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Metabolismo de lipoproteínas e aterosclerose + casos clínicos (com gabarito) - discursiva
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Marcelle Souza – MED 118 Metabolismo de lipoproteínas e aterosclerose 1° grupo de estudos São complexos macromoleculares esféricos de lipídeos e proteínas específicas (apolipoproteínas ou apoproteínas). As partículas lipoproteicas incluem o quilomicra, VLDL, LDL e HDL. Elas diferem na composição lipídica e proteica, no tamanho, na densidade e no local de origem. A função das lipoproteínas é manter solúvel seus componentes lipídicos no plasma e promover um eficiente mecanismo de transporte de lipídeos entre os tecidos. Em humanos, esse sistema de transporte é menos eficiente que em outros animais, podendo acontecer uma deposição gradual de lipídeos nos tecidos, especialmente de colesterol. Essa deposição pode ser um fator de risco, pois contribui para a formação de ateromas. Os quilomicra são formados nas células da mucosa intestinal e transportam triacilgliceróis, colesterol, vitaminas lipossolúveis e ésteres de colesterol da dieta para os tecidos periféricos. Síntese das apolipoproteínas A apolipoproteínas B-48 é exclusiva dos quilomicra e sua síntese inicia no RER, sendo glicosilada enquanto se move através do RE e do complexo de Golgi. Montagem dos quilomicra A organização das apolipoproteínas e dos lipídeos para formar os quilomicra requer a proteína microssomal transferidora de triacilgliceróis (PMT), que carrega a apo B-48 com os lipídeos. Modificação dos quilomicra nascentes Quando alcança o plasma, o quilomicra nascente recebe a apo-E e apo-C-II do HDL circulante. A apo-C-II é necessária para a ativação da lipase lipoproteica, enzima que degrada os triacilgliceróis dos quilomicra. Degradação dos triacilgliceróis pela lipase lipoproteica A lipase lipoproteica, ativada pelo apo-C-II, hidrolisa os TAG carregados pelas lipoproteínas, formando AG livres e glicerol. Os AG são armazenados (no adipócito) ou usados para gerar energia (nos músculos). O glicerol é usado pelo fígado, por exemplo, na síntese de lipídeos, na glicólise ou na gliconeogênese. Pacientes com deficiência de lipase lipoproteica ou de apo-C-II (hiperlipoproteinemia do tipo I ou deficiência familiar de lipase lipoproteica) apresentam grande acúmulo de TAG-quilomicra no plasma (hipertriacilglicerolemia), mesmo no jejum. Regulação da atividade da lipase lipoproteica A síntese e a transferência da lipase lipoproteica para a superfície luminal dos capilares é estimulada pela insulina. A enzima dos adipócitos tem Km maior, favorecendo a remoção dos AG das lipoproteínas circulantes e seu armazenamento como TAG somente quando a concentração plasmática de lipoproteínas estiver elevada. A do músculo cardíaco tem Km menor, permitindo ao coração acesso contínuo aos combustíveis circulantes (importância dos AG como fonte de energia nesse tecido). Formação dos remanescentes de quilomicra Quando mais de 90% dos TAG do quilomicra foi degradado pela lipase lipoproteica, a partícula diminui de tamanho e aumenta em densidade. A apo-C-II retorna ao HDL e o quilomicra remanescente é removido da circulação pelo fígado devido à presença de apo-E, que se liga aos receptores hepáticos e são captados pelos hepatócitos por endocitose. As apolipoproteínas, os ésteres de colesterol e outros componentes são degradados por hidrólise após endocitose, liberando aminoácidos, colesterol livre e AG. O receptor é reciclado. Marcelle Souza – MED 118 Resumo do metabolismo dos quilomicra 1. As células da mucosa intestinal secretam quilomicra ricos em TAG, produzidos principalmente a partir de lipídeos da dieta. 2. A apo-C-II e apo-E são transferidas da HDL para os quilomicra nascentes. 3. Nos capilares, a lipase lipoproteica extracelular presente nas paredes dos tecidos e ativada pela apo-C-II degrada os TAG dos quilomicra, transformando em AG e glicerol. 4. A apo C-II é devolvida para a HDL 5. Os remanescentes, ricos em ésteres de colesterol, ligam-se por meio da apo-E aos receptores do fígado, onde são endocitados. As VLDL são produzidas no fígado e são compostas predominantemente de TAG endógenos. Sua função é carregar esse lipídeo do fígado para os tecidos periféricos, onde os TAG são degradados pela lipase lipoproteica. O “fígado graxo” (esteatose hepática) ocorre em condições em que existe desequilíbrio entre a síntese hepática de triacilgliceróis e a secreção de VLDL. Essas condições incluem obesidade, diabete melito não controlada e ingestão crônica de etanol. Liberação das VLDL As VLDL são secretadas pelo fígado diretamente no sangue como VLDL nascentes, contendo apo- B-100. Elas obtêm apo-E e apo-C-II da HDL circulante, sendo a última necessária para ativação da lipase lipoproteica. Abetalipoproteinemia é um tipo raro de hipolipoproteinemia causada por um defeito na PTM, que impede o carregamento de apo-B com lipídeos, não formando quilomicra nem VLDL e acumulando TAG no fígado e intestino. Modificação das VLDL circulantes Na circulação, os TAG das VLDL são degradados pela lipase lipoproteica, ficado essas partículas menores e mais densas. Apo-C-II e apo-E retornam ao HDL, retendo apenas apo-B-100. Por fim, alguns TAG são transferidos das VLDL para as HDL em uma reação de troca que, simultaneamente, transfere ésteres de colesterol das HDL para as VLDL. Essa troca é mediada pela proteína transferidora de ésteres de colesterol (PTEC). Produção de LDL a partir de VLDL no plasma As VLDL são convertidas em LDL no plasma. Durante a transição, são observadas IDL, que podem ser captadas por endocitose mediada por receptor que usa a apo-E como ligante. Existem três isoformas da apo-E, sendo que a apo-E-2 tem pouca afinidade pelos receptores, e pacientes homozigotos para apo-E-2 apresentam deficiência na depuração dos remanescentes de quilomicra e IDL. Esses indivíduos têm hipolipoproteinemia familiar tipo III e apresentam hipercolesterolemia e aterosclerose prematura. Por um mecanismo ainda não esclarecido, a apo-E-4 aumenta a suscetibilidade à doença de Alzheimer. Resumo do metabolismo das VLDL 1. O fígado secreta as VLDL nascentes, ricas em TAG 2. Apo C-II e apo-E são transferidas da HDL para as VLDL 3. Apo-C-II ativa a lipase lipoproteica e degrada os TAG das VLDL 4. Forma IDL 5. Apo-C-II e apo-E devolvidas ao HDL 6. LDL formadas no plasma. As LDL ligam- se a receptores específicos nos tecidos extra-hepáticos e no fígado, onde são endocitadas As LDL contêm muito menos TAG que suas precursoras VLDL e têm alta concentração de colesterol e ésteres de colesterol Endocitose mediada por receptores A principal função das LDL é prover colesterol para os tecidos periféricos (ou retorná-lo para o fígado). As LDL ligam-se aos receptores na membrana celular específicos para LDL, que reconhecem a apo-B-100. Receptores de LDL são Marcelle Souza – MED 118 glicoproteínas carregadas negativamente que formam aglomerados em depressões na membrana celular, sendo que o lado citosólico da depressão é recoberto pela proteína clatrina. Depois da ligação, o complexo LDL-receptor é internalizado por endocitose (a deficiência de receptores funcionais de LDL causa elevação dos níveis de LDL circulantes e, assim do colesterol plasmático, levando à hiperlipidemia tipo II e aterosclerose prematura). As vesículas contendo LDL perdem a capa de clatrina e fundem-se a outras vesículas semelhantes, formando os endossomos. O pH dos endossomos diminui e a LDL se desliga do seu receptor, o qual pode ser reciclado. As LDL remanescentes são transferidas para os lisossomos e degradadas, liberando colesterol livre, aminoácidos, AG e fosfolipídeos. Captação das LDL modificadas pelos receptores "removedores” (scavanger) nos