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FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA ANGINA É uma síndrome clínica caracterizada por dor ou desconforto em quaisquer das seguintes regiões: o Tórax. o Epigástrio. o Mandíbula. o Ombro. o Dorso ou mmss. Desequilíbrio entre a demanda e a oferta de oxigênio. O coração consome muito ATP, grande parte dele é decorrente da beta-oxidação de lipídio (preferido). Só usa glicose quando está em grande quantidade. Pode ocorrer aumento da demanda e diminuição da oferta de oxigênio. Quando o coração começa a ter déficit de ATP começa a trabalhar anaerobicamente, dessa forma não consegue fazer ß-oxidação. A via glicolítica anaeróbica produz piruvato que vai ser convertido em lactato- e H+. Por ter a carga negativa, esse lactato fica no coração atrapalhando a contração do músculo cardíaco, e o hidrogênio vai causar a dor característica da angina. Ou seja, quanto mais intenso for esse processo, mais dor vai ter. Pode ser só determinada região do coração. E também pode ter arritmia, ou seja, a angina também pode se manifestar como uma arritmia. A angina pode ocorrer por duas causas: o Aumento da demanda de oxigênio. (MAIS DISTANTE DO INFARTO) Aumento da FC. Aumento da contratilidade. Tratar com: BB, BCC, nitratos orgânicos. o Diminuição da demanda de oxigênio. (MAIS PRÓXIMO DO INFARTO). Diminuição do fluxo sanguíneo para determinada região: Tratar com anti- trombóticos, estatinas. Substâncias que “desentupam”. Diminuição da luz do vaso (angina vasoespástica): Tratar com vasodilatadores BCC. Outras medicações: o Inibidores da ECA. o Trimetazidina. o Ivabradina. ANGINA DE PEITO, PECTORIS, ESTÁVEL OU DE ESFORÇO Típica. Os sintomas ocorrem quando a demanda de oxigênio do miocárdio aumenta (angina de esforço). O substrato patológico consiste habitualmente em estenose aterosclerótica fixa de uma artéria coronária epicárdica, à qual se sobrepõe um aumento na demanda de oxigênio do miocárdio em decorrência de esforço ou de estresse emocional. No repouso não sente nada. A diferença entre a angina e o infarto. No infarto (tem morte celular) precisa ter anóxia. Na angina (não tem morte celular) precisa ter hipóxia. Uma hipóxia pode evoluir para anóxia. Mas nem toda angina vai ser hipóxia. Se o local afetado no coração foi um vaso importante, o infarto pode evoluir para uma parada cardíaca. A parada afeta o coração todo, o infarto não. O infarto fulminante é essa evolução. Algumas situações de angina podem evoluir para infarto que pode evoluir para parada cardíaca. FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA O objetivo nesses casos é reduzir a demanda de O2 por meio de uma DIMINUIÇÃO DO TRABALHO CARDÍACO. O tratamento na angina estável também pode ser profilático. Pode tomar a medicação antes de fazer o esforço (medicação de resgate). Betabloqueador funciona muito bem para angina de esforço. Nitrato é a terceira linha de tratamento. ANGINA VARIANTE, ANGINA DE PRINZMETAL Os sintomas ocorrem em decorrência de vasoespasmo coronário reversível, acarretando em isquemia significativa do miocárdio e dor. O espasmo dos vasos coronários pode ser revertido por nitratos ou por bloqueadores dos canais de cálcio. OBS.: Não adianta betabloqueador. ANGINA INSTÁVEL Síndrome clínica situada entre a angina estável e o IAM. É a mais perigosa. Causada por episódios de aumento do tônus da artéria coronária epicárdica ou por pequenos coágulos plaquetários que se formam nas proximidades de uma placa aterosclerótica. Considera-se a presença de angina instável quando surgem episódios de angina em repouso e quando ocorre alteração na natureza, frequência e duração da dor torácica. PADRÃO MISTO DE ANGI NA Alteração do tônus vascular sobreposta a estenose aterosclerótica de base. A isquemia miocárdica também pode ser silenciosa. Também podem exibir episódio sintomáticos. Fatores precipitantes podem ser os mesmos daqueles da isquemia sintomática. OBS.: O trabalho do coração é determinado pela diástole. OBS.: Para resolver a tensão na parede do VE é o nitrato. Ele é um potente vasodilatador e em doses baixas ele prefere dilatar mais as veias do que as artérias. Essas alterações hemodinâmicas surgem com frequência durante o exercício físico e a descarga simpática que muitas vezes precipitam a angina em pacientes com coronariopatia obstrutiva. Os nitratos orgânicos diminuem tanta a pré- carga quanto a pós-carga como resultado da dilatação respectiva dos vasos de capacitância venosos e de resistência arteriolar. FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA Como o fluxo coronário cai para valores desprezíveis durante a sístole, a duração da diástole torna-se um fator limitante para a perfusão do miocárdio durante a taquicardia. O fluxo sanguíneo coronário é inversamente proporcional à resistência do leito vascular coronário. A resistência é determinada principalmente por fatores intrínsecos (metabólitos e atividade autônoma) e por vários fármacos. Quando o coração bate com muita força ele recebe menos oxigênio. Durante a diástole que o coração se oxigena, quanto maior for ela mais o coração se reoxigena. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Os objetivos fundamentais incluem: 1. Reduzir os sintomas e a ocorrência da isquemia miocárdica, propiciando melhor qualidade de vida. 2. Prevenir o infarto do miocárdio e reduzir a mortalidade. OBS.: Na parte que tem antiagregantes plaquetários está errado. É mais indicado anticoagulante e trombolíticos. OBS.: Está faltando betabloqueador, ivabradina. Os fármacos utilizados na angina típica atuam principalmente ao reduzir a demanda de O2 e/ou da tensão da parede ventricular. Em contraste, objetivo terapêutico principal na angina instável é aumentar o fluxo do miocárdio. Na angina variante ou prinzmetal, o principal objetivo terapêutico é evitar o vasoespasmo coronariano. Os agentes antianginosos podem ser utilizados para tratamento profilático ou sintomático. BLOQUEADORES BETA-ADRENÉRGICOS (BB) Isoladamente ou em associação com outros agentes antianginosos, os bloqueadores beta- adrenérgicos constituem os MEDICAMENTOS DE PRIMEIRA ESCOLHA no tratamento da ANGINA ESTÁVEL. Principalmente em pacientes que tiveram um IAM ou com insuficiência cardíaca sistólica (melhoram a sobrevida). Medicação de resgate é para tirar o paciente da crise. Na angina medicação de resgate sempre vai ser NITRATO DE AÇÃO RÁPIDA. Paciente vai andar com duas medicações, o BB para o dia-a-dia e o nitrato (sublingual) para emergência. FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA Atuam: o Diminuindo a FC. o Diminuindo a contratilidade miocárdica. o Diminuindo a condução atrioventricular. o Diminuição da atividade ectópica ventricular. o Aumentam a perfusão em áreas isquêmicas por aumento no tempo de diástole e da resistência vascular em áreas não isquêmicas. As propriedades farmacológicas denominadas: 1. Atividade simpaticomimética intrínseca. 2. Lipossolubilidade. 3. Cardiosseletividade. o Diferenciam os bloqueadores beta-adrenérgicos entre si. o Por isso, embora TODOS sejam eficazes, suas propriedades farmacológicas devem ser adequadas às doenças concomitantes dos pacientes com DAC. Alguns betabloqueadores (pindolol e acebutolol) possuem atividade simpaticomimética intrínseca (ISA). o Agonistas parciais. o Promovem um baixo grau de estimulação beta no repouso (paciente vai ter angina no repouso), mas atuam como típicos betabloqueadores quando a atividade simpática é alta (estresse e exercícios). o Estudos demonstraram que a atividadeagonista parcial do pindolol (ISA) resultou em aumento da FC noturna quando comparado ao propranolol (BB sem ISA), que promoveu redução significativa da FC diurna e noturna. OBS.: Não quer dizer que o propranolol seja bom para angina. Conclusão: Pindolol e acebutolol NÃO SÃO RECOMENDADOS PARA ANGINA ESTÁVEL. Esses BB ISA podem aumentar a FC em repouso. Dessa forma, apensar de alguns benefícios potenciais, esses medicamentos raramente são usados no tratamento da angina estável. EXCETO, POSSIVELMENTE, EM PACIENTES COM BRADICARDIA SUBJACENTE EM REPOUSO. Não devem ser administrados a pacientes com IAM prévio ou IC nos quais o bloqueio beta melhora a sobrevida. Nadolol, pindolol (último dos últimos), propranolol vai para o final da fila. As melhores escolhas seria ATENOLOL e METOPROLOL. Os BB lipossolúveis (propranolol e metoprolol) são quase completamente absorvidos pelo intestino delgado e amplamente metabolizados pelo fígado. Em altas concentrações atravessam a BHE e possivelmente aumentam os efeitos colaterais no SNC. Metoprolol tem muito mais efeito adverso quando comparado ao atenolol. Ordem de preferência: 1. Atenolol. 2. Metoprolol. 3. Carvedilol. 4. Labetalol. 5. Nadolol. FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA 6. Propranolol. 7. Pindolol. Eles tendem a ter biodisponibilidade altamente variável e maia-vida plasmática relativamente curta. Os BB hidrossolúveis (atenolol) são incompletamente absorvidas pelo intestino delgado e excretados inalterados pelos rins. Não entram facilmente no SNS. Mostram menos variações na biodisponibilidade e têm meia-vida plasmática mais longas. Todos os BB, independentemente das propriedades farmacológicas parecem ser igualmente eficazes no tratamento da angina pectoris estável. Melhoram a capacidade de exercício, reduzem a depressão ST induzida por exercício, diminuem a frequência de episódios de angina e diminuem a necessidade de nitroglicerina sublingual. A eficácia dos BB no alívio da angina é dose- dependente. Os BB são recomendados como terapia inicial para alívio dos sintomas de angina em pacientes com doença cardíaca isquêmica estável. BCC e nitratos de ação prolongada são recomendados quando BB estão contraindicados, são pouco tolerados ou quando os sintomas de angina persistem como monoterapia com BB. Atenolol possui melhor resposta terapêutica do que a nifedipina, e a associação desses medicamentos não trazem benefícios adicionais. Estudos comparativos entre atenolol e anlodipino demonstraram que ambos apresentam efeitos satisfatórios e semelhantes, quando usados em monoterapia e que a terapêutica combinada traz benefícios adicionais. Bisoprolol possui melhor ação na redução da isquemia miocárdica do que a nifedipina. OBS.: Quando compara BB e BBC de cálcio para angina, os BB ganham. Metoprolol apresenta resultados semelhantes a nifedipina, apesar de leve vantagem do primeiro. Estudos comparativos entre propranolol, diltiazem e nifedipina, em pacientes com angina estável, demonstraram que o primeiro é o mais eficaz em reduzir a FC e o número de episódios isquêmicos. Os BB são contraindicados na angina vasoespástica. Primeira escolha é BCC. Os BB geralmente são bem tolerados em pacientes com angina estável, mas têm um conjunto bem conhecido de efeitos colaterais potenciais que podem limitar seu uso: 1. Diminuição da FC, contratilidade e da condução AV. 2. Broncoconstrição: Exceção seria o de terceira geração. o Uso em DPOC ou asma controverso: São seguros e eficazes em pacientes com DPOC leve/asma que não estão tomando um agonista beta-2 adrenérgico. o O bloqueio do receptor beta-2 pode ser induzido por agentes não seletivos e altas doses de agentes cardiosseletivos. 3. Agravamento dos sintomas da doença arterial periférica ou fenômeno de Raynaud: Parece não haver efeitos adversos nos sintomas de claudicação leve a moderada quando beta-1 bloqueadores seletivos são utilizados. FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA 4. Fadiga: Redução do DC ou a efeitos diretos no SNC. 5. Pesadelos, insônia e alucinações – Evitar fazer o uso de metoprolol por ser lipofílico e atravessar a BHE mais facilmente piorando os sintomas: Embora a depressão seja frequentemente mencionada como efeito colateral dos BB, essa associação não foi observada em estudos randomizados. Efeitos colaterais centrais podem ser mais comuns em idosos. 6. Disfunção erétil. BLOQUEADORES CANAIS DE CÁLCIO São um grupo heterogêneo de compostos usados numa variedade de desordens cardiovasculares, como angina estável, angina vasoespástica, hipertensão, cardiomiopatia hipertrófica e arritmias supraventriculares. Podem ser divididos em dois grupos, com base nos efeitos fisiológicos predominantes. 1. Diidropiridinas: Bloqueiam preferencialmente os canais de cálcio tipo L na vasculatura. PREFERE ATUAR SOBRE OS VASOS, por isso são preferência na HAS, mas podem ser utilizados na angina. 2. Não-diidropiridinas (verapamil e diltiazem): Bloqueiam seletivamente os canais de cálcio tipo L no miocárdio. o Os canais de cálcio tipo L são responsáveis pela contratilidade do miocárdio e do músculo liso vascular. o Também influenciam a condução e as células marca-passo cardíacas. o As diidropiridinas são potentes vasodilatadores, com pouco efeito negativo sobre a contratilidade e condição cardíacas em doses padrão. o Dilatam as artérias coronárias, reduzem a resistência coronariana, aumentam o fluxo sanguíneo coronário e pode intensificar o desenvolvimento de colaterais coronarianos. OBS.: Dá preferência ao de segunda geração, exceto se o de primeira vier com formulação de liberação lenta. A intoxicação por diidropiridinas geralmente resulta em vasodilatação arterial e taquicardia reflexa. Diversos estudos demonstraram a eficácia das diidropiridinas na angina estável. Em pacientes já tratados com BB e/ou nitratos, a nifedipina de ação prolongada não tem efeito significativo na sobrevida. A taquicardia reflexa pode limitar a eficácia da nifedipina e, em menor grau, das outras diidropiridinas no tratamento da angina estável. Verapamil e diltiazem, em menor extensão, são vasodilatadores fracos, mas têm efeito depressivo na condução e na contratilidade cardíacas. Verapamil diminui a demanda miocárdica de oxigênio por atuar como agente inotrópico e cronotrópico negativos e por reduzir a PA sistêmica. Alterações na contratilidade são mínimas em pacientes sem doença cardíaca. Alterações na contratilidade são mínimas em pacientes sem doença cardíaca. Também pode FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA exacerbar a insuficiência cardíaca em pacientes com disfunção cardíaca devido à sua atividade inotrópica negativa. Esse efeito é mais pronunciado em pacientes que também são tratados com BB (combinação não é geralmente usada). Diltiazem tem ações que caem entre as diidropiridinas e o verapamil. Entre os vasos e o coração. É um potente vasodilatador coronariano (bom para angina), mas um vasodilatador arterial discreto (relação com a HAS, mas como é discreto não atua tanto), produzindo um fluxo sanguíneo melhorado através dos vasos coronários epicárdicos, colaterais e miocárdio normal e isquêmico, além de reduzir a pressão arterial média. Pode deprimir a automaticidade do nó sinusal e o tempo de condução nodal AV, mas esse efeito é menos proeminente do que o observado com o verapamil. O diltiazem é um inotrópico negativo. OBS.: Os BCC não-diidropiridinicos são melhores do que os diidropiridinicos. NUNCA ASSOCIAR BB À BCC. As diidropiridinas relaxam a musculaturalisa vascular, não modificam a velocidade de condução AV e, por mecanismos reflexos, aumentam a FC. O verapamil reduz a condução AV, tem efeito inotrópico negativo e relaxa a musculatura lisa vascular, aumentando o fluxo coronariano e reduzindo a pós-carga. O diltiazem tem efeitos similares aos do verapamil, exceto a depressão miocárdica que é menos intensa no subgrupo benzodiazepínico. NITRATOS ORGÂNICOS São pró-fármacos que servem como fonte de NO. O NO ativa a guanililciclase, aumentando, assim, os níveis intracelulares de GMPc. Promovem a desfosforilação da cadeia leve de miosina e a redução do Ca+2 citosólico. EFEITOS CARDIOVASCULARES E HEMODINÂMICOS Em doses baixas: o A nitroglicerina atua nas veias, promove venodilatação que diminui o retorno venoso, diminuindo a pré-carga e o trabalho cardíaco. A PA sistêmica pode cair de forma sutil, e a FC permanece inalterada ou pode sofrer ligeira elevação em resposta a uma redução da PA Em doses altas: o Causam acúmulo venosos e também podem diminuir a resistência arteriolar, reduzindo assim a PA sistólica e diastólica (se cair muito vai ativar mecanismos de reflexo), bem como o DC, com Distintamente dos BB, os BCC não reduziram a mortalidade quando utilizados após o IAM, embora se mostrem bastante eficazes na redução da isquemia miocárdica, tanto a angina do peito, quanto a isquemia silenciosa, e também na angina vasoespástica. Há também acréscimo na melhora dos sintomas anginosos com o uso combinado desses fármacos com um BB. FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA consequente palidez, fraqueza, tontura e ativação dos reflexos simpáticos compensatórios. OBS.: O NO pode atuar tanto nas veias quanto nas artérias. A taquicardia reflexa e a vasocontrição arteriolar periférica tendem a restaurar a resistência vascular sistêmica, sendo esse processo superposto ao acúmulo venoso persistente. O fluxo sanguíneo coronariano pode aumentar transitoriamente em consequência de vasodilatação coronariana, todavia, pode diminuir se houver uma redução suficiente do DC e da PA. Em pacientes que apresentam disfunção autônoma e incapacidade de aumentar o efluxo simpático, a queda da PA em decorrência de venodilatação produzida por nitratos não pode ser compensada. Relaxamento das células musculares lisa em uma ampla variedade de tecidos. A ativação da guanililciclase, mediada por NO, inibe a agregação plaquetária e relaxa o músculo liso nos brônquios e no TGI. A nitroglicerina em baixas concentrações dilata preferencialmente mais as veias do que as arteríolas. Essa venodilatação diminui o RV, levando a uma redução no tamanho das câmaras ventriculares esquerda e direita e as pressões diastólicas finais, enquanto ocorre pouca alteração na RVP. A resistência vascular pulmonar e o DC estão ligeiramente reduzidos. As doses de nitroglicerina que não alteram a PA sistêmica ainda podem produzir dilatação arteriolar na face e no pescoço, resultando em rubor, a dilatação dos vasos arteriais meníngeos, causando cefaleia. EFEITOS FLUXO SANGUÍNEO CORONARIANO Circulação do coração. A isquemia (relação direta com angina) do miocárdio representa um poderoso estímulo para a vasodilatação coronariana. O fluxo sanguíneo regional é ajustado por mecanismo autorreguladores. Na estenose pronunciada a vasodilatação coronariana é subjugada pela obstrução: Situações que mecanismos autorreguladores não resolvem, ou seja, vai ter isquemia. A obstrução bloqueia a passagem de sangue, mesmo com a vasodilatação coronariana produzida pela isquemia. Os nitratos orgânicos aliviam a dor anginosa por meio da dilatação das artérias coronárias e, portanto, pelo aumento do fluxo coronariano. Nas regiões subendocárdicas a isquemia será maior em virtude da compressão extravascular máxima durante a sístole. Nessas regiões, o fluxo sanguíneo regional é ajustado durante a isquemia por mecanismos autorreguladores. Pressões sistólicas e diastólica intracavitárias, que se opõem ao fluxo sanguíneo para o subendocárdio. A nitroglicerina induz a redução dessas pressões, conduzindo a um aumento preferencial do fluxo sanguíneo subendocárdico. Concluindo: o Os nitratos produzem dilatação e impedem a vasoconstrição dos grandes vasos epicárdicos, sem comprometer a autorregulação nos vasos de fino FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA calibre que são responsáveis por aproximadamente 90% da resistência vascular coronariana. o Os vasos >200 são altamente responsivos, enquanto os vasos > 100 apresentam resposta mínima. o Dessa forma, quando se utiliza os nitratos orgânicos ocorre o alívio (dilatação) das artérias coronarianas, aumentando assim o fluxo para os vãos de pequeno calibre nas regiões subendocárdicas que já estavam relaxadas pelos mecanismos locais de regulação. o Assim, o fluxo sanguíneo distribui-se preferencialmente para as regiões isquêmicas do miocárdio, em virtude da vasodilatação induzida por autorregulação. o Como os nitratos orgânicos diminuem a necessidade de O2 do miocárdio, o aumento do fluxo sanguíneo nas regiões isquêmicas pode ser equilibrado por uma redução do fluxo nas áreas não isquêmicas, não havendo necessidade de aumento global do fluxo sanguíneo nas artérias coronárias. o Em pacientes com angina devido a espasmos das artérias coronárias, a capacidade dos nitratos orgânicos em dilatar as artérias coronárias epicárdicas e, particularmente, as regiões afetadas por espasmos pode constituir o mecanismo primário pelo qual produzem efeitos benéficos. OBS.: Os três primeiros são decorrentes da venodilatação. OBS.: A taquicardia reflexa e o aumento da contratilidade são respostas autônomas que não tem o que fazer a respeito. A taquicardia vai diminuir o tempo da diástole o que diminui a perfusão coronariana. TRIMETAZIDINA Substância com efeitos metabólicos e anti- isquêmicos sem qualquer efeito na hemodinâmica cardiovascular. Segunda ou terceira classe de escolha, vem antes dos nitratos. Seus benefícios têm sido atribuídos a: 1. Preservação dos níveis intracelulares de ATP e da fosfocreatina com o mesmo O2 residual. 2. Redução da acidose, sobrecarga de cálcio e acúmulo de radicais livres induzidos pela isquemia. FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA 3. Preservação das membranas celulares: Evita a necrose, prevenindo a angina para o infarto. OBS.: O coração não estoca ATP. A “reserva” dura menos de 1s. Quando sobra ATP reage com a creatina pela enzima CK e ela produz fosfocreatina que consegue guardar por 9s. Quando precisar de reserva pode fazer a reação ao contrário. Quando a fosfocreatina estiver em excesso vai ser transformada em creatinina, aumentando muito ela (pode ocorrer com uso da trimetazidina) pode ser excretada pelos rins, sobrecarregando-o. Não modifica a FC e a PA durante o repouso ou esforço físico, podendo ser utilizado como monoterapia ou em associação com outros medicamentos. Vários estudos mostraram que sua associação com BB ou BCC reduziu a angina e a isquemia induzida pelo esforço físico. Em monoterapia, os seus benefícios foram semelhantes aos BB ou BCC no tratamento da angina crônica estável. IVABRADINA Droga EXCLUSIVAMENTE redutora da FC, sem afetar os níveis pressóricos, a contratilidade miocárdica, a condução intracardíaca e a repolarização ventricular. Seu efeito ocorre ao esforço e no repouso. Eficácia antianginosa semelhante a do ATENOLOL e a do AMLODIPINO. Mostrou-se especialmente benéfica nos pacientes com disfunção ventricular e FC> 70bpm, a despeito do uso de BB. Pode ser utilizada como ALTERNATIVAem pacientes que não toleram BB e naqueles com diabetes, pois não interfere no metabolismo da glicose, e também como associada a BB. O principal EFEITO COLATERAL é uma alteração visual, chamada de fosfenos que corresponde a sensações de brilhos luminosos, especialmente ao sair de ambiente escuro para claro, o qual é reversível na maioria das vezes, ao longo do tempo ou com a suspensão do uso do fármaco. ALOPURINOL Inibidor da XANTINA OXIDASE capaz de reduzir os níveis de ácido úrico em indivíduos com gota. Também possui propriedades antianginosas. Não existe explicação para sua utilização. OBS.: Nitratos de ação rápida não é para tratamento ambulatorial, são medicações de resgate. A segunda linha pode ser um BB associado a BCC. Tendo cuidado com as associações: 1. Atenolol + amlodipino: PODE. 2. 2’A BB + BCC; BB + trimetazidina; BB + ivabradina. 2’B BCC+ trimetazidina; trimetazidina + ivabradina; BCC + ivabradina (associação entre si). FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA Monoterapia com BCC dentre verapamil e ninfedipino o mais indicado é verapamil.
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