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Os Contratos de Colaboração Empresarial

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OS CONTRATOS DE COLABORAÇÃO EMPRESARIAL
Autor
introdução
As evoluções social, econômica e industrial exigiram dos comerciantes uma nova adaptação ao modo de vida moderno, marcado pela tecnologia e avanço nos fluxos de mercadorias, estimulando-os a criarem mecanismos contratuais que facilitassem suas transações comerciais. No âmbito industrial, essa mudança foi ainda mais aparente pois os artesãos foram substituídos gradativamente pelas indústrias de produção em massa, e novas redes de distribuição e colaboração foram desenvolvidas, de modo que os contratos firmados entre revendedor e produtor viabilizavam de forma mais efetiva a distribuição dos bens de consumo, sendo celebrados de maneira atípica no início de seu surgimento e, aos poucos, seno incorporados ao ordenamento jurídico pelo legislador[footnoteRef:1]. [1: MAGALHÃES, Giovanni, 2020, p. 1] 
Importa ressaltar que é recente a perspectiva da doutrina acerca da colaboração entre os agentes mercantis no âmbito das relações mercantis[footnoteRef:2], construindo gradativamente o conceito de contratos de colaboração. [2: MAGALHÃES, Giovanni, 2020, p. 1] 
Atualmente, entende-se que nenhuma empresa é capaz e viver isolada, no exílio[footnoteRef:3]. Segundo Forgioni, existe a interação entre as empresas de cooperação de maneira que uma teia é formada entre elas através de contratos empresariais. Nesse sentido, os contratos empresariais é um dos instrumentos criados para facilitar o escoamento de mercadorias, circulação de valores e a interação entre as empresas. Nessa espécie de contrato, ambos os polos da relação jurídica são movidos por interesses comerciais, sendo o lucro o principal objetivo. [3: FORGIONI, 2020] 
Quanto à sua classificação, os contratos de colaboração apresentam forma híbrida, situando-se entre os contratos de intercâmbio e os contratos de sociedade, uma vez que compreendem tanto pluralidade quanto cooperação como seus elementos característicos. São constituintes, portanto, de uma nova maneira de associação capaz de acomodar interesses comuns de diferentes empresas. Surgem, portanto, da necessidade de evitar os empecilhos comerciais que surgiriam a partir da criação de vários contratos “avulsos”, firmados através da celebração de uma série e contratos de intercâmbio e da fuga da rigidez típica dos esquemas societários[footnoteRef:4]. Forgioni ainda ressalta que: [4: BARROSO DO NASCIMENTO, João Pedro, 2014] 
Quanto mais próximos o contrato híbrido (colaboração) estiver daquele de intercâmbio, maior o grau de independência das partes e menor o de colaboração entre elas. Ao nos deslocarmos paulatinamente na direção das sociedades, maior será o grau de estabilidade do vínculo e da colaboração[footnoteRef:5]. [5: FORGIONI, 2020, p. 199] 
Tais contratos possuem como característica certo nível de subordinação empresarial estabelecida entre as partes envolvidas. Assim:
O comerciante contratado para distribuir, junto ao mercado consumidor, a mercadoria fabricada pelo outro contratante tem, perante este, o dever de atender a determinados padrões de exploração da atividade empresarial. Em outros termos, o colaborador deve organizar-se empresarialmente da forma definida pelo fornecedor seguindo as orientações e determinações partidas deste.[footnoteRef:6] [6: COELHO, Fábio Ulhoa, 2018] 
Sua feição principal, portanto, é atribuir a um dos contratantes a responsabilidade de criar ou ampliar mercado em relação aos bens e serviços do outro contratante[footnoteRef:7]. [7: BARROSO DO NASCIMENTO, João Pedro, 2014] 
Com relação aos conceitos constitucionais relacionados a esse assunto, importa ressaltar que a intervenção estatal através da Constituição Federal se mescla entre ideais tanto marxistas quanto liberais, estabelecendo os princípios da livre concorrência e da livre inciativa, mas, ao mesmo tempo, mantendo espaços para que o Estado intervenha nas relações contratuais. Os princípios da Ordem Econômica, da dignidade humana e da justiça social são elementos que não podem ser ignorados durante a celebração dos contratos segundo a Constituição Federal. Sob esse viés, Segundo Ramos (2015), as empresas constituem um instrumento extremamente importante para o desenvolvimento econômico e social das sociedades.
A colaboração empresarial pode ser realizada tanto por aproximação quanto por intermediação, sendo que na primeira maneira assinalada, o colaborador não é intermediário, não adquire os bens com o objetivo de revende-los, sendo sua função a identificação de pessoas interessadas[footnoteRef:8]. Já os contratos de colaboração por intermediação há a presença de um contrato de compra e venda, com o finto de revenda dos produtos adquiridos. [8: Idem.] 
Visto isso, discorre-se agora sobre os tipos de contrato de colaboração empresariais, os quais são mandato, a comissão, a agência de distribuição, a corretagem, a concessão comercial e a franquia.
DO MANDATO
Esse tipo de contrato comercial é previsto através dos artigos 653 a 692 do Código Civil, sendo sua principal característica a transferência de poderes de uma pessoa a outra para que esta possa, em seu nome, administrar seus interesses. Seu estabelecimento entre as partes pode ser feito tanto de maneira tácita quanto de maneira expressa, escrita ou verbalmente [footnoteRef:9]. [9: Artigo 656, Código Civil de 2002] 
Suas raízes são formadas pelo Direito Romano e, segundo Maria Helena Diniz:
O termo mandato advém de manusdare, pois outrora, dando-se a mão a um amigo a quem se confiava a realização de um negócio, em sinal de compromisso assumido, estava-se aceitando um encargo[footnoteRef:10]. [10: DINIZ, Maria Helena, 2013, p. 363] 
Observe o art. 653 do Código Civil:
Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.
Ressalta-se inicialmente, a diferenciação entre procuração e mandato. Observe:
A procuração, nos termos do art. 653 do Código Civil, é o instrumento do mandato. Trata-se de negócio jurídico unilateral no qual uma pessoa outorga de modo voluntário a outrem o poder de representação [...] O mandato, por sua vez, é um contrato, ou seja, um negócio jurídico bilateral que, como tal, exige a manifestação de vontade de duas pessoas. É, assim, “a causa do vínculo jurídico que une dois sujeitos e disciplina a realização de uma determinada conduta, de interesse de ambos, a saber, a prática de atos ou administração de interesses”[footnoteRef:11] [11: MAGALHÃES, Giovanni, 2020, p. 40] 
O traço característico dessa modalidade de contrato é a representação, o qual consiste no poder do mandatário agir em nome do mandante, praticando, em seu nome, atos jurídicos, e criando obrigações de terceiros para com o representado e deste para com terceiros[footnoteRef:12]. A obrigação gerada se envolve, portanto, nos conceitos relacionados à obrigação de fazer, na modalidade de declaração de vontade. [12: MAGALHÃES, Giovanni, 2020, p. 36] 
Nesse sentido, cabe ao mandatário cumprir o mandato em conformidade com as orientações recebidas, sob a pena de responsabilidade sobre os prejuízos causados ao mandante. Dou outro lado, o mandante é obrigado a cumprir todas as prestações assumidas pelo mandatário em seu nome, desde que em conformidade com as instruções passadas[footnoteRef:13]. [13: MAGALHÃES, Giovani, 2020] 
Sob essa perspectiva, discorre Maria Helena Diniz:
(O contrato de mandato) é uma representação convencional, em que o representante pratica atos que dão origem a direitos e obrigações que repercutem na esfera jurídica do representado[footnoteRef:14]. [14: DINIZ, 2013, p. 363 (grifo meu)] 
De acordo com as lições doutrinárias, o mandato exige intensa relação cooperativa entre os contratantes[footnoteRef:15]. Por isso mesmo, o mandatário se obriga a agir não só segundo os termos do contrato, mas também na conformidade com as ordens e instruções que o mandante emite para a boa e fiel execução do encargo cometido[footnoteRef:16]. [15: TEPEDINO, Gustavo, 2008,p. 28] [16: MAGALHÃES, Giovanni, 2020, p. 37] 
De maneira geral, o mandato possui as características relacionadas à consensualidade, sendo firmado a partir da vontade das partes, podendo ser classificado como gratuito ou oneroso, unilateral ou bilateral, sendo personalíssimo, revogável, preparatório, informal e não solene[footnoteRef:17]. Seu objeto consiste na prática de atos ou negócios jurídicos e, favor do mandante[footnoteRef:18]. [17: Idem.] [18: VENOSA, 2009] 
Com relação à sua forma, destaca-se o disposto no artigo 657 do Código Civil:
Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito.
Os poderes conferidos através de mandato também são delimitados por lei. Observe o dispositivo:
Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração.
§ 1 o Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos.
Quanto à sua extinção, o artigo 682 do Código Civil indica as situações em que o mandato é cessado. Estas são a revogação ou a renúncia, a morte ou a interdição de uma das partes contratantes, a mudança de estado que inabilite o mandante ou o mandatário para realizar suas respectivas funções contratuais, o término do prazo e, por fim, a conclusão do negócio.
O mandato judicial, por sua vez, caracteriza-se pela outorga de poderes a pessoa habilitada para defender interesses do outorgante perante qualquer juízo[footnoteRef:19]. Sob essa matéria, o Código Civil leciona que: [19: CAHALI, Yussef Said, p. 497] 
Art. 692. O mandato judicial fica subordinado às normas que lhe dizem respeito, constantes da legislação processual, e, supletivamente, às estabelecidas neste Código.
Esse tipo de contrato concentra sua importância no momento em que existe a impossibilidade de que alguém vá pessoalmente praticar determinado negócio jurídico. No caso do mandato judicial, o advogado é constituído porque é através dele que os atos judiciais dos processos terão continuidade, sendo apenas aqueles legalmente habilitados capazes de ser mandatários judiciais. 
da comissão 
Segundo Waldemar Ferreira, esse tipo de contrato surgiu ainda no século XVI, com o finto de facilitar as necessidades comerciais quando estas eram estendidas a localidades distantes[footnoteRef:20]. As peculiaridades dessa modalidade de contrato permitiam que os comerciantes contratassem outras pessoas em locais distantes da sede da empresa para que estas vendessem seu produto em troca de uma certa quantia proporcional às vendas. [20: FERREIRA, Waldemar, 1963, p. 58] 
Assim surgiu a figura da comissão, que permitia ao comerciante encarregar terceiro da missão de praticar atos de comércio, celebrar negócios ou contratar, em seu benefício ou por sua conta, porém em nome do próprio comissário, sem obrigar-se o comitente perante terceiros, como ocorreria se tivesse de lançar mão do mandato[footnoteRef:21]. [21: THEODORO JUNIOR, Humberto, 2011] 
No Brasil, essa modalidade de contrato teve grande importância durante as negociações no mercado cafeeiro, assim como nos negócios de vendas de automóveis de passeio ou de transporte de cargas[footnoteRef:22]. Atualmente, é utilizado frequentemente nas relações comerciais envolvendo revistas, jornais e cosméticos, bem como utilidades do lar e roupas[footnoteRef:23]. [22: FERREIRA, Waldemar, 1963, p.287] [23: MAGALHÃES, Giovanni, 2020, p.. 90] 
Por meio do instituto da comissão, é possível obter diversas vantagens. Dentre elas: a independência do comissário, a possibilidade da estipulação da comissão por meio de acordo entre as partes e diminuem-se os riscos de que o mandatário exerça excesso de poderes.
Intitula-se as partes contratuais da comissão como comitentes e comissários, sendo esta a parte que se compromete em vender e comprar os produtos em seu próprio nome, e aquelas as partes que contratam o comissário. 
O seu conceito propriamente dito, é definido pelo Código Civil no artigo 693. A observar:
Art. 693. O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente.
Nesse sentido, depreende-se que esta modalidade de contrato não se confunde com o mandato no que tange à transferência de encargo a terceiros. Isso porque o comissário atua em seu próprio nome e não em nome de outrem.
Diz-se correntemente que se trata de um mandato sem representação, justamente porque não tem poderes o comissário de obrigar a pessoa do comitente perante terceiros.
O comissário, ao realizar a operação com terceiros, que lhe foi delegada, nem sequer terá necessidade de declarar o nome do comitente. Pode-se conceituá-lo, pois, como uma modalidade excepcional de mandato que autoriza o comissário a agir em seu próprio nome e sob sua exclusiva responsabilidade. É, assim, na dicção do direito italiano, um mandato sem representação, tem por objeto a compra e venda de bens por conta, isto é, no interesse de uma parte (que se chama comitente), e em nome de outra (comissário) (art. 1.731 Cód. Civ. italiano)”. Ou seja, como entende a doutrina francesa, dois dados fundamentais presidem a economia do contrato de comissão: “uma ação por conta de outrem (A), mas em nome próprio (B)”.[footnoteRef:24] [24: MAGALHÃES, Giovanni, 2020] 
Outra diferença entre o mandato e a comissão é que esta é aplicada apenas nas relações comerciais de compra e venda. Já aquele, pode ser aplicado em quaisquer outros contratos, dentro dos limites legais. Nesse sentido, ambas as modalidades de contrato se diferem, o que faz cada um deles ser independente e autônomo, sendo regidos por normas próprias.
Trata-se, de maneira geral, de contrato bilateral, consensual e oneroso, além de ser cumulativo, informal e não-solene. Por último, o contrato de comissão ainda se classifica como personalíssimo, uma vez que o comitente se encarrega de realizar o negócio em função de suas características comerciais.
DA AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO
Sobre o tema, discorre o Código Civil:
Art. 710: Uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada.
Ainda segundo o mesmo dispositivo:
Parágrafo único: O proponente pode conferir poderes ao agente para que este o represente na conclusão dos contratos.
Pablo Stolze discorre que:
No contrato de agência, o agente, sem vínculo de subordinação, e sem deter a coisa que comercializa, realiza negócios, em área determinada, fazendo jus a uma remuneração fixa ou percentual; diferentemente, no contrato de distribuição, posto deva também empreender negócios à conta e no interesse de terceiro, o distribuidor já tem à sua disposição a coisa negociada.[footnoteRef:25] [25: GAGLIANO, Pablo Stolze, 2021] 
Sob esse viés, afirma-se que o contrato de agência se relaciona com a promoção e realização de negócios por meio de terceiros, já o de distribuição, se relaciona com a possibilidade de realizar negócios por meio de terceiros tendo-se a coisa a ser negociada à sua disposição.
O sentido jurídico de distribuição abrange o instituto estabelecido entre as partes por meio do contrato de agência. A função do agente, nessa modalidade contratual, é prestar serviços relacionados com o depósito da mercadoria do preponente, de modo que, ao finalizar o contrato de compra e venda, e promover a entrega de produtos ao comprador, não age em nome próprio, mas sim em nome da empresa que representa[footnoteRef:26]. [26: MAGALHÃES, Giovanni, 2020] 
Segundo Gagliano, os contratos de agência e distribuição se caracterizam como bilaterais e onerosos. Também são evolutivos, consensuais e não-solenes.
Negócios fiduciários, pois são inegavelmente calcados na confiança, em outras palavras, são negócios celebrados intuitu personae.E este caráter personalíssimo acaba por conferir ao agente certa exclusividade na área de sua atuação[footnoteRef:27]. [27: GAGLIANO, Pablo Stolze] 
DA CORRETAGEM
A corretagem é definida como atividade de intermediar pessoas que desejam celebrar negócios jurídicos, aproximando-as para que atinjam o seu objetivo[footnoteRef:28]. Segundo Pontes de Miranda, a corretagem é a atividade intermediatriz entre pessoas que desejam firmar contrato ou praticar ato para alguém[footnoteRef:29]. [28: MAGALHÃES, Giovanni, 2020] [29: PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti.  2012, p. 417.] 
Ainda de acordo com a doutrina do autor, corretor é aquele que corre de interessado a interessado, de modo a fechar contratos para o seu cliente.
Segundo o Código Civil:
Art. 722. Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas.
Assim, identifica-se que a função do corretor é estabelecer negócios para o seu cliente, da forma como instruído. Assim, a doutrina estabelece que a obrigação imputada ao corretor é de meio.
Em princípio, cabe-lhe envidar esforços e dedicar sua atividade na angariação do negócio ou do contrato, a que visa o comitente, podendo investigar, anunciar etc.[footnoteRef:30] [30: PEREIRA, Caio Mário da Silva, 2018] 
Os contratos de corretagem são bilaterais, acessórios, onerosos, aleatórios e consensuais.
DA FRANQUIA E DA CONCESSÃO COMERCIAL
A expansão do comércio e das relações econômicas no auge do século XX exigiu dos comerciantes que eles solidificassem relações com outros empresários, de modo a levar seus produtos a locais cada vez mais longes. A franquia, nesse contexto, foi incrementada de moco a tornar franca os espaços antes dedicados a representantes ou agentes, concessionários e distribuidores[footnoteRef:31]. [31: DISSAUX, Nicolas] 
A razão do sucesso encontra-se na eficiência do sistema, que beneficia igualmente franqueador e franqueados. Favorece, ainda, a própria sociedade, na medida em que “possibilita o acesso a produtos e serviços de qualidade em regiões remotas distantes de centos urbanos, algo que não seria possível por iniciativas regionais isoladas, especialmente por causa dos custos gerados pela sua falta de escala (GIGLIOTTI, 2017)”[footnoteRef:32] [32: GIGLIOTTI, Batista Salgado, 2017] 
Quanto a classificação dessa modalidade de contrato, entende-se que ele se enquadra nas seguintes classificações: bilateral, oneroso, comutativo, misto de adesão, de duração, consensual e solene. 
A extinção desse contrato se dá por diversos motivos previstos no ordenamento jurídico responsáveis por sua regulamentação ou através da manifestação das vontades das partes, assim como qualquer outra espécie contratual. 
A concessão comercial, por sua vez, é o contrato através do qual o concessionário se obriga a comercializar de maneira exclusiva ou não, os produtos fabricados pelo cedente diretamente ao consumidor. Esse tipo de contrato é considerado de natureza atípica, haja vista que só é regulamentado no que tange à comercialização de automóveis[footnoteRef:33], através da Lei no 6.729/79. Observe o artigo 1º da referida lei: [33: MAGALHÃES, Giovanni, 2020, p. 577] 
Art . 1º A distribuição de veículos automotores, de via terrestre, efetivar-se-á através de concessão comercial entre produtores e distribuidores disciplinada por esta Lei e, no que não a contrariem, pelas convenções nela previstas e disposições contratuais.
Nesse sentido, são objetos do contrato tanto a comercialização dos veículos os acessórios fornecidos pelo revendedor, quanto a prestação de assistência técnica a esses produtos e o uso da marca concedente como identificação[footnoteRef:34]. [34: MAGALHÃES, Giovanni, 2020, p. 577] 
conclusão
Diante o exposto, entende-se a importância dos contratos de colaboração para que os fluxos comerciais aconteçam com mais intensidade e facilidade, uma vez que, através deles, há um certo nível de colaboração entre as empresas envolvidas. 
No que tange às modalidades contratuais, entende-se que, por meio de sua variedade, a adaptação de cada um às necessidades dos empresários se dá de maneira quase automática. São várias as opções de contratos disponíveis para que o empresário decida qual utilizar e qual fim deseja obter. 
De maneira geral, o Direito Empresarial também tem o objetivo de facilitar as relações comerciais, orientando juridicamente os empresários a direcionar suas empresas de acordo com a forma mais adequada à suas formas. Nesse sentido, os contratos comerciais exercem importância indispensável para que tais empresas se desenvolvam de maneira constante e duradoura. 
reFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROSO DO NASCIMENTO, João Pedro. Contratos Empresariais. Diretório Fundação Getúlio Vargas, 2014. Disponível em: https://direitorio.fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u100/contratos_empresariais_2014-2.pdf. Acesso em 09 de jun. de 2021
CAHALI, Yussef Said. Mandato judicial. In: CAHALI, Yussef Said (coord.). Contratos nominados – doutrina e jurisprudência. São Paulo: Saraiva, 1995, p. 497.
COELHO, Fábio Ulhoa. Contratos de colaboração. Novo manual de direito comercial: direito de empresa. 29. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. cap. 34, p. 404-415.
DISSAUX, Nicolas; LOIR, Romain. Droit de la distribution, cit., p. 367
FERREIRA, Waldemar. Revista de Direito Mercantil, t. III, nº 2, p. 287 e segs. (1ª série).
FERREIRA, Waldemar. Tratado de direito comercial. São Paulo: Saraiva, 1963. vol. XI, n. 2.382, p. 58.
FORGIONI, Paula A. Contratos empresariais: teoria geral e aplicação. 5. ed. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2020.
GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil: contratos: teoria geral. Vol. 4 - 8 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2012.
GIGLIOTTI, Batista Salgado. O funcionamento do sistema de franchising. In: MELO, Pedro Lucas de Resende; ANDREASSI, Tales (orgs.). Franquias Brasileiras. Estratégia, empreendorismo, inovação e internacionalização. São Paulo: Cengage Learning, 2017
HUMBERTO, T. J.. Contratos de Colaboração Empresarial. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2019. 9788530986834. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530986834/. Acesso em: 09 Jun 2021
MAGALHÃES, Giovani. Direito Empresarial Facilitado. São Paulo: Grupo GEN, 2020. 9788530990732. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530990732/. Acesso em: 08 Jun 2021
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil: contratos. 22. ed. rev. e atual. por Caittin Mulholland. Rio de Janeiro: Forense, 2018, v. III, nº 251
PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado de Direito Privado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012, v. XLIII, § 4.732, nº 1, p. 417.
RAMOS, André Santa Cruz. Direito empresarial esquematizado. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015.
TEPEDINO, Gustavo. Das várias espécies de contrato. Do mandato. Da comissão. Da agência e distribuição. Da corretagem. Do transporte. Arts. 653 a 756. (verificar se as citações estão completas) In: Comentários ao novo Código Civil. TEIXEIRA, Sálvio de Figueiredo (coord.). Rio de Janeiro: Forense, 2008, v. X, p. 28.
THEODORO JUNIOR, Humberto. Do contrato de comissão no novo Código Civil
VENOSA, Sílvio de Salvo. Contratos em espécie. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009. Vol. 3.

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