Atividade 1 - Investigações Geotécnicas

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INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS PARA O PROJETO DE FUNDAÇÕES 
1. Introdução
	Para a determinação do tipo de fundação a ser aplicada em um projeto, é fundamental obter informações de caráter geológico-geotécnico para se ter uma previsão do comportamento do solo e de sua resistência. Para tal, são realizadas as investigações geotécnicas. 
Segundo Velozo, (2010, p. 53) para desenvolvimento de um projeto de fundações, é indispensável o reconhecimento dos perfis dos solos envolvidos e de suas respectivas características geotécnicas. Para tal, são planejadas investigações geotécnicas com respaldo no estudo da hidrografia, orografia, geologia e pedologia da região, conforme apresentado anteriormente.
A investigação geotécnica consiste em adquirir conhecimento, tanto quanto possível, sobre o comportamento do subsolo, assim como, a disposição, natureza e espessura de suas camadas (QUARESMA et al., 2019).
É importante conhecer o solo por meio das investigações geotécnicas, pois ele é um material heterogêneo que se comporta como o agente suportador de toda a carga da edificação. Além disso, é essencial respeitar as características individuais de cada solo, sem generalizações, para a execução de um projeto com qualidade, sem problemas construtivos. 
Com a finalidade de diminuir o custo da obra, muitos construtores não realizam as investigações geotécnicas. Entretanto, segundo Schnaid e Odebrecht (2012), o valor empregado nos estudos do solo não ultrapassam 0,5% do custo total das obras convencionais, podendo ser maior em obras especiais como pontes. Dessa forma, é um erro não realizá-las, pois os problemas que podem aparecer futuramente serão mais caros. 
2. Tipos de Investigações Geotécnicas
As investigações geotécnicas abrangem um conjunto de técnicas, operações e ensaios utilizados para determinar as condições geológicas do solo. Devido ao grande número de equipamentos, serviços e métodos existentes no mercado e na literatura é de extrema importância definir um plano de investigação geotécnica, documento elaborado pelo profissional geotécnico com base nas plantas de implantações das áreas/unidades a se investigar (SANEPAR, 2015).
Trata-se do processo de sondagem cujo procedimento permite o conhecimento sobre as características do solo, por exemplo a resistência. 
O entendimento sobre as condições do subsolo é extremamente importante para a proposta de segurança e economia a um empreendimento, a execução de uma investigação geotécnica é a ponte para que a elaboração do projeto de fundação para o qual seja desenvolvido da maneira mais correta.
Sabe-se que as sondagens utilizadas para a caracterização do subsolo podem ser divididas em métodos diretos e métodos indiretos:
2.1 Métodos diretos
Os métodos de sondagem do tipo direta consistem em uma união de operações destinadas a observar o solo de forma direta e obter amostras ao longo de uma perfuração. Alguns dos principais métodos são:
· exploratórios e trincheiras: possibilitam um exame detalhado do perfil do subsolo e permitem extrair blocos indeformados dos materiais existentes, tal como a realização de ensaios ‘in situ”;
· sondagens a trado: são executadas com a finalidade de extrair amostras deformadas, visando a classificação visual-táctil de determinados ensaios de laboratório. ABNT/CB-02 1º PROJETO ABNT NBR 8044 SET 2013 NÃO TEM VALOR NORMATIVO 8/31
· sondagens de simples reconhecimento: é a investigação básica e obrigatória para a determinação do perfil do subsolo; resistência à penetração dos materiais atravessados, obtenção de amostras deformadas e medida dos níveis d’água subterrânea. São executadas de acordo com a ABNT NBR 6484;
· sondagem a percussão com medida de torque: neste tipo de investigação, ao final da medida da penetração do amostrador, é feita a medida do torque necessário para rotacioná-lo (SPT-T). A medida do torque serve para caracterizar o atrito lateral entre o solo e o amostrador.
· sondagens para extração de amostras do tipo indeformada: destinam-se à 	obtenção de amostras indeformadas de solos coesivos, de consistência mole a média, utilizando amostradores de parede fina (tipo “Shelby”). No caso de solos duros ou contendo fragmentos de rocha, em que amostras não podem ser extraídas por amostrador de parede fina, devem ser empregados amostradores especiais (tipo “Denison” ou similar);
· sondagens rotativas e mistas: em se tratando de maciço rochoso, rocha alterada ou mesmo solo residual jovem, as amostras coletadas devem indicar suas características principais, incluindo-se eventuais descontinuidades, indicando: tipo de rocha, grau de alteração, fraturamento, coerência, xistosidade, porcentagem de recuperação e o índice de qualidade da rocha (RQD). Sempre que possível deve ser feita a determinação do N SPT.
2.2 Métodos Indiretos
Os métodos de sondagem indireta ou geofísicas consistem na determinação das camadas do solo de forma indireta, medindo a resistividade elétrica ou pela velocidade de propagação das ondas estáticas.Além disso, fornecem parâmetros como posição do nível d'água, topo rochoso e mudanças de camadas. Alguns dos métodos indiretos mais utilizados são:
· ensaio sísmico: esse ensaio funciona através de um equipamento emissor de ondas que se propagam ao longo da profundidade do solo, essas ondas retornam à superfície por meio da reflexão ou refração, onde nessa superfície são colocados captadores de ondas, chamadas de geofones, que recebem e fazem as leituras dessas ondas. Através desses dados é possível gerar mapas que mostram indícios de mudanças de características do solo ao longo da sua profundidade.
· ensaio de resistividade elétrica: trata-se de um ensaio localizado feito de forma rápida, onde através de ondas elétricas é possível saber as características daquele solo ao longo de sua profundidade.
3. Erros de projetos pela ausência de sondagens
Segundo Pinto (2006, p. 64), sob o ponto de vista da engenharia, a principal finalidade dos processos de investigação de solos, é, poder estimar seu provável comportamento, e assim, direcionar adequadamente a análise do problema. Apesar de ser uma etapa essencial nos projetos e obras civis, ainda é um processo muitas vezes negligenciado, ou ainda, feito de forma não concordante com a norma. 
Todas as cargas de uma construção são transferidas para o solo, o que torna sua identificação e caracterização indispensáveis. A maioria dos problemas em fundações são causados por ausência ou falha na investigação geotécnica. Na maioria das vezes, a ausência desse tipo de investigação é justificada pela economia de custos durante a construção. Mas o que muitos não sabem é que esse estudo geotécnico pode evitar riscos graves na fundação e minimizar custos, já que fundações superestimadas/erros construtivos são mais caros que a investigação (MILITITSKY; CONSOLI; SCHANAID, 2015).
Ainda segundo Milititsky, Consoli e Schanaid (2015), no Brasil a investigação do solo é sinônimo de sondagens de simples reconhecimento. Além disso, os profissionais responsáveis por essa tarefa indispensável, em geral, não são especialistas em fundações e nem acompanham todo o processo que dá origem às fundações.
Fundações apoiadas em solos heterogêneos, tensões de contato excessivas e fundações apoiadas em crosta dura sobre solos moles são exemplos de problemas decorrentes da ausência de investigação. Os problemas nas fundações podem ser causados também pela falha na execução do estudo geotécnico ou pela má interpretação da investigação geotécnica (MILITITSKY; CONSOLI; SCHANAID, 2015).
3.1 Superdimensionamento
A sondagem de solo também traz a comprovação técnica e tem como prioridade estabelecer a segurança das fundações e estrutura em geral, e uma vez que essa etapa é pulada, muitos profissionais tendem a superdimensionar as fundações, a fim que se consiga obter uma maior “folga” nos parâmetros de segurança. Essa decisão é equivocada, além de trazer soluções menos eficientes, acabam custando mais. 
3.2 Ignorar os bulbos de tensão
Os bulbos de tensões são a região do subsolocontida pelos acréscimos de tensões ao longo da sua profundidade, ocasionadas por um carregamento externo. Os relatórios de sondagem trazem dados relativos às camadas do solo ao decorrer de sua profundidade. Logo, mesmo que um solo possua suas camadas iniciais aparentemente resistentes, não se pode afirmar o mesmo a respeito das camadas mais profundas.
Dessa maneira, é necessário investigar se a tensão que chegará nessas camadas será compatível com a mesma, caso contrário, as fundações serão subdimensionadas, colocando em perigo a segurança da estrutura, como também sofrer problemas de recalque. Além disso, é necessário considerar as áreas de tensão que se sobrepõem, gerando mais problemas para as fundações.
3.3 Escolha equivocada do tipo de fundação
Vários fatores devem ser observados ao fazer a escolha do tipo de fundação, incluindo o tipo de solo, tipo de construção, a vizinhança e a mão de obra. É necessário encontrar o equilíbrio entre segurança e economia. Dessa forma, a investigação do solo é um procedimento indispensável para a escolha exata, balanceando as necessidades da estrutura e do solo, simultaneamente com a economia. 
4.0 Conclusão 
Considerando a relevância que a fundação possui em uma edificação, constata-se que a ausência de um estudo geotécnico influencia de forma direta na qualidade, segurança e economia da obra. 
Os estudos geotécnicos fornecem informações de suma importância para a construção de um projeto de fundações mais eficaz e seguro. Dessa forma, é indispensável na construção civil. Desde o plano de investigação à execução, todas as etapas têm a sua colaboração para a estabilidade de uma obra e, por isso, os fatores devem ser escolhidos e analisados com cautela em cada fase do projeto.
Referências
ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). NBR 6484: Solo – Sondagens de simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2001.
ABNT	(ASSOCIAÇÃO	BRASILEIRA	DE	NORMAS	TÉCNICAS).	NBR	8036:
Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios. Rio de Janeiro, 1983.
ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). NBR 9604: Condições
 exigíveis para abertura de poço de inspeção, de trincheira e para retirada de amostras.
Rio de Janeiro, 2016.
MILITITSKY, J.; CONSOLI, N.C.; SCHANAID, F. Patologia das Fundações. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Oficina de Textos, 2015.
PINTO, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos. São Paulo: Editora Oficina de Textos, 3ª ed, 2006.
QUARESMA, Arthur Rodrigues et al. Fundações teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2019.
SANEPAR (Companhia de Saneamento do Paraná). Prescrições para elaboração e apresentação de projetos básicos geotécnicos e serviços de ensaios e sondagens - Especificações	gerais.	2015.		Disponível	em:
<https://site.sanepar.com.br/sites/site.sanepar.com.br/files/informacoes-tecnicas/mps-versao-2015/prescricoes-sondagem_spt-basico_geotecnico_e_pavimentacao.pdf>. Acesso em: 13 Jul. 2021.
VELLOSO, D. A.; LOPES, F. R. Fundações: critérios de projeto, investigação do subsolo, fundações superficiais e fundações profundas. 1º reimpressão. São Paulo, 2012.
Todas as cargas de uma construção são transferidas para o solo, o que torna sua identificação e caracterização indispensáveis. A maioria dos problemas em fundações são causados por ausência ou falha na investigação geotécnica. Na maioria das vezes, a ausência desse tipo de investigação é justificada pela economia de custos durante a construção. Mas o que muitos não sabem é que esse estudo geotécnico pode evitar riscos graves na fundação e minimizar custos, já que fundações superestimadas/erros construtivos são mais caros que a investigação (MILITITSKY; CONSOLI; SCHANAID, 2015).
Ainda segundo Milititsky, Consoli e Schanaid (2015), no Brasil a investigação do solo é sinônimo de sondagens de simples reconhecimento. Além disso, os profissionais responsáveis por essa tarefa indispensável, em geral, não são especialistas em fundações e nem acompanham todo o processo que dá origem às fundações.
Fundações apoiadas em solos heterogêneos, tensões de contato excessivas e fundações apoiadas em crosta dura sobre solos moles são exemplos de problemas decorrentes da ausência de investigação. Os problemas nas fundações podem ser causados também pela falha na execução do estudo geotécnico ou pela má interpretação da investigação geotécnica (MILITITSKY; CONSOLI; SCHANAID, 2015).
4.0 Conclusão