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Deontologia Médica - Erro Médico

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DEONTOLOGIA MÉDICA 
CASO 3: “Manchete de Jornal!”
Definição do problema: Associação de mídias sociais no atendimento médico e casos de erros médicos.
Objetivos de Aprendizagem:
1. Definir erro médico, diferenciando de iatrogenia e eventos adversos;
2. Conhecer a epidemiologia dos principais erros médicos, citando as principais causas;
3. Diferenciar os tipos de erros médicos (imperícia, imprudência e negligência), exemplificando-os;
4. Conhecer as formas de investigação dos casos de erro médico, relacionando com o passo a passo das punições pertinentes;
5. Entender o papel do comitê de ética nos casos de erro médico, relacionando com a hierarquia dos órgãos competentes;
6. Compreender a judicialização da medicina nas atitudes médicas, citando exemplos práticos;
Conceito
Erro médico é a conduta (omissiva ou comissiva) profissional atípica, irregular ou inadequada, contra o paciente durante ou em face de exercício médico que pode ser caracterizada como imperícia, imprudência ou negligência, mas nunca como dolo.
Iatrogenia x Erro médico
Iatrogenia pode ser entendida como qualquer atitude do médico. Entretanto, o significado mais aceito é o de que iatrogenia consiste num resultado negativo da prática médica. Nesse sentido, um médico, ainda que disponha dos melhores recursos tecnológicos diagnósticos e terapêuticos, é passível de cometer iatrogenias. 
Michael Balint reformulou este conceito ao afirmar que todo médico é, em graus variáveis, iatrogênico, de modo que ele deve sempre considerar esse aspecto quando trata seu paciente. Outros autores enfatizam que o fato de os médicos lidarem com riscos os torna sujeitos a cometer iatrogenias. Nesse âmbito, a denominação mais adequada poderia ser “iatropatogenia”, termo que enfatiza a noção maléfica do ato médico, isto é, um ato que provocará prejuízos ao paciente. 
Iatrogenia (ou iatrogenose, iatrogênese) abrange, portanto, os danos materiais (uso de medicamentos, cirurgias desnecessárias, mutilações, etc.) e psicológicos (psicoiatrogenia – o comportamento, as atitudes, a palavra) causados ao paciente não só pelo médico como também por sua equipe. 
Sob esta óptica, os “erros médicos”, tais como os conhecemos no Código de Ética Médica (imperícia, imprudência, negligência) se enquadram na categoria de iatrogenias, no entendimento contemporâneo.
Epidemiologia dos Erros Médicos 
Os erros mais frequentes são os erros de prescrição e os de administração, sendo que as drogas mais relacionadas a esses erros são: analgésicos, antibióticos, sedativos, quimioterápicos, drogas de ação cardiovascular e anticoagulantes.
Segundo Carvalho et. al. são fatores ambientais, psicológicos e fisiológicos combinados que propiciam o erro na prática da medicina.
Artigo: O Erro médico sob o olhar do Judiciário: uma investigação no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios
Do total de 202 processos, no ano de 2013 foram encontrados 86 processos contendo ações judiciais, havendo um pico de aumento das ações sobre erros médicos no ano relatado. Nos anos subsequentes houve um decréscimo de ações judiciais sendo que foram 70 em 2014 e 47 em 2015.
A quantidade de processos por dano material foram muito reduzidos, prevalecendo o pedido de indenização associando o dano material e moral.
A especialidade de menor número de processos com judicialização de erro médico é a endocrinologia, dermatologia, fisioterapia, pneumologia, proctologia e erros provenientes da farmácia. As especialidades com maior número de processos por erro médico são: gineco-obstetrícia, ortopedia, cirurgia plástica e cirurgia geral.
O dano
Não há, juridicamente, erro médico sem dano ou agravo à saúde de terceiro. A falta do dano, que é da essência e um dos pressupostos básicos do erro médico, descaracteriza o erro, inviabiliza o seu ressarcimento e desconfigura a responsabilidade civil. 
*“O dano é entendido como a lesão – diminuição ou subtração – de qualquer bem ou interesse jurídico, seja patrimonial ou moral.”
Se, por um lado, não há erro médico sem dano, o inverso não é verdadeiro. Poderá haver dano na relação médico-paciente sem caracterizar erro médico. 
No estudo da iatrogenia, ou seja, no “estudo das alterações patológicas provocadas no paciente por tratamento de qualquer tipo”, as lesões previsíveis e esperadas, decorrentes do próprio procedimento, como as cicatrizes cirúrgicas, as amputações de membros gangrenados e a retirada de órgãos internos afetados por neoplasia, por exemplo, são legitimadas pelo próprio exercício regular da profissão médica, no qual a lesão seria a única forma de intervir para a cura ou melhora do paciente. 
A lesão previsível, mas inesperada, decorrente do risco de qualquer procedimento, como a anafilaxia determinada por um anestésico, que caracteriza uma reação idiossincrásica e, portanto, individual, própria do paciente, podendo, inclusive, provocar o óbito, não poderá ser imputada a erro médico. 
Cabe diferenciar, sobremaneira, erro médico do resultado incontrolável que decorre de “situação incontornável, de curso inexorável e próprio da evolução do caso, quando a ciência e a competência profissional ainda não dispõem de solução”. Exemplo marcante é a alta letalidade nas septicemias, mesmo e apesar da utilização dos recursos médicos mais evoluídos e nos centros mais desenvolvidos. 
Acidente imprevisível é o resultado lesivo, advindo de caso fortuito ou força maior, incapaz de ser previsto ou evitado, qualquer que seja o autor em idênticas circunstâncias.
Será caracterizado como erro profissional, ou erro técnico, aquele decorrente de um acidente imprevisível ou de resultado incontrolável, de curso inexorável, onde não existe a responsabilidade do profissional e que seria diferenciado, fundamentalmente, do erro culposo ou erro médico que envolve a culpa do profissional, ensejando a responsabilidade civil e a reparação. 
A culpa
O erro médico está relacionado à “conduta voluntária (ação ou omissão) que produz resultado antijurídico não querido, mas previsível e, excepcionalmente, previsto que podia, com a devida atenção, ser evitado”.
A falta de zelo, diligência, aplicação, cuidado ativo, rapidez, presteza, providência, pesquisa e investigação caracterizam a culpa no seu sentido mais restrito.
Conforme Croce, para que o médico seja responsabilizado civil ou penalmente é importante observar: ser obrigatoriamente necessário que o dano ou prejuízo tenha advindo, exclusivamente, por culpa, ou seja, por negligência, imperícia ou imprudência, e não por dolo, que é a direta intenção de produzir o resultado ou assumir o risco de produzi-lo, já que, neste caso, responderá ele fora de sua profissão, como qualquer cidadão.
A responsabilidade civil do médico envolve erro culposo e pressupõe “uma conduta profissional inadequada, associada à inobservância de regra técnica, potencialmente capaz de produzir dano à vida ou agravamento do estado de saúde de outrem, mediante imperícia, imprudência ou negligência”. 
“A negligência consiste em não fazer o que deveria ser feito. A imprudência consiste em fazer o que não deveria ser feito e a imperícia em fazer mal o que deveria ser bem feito”. 
Vê-se que a negligência ocorre, quase sempre, por omissão; enquanto a imprudência e a imperícia ocorrem por comissão.
A negligência, forma mais frequente de erro médico no serviço público, decorre do tratamento com descaso, do pouco interesse para com os deveres e compromissos éticos para com o paciente e a instituição. É a ausência de precaução ou a indiferença em relação ao ato realizado. 
Exemplos: O abandono ao doente, o abandono de plantão, o diagnóstico sem o exame cuidadoso do paciente e o esquecimento de corpos estranhos (gases, compressas e pinças) no corpo do paciente.
A imprudência aparece quando o médico, por ação ou omissão, assume procedimento de risco para o paciente, sem respaldo científico ou esclarecimento à parte interessada. 
Exemplos: Anestesiar sem cânula para intubação e/ou máscara, realizar cirurgia em paciente com discrasia sanguínea ou aguardar parto normal com feto em sofrimentofetal. É igualmente imprudente o profissional que utiliza técnica cirúrgica ainda não aceita pela comunidade médica, medicamentos sem a necessária comprovação científica dos resultados.
A imperícia decorre da falta de observação das normas técnicas, despreparo prático ou insuficiência de conhecimentos. 
Exemplos: médico que utiliza meio de tratamento já abandonado, por inócuo; o obstetra que, na cesariana, lesa a bexiga da paciente; ou aquele que, utilizando o fórceps, provoca traumatismo cranioencefálico, provocando a morte do concepto.
Nexo de causalidade
O nexo de causalidade é a relação de causa e efeito entre a ação ou omissão do agente e o dano verificado. O erro deve ser a origem do dano. Esta relação entre o erro e o dano deve ser estabelecida. 
Responsabilidade do Médico
Qualquer que seja a forma de avaliar a responsabilidade de um profissional em determinado ato médico, no âmbito ético ou legal, é imprescindível que se levem em conta seus deveres de conduta.
Entende-se por responsabilidade a obrigação de reparar prejuízo decorrente de uma ação onde se é culpado. E por dever de conduta, no exercício da medicina um elenco de obrigações a que está sujeito o médico, cujo não cumprimento pode leva-lo a sofrer consequências punitivas-normativas.
O paciente, vítima de erro médico, pode acionar o profissional diante de quatro esferas distintas e com regras procedimentais bem específicas: esferas civil, penal, administrativa e disciplinar. O erro médico, fundamentado no contrato entre o paciente e o médico, estaria adstrito à jurisdição civil, enquanto os atos ilícitos dolosos – como a omissão de socorro –, à jurisdição penal. A ação administrativa relaciona-se aos médicos ligados a hospitais que poderiam, em primeira instância, serem vítimas de processos administrativos em hospitais públicos e, por último, a instância disciplinar que diz respeito às infrações do Código de Ética Médica – de responsabilidade dos conselhos de medicina.
Responsabilidade civil 
A má prática médica pode causar danos ao paciente e gerar ao médico o dever de indenizá-lo. Assim, a responsabilidade civil do médico será a de recompor de alguma forma os danos sofridos pelo paciente, o que normalmente se dá mediante o pagamento em dinheiro.
Os pacientes poderão experimentar danos materiais, morais ou estéticos em razão da comprovada má prática médica.
Haverá dano material quando houver perda patrimonial. Dependendo do caso, o dano material pode ser composto pelos chamados danos emergentes (efetiva perda de patrimônio) e pelos lucros cessantes (o que a vítima deixou de ganhar em função do evento danoso). O pagamento de pensão devido à perda da capacidade de trabalhar da vítima (total ou parcial) ou mesmo pensão por morte aos familiares é um exemplo. Os valores são calculados de acordo com o ganho da pessoa prejudicada ou morta, levando em conta, nesse último caso, o percentual destinado à ajuda dos familiares.
Quando o ato praticado pelo médico infligir dor ou sofrimento à vítima restará configurado o dano moral. Para calcular o valor atribuído ao dano moral, a Justiça utiliza alguns critérios como a intensidade do sofrimento infligido à vítima, as circunstâncias do ato lesivo, a necessidade de desestimular a reincidência do ato lesivo e a capacidade econômica do ofensor e do ofendido.
Também se admite a possibilidade de ocorrência de dano estético que consiste na lesão à forma física ou à aparência do paciente. Assim como a indenização por dano moral, a reparação do dano estético tem finalidade compensatória, e não propriamente de ressarcir o prejuízo amargado pela vítima.
* Para que se configure o dever de indenizar, é preciso que o profissional tenha agido com a intenção de causar o dano (chamado dolo) ou que, mesmo sem intenção, o profissional tenha causado dano ao paciente por sua atuação imprudente, negligente ou imperito.
Assim, para que o médico seja responsabilizado é preciso que se demonstre: 
1) a existência de dano; 
2) a demonstração da conduta culposa e/ou dolosa do profissional; e
3) a existência de nexo de causalidade entre a conduta do médico e o dano sofrido pelo paciente, ou seja, que foi a má prática médica que ocasionou o dano.
Responsabilidade penal 
Caso a conduta médica seja caracterizada como crime, o profissional arcará com uma pena que pode variar entre a simples imposição de multa até a privação da liberdade. 
Na esfera penal apenas o médico pode ser responsabilizado. Isso porque a conduta criminosa depende do agir com vontade, caracterizada pelo dolo ou pela culpa. Assim, só pessoas físicas podem ser autoras de crime, nunca uma pessoa jurídica, como um hospital. 
O crime será doloso sempre que restar demonstrado que o agente “quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo”. Já o crime culposo acontece “quando o agente der causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia”. A culpa é a situação mais comum no caso de má prática médica. O dolo somente estará presente em situações absolutamente excepcionais. Dependendo da lesão provocada, a conduta médica poderá ser tipificada como crime de homicídio ou como crime de lesão corporal.
Denúncia de Erro Médico
Caso o paciente venha a sofrer algum dano em razão da má prática médica, poderá recorrer ao Conselho de Medicina, órgão profissional responsável por aplicar penalidades aos médicos que cometerem infrações éticas. 
Também poderá pleitear, junto à Justiça, a indenização pelos danos sofridos e a condenação criminal do médico. 
Se o médico for credenciado de plano de saúde, vale a pena também formalizar uma queixa junto à operadora. 
Muitos hospitais têm Comissões de Ética Médica e/ou Conselhos Gestores que podem ser também acionados, inclusive se o atendimento for prestado na rede pública. Nesses casos, o objetivo é apurar a conduta e punir a má prática médica. O ressarcimento em virtude do dano sofrido pelo paciente deve ser buscado na Justiça, caso não haja um acordo entre as partes.
Como recorrer ao Conselho Regional de Medicina
O Conselho Regional de Medicina deve ser acionado sempre que o médico cometer uma infração ética, ou seja, sempre que ele descumprir qualquer de seus deveres estabelecidos no Código de Ética Médica e nas demais normas legais referentes. Assim, no caso de o médico descumprir seus deveres, o paciente, ou qualquer pessoa que tomar conhecimento do fato, poderá denunciá-lo ao Conselho.
A denúncia deve ser feita por escrito (manuscrita ou digitada) e dirigida ao Presidente do Conselho Regional de Medicina do local onde ocorreram os fatos a serem apurados. 
No documento deverá constar: 
a) identificação, endereço e telefone do denunciante; 
b) narrativa dos fatos que possam conter ilícitos; 
c) nome da instituição ou instituições em que a vítima foi atendida; 
d) nome dos profissionais médicos (e não médicos, se for o caso) envolvidos no atendimento; 
e) nome de testemunhas dos fatos, se houver. 
A falta de algumas dessas informações não impede que o Conselho Regional apure a denúncia, tendo em vista que este órgão possui meios de obtê-las. 
As denúncias apresentadas aos Conselhos Regionais de Medicina devem ser, sempre que possível, documentadas (com cópia de quaisquer documentos referentes ao atendimento como exames, prontuários médicos e receitas). A denúncia deve conter, ainda, a solicitação de que o Conselho apure os fatos, data e assinatura do denunciante.
A denúncia ainda pode ser feita pela internet, através do site do Conselho Federal de Medicina.
*Denúncias anônimas não serão aceitas.
** O Conselho Federal de Medicina julga somente os RECURSOS (no caso das partes - denunciante e/ou denunciado - que ficarem inconformadas com o resultado do julgamento nos Conselhos Regionais).
Processo ético-profissional nos Conselhos de Medicina
A sindicância 
Com a apresentação da denúncia é instaurada a sindicância, que consiste em uma fase preliminar de apuração, na qual são feitas a investigação dos fatos denunciados e a coleta de provas. 
Será nomeado um Sindicante, dentre os conselheiros do Conselho de Medicina, quefará um relatório dos fatos e uma conclusão sobre a existência ou não de indícios de infração ética por parte do médico. Para isso, ele tem o prazo de 30 dias, prorrogáveis a critério do Presidente do Conselho ou do Conselheiro Corregedor. 
A sindicância contra o médico também pode ser instaurada pelo próprio Conselho Regional de Medicina, mesmo sem a apresentação de denúncia, quando este órgão tomar conhecimento, por qualquer meio, da infração ética cometida por algum médico. 
Pode ainda ser iniciada mediante informação prestada ao Conselho pela Comissão de Ética Médica, Delegacia Regional ou Representação que tiver ciência do fato com supostos indícios de infração ética. 
A sindicância, que é conduzida pelas Câmaras de Sindicância dos Conselhos Regionais, pode resultar em:
1. arquivamento da denúncia, caso se conclua pela inexistência de indícios do cometimento de infração ética por parte do médico; 
2. homologação de acordo entre denunciante e denunciado; 
3. instauração de processo ético-disciplinar, caso sejam constatados indícios de infração ética. 
*Da decisão que determinar o arquivamento da sindicância cabe recurso, no prazo de 30 dias, para as Câmaras de Sindicância do Conselho Federal de Medicina.
O processo ético-profissional
Uma vez instaurado o processo ético-profissional, será nomeado o Conselheiro Instrutor, que terá o prazo de 60 dias para instruir o processo, ou seja, para buscar e analisar as provas, prazo este que poderá ser prorrogado, quantas vezes for necessário, por solicitação motivada do Conselheiro Instrutor, a critério do Presidente ou do Conselheiro Corregedor do Conselho. 
Nesta fase, denunciante e denunciado têm as mesmas oportunidades de apresentar provas de acusação e defesa, com a possibilidade da presença de advogados, a qual é recomendável. O denunciante e o denunciado serão ouvidos, assim como as testemunhas que indicarem - até o máximo de cinco para cada.
Após a apuração, ocorre o julgamento, que é realizado pelas Câmaras de Julgamento, formadas por médicos conselheiros dos Conselhos de Medicina, que decidirão pela inocência ou culpa do médico. 
Se for declarado culpado, o profissional receberá uma das cinco penas disciplinares aplicáveis, previstas em Lei, pela ordem de gravidade:
a) advertência confidencial em aviso reservado – punição exclusivamente moral, pela qual o Conselho de Medicina adverte o médico, reservadamente, da infração ética; 
b) censura confidencial em aviso reservado – como na advertência, trata-se de punição exclusivamente moral, pela qual o Conselho de Medicina adverte mais seriamente o médico, ainda de modo reservado; 
c) censura pública em publicação oficial – punição que visa tornar pública, mediante sua publicação nos Diários Oficiais dos Estados ou da União, a infração ética cometida pelo médico; 
d) suspensão do exercício profissional em até 30 dias – punição pela qual o Conselho de Medicina impede o médico de exercer sua profissão por até 30 dias; e, 
e) cassação do exercício profissional – neste caso o Conselho de Medicina cassa o registro profissional do médico, impedindo-o de exercer a medicina, desde que seja referendada pelo Conselho Federal de Medicina.
É garantido o sigilo processual e nenhum médico pode ser considerado culpado até transitada em julgado a penalidade aplicada. Da mesma forma, o acusado tem amplo direito de defesa e do contraditório.
Os recursos 
Das decisões tomadas no âmbito do Conselho Regional de Medicina, cabe recurso, no prazo de 30 dias que, dependendo do caso, é dirigido ao Pleno do próprio CRM ou ao Conselho Federal de Medicina. 
Dependendo de como tiver sido a decisão, o recurso deverá ser dirigido a um órgão distinto. Assim: 
1. Recursos contra decisões tomadas por maioria de votos pelas Câmaras do Conselho Regional de Medicina devem ser encaminhados ao Pleno do Conselho Regional de Medicina; 
2. Recursos contra decisões unânimes das Câmaras do Conselho Regional de Medicina e contra decisões, unânimes ou por maioria de votos, do Pleno do Conselho Regional de Medicina devem ser encaminhados às Câmaras do Conselho Federal de Medicina; 
3. Recursos contra decisões de cassação do exercício profissional proferidas pelo Conselho Regional de Medicina devem ser encaminhados ao Pleno do Conselho Federal de Medicina.
Como recorrer à Justiça 
Ao Poder Judiciário cabe a tutela dos direitos lesados e a resolução de conflitos de forma definitiva. 
A Justiça pode ser acionada independentemente da decisão administrativa do Conselho, e para tanto nem é preciso esperar o término do processo administrativo. Caso já haja decisão administrativa sobre o caso, ela poderá ser usada como prova e influenciar a decisão judicial, mas o juiz não é obrigado a seguir tal decisão. 
O paciente poderá acionar judicialmente o médico na esfera civil para buscar uma indenização em razão dos danos que sofreu pela atuação deste profissional, sejam eles materiais ou morais. 
Também poderá denunciar o médico à autoridade policial ou ao Ministério Público, e, caso sua atuação se configure como crime, o profissional será também acionado judicialmente na esfera criminal. Se condenado, deverá cumprir uma pena. 
Na esfera civil, é possível acionar dois órgãos do Poder Judiciário, dependendo do valor que se pretende pedir na ação: a Justiça Comum ou o Juizado Especial Cível (JEC). 
O JEC é competente para processar e julgar as ações de menor complexidade, cujo valor envolvido não seja superior a 40 salários mínimos. As ações que não se adequarem à competência do JEC deverão ser julgadas pela Justiça Comum. A vantagem do JEC é que o processamento das causas de sua competência é mais simples e rápido e até 20 salários mínimos é dispensável a presença de um advogado. Porém, causas referentes a um suposto erro médico geralmente demonstram tal grau de complexidade nos argumentos e nas provas que o caminho é a Justiça Comum. 
Se o Estado for réu na ação também não é possível acioná-lo através do JEC. Será necessária, então, a contratação de um advogado para acionar a Justiça Comum. Se o paciente não tiver condições de pagar por um advogado particular, pode buscar a assistência judiciária gratuita. 
Na esfera penal, o procedimento para um médico ser processado criminalmente é um pouco diferente, pois quem pode ajuizar ação buscando a condenação criminal, na maioria dos crimes, é o Ministério Público. O paciente que se sentir lesado e quiser a condenação criminal do médico deverá levar a notícia do crime (“dar queixa”) ao conhecimento de um delegado de polícia ou diretamente ao Ministério Público. Caso o delito praticado pelo médico seja considerado de menor potencial ofensivo, que são aqueles que possuem pena máxima prevista em lei não superior a dois anos (como é o caso do crime de lesão corporal culposa), será apurado pelo Juizado Especial Criminal (JECRIM), que é mais simples e mais rápido que a Justiça Comum, além de permitir aplicação de institutos benéficos aos réus, como a composição civil (“acordo financeiro”) e a transação penal.
Como funcionam os processos judiciais?
Na área civil da Justiça Comum, proposta a ação, o juiz designará uma audiência de conciliação para que autor (paciente) e réu (médico) possam tentar chegar a um acordo. Se não houver a conciliação entre eles, o réu deverá apresentar sua defesa e o juiz analisará os requisitos formais da ação, determinando que as partes produzam as provas, o que poderá ser feito por meio da juntada de documentos, oitiva de testemunhas e realização de perícia médica. A seguir o juiz vai analisar o pedido do autor da ação, a resposta do réu, as provas colhidas e decidirá a questão. 
Já no âmbito criminal, no caso dos crimes de menor potencial ofensivo (como é o caso da lesão corporal culposa), o delegado de polícia lavrará um termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao JECRIM. O juiz realizará uma audiência preliminar, na qual devem estar presente o representante do Ministério Público, o réu (no caso, o médico) e a vítima (no caso, o paciente), e será feita a tentativa de composição civile de transação penal. Se não forem aceitas, acarretam a apresentação de denúncia pelo Ministério Público, dando início ao processo penal. No caso do crime de lesão corporal culposa, é preciso que a vítima tenha autorizado o Ministério Público a mover a ação. Será designada então a audiência de instrução e julgamento, onde serão ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa, o réu será interrogado, serão feitos os debates orais pelo membro do Ministério Público e pelo advogado do réu e será proferida a sentença.
Para entender alguns institutos próprios do JECRIM: 
- Composição civil: consiste no acordo entre o réu e a vítima quanto à indenização dos danos causados pelo crime, que se aceito e homologado pelo juiz impede a propositura da ação penal. Se não aceito, dá-se seguimento à audiência preliminar para a tentativa de transação penal; 
- Transação penal: consiste na proposta feita pelo membro do Ministério Público de aplicação imediata ao réu de pena restritiva de direitos ou de multa que, se aceita, evita a propositura da ação penal. Se não aceita, enseja a apresentação de denúncia pelo representante do Ministério Público e o início da ação penal. 
- Suspensão condicional do processo: pode ser proposta pelo membro do Ministério Público, após a apresentação da denúncia, nos casos de crimes cuja pena mínima prevista em lei não é superior a 1 ano. Se aceita pelo réu, este deverá cumprir algumas condições por determinado período, após o qual é extinta sua punibilidade e é encerrado o processo. 
*Dificilmente o médico processado criminalmente será privado de sua liberdade. Isso porque, tanto no caso em que seja condenado por homicídio culposo como no caso de condenação por lesão corporal culposa, o juiz, ainda que fixar a pena de privação de liberdade no período máximo previsto na lei (3 anos para o homicídio culposo e 1 ano para a lesão corporal culposa), poderá convertê-la em pena restritiva de direitos (que pode ser prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos ou limitação de fim de semana) e/ou multa.
**Outro procedimento é adotado em relação aos crimes que não são considerados como de menor potencial ofensivo (como é o caso do homicídio culposo). O delegado de polícia instaurar um inquérito policial para apurar os fatos. Concluído o inquérito, o Ministério Público poderá pedir seu arquivamento, se entender que não há indícios de crime, ou propor ação penal, mediante a apresentação de uma peça processual chamada denúncia. Proposta a ação penal, com o recebimento da denúncia pelo juiz, o réu é interrogado, as testemunhas são ouvidas, as demais provas são colhidas, autor e réu fazem suas alegações, decidindo o juiz pela condenação ou não do réu. No caso de condenação, fixa qual a pena a ser por ele cumprida.
Judicialização da Medicina
A crescente judicialização da medicina, incorpora a busca pela responsabilização médica nos âmbitos ético-disciplinar e judicial.
A percepção das normas brasileiras, atualmente, é a de que o discurso médico, falado ou escrito, tem significativa força, especialmente quando disposto em determinados documentos, pois se apresenta como capaz de emitir verdades a princípio inquestionáveis. Um exemplo são as informações médicas prestadas por meio de seus “atestados”, de maneira que documentos hábeis a “atestar” são instrumentos verossímeis. Têm, mais precisamente segundo as normas brasileiras, o que se denomina “fé-pública” e “presunção de veracidade”. Assim, são oponíveis a todos, até que se prove o contrário.
Esta superioridade do discurso médico, entretanto, pode vir a ser relativizada, especialmente em contextos capazes de vulnerabilizá-lo, como o contexto da judicialização da medicina, em que a ameaça constante de se tornar réu de processos judiciais promove um permanente questionamento quanto à licitude de suas condutas, ensejando um comportamento “defensivo”. 
A “judicialização da medicina” abarca as questões atinentes aos conflitos surgidos no interior da relação assistencial entre médicos e pacientes. Essa aproximação denota quão ampla está a judicialização dos problemas voltados às questões da saúde, que ora surgem ante os tribunais como dilemas éticos em âmbito constitucional a serem solucionados, ou como circunstância de busca pela realização do direito à saúde, que impacta na distribuição de recurso públicos, e ora como atinente às relações privadas, dentre elas, a relação médico-paciente.
Compreende-se que a busca por este poder judicial é capaz de dar-se como uma substituição do não-poder do paciente frente ao poder médico existente.
COMISSÕES DE ÉTICA MÉDICA
RESOLUÇÃO CFM n.º 1.657/2002
Estabelece normas de organização, funcionamento e eleição, competências das Comissões de Ética Médica dos estabelecimentos de saúde, e dá outras providências.
Art. 1º Todos os estabelecimentos de assistência à saúde e outras pessoas jurídicas que se exerçam a Medicina, ou sob cuja égide se exerça a Medicina em todo o território nacional, devem eleger, entre os membros de seu Corpo Clínico, conforme previsto nos seus Regimentos Internos, Comissões de Ética Médica nos termos desta resolução. 
Parágrafo único: Compete ao diretor clínico encaminhar ao Conselho Regional de sua jurisdição a ata da eleição da Comissão de Ética Médica.
REGULAMENTO DAS COMISSÕES DE ÉTICA
Capítulo I – Das definições
Art. 1º As Comissões de Ética Médica (CEM) constituem, por delegação do Conselho Regional de Medicina, uma atividade das instituições médicas, estando a ele vinculadas. Têm funções sindicantes, educativas e fiscalizadoras do desempenho ético da Medicina em sua área de abrangência. 
Art. 2º As Comissões de Ética são vinculadas ao Conselho Regional de Medicina e devem manter a sua autonomia em relação às instituições onde atuam, não podendo ter qualquer vinculação ou subordinação à direção do estabelecimento. 
Parágrafo único Cabe ao diretor técnico prover as condições necessárias ao trabalho da Comissão de Ética.
Capítulo II – Da composição, organização e estrutura
Art. 3º As Comissões de Ética serão compostas por 1 (um) presidente, 1 (um) secretário e demais membros efetivos e suplentes. 
Art. 4º As Comissões de Ética Médica serão instaladas nos termos do artigo 1º deste Regulamento, obedecendo aos seguintes critérios de proporcionalidade: 
a) Nas instituições com até 15 médicos não haverá a obrigatoriedade de constituição de Comissão de Ética; 
b) Na instituição que possuir de 16 (dezesseis) a 99 (noventa e nove) médicos, a Comissão de Ética Médica deverá ser composta por 3 (três) membros efetivos e igual número de suplentes; 
c) Na instituição que possuir de 100 (cem) a 299 (duzentos e noventa e nove) médicos, a Comissão de Ética Médica deverá ser composta por 4 (quatro) membros efetivos e igual número de suplentes; 
d) Na instituição que possuir de 300 (trezentos) a 999 (novecentos e noventa e nove) médicos, a Comissão deverá ser composta por 6 (seis) membros efetivos e igual número de suplentes; 
e) Na instituição que possuir um número igual ou superior a 1.000 (mil) médicos, a Comissão de Ética deverá ser composta por 8 (oito) membros efetivos e 8 (oito) suplentes; 
f) Nas diversas unidades médicas da mesma entidade mantenedora localizadas no mesmo município onde atuem, onde cada uma possua menos de 10 (dez) médicos, é permitida a constituição de Comissão de Ética Médica representativa do conjunto das referidas unidades, obedecendo-se as disposições acima quanto à proporcionalidade.
Art. 5º Não poderão integrar as Comissões de Ética Médica os médicos que exercerem cargos de direção técnica, clínica ou administrativa da instituição e os que não estejam quites com o Conselho Regional de Medicina. 
Parágrafo único – Quando investidos nas funções acima após terem sido eleitos, os membros efetivos serão substituídos pelos suplentes. 
Art. 6º O mandato das Comissões de Ética será de até 30 (trinta) meses. 
Art. 7º Nos casos de afastamento definitivo ou temporário de um de seus membros efetivos, a Comissão procederá a convocação do suplenterespeitando a ordem de votação para a vaga ocorrida, pelo tempo que perdurar o afastamento, devendo oficiar tal decisão ao Conselho Regional de Medicina imediatamente após o feito. 
Parágrafo único Se o membro da CEM deixar de fazer parte do Corpo Clínico do estabelecimento de saúde respectivo, o seu mandato cessará automaticamente. 
Art. 8º Nos casos de vacância do cargo de presidente ou de secretário, far-se-á nova escolha, pelos membros efetivos, para o cumprimento do restante do mandato. 
Art. 9º Quando ocorrer vacância em metade ou mais dos cargos da Comissão de Ética, será convocada nova eleição para preenchimento dos cargos vagos de membros efetivos ou suplentes.
Capítulo III – Da competência
Art. 10 Compete às Comissões de Ética: 
a) Supervisionar, orientar e fiscalizar, em sua área de atuação, o exercício da atividade médica, atentando para que as condições de trabalho do médico, bem como sua liberdade, iniciativa e qualidade do atendimento oferecido aos pacientes, respeitem os preceitos éticos e legais; 
b) Comunicar ao Conselho Regional de Medicina quaisquer indícios de infração à lei ou dispositivos éticos vigentes; 
c) Comunicar ao Conselho Regional de Medicina o exercício ilegal da profissão; 
d) Comunicar ao Conselho Regional de Medicina as irregularidades não corrigidas dentro dos prazos estipulados; 
e) Comunicar ao Conselho Regional de Medicina práticas médicas desnecessárias e atos médicos ilícitos, bem como adotar medidas para combater a má prática médica; 
f) Instaurar sindicância, instruí-la e formular relatório circunstanciado acerca do problema, encaminhando-o ao Conselho Regional de Medicina, sem emitir juízo; 
g) Verificar se a instituição onde atua está regularmente inscrita no Conselho Regional de Medicina e em dia com as suas obrigações; 
h) Colaborar com o Conselho Regional de Medicina na tarefa de educar, discutir, divulgar e orientar sobre temas relativos à Ética Médica; 
i) Elaborar e encaminhar ao Conselho Regional Medicina relatório sobre as atividades desenvolvidas na instituição onde atua; 
j) Atender as convocações do Conselho Regional de Medicina; 
k) Manter atualizado o cadastro dos médicos que trabalham na instituição onde atua; 
l) Fornecer subsídios à Direção da instituição onde funciona, visando à melhoria das condições de trabalho e da assistência médica; 
m) Atuar preventivamente, conscientizando o Corpo Clínico da instituição onde funciona quanto às normas legais que disciplinam o seu comportamento ético; 
n) Promover a divulgação eficaz e permanente das normas complementares emanadas dos órgãos e autoridades competentes; 
o) Encaminhar aos Conselhos fiscalizadores das outras profissões da área de saúde que atuem na instituição representações sobre indícios de infração aos seus respectivos Códigos de Ética; 
p) Colaborar com os órgãos públicos e outras entidades de profissionais de saúde em tarefas relacionadas com o exercício profissional; 
q) Orientar o público usuário da instituição de saúde onde atua sobre questões referentes à Ética Médica.
Art. 11 Compete aos membros da Comissão de Ética: 
a) Eleger o presidente e secretário; 
b) Comparecer a todas as reuniões da Comissão de Ética Médica, discutindo e votando as matérias em pauta; 
c) Desenvolver as atribuições conferidas à Comissão de Ética Médica previstas nesta resolução; 
d) Garantir o exercício do amplo direito de defesa àqueles que vierem a responder sindicâncias.
Art. 12 Compete ao presidente da Comissão de Ética: 
a) Representar a Comissão de Ética Médica perante as instâncias superiores, inclusive no Conselho Regional de Medicina; 
b) Convocar as reuniões ordinárias e extraordinárias da Comissão de Ética Médica; 
c) Convocar o secretário para substituí-lo em seus impedimentos ocasionais; 
d) Solicitar a participação dos membros suplentes nos trabalhos da Comissão de Ética Médica, sempre que necessário; 
e) Encaminhar ao Conselho Regional de Medicina as sindicâncias devidamente apuradas pela Comissão de Ética Médica; 
f) Nomear membros sindicantes para convocar e realizar audiências, analisar documentos e elaborar relatório à Comissão de Ética Médica quando da apuração de sindicâncias.
Art. 13 Compete ao secretário da Comissão de Ética Médica: 
a) Substituir o presidente em seus impedimentos eventuais; 
b) Colaborar com o presidente nos trabalhos atribuídos à Comissão de Ética Médica; 
c) Secretariar as reuniões ordinárias e extraordinárias da Comissão de Ética Médica; 
d) Lavrar atas, editais, cartas, ofícios e relatórios relativos à Comissão de Ética Médica; 
e) Manter em arquivo próprio os documentos relativos à Comissão de Ética Médica.
Capítulo IV – Das eleições
Art. 14 A escolha dos membros das CEMs será feita mediante eleição direta, dela participando os médicos que compõem o Corpo Clínico do estabelecimento, conforme previsto no Regimento Interno do Corpo Clínico, inscritos na condição de médico em situação regular com o Conselho Regional de Medicina, ressalvado o determinado no artigo 9º do presente Regulamento. 
Art. 15 A convocação da eleição será feita pelo diretor clínico, por Edital a ser divulgado no estabelecimento no período de 30 (trinta) dias antes da eleição. 
Art. 16 Os candidatos à CEM deverão se inscrever individualmente, junto ao diretor clínico do estabelecimento, com a antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data da eleição. 
Art. 17 Os nomes dos candidatos inscritos serão divulgados no estabelecimento em que ocorrerá a eleição, pelo diretor clínico, por ordem alfabética, durante o período mínimo de uma semana. 
Art. 18 O diretor clínico designará uma Comissão Eleitoral com a competência de organizar, dirigir e supervisionar todo o processo eleitoral, de acordo com as normas do Conselho Regional de Medicina. 
Parágrafo único: Os integrantes da Comissão Eleitoral não podem ser candidatos à Comissão de Ética. 
Art. 19 A Comissão de Ética Médica será composta pelos candidatos que obtiverem o maior número de votos, de acordo com o número previsto para a sua composição. 
Parágrafo único – Quando ocorrer empate entre os candidatos votados, influindo na escolha dos membros efetivos ou suplentes, será considerado eleito o mais antigo no Corpo Clínico. Persistindo o empate, será considerado eleito o que tiver maior tempo de inscrição no Conselho Regional de Medicina daquela jurisdição. 
Art. 20 A apuração será realizada imediatamente após o encerramento da votação, pela Comissão Eleitoral, podendo ser assistida por todos os interessados. 
Art. 21 O resultado da eleição será lavrado em ata que deverá ser encaminhada ao Conselho Regional de Medicina para homologação, e a quem compete dirimir dúvidas não resolvidas pela Comissão Eleitoral. 
Art. 22 Os protestos e recursos contra qualquer fato relativo ao processo eleitoral deverão ser formalizados, por escrito, dentro de, no máximo, 48 (quarenta e oito) horas após as eleições, e encaminhados em primeira instância à Comissão Eleitoral e em segunda instância ao Conselho Regional de Medicina. 
Art. 23 Homologados os resultados, os membros eleitos serão empossados pelo Conselho Regional de Medicina.
Capítulo V – Do funcionamento
Art. 24 As Comissões de Ética deverão estabelecer seu calendário de reuniões ordinárias, e reunir-se de forma extraordinária quando solicitadas. 
Art. 25 Os atos da CEM relacionados com a fiscalização ou sindicâncias terão caráter sigiloso. 
Art. 26 Todas as deliberações da Comissão de Ética dar-se-ão por maioria simples, sendo prerrogativa do presidente o “voto de Minerva” em caso de empate. 
Art. 27 As sindicâncias instauradas pelas Comissões de Ética obedecerão aos preceitos contidos nesta resolução. 
Art. 28 A sindicância será instaurada mediante: 
a) Denúncia por escrito, devidamente identificada e, se possível, fundamentada; 
b) Denúncia, por escrito, do diretor clínico ou diretor técnico; 
c) Deliberação da própria Comissão de Ética Médica; 
d) Solicitação da Delegacia Regional, Seccional ou Representação; 
e) Determinação do Conselho Regional de Medicina. 
Art. 29 Aberta a sindicância, a Comissãode Ética Médica informará o fato aos envolvidos, convocando-os, se for o caso, para esclarecimentos ou solicitando-lhes, no prazo de 7 (sete) dias úteis a partir do recebimento do aviso, manifestação por escrito. 
Art. 30 Todos os documentos relacionados com os fatos, quais sejam, cópias dos prontuários, das fichas clínicas, das ordens de serviço e outros que possam colaborar no deslinde da questão, deverão ser apensados à sindicância quando for decidido enviá-la ao Conselho Regional de Medicina. 
Parágrafo único O acesso a estes documentos e aos autos é facultado somente às partes e à Comissão de Ética Médica. 
Art. 31 O presidente da Comissão de Ética Médica nomeará um membro sindicante para convocar e realizar audiências, analisar documentos e elaborar relatório à Comissão. 
Art. 32 Finda a coleta de informações, a Comissão de Ética Médica reunir-se-á para analisar e emitir relatório conclusivo, sem emitir juízo. 
Parágrafo único Caso necessário, a Comissão de Ética Médica poderá solicitar novas diligências para melhor elucidação do(s) fato(s). 
Art. 33 Evidenciada a existência de indícios de infração ética, a sindicância deverá ser encaminhada ao Conselho Regional de Medicina, para a competente tramitação. 
Art. 34 Em casos de menor gravidade e que não tenham acarretado danos para terceiros, a Comissão de Ética Médica poderá procurar a conciliação entre as partes envolvidas “ad referendum” do Plenário do Conselho Regional de Medicina. 
§ 1º Caso haja conciliação, a Comissão lavrará tal fato em ata específica. 
§ 2º Não havendo a conciliação de que trata o caput do artigo, a sindicância seguirá seu trâmite normal com o envio do relatório circunstanciado ao Conselho Regional de Medicina. 
Art. 35 Se houver alguma denúncia envolvendo um membro da Comissão de Ética Médica, o mesmo deverá afastar-se da Comissão enquanto durar a sindicância em questão.

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