidos para a produção de ATP. Devido a esses efeitos dos IGF, o hormônio do crescimento aumenta a taxa de crescimento do esqueleto e dos músculos esqueléticos durante a infância e a adolescência. - Em adultos, o hormônio do crescimento e os IGF ajudam a manter a massa dos músculos e ossos e promovem a cicatrização de lesões e o reparo tecidual. - Os IGF também intensificam a lipólise no tecido adiposo, aumentando o uso dos ácidos graxos liberados para a produção de ATP pelas células corporais. - Além de afetar o metabolismo proteico e lipídico, o hormônio do crescimento e os IGF influenciam o metabolismo dos carboidratos pela redução da captação de glicose, diminuindo o uso de glicose para a produção de ATP pela maioria das células corporais. Essa ação economiza glicose de forma a deixá-la disponível aos neurônios para produzir ATP nos períodos de escassez de glicose. - Os somatotrofos na adeno-hipófise liberam pulsos de hormônio do crescimento em intervalos de poucas horas, especialmente durante o sono. Sua atividade secretora é controlada principalmente por dois hormônios hipotalâmicos: (1) o hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH), que promove a secreção do GH, e (2) o hormônio inibidor do hormônio do crescimento (GHIH), que o suprime. O principal regulador da secreção de GHRH e de GHIH é o nível de glicose sanguínea. - A hipoglicemia, uma concentração sanguínea de glicose anormalmente baixa, estimula o hipotálamo a secretar GHRH, que flui em sentido à adeno-hipófise nas veias porto-hipofisárias. Ao chegar à adeno-hipófise, o GHRH estimula os somatotrofos a liberar hormônio do crescimento humano. O hormônio do crescimento estimula a secreção de fatores do crescimento insulino-símiles, que aceleram a degradação de glicogênio hepático em glicose, fazendo com que a glicose entre no sangue com mais rapidez. A elevação da glicemia acima do nível normal inibe a liberação de GHRH. 3 Sanndy Emannuelly – 4° Período A hiperglicemia, uma concentração sanguínea de glicose anormalmente elevada, estimula o hipotálamo a secretar GHIH (ao mesmo tempo que inibe a secreção de GHRH). Ao chegar à adeno-hipófise no sangue portal, o GHIH inibe a secreção de hormônio do crescimento pelos somatotrofos. Níveis baixos de GH e IGF retardam a degradação de glicogênio no fígado e a glicose é liberada no sangue mais lentamente. A glicemia cai para o nível normal. A queda da glicemia abaixo do nível normal (hipoglicemia) inibe a liberação de GHIH. Hormônio tireoestimulante - O hormônio tireoestimulante (TSH) estimula a síntese e a secreção de tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4), que são produzidas pela glândula tireoide. O hormônio liberador de tireotrofina (TRH) do hipotálamo controla a secreção de TSH. - A liberação de TRH, por sua vez, depende dos níveis sanguíneos de T3 e T4; níveis elevados de T3 e T4 inibem a secreção de TRH via feedback negativo. - Não existe hormônio inibidor da tireotrofina. Hormônio foliculoestimulante - Nas mulheres, os ovários são os alvos do hormônio foliculoestimulante (FSH). A cada mês, o FSH inicia o desenvolvimento de vários folículos ovarianos, coleções em forma de saco de células secretoras que rodeiam o ovócito em desenvolvimento. O FSH também estimula as células foliculares a secretar estrogênios (hormônios sexuais femininos). - Nos homens, o FSH promove a produção de espermatozoides nos testículos. - O hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) do hipotálamo estimula a liberação de FSH. A liberação de GnRH e FSH é suprimida por estrogênios nas mulheres e pela testosterona nos homens por sistemas de feedback negativo. - Não existe hormônio inibidor da gonadotrofina. Hormônio luteinizante - Nas mulheres, o hormônio luteinizante (LH) desencadeia a ovulação, que consiste na liberação de um ovócito secundário por um ovário. O LH estimula a formação do corpo lúteo (estrutura formada após a ovulação) no ovário e a secreção de progesterona pelo corpo lúteo. - Juntos, o FSH e o LH também promovem a secreção de estrogênios pelas células ovarianas. Os estrogênios e a progesterona preparam o útero para a implantação de um ovo fertilizado e ajudam a preparar as glândulas mamárias para a secreção de leite. - Nos homens, o LH estimula células nos testículos a secretarem testosterona. - A secreção de LH, assim como a do FSH, é controlada pelo hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). Prolactina - A prolactina (PRL), junto com outros hormônios, inicia e mantém a produção de leite pelas glândulas mamárias. - Sozinha, a prolactina exerce um efeito fraco. Somente depois da preparação das glândulas mamárias promovida pelos estrogênios, progesterona, glicocorticoides, GH, tiroxina e insulina, que exercem efeitos permissivos, que a PRL promove a produção de leite. - A ejeção de leite das glândulas mamárias depende do hormônio ocitocina, liberado pela adeno-hipófise. Em conjunto, a produção e a ejeção de leite constituem a lactação. - O hipotálamo secreta hormônios tanto inibitórios quanto excitatórios que regulam a secreção de prolactina. Nas mulheres, o hormônio inibidor de prolactina (PIH), que vem a ser a dopamina, inibe a liberação de prolactina da adeno- hipófise na maior parte do tempo. - Todo mês, pouco antes de começar a menstruação, a secreção de PIH diminui e o nível sanguíneo de prolactina se eleva, porém não o suficiente para estimular a produção de leite. A hipersensibilidade das mamas pouco antes da menstruação pode ser causada pela elevação do nível de prolactina. - Durante a gravidez, o nível de prolactina sobe estimulado pelo hormônio liberador de prolactina (PRH) do hipotálamo. A sucção realizada pelo recém-nascido promove a redução da secreção hipotalâmica de PIH. - A função da prolactina não é conhecida nos homens, porém sua hipersecreção causa disfunção erétil. Hormônio adrenocorticotrófico - Os corticotrofos secretam principalmente hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). O ACTH controla a produção e a secreção de cortisol e outros glicocorticoides pelo córtex das glândulas suprarrenais. - O hormônio liberador de corticotrofina (CRH) do hipotálamo promove a secreção de ACTH pelos corticotrofos. Estímulos relacionados com o estresse, como glicose sanguínea baixa ou traumatismo físico, e a interleucina-1, uma substância produzida pelos macrófagos, também estimulam a liberação de ACTH. - Os glicocorticoides inibem a liberação de CRH e ACTH via feedback negativo. 4 Sanndy Emannuelly – 4° Período Hormônio melanócito-estimulante - O hormônio melanócito-estimulante (MSH) aumenta a pigmentação da pele em anfíbios pela estimulação da dispersão de grânulos de melanina nos melanócitos. - Sua função exata em humanos é desconhecida, porém a presença de receptores de MSH no encéfalo sugere que pode influenciar a atividade encefálica. - Há pouco MSH circulante em humanos. Entretanto, a administração contínua de MSH ao longo de vários dias produz escurecimento da pele. - Níveis excessivos de hormônio liberador de corticotrofina (CRH) podem estimular a liberação de MSH; a dopamina inibe a liberação de MSH. Neuro-hipófise - Embora não sintetize hormônios, a neuro-hipófise armazena e libera dois hormônios. - A neuro-hipófise é o local de armazenamento e liberação de dois neuro-hormônios: ocitocina e vasopressina. Os neurônios que produzem a ocitocina e a vasopressina estão agrupados em áreas do hipotálamo, conhecidas como: núcleo paraventricular e núcleo supraóptico. Cada neuro- hormônio é produzido em tipos celulares separados, e a síntesee o processamento seguem o padrão dos hormônios peptídicos. - Os corpos celulares das células neurossecretoras se encontram nos núcleos paraventricular e supraóptico do hipotálamo; seus axônios formam o trato hipotálamo- hipofisial. Esse trato começa no hipotálamo e termina perto de capilares sanguíneos na neuro-hipófise. - Uma vez que os neuro-hormônios são empacotados em vesículas secretoras, eles são transportados para a neuro- hipófise por longas projeções de neurônios, chamadas de axônios. - Após a chegada das vesículas nos terminais axonais, os neuro-hormônios são estocados ali e esperam um sinal para serem liberados. Quando um estímulo chega ao hipotálamo, um sinal elétrico passa do corpo celular do neurônio no hipotálamo para a extremidade distal (distante) da célula na neuro-hipófise. - A despolarização do terminal axonal abre canais de Ca dependentes de voltagem, e o Ca entra na célula. A entrada de cálcio inicia a exocitose, e os conteúdos das vesículas são liberados na circulação. Uma vez no sangue, os neuro- hormônios viajam até os seus alvos. - Os dois neuro-hormônios da neuro-hipófise são compostos de nove aminoácidos cada. A vasopressina, também chamada de hormônio antidiurético ou ADH, atua sobre os rins para regular o balanço hídrico do corpo. Nas mulheres, a ocitocina liberada pela neuro-hipófise controla a ejeção de leite durante a amamentação e as contrações do útero durante o trabalho de parto e a expulsão do feto. Ocitocina - Durante e depois do parto, a ocitocina atua em dois tecidos-alvo: o útero e as mamas da mãe. Durante o parto, o alongamento do colo do útero estimula a liberação de ocitocina, que, por sua vez, intensifica a contração das células musculares lisas da parede uterina. - Depois do parto, a ocitocina estimula a ejeção de leite (“descida”) das glândulas mamárias em resposta ao estímulo mecânico produzido pela sucção do bebê. - A função da ocitocina em homens e mulheres não grávidas não é clara. Experimentos realizados em animais sugerem que a ocitocina exerça ações no encéfalo que promovem o comportamento parental de cuidado em relação ao filho. Também pode ser responsável, em parte, pelas sensações de prazer sexual durante e depois do intercurso. Hormônio antidiurético/Vasopressina - Como o próprio nome sugere, um antidiurético é uma substância que diminui a produção de urina. - O HAD faz com que os rins devolvam mais água ao sangue, diminuindo, desse modo, o volume urinário. Na ausência de HAD o débito urinário aumenta mais de 10 vezes, passando do normal 1 ou 2 dois litros para cerca de 20 l por dia. - Muitas vezes, a ingestão de álcool causa micção frequente e copiosa porque o álcool inibe a secreção de hormônio antidiurético. - O HAD também diminui a perda de água pela sudorese e causa constrição das arteríolas, o que eleva a pressão do sangue. - A quantidade de HAD secretado varia com a pressão osmótica do sangue e com o volume sanguíneo. - A secreção de HAD também pode ser alterada de outras maneiras. Dor, estresse, trauma, ansiedade, acetilcolina, nicotina e substâncias como morfina, tranquilizantes e alguns anestésicos estimulam a secreção de HAD. 5 Sanndy Emannuelly – 4° Período OBJETIVO 2: DESCREVER A FISIOPATOLOGIA DO PAN- HIPOPITUITARISMO. Clinica Médica – USP - A deficiência na produção ou na ação de qualquer um dos hormônios da adenohipófise é denominada hipopituitarismo. Quando ocorre deficiência de mais de um hormônio, denominamos panhipopituitarismo. - Os sintomas do hipopituitarismo são variáveis e dependem de qual ou quais setores celulares foram acometidos, intensidade da deficiência hormonal, tempo desde o início desta afecção, e da idade do paciente - Hipopituitarismo é a insuficiência parcial ou completa da secreção de um ou mais hormônios da hipófise anterior e pode resultar de doença hipofisária ou hipotalâmica. - A incidência do hipopituitarismo anterior é de 12 a 42 casos/milhão/ano e sua prevalência (300 a 455 casos/milhão) é provavelmente subestimada se forem considerados os casos pós-traumatismo craniano com lesão cerebral, o que representa 30 a 70% dos casos de hipopituitarismo adquirido. - O hipopituitarismo pode ser de origem hipofisária ou secundário a uma disfunção hipotalâmica. Pode ainda ser classificado quanto ao período de aparecimento, iniciado na infância ou na vida adulta. - Outra classificação também utilizada refere-se à forma congênita (início geralmente ao nascimento ou nos primeiros anos de vida, sendo a etiologia decorrente de alterações do desenvolvimento hipofisário e/ou hipotalâmico) ou adquirida (início em qualquer fase da vida, decorrente em geral de lesões orgânicas selares ou supra- selares). Causas genéticas de hipopituitarismo - O hipopituitarismo congênito decorre do desenvolvimento anormal da hipófise, cuja etiologia é determinada por mutações em genes que codificam as moléculas sinalizadoras (FGF8, Shh, BMP2 e BMP4) e os fatores de transcrição (HESX-1,LHX3,LHX4,PROP-1, PITX1/2, PAX6, POU1F1, SOX-3). HESX-1/Rpx - Tem um papel crucial na determinação e diferenciação inicial da hipófise. Defeitos no HESX-1 acarretam deficiência isolada de GH ou associada à deficiência de TSH, prolactina, ACTH, LH e FSH. - A hipoplasia hipofisária pode manifestar-se como deficiência endócrina, variando de deficiência isolada de GH a pan-hipopituitarismo. - A endocrinopatia mais comum é a deficiência de GH, resultando em baixa estatura e redução da taxa de crescimento. Acompanha a deficiência de gonadotrofinas, TSH e de ACTH. Déficit neurológico é comum, embora não obrigatório, variando de um retardo mental global a déficits focais como epilepsia e hemiparesia. - O modo de herança é autossômico recessivo nas mutações homozigóticas. Pode ser autossômica dominante, sendo que alguns pacientes com formas heterozigóticas apresentavam pais normais com a mutação, sugerindo penetrância incompleta. PROP-1 - é expresso especificamente nas células embrionárias da hipófise. Está envolvido na ontogênese, na diferenciação e na função dos somatotrofos, lactotrofos,tireotrofos e provavelmente dos gonadotrofos. O modo de herança é autossômico recessivo. - Neste defeito genético, ocorrem as deficiências de GH,TSH, prolactina, LH, FSH e, em alguns casos, deficiência tardia de ACTH. - A causa hereditária mais frequente de deficiência hipofisária múltipla, ocorrendo em aproximadamente 50% destes pacientes. - Os pacientes exibem um fenótipo predominantemente hipogonádico com puberdade atrasada ou ausente com resposta acentuadamente reduzida de LH e FSH ao teste de estímulo com GnRH. O retardo de crescimento manifesta-se geralmente após os 3 anos de idade e a altura pode estar severamente reduzida. 6 Sanndy Emannuelly – 4° Período - Os adultos afetados são baixos e apresentam genitália externa infantil. O hipotireoidismo secundário por deficiência de TSH ocorre em aproximadamente 20% dos casos. POU1F1 (Pit-1) É encontrado nos somatotrofos, lactotrofos e tireotrofos na hipófise anterior, sendo expresso desde o início da vida fetal até a vida adulta. O modo de herança pode ser autossômico recessivo ou dominante. - As deficiências hormonais nos defeitos do Pit-1 incluem as de GH, TSH e prolactina, com hipófise de tamanho normal ou reduzido. O quadro clínico inclui baixa estatura acentuada e hipotireoidismo neonatal. SOX-3 - Recentemente foi demonstrado que SOX-3 é um fator de transcrição crítico para o desenvolvimento hipotálamo- hipofisário. Localizado no cromossomo X de todos os mamíferos, mutações no SOX-3 têm sido identificadas em pacientes com quadro de baixa estatura devido à deficiência de GH e retardo mental. Causas adquiridas de hipopituitarismo Traumatismo cranioencefálico - O hipopituitarismoapós traumatismo craniano é comum, sendo sua prevalência de 30 a 70% dos casos. O GH é o primeiro hormônio hipofisário que é afetado após o trauma, em 9 a 40% dos pacientes. - A identificação precoce do hipopituitarismo nesta condição é importante e a reposição adequada contribui para a reabilitação e melhora da qualidade de vida. Pacientes que apresentam inicialmente um escore de 13 ou menos na escala de coma de Glasgow devem ser estritamente monitorados. - Na faixa pediátrica, atenção especial deve ser voltada para esta condição, visto que a função hipofisária normal é essencial para o crescimento. - Aproximadamente metade dos pacientes apresenta disfunção hipofisária cerca de 6 meses após o trauma, retomando a função hipofisária normal após 1 ano. Outros pacientes podem apresentar deficiência hormonal tardiamente, mesmo com secreção hormonal preservada na fase inicial pós-trauma. No entanto, o hipopituitarismo que se instala precocemente costuma persistir. - É recomendável reavaliar a função hipofisária a cada 6 a 12 meses após o traumatismo cranioencefálico. Cirurgia hipofisária - O objetivo da cirurgia hipofisária é a ressecção de um tumor hipofisário com preservação do tecido hipofisário normal adjacente, porém o tecido normal pode ser ressecado junto com o tumoral, resultando em hipopituitarismo. Radioterapia - A região hipotálamo-hipofisária é muito sensível à radioterapia. Esta geralmente é indicada para tratamento de adenomas hipofisários ou de resíduo tumoral pós-cirúrgico, com o objetivo de impedir seu crescimento. - O hipopituitarismo decorre da lesão direta da hipófise, além da lesão de vasos sanguíneos hipotalâmicos com consequente redução da produção dos hormônios liberadores. - Há relação direta entre o aparecimento do hipopituitarismo, a dose de radiação utilizada e o tempo decorrido após a radioterapia. - As deficiências hormonais geralmente seguem uma sequência: inicialmente, a deficiência de GH é seguida pela deficiência de gonadotrofinas, ACTH e finalmente TSH. Diferentemente dos outros hormônios hipofisários, a prolactina pode se apresentar elevada. - Os pacientes devem ser avaliados 6 a 12 meses após a radioterapia, e então, anualmente, ao longo da vida. Hemocromatose - É caracterizada pela deposição de ferro nas células hipofisárias, e a deficiência de gonadotrofinas é a anormalidade endócrina mais comum. Hemossiderose - É caracterizada pela deposição de ferro, na forma de hemossiderina. Resulta de transfusões sanguíneas frequentes e da terapia com desferroxamina em pacientes com anemias hereditárias, dentre elas a betatalassemia. - As alterações endócrinas mais relevantes relacionadas com a hemossiderose secundária incluem a baixa estatura, o atraso puberal e o hipogonadismo decorrente do acometimento da secreção de GH e gonadotrofinas. - A deficiência de TSH é mais rara,e a de ACTH parece ser a menos suscetível aos efeitos deletérios da deposição de ferro. Histiocitose de células de Langerhans - Compreende um grupo de doenças de origem desconhecida com apresentação clínica amplamente variável, caracterizada pela infiltração de grande número de células de Langerhans nos tecidos envolvidos, muitas vezes organizadas em granulomas. - A incidência atual da histiocitose no sistema nervoso central, mais precisamente na região hipotálamo- hipofisária, não é conhecida, e a história natural é pouco compreendida. 7 Sanndy Emannuelly – 4° Período Sarcoidose - É uma doença multissistêmica caracterizada pela presença de granulomas não caseosos que afetam o sistema nervoso central e periférico em 5 a 16% dos pacientes. - As manifestações endócrinas incluem disfunção hipotalâmica efalência da hipófise anterior em menos de 1% dos pacientes, diabetes insipidus. - As deficiências de GH e de gonadotrofinas são as mais frequentes, sendo que a secreção de TSH e ACTH está geralmente preservada. Infiltração do nervo óptico com comprometimento visual pode estar presente. Mais raramente, síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético, hipotireoidismo secundário isolado, insuficiência supra-renal ou alteração da homeostase da contra-regulação de glicose podem estar presentes. Hipofisite linfocítica (auto-imune) - É uma causa rara de hipopituitarismo, caracterizada pela infiltração linfocítica e conseqüente processo inflamatório crônico associadoafibrose e aumento do volume hipofisário. - Acomete principalmente o sexo feminino, sendo mais comum no final da gestação ou no período pós-parto. Os pacientes acometidos tipicamente apresentam cefaléia e alterações visuais em mais de 50% dos casos. Os demais podem se apresentar com algum grau de disfunção hipofisária. - A história natural tipicamente progride para atrofia hipofisária com substituição do tecido hipofisário por fibrose. Hemorragia e infarto hipofisário - Geralmente decorrem de lesões isquêmicas do sistema porta-hipofisário e podem constituir uma situação de risco de morte. - Os episódios agudos (apoplexia) causam lesões extensas da hipófise, porém pequenas lesões silenciosas são encontradas em até 5% de autópsias não selecionadas. - O quadro de hipopituitarismo só se estabelece se ocorrer perda de mais de 75% das células hipofisárias. - Síndrome de Sheehan: é caracterizada pela hemorragia pós-parto, necrose hipofisária, falha da lactação e hipopituitarismo. A hipófise hiperplasiada no final da gestação determina as condições favoráveis para a hipoperfusão tecidual em uma condição de vasoconstrição que ocorre durante a hemorragia pós-parto. O hipopituitarismo agudo pode ser detectado nos primeiros dias ou semanas após o parto pela falta de lactação. No entanto,o hipopituitarismo menos severo, manifestado por fadiga, anorexia, perda de peso, amenorréia e perda dos pêlos sexuais, pode ser manifestado vários anos após o parto. - Apoplexia hipofisária: A hemorragia aguda no interior da hipófise é chamada apoplexia e pode ocorrer dentro de um adenoma. Geralmente ocorre espontaneamente, mas tem sido relacionada com trauma craniano, anticoagulação, cetoacidose diabética, angiografia, irradiação hipofisária, cirurgia cardíaca aberta, infecções do trato respiratório. Na sua forma mais grave, manifesta-se clinicamente por cefaléia de forte intensidade (97% dos pacientes), diplopia devido à pressão sobre o nervo oculomotor, com comprometimento do campo visual e redução da acuidade visual, e hipopituitarismo. Todas as deficiências hormonais podem ocorrer, mas o início abrupto da deficiência de ACTH, e consequentemente do cortisol,é a mais grave, devido à hipotensão severa. Aneurismas - Aneurisma supra ou intra-selar das artérias carótidas ou aneurisma supra-selar das artérias comunicantes anteriores ou posteriores podem se apresentar como uma massa que se expande dentro da sela túrcica, causando hipopituitarismo. Lesões hipotalâmicas - Qualquer doença que envolva o hipotálamo pode causar deficiência na secreção dos hormônios hipofisiotróficos. Estas alterações podem causar também redução da secreção de vasopressina, resultando em diabetes insipidus. Lesões de massa incluem tumores benignos como os craniofaringeomas, ou lesões metastáticas de tumores malígnos, como o de mama. Diagnóstico clínico - As manifestações clínicas do hipopituitarismo são variáveis, muitas vezes inespecíficas e de início insidioso, em função do tipo e da severidade da deficiência hormonal, além da duração da doença e da idade de início. - Quando o hipopituitarismo se inicia na infância, o seu efeito sobre todos os aspectos do desenvolvimento somático é observado, além dos efeitos fisiopatológicos das deficiências hormonais específicas. - Quando o hipopituitarismo é secundário a tumores hipofisários de maior volume, sintomasrelacionados ao efeito de massa, como cefaléia e alterações visuais, podem estar presentes. - Classicamente, as deficiências hormonais do hipopituitarismo, por compressão hipofisária, seguem uma sequência: GH, gonadotrofinas, TSH e ACTH. A deficiência de prolactina é raramente encontrada, exceto na síndrome de Sheehan, na qual ocorre deficiência da lactação. Deficiência de GH - A deficiência de GH é a mais comum das deficiências hipofisárias e pode ser parcial ou total. Se presente desde o período intra-uterino, tal deficiência no sexo masculino 8 Sanndy Emannuelly – 4° Período pode se manifestar apenas com micropênis, sem acometimento de peso e altura ao nascimento. - Entretanto, recém-nascidos com deficiência de GH tipo IA, de herança autossômica recessiva, em que os níveis séricos de GH estão ausentes, apresentam comprometimento do crescimento intra-uterino. - Hipoglicemia pode ocorrer e manifestar-se com crises convulsivas. - Na infância, a deficiência de GH tipicamente se manifesta como baixa estatura. No adulto, a deficiência de GH resulta em diminuição da massa muscular e aumento da massa gorda, elevação dos níveis séricos de LDL-colesterol, diminuição da densidade mineral óssea, diminuição do bem-estar e aumento do risco de doença cardiovascular. Deficiência de gonadotrofinas - A deficiência de gonadotrofinas (hipogonadismo hipogonadotrófico) ocorre geralmente em associação com deficiências de outros hormônios hipofisários. - O hipogonadismo hipogonadotrófico congênito pode ser decorrente de defeitos na síntese ou na ação do GnRH, bem como de fatores controladores da diferenciação dos gonadotrofos. - As manifestações clínicas diferem de acordo com o período de início da deficiência das gonadotrofinas, se antes ou depois da puberdade. No primeiro caso, no sexo masculino, o exame clínico revela micropênis, testículos pequenos e proporções eunucóides (envergadura > altura em 5 cm). - A deficiência de gonadotrofinas adquirida após a puberdade, está associada com uma redução do tamanho testicular, perda dos pelos corpóreos e faciais, afinamento da pele e enrugamento facial com pele hipotrófica. - No sexo feminino, distúrbios menstruais e amenorréia com concentrações séricas baixas de estradiol, associadas a gonadotrofinas normais ou baixas, são achados típicos. Se a deficiência de gonadotrofinas ocorre antes da puberdade, amenorréia primária e ausência do desenvolvimento mamário são encontradas. Na mulher adulta, os sintomas incluem oligo ou amenorréia, infertilidade, atrofia mamária, secura vaginal e dispaurenia1-3. Na mulher pós menopausa, a ausência de níveis elevados de gonadotrofinas é altamente sugestivo do diagnóstico. Deficiência de ACTH - Resulta de defeito intrínseco da hipófise ou da deficiência hipotalâmica de CRH. A deficiência congênita isolada de ACTH é rara e geralmente está associada à deficiência de outros hormônios hipofisários. - Nas formas adquiridas, geralmente está associada ao hipopituitarismo parcial ou total. As manifestações clínicas da deficiência de ACTH são resultantes da deficiência de cortisol. - Nas formas menos graves, hipotensão postural e taquicardia são as manifestações habituais. A deficiência crônica e leve de cortisol leva a fadiga, letargia, anorexia, perda de peso, redução da libido, artralgia e mialgia. Hipoglicemia pode estar presente em decorrência da neoglicogênese deficiente. - Pode ocorrer hiponatremia, embora menos intensa do que a observada na insuficiência supra-renal primária, em decorrência da secreção inapropriada do hormônio antidiurético (vasopressina) causada pela deficiência do cortisol. - O quadro clínico da deficiência de ACTH é insidioso e menos intenso do que o da insuficiência supra-renal primária. É muito importante ressaltar que a deficiência moderada de cortisol e ACTH pode ser assintomática ou causar poucos sintomas ou sinais físicos. Portanto, a secreção de ACTH deve ser avaliada bioquimicamente em todos os pacientes com doença hipotalâmica ou hipofisária para que seja feita a reposição adequada de glicocorticoides prevenindo uma insuficiência supra-renal aguda em situações de estresse. - A ocorrência de hipocortisolismo em pacientes com hipopituitarismo e neurohipófise ectópica é de 85%. Dessa forma, é fundamental estabelecer o diagnóstico de deficiência de ACTH antes de iniciar a reposição do hormônio tireoidiano, pois esta poderia precipitar uma crise de insuficiência supra-renal. Deficiência de TSH - Na evolução do hipopituitarismo, a deficiência de TSH é uma das mais tardias, levando à redução dos hormônios tireoidianos (hipoteroidismo secundário). - A maioria dos pacientes apresenta outras deficiências hormonais, cujas manifestações clínicas precedem aquelas da deficiência de TSH. - Os sintomas incluem: fadiga,fraqueza, dificuldade para perder peso, pele seca, pálida e infiltrada, cabelo ressecado e escasso, fala lenta, constipação intestinal, intolerância ao frio, mialgia, artralgia, parestesias, reflexos tendíneos lentos e bradicardia. Nas mulheres, podem ocorrer alterações do ciclo menstrual. - Os sintomas geralmente são mais leves que no hipotireoidismo primário devido a certa autonomia da tireóide e à secreção residual de TSH. Deficiência de prolactina - A deficiência de prolactina compromete a lactação, podendo levar a agalactia ou hipogalactia. Na síndrome de Sheehan, a deficiência da prolactina tem papel relevante, visto que a deficiência da lactação é a queixa principal. 9 Sanndy Emannuelly – 4° Período - Raramente é vista nos casos de lesões hipotalâmicas, devido ao efeito inibitório dominante que o hipotálamo exerce sobre a secreção de prolactina. OBJETIVO 3: DEFINIR A INFLUÊNCIA DA HIPÓFISE NO DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO SEXUAL. ADOLESCÊNCIA: PUBERDADE e NUTRIÇÃO - Maria das Graças Carvalho Ferriani Influência dos estágios de maturação sexual no estado nutricional, antropometria e composição corporal de adolescentes - Kiriaque Barra Ferreira Barbosa 2006 Aspectos clínicos e moleculares do hipogonadismo hipogonadotrófico isolado congênito - Cintia Tusset 2011 Avaliação clínica da maturação sexual na adolescência - Eugenio Chipkevitch 2001 - O desenvolvimento puberal normal é dependente da secreção e da ação adequada do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH). O GnRH é produzido por um pequeno número de neurônios secretores de GnRH situados no hipotálamo ventromedial. - O GnRH controla a secreção hipofisária das gonadotrofinas, hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH), as quais estimulam a esteroidogênese e a gametogênese nas gônadas, culminando com o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e aquisição da capacidade reprodutiva. - Nos testículos o FSH estimula as células dos tubos seminíferos a desencadearem o processo de divisão meiótica para produção de espermatozóides, enquanto o LH estimula as células intersticiais na produção de testosterona afirmando os caracteres sexuais secundários. - Nos ovários, o FSH inicia o amadurecimento das células foliculares, estimulando a secreção de estrógeno que prosseguirá com o desenvolvimento do folículo. O LH promove ainda mais a secreção de estrógeno, induzido a ovulação, rompendo o folículo e liberando o ovócito primário. Homens - O hipotálamo produz o hormônio liberador de gonadotropina (GnRH), liberado de modo pulsátil a cada 60 a 120 min. Seu órgão alvo, a glândula hipófise anterior, responde a cada pulso de GnRH produzindo um pulso correspondente de hormônio luteinizante (LH) e, em menor extensão, um de hormônio foliculoestimulante (FSH). -As células de Leydig dos testículos respondem ao LH produzindo 5 a 10 mg/dia de testosterona. Os níveis de testosterona são mais altos pela manhã e mais baixosdurante o final da tarde. - Na presença de testosterona, o FSH estimula as células de Sertoli e induz a espermatogênese. Durante a espermatogênese, cada célula germinativa (espermatogônia), localizada de modo adjacente às células de Sertoli, sofre diferenciação em 16 espermatócitos primários e cada um destes gera 4 espermátides. Cada espermátide matura-se em um espermatozoide. - Os mecanismos que iniciam a puberdade são incertos, mas no início desta o hipotálamo torna-se menos sensível aos efeitos inibitórios dos hormônios sexuais. Essa dessensibilização aumenta a secreção de LH e FSH, correspondendo à secreção do hormônio liberador de gonadotrofina pulsátil (GnRH) e estimulando a produção de testosterona e espermatozoides. Em meninos, os níveis elevados de testosterona causam alterações puberais, sendo a primeira o crescimento dos testículos e escroto. A seguir, ocorre o aumento do comprimento do pênis, da massa muscular e da densidade óssea; a voz torna-se mais grave; e os pelos pubianos e axilares tornam-se mais densos e grossos. Mulheres - O GnRH regula a liberação de gonadotrofinas hormônio luteinizante LH e de hormônio foliculo estimulante FSH pelas células especializadas (gonadótropos) na glândula hipófise anterior. Esses hormônios são liberados em picos curtos (pulsos) a cada 1 a 4 h. O LH e o FSH promovem a ovulação e estimulam as secreções dos hormônios sexuais estradiol (um estrogênio) e progesterona pelos ovários. - O estrogênio e a progesterona circulam na corrente sanguínea quase totalmente conjugados com proteínas plasmáticas. Somente os estrogênios e a progesterona não conjugados parecem ser biologicamente ativos. Eles estimulam os órgãos-alvo do sistema reprodutor (p. ex., mamas, útero e vagina). - No início da puberdade, a liberação de GnRH hipotalâmico se torna menos sensível à inibição por estrogênio e progesterona. O aumento resultante na liberação de GnRH promove a secreção de LH e FSH, que estimulam a produção de hormônios sexuais, principalmente o estrogênio. O estrogênio estimula o desenvolvimento das características sexuais secundárias. - Nos seres humanos, a migração dos neurônios secretores de GnRH começa na 6ª semana do desenvolvimento embrionário, sendo estes observados no hipotálamo fetal na 9ª a 10ª semana. Por volta da 14ª a 16ª semana de gestação, esses neurônios já estão conectados ao sistema porta- - hipofisário, completando, assim, seu desenvolvimento e maturação. - A complexa organização e regulação do eixo hipotálamo- hipófise-gonadal humano torna-o suscetível a diversas disfunções, visto o grande número de alterações genéticas identificadas em proteínas reguladoras desse eixo, as quais levam a graus variáveis de hipogonadismo hipogonadotrófico isolado (HHI) congênito. https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/princ%C3%ADpios-de-endocrinologia/vis%C3%A3o-geral-da-endocrinologia#v980248_pt https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/princ%C3%ADpios-de-endocrinologia/vis%C3%A3o-geral-da-endocrinologia#v980248_pt 10 Sanndy Emannuelly – 4° Período - A puberdade é um período de maturação biológica marcado por surgimento de caracteres sexuais secundários, estirão de crescimento e modificações da composição corpórea. Com exceção do período fetal, não há nenhuma outra fase no desenvolvimento do ser humano em que o crescimento em altura e as mudanças na composição corpórea sejam tão intensos e rápidos como na puberdade. O estirão puberal dura cerca de 3 a 4 anos. - O estadiamento da maturação sexual é feito pela avaliação das mamas e dos pêlos púbicos no sexo feminino, e dos genitais e pêlos púbicos no sexo masculino. As mamas e os genitais masculinos são avaliados quanto ao tamanho, forma e características; e os pêlos púbicos por suas características, quantidade e distribuição. - O estágio 1 corresponde sempre à fase infantil, impúbere, e o estágio 5 à fase pós-puberal, adulta. Portanto, são os estágios 2, 3 e 4 que caracterizam o período puberal. Convencionou-se chamar esses estágios de estágios de maturação sexual ou estágios de Tanner. - Nesse momento do ciclo vital, o hipotálamo passa a estimular a hipófise para a produção de hormônios do crescimento e amadurecimento, fazendo com que ocorra o desenvolvimento das características sexuais secundárias. - Nas meninas, o estrogênio e a progesterona são os responsáveis pelo surgimento das características sexuais secundárias, estando relacionados à vida sexual e reprodutiva. Nos meninos, a testosterona é o hormônio responsável pelo surgimento das características sexuais secundárias, pela produção de espermatozoides e pelo aumento do impulso sexual, da agressividade, do crescimento em altura e da força física. - Geralmente a puberdade feminina inicia-se entre os 10 e 11 anos de idade, com o surgimento dos brotos mamários; concomitantemente, aparecem os pelos púbicos. A quantidade de pelos púbicos e o tamanho dos seios vão aumentando paralelamente à aceleração do crescimento. - A fase do estirão (12 anos) é relativamente precoce dentro do processo pubertário feminino, muitas vezes antecedendo a menarca. A velocidade de crescimento praticamente dobra durante o estirão (8-9cm/ano), quando comparada ao crescimento pré-puberal (4-5cm/ano). - Ao final do estirão, na fase de desaceleração do crescimento, mais perto do fim da puberdade (12-13 anos) é que ocorre a menarca. Nos anos seguintes a ela, a menina ainda cresce alguns centímetros (5-6 cm), tem pequeno acréscimo no tamanho dos seios e na quantidade de pelos púbicos. Nessa fase o corpo acumula gordura, principalmente em certas regiões como quadris, nádegas e coxas. - A puberdade masculina tem início por volta dos 11-12 anos. Primeiro, ocorre um ligeiro aumento do volume testicular, geralmente ignorado pelo menino; concomitantemente, surgem os primeiros pelos púbicos e, posteriormente, o crescimento do pênis, inicialmente em comprimento, depois em diâmetro. O estirão do menino (10cm/ano) ocorre por volta dos 14 anos, num momento mais próximo do fim da puberdade. Ao contrário das meninas, que acumulam gordura, os meninos desenvolvem massa muscular. - A puberdade termina e com ela o crescimento físico e o amadurecimento gonadal, em torno dos 18 anos, coincidindo com a soldadura das cartilagens de conjugação da epífise dos ossos longos, o que determina o fim do crescimento esquelético. 11 Sanndy Emannuelly – 4° Período OBJETIVO 4: COMPREENDER AS CONSEQUÊNCIAS BIOPSICOSSOCIAIS DO BULLYING EM ESCOLARES. Bullying infantil: a influência no comportamento de crianças em uma análise psicossocial. Karliane Nascimento Madureira. As implicações do bullying na auto-estima de adolescentes- Cláudia de Moraes Bandeira 2010 Bullying na adolescência: visão panorâmica no Brasil - Pamela Lamarca Pigozi 2015 - É um comportamento agressivo e persistente com a intenção de causar dano físico ou moral em um ou mais estudantes que são mais fracos e incapazes de se defenderem (Olweus, 1993). A provocação é repetida e tem um caráter degradante e ofensivo, sendo mantida apesar da emissão de sinais claros de oposição e desagrado por parte do alvo. - O bullying caracteriza-se por atos repetidos de opressão, tirania, agressão e dominação de pessoas ou grupos sobre outras pessoas ou grupos, subjugados pela força dos primeiros. No bullying, as agressões podem tomar a forma de abuso físico com a utilização de chutes, socos, pontapés, empurrões, roubo ou dano aos pertences. As agressões podem ser verbais, com a utilização de apelidos, insultos, comentários racistas, homofóbicos, de diferenças religiosas, físicas, econômico-sociais, culturais, morais e políticas. Podem também assumir uma forma mais indireta,como a exclusão social ou o isolamento. - As vítimas que são constantemente abusadas caracterizam- se por um comportamento social inibido, passivo ou submisso. Estes adolescentes costumam sentir vulnerabilidade, medo ou vergonha intensos e uma autoestima cada vez mais baixa, aumentando a probabilidade de vitimização continuada. - As vítimas de bullying possuem até três vezes mais chances de sofrer com dores de cabeça e com dores abdominais, até cinco vezes mais chances de ter insônia e até duas vezes e meia mais chances de experimentar enurese noturna, quando comparadas às crianças que não são vítimas. - Comportamentos como: introspecção, dificuldade em relacionar-se com outras crianças, baixa autoestima, insegurança, pouca capacidade de lidar com frustrações, ansiedade, irritabilidade, falta de autocontrole podem ser os sintomas a serem observados nas crianças que sofrem bullying. - As vítimas de Bullying podem apresentar vários tipos de sintomas e dentre eles está a baixa autoestima, dificuldade de relacionamento social, tristeza, depressão e fobia escolar. - Algumas experiências são menos traumatizantes, outras deixam estigmas para o resto da vida, sobretudo nas vítimas. Nos agressores as consequências podem vitima-las no futuro, de acordo com o rumo que sua vida tomar. Alguns agressores adotam a violência como estilo de vida, chegando à marginalização. Muitos espectadores não superam os temores de envolvimento, a angústia de não poder ajudar e se tornam pessoas inseguras e de baixa autoestima. - Os danos causados na vítima do bullying muitas vezes se tornam irreparáveis do ponto de vista psicológico, motivo este que se tem buscado encontrar soluções através de estudos pedagógicos para que se encontre uma solução e minimize as consequências dessa violência, que em casos extremos podem levar até a morte dos envolvidos. Devemos progredir, proteger e coibir quaisquer que sejam as discriminações e preconceitos que estiverem entre a dignidade da pessoa humana e a pacificação social. - Pode-se estar envolvido no bullying como vítima (alvo), agressor (autor) ou vítima/agressor (alvo/autor). As vítimas normalmente não reagem às agressões, são mais inseguras, temem a rejeição e têm poucos amigos. Quando reagem às agressões, são consideradas vítimas/agressoras e costumam ter baixa autoestima, atitudes mais provocativas e agressivas e mostram-se menos populares que as vítimas típicas. Os agressores são descritos como líderes de grupos, populares, que demonstram insatisfação com a escola, têm opinião negativa e tendem a provocar seus colegas. - Crianças e adolescentes vítimas de bullying podem apresentar cefaleia (dor de cabeça), dores abdominais, insônia, enurese noturna (urinar na cama), depressão, ansiedade, falta à escola, diminuição da performance acadêmica, agressão a si próprio, pensamentos e tentativas de suicídio, perda de pertences, lesões no corpo, roupas e pertences em mau estado (rasgado ou sujo) e agressividade. 12 Sanndy Emannuelly – 4° Período - Além disso, sofrer bullying na infância e adolescência pode estar associado a temperamentos depressivos, apáticos, ciclotímicos (oscilantes) e voláteis (dispersos), e também a traços emocionais de tristeza, baixa autoestima, menor capacidade de foco e disciplina (control), de confrontar e resolver problemas (coping) e maior fragilidade emocional na vida adulta.
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