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Parto pelvico

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1 Lara Maia – Obstetrícia – 2021.1 
Parto Pélvico 
- Parto pélvico 
- Parto instrumental: uso do fórceps e do vácuo extrator 
Distocia é definida como qualquer perturbação no bom andamento do parto em que estejam implicadas 
alterações em um dos três fatores fundamentais que participam do parto: 
Força motriz ou contratilidade uterina – caracteriza a distocia funcional 
Objeto – caracteriza a distocia fetal 
Apresentação pélvica 
Distócia de Ombro 
Trajeto (bacia e partes moles) – caracteriza a distocia do trajeto 
*Em qualquer parto desses em que tenha sofrimento fetal, o ideal é que esse bebê seja retirado dentro de 7 
minutos, que é um período de hipóxia tolerável para o bebê e que não chega a ter sequelas neurológicas a longo 
prazo. 
 
 
CONCEITO 
É quando o polo pélvico do bebê ocupa o estreito superior da pelve (parte do bebê que está se insinuando → mais 
próxima da saída do canal vaginal). 
 Chance de apresentação pélvica quanto a idade gestacional: 
• Gestação termo: 4% 
• 33-36 semanas: 9% 
• 28-32 semanas:18% 
• <28 semanas: 30% → Quanto mais prematuro, maior a chance de o feto se encontrar pélvico. 
A tendência é que ao longo da gravidez esse bebê gire para ficar em apresentação cefálica. 
Principal fator de risco para ter um parto em apresentação pélvica → prematuridade. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Se classifica em 2 apresentações: 
Pélvica completa ou pelvipodálica – quando as pernas e as coxas estão fletidas, com os pés junto às nádegas. 
Pélvica incompleta ou simples - quando as coxas estão fletidas sobre a bacia e as pernas estendidas sobre a 
superfície anterior do tronco 
Pélvica Incompleta, Variedade de Pés o de Joelhos ou Pélvica com Procedência de Pés ou de Joelhos – quando 
essas partes fetais ocupam o estreito superior da bacia. 
 
2 Lara Maia – Obstetrícia – 2021.1 
Considerando que a maior complicação do parto pélvico é a “Cabeça derradeira”, a apresentação pélvica completa 
é a que tem maior chance de sucesso. Quando comparada à incompleta, ela tem um diâmetro de apresentação 
muito maior, dessa forma, provavelmente aquela dilatação que foi capaz de permitir a passagem do polo pélvico 
completo, vai ser capaz de passar a cabeça também (ambos tem quase a mesma largura). 
Quando é um caso de pélvica incompleta, o polo pélvico tem um menor diâmetro → menor do que a cabeça do 
bebê, então, maior a chance de ter cabeça derradeira → como o corpo do feto é muito menor que a cabeça, essa 
complicação faz com que o corpo do feto consiga passar pela dilatação atingida e a cabeça não (a dilatação não é 
suficiente para a cabeça – não tem passagem). 
 
 
 
 
 
 
 
 
*Quanto mais prematuro, maior a desproporção entre o polo pélvico e o polo cefálico. Na medida que o feto vai 
atingindo os 9 meses, vai ganhando peso e com isso diminui a desproporção entre os polos. 
OBS: O melhor cenário possível para um parto pélvico seria com apresentação pélvica completa e com o feto 
termo. 
Atenção! Apresentação pélvica é indicação relativa de cesária. Mas se a gestante desejar um parto pélvico, pode 
fazer a assistência ao parto dessa mulher. 
 
FATORES DE RISCO 
1) Parto pré-termo 
2) Malformações polo cefálico → Faz com que o bebê tenha dificuldade de ter o estímulo para girar e gerar 
um parto cefálico. 
3) Gemelaridade →por uma questão de encaixe, um feto fica cefálico e outro pélvico para que eles consigam 
ocupar melhor o espaço pélvico. 
*em relação a abrir partograma → levar em consideração a apresentação do primeiro bebê. 
4) Malformações e tumores uterinos → pois atrapalha a rotação fetal 
5) Polidrâmnio → pois o feto fica boiando, o que permite que ele fique rodando. Existe o estímulo para o 
bebê rodar e ficar cefálico, a medida que ele vai crescendo, vai insinuando e encaixando na bacia, não 
conseguindo mais rodar. Para rodar precisa estar em uma apresentação alta e móvel, e o excesso de 
líquido amniótico facilita isso. 
6) Brevidade do cordão → nesse caso o cordão umbilical é encurtado e por isso, quando o bebê vai rodar, 
não consegue. 
 
3 Lara Maia – Obstetrícia – 2021.1 
DIAGNÓSTICO 
Palpação → Através das manobras e Leopold 
Ausculta fetal → Como a ausculta normalmente é identificada no dorso do feto, na região mais próxima a cabeça, 
se ela é localizada nos quadrantes superiores do abdome, aumentam as chances de ser uma apresentação pélvica. 
Toque vaginal → Pode ser percebido partes como pé, perna ou o bumbum do feto. Muitas vezes não dá para 
identificar (apresentação anômala). 
USG 
 
O mecanismo de pélvico se divide em 3 etapas: 
 
Parto cintura pélvica 
*perna sempre se insinua primeiro, pois é mais “mole”. A dificuldade durante o parto é para a insinuação de 
partes ósseas. 
É a primeira etapa do parto, que vai ser feita 
Insinuação → Quem vai se insinuar vai ser a: 
• Circunferência sacrotibial - se for pélvica completa, pois nela a insinuação vai ser o sacro e a tíbia. 
• Circunferência sacrofemural – se for pélvica incompleta, pois nela a insinuação vai ser a região do sacro e 
a porção final da coxa. 
Rotação bitrocantérica 45º - Neste tempo ocorre a rotação interna descrevendo arco de 45º. Trocânter é a 
designação dada a cada uma das proeminências ósseas da parte superior do fémur, a rotação bitrocantérica 
contempla a rotação dessa região. 
Descida → a própria gravidade puxa o bebê para baixo 
- O bebê insinua olhando para baixo, mas tem a tendência de fazer uma rotação interna para nascer de 
lado/olhando de lado (movimento do parafuso) → isso acontece para facilitar a passagem da cintura pélvica e 
escapular. 
- Então, primeiro passa o diâmetro bitrocantérico (cintura pélvica) e depois o diâmetro biacromial (cintura 
escapular). 
 
 
 
 
 
 
Parto cintura escapular 
É a segunda etapa que contempla o parto da cintura escapular 
Insinuação: Compressão do diâmetro biacromial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 Lara Maia – Obstetrícia – 2021.1 
 
 
 
 
 
 
 
.
 
 
 
 
 
 
No momento em que os ombros atingem o assoalho perineal, a cabeça está se insinuando. Durante a descida, 
ocorre a rotação interna das espáduas em 45º. 
Desprendimento: Quem vai desprender primeiro é o ombro anterior (escápula anterior), que é o ombro que vai 
estar virado para o púbis. Isso ocorre devido ao efeito da gravidade sobre o bebê, que vai puxa-lo para baixo, 
facilitando o desprendimento do ombro anterior, em seguida é feito o desprendimento do ombro posterior (a 
obstetra pode puxar o bebê para cima para desprender o braço que está na posterior). 
Nesse momento do parto o bebê já está com todo o corpo para o lado de fora, faltando apenas o parto da 
cabeça. 
 
Parto cabeça derradeira 
Aumento da flexão da cabeça 
Rotação 
Nessa rotação o bebê vai se posicionar de forma que ele fique “olhando pra o chão”, posição OP (occipito púbica), 
vai ser a rotação externa das espáduas concomitantemente com a rotação interna da cabeça. 
Região frontal no cóccix 
Por fim, é executada a Manobra de Bracht. Essa manobra consiste na elevação do dorso fetal ao encontro do 
abdome materno, e na espera do desprendimento espontâneo da cabeça fetal. 
Essa manobra é feita pois, o menor diâmetro é o subocciptobregmático, que é quando o feto está fletido (o 
máximo da flexão), facilita o nascimento. No entanto, nesse tipo de parto ele está muito pouco fletido (estando 
mais defletido), gerando uma dificuldade na extração (mesmo o bebê sendo pequeno). Quando é feita a manobra 
de Bracht, o próprio púbis funciona como uma alavanca, ajudando na subida do bebê e promovendo o aumento da 
flexão do polo cefálico, diminuindo o diâmetro de apresentação na pelve e facilitando a saída do bebê. 
OBS: Quando uma mulher chega com um parto pélvico em período expulsivo → 
1° regra: não ficar puxando o bebê devido a maior chance de fazer o reflexo de moro (o bebê tava fletido e 
descendo, mas com o reflexo de moro ele realiza extensão da cabeça e deflete a apresentação,dificultando 
mais ainda a passagem da cabeça → maior chance de ter cabeça derradeira). 
2° regra: colocar a paciente em 4 apoios. 
• O diâmetro biacromial, por compressão, reduz sua dimensão e se 
insinua na bacia materna. 
Rotação interna biacromial 45º 
Descida; rotação concomitante do tórax 
Figura 1: Imagem exemplificando a insinuação, rotação bitrocantérica e descida 
 
 
5 Lara Maia – Obstetrícia – 2021.1 
 
 
 
 
 
 
PROGNÓSTICO 
A descida da apresentação não garante que há proporção cefalopélvica, pois como o corpo é menor que a cabeça, 
a passagem dele primeiro não garante que a dilatação atingida vai ser suficiente para passagem da cabeça. 
Em geral não há flexão máxima: surge o diâmetro subocciptofrontal. 
Maior risco de aspiração de mecônio, pois a passagem do corpo vai gerando uma compressão no abdome que atua 
com um estímulo para a liberação de mecônio. Como a cabeça vai passar depois do corpo, isso promove um maior 
risco de ter a aspiração meconial → aumenta a chance de síndrome de aspiração meconial, pneumonite química. 
OBS: Em caso de parto cefálico, se o bebê não tiver o máximo da flexão, ele não irá descer, pois o diâmetro 
cefálico será maior do que o diâmetro da dilatação. Seria um caso de parada da dilatação. 
 
Estudos → cesárea x parto normal 
Vários trabalhos têm avaliado qual a melhor via de parto para o feto termo em apresentação pélvica. 
Existem estudos a favor do parto normal, outros a favor do parto cesáreo e outros não conseguiram distinguir 
benefício. 
 
REVISÃO COCHRANE – 2015 
Se for programada cesárea eletiva para todo feto em apresentação pélvica, sendo termo: 
- Menor morbidade e mortalidade neonatal 
- Aumento da morbidade materna → aumenta o risco de infecção, sangramento, trombose e necessidade de 
transfusão (riscos inerentes ao procedimento cirúrgico). 
- Atualmente, do ponto de vista de resultado neonatal, é mais seguro realizar uma cesárea. 
- Parto normal em apresentação pélvica → precisa ser completa. 
- Se a apresentação for incompleta, a chance de haver uma desproporção cefalopélvica e gerar uma cabeça 
derradeira é muito maior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 Lara Maia – Obstetrícia – 2021.1 
 
VERSÃO EXTERNA 
Tentativa de diminuir indicações de cesária por apresentação pélvica. 
É esperado que o feto gire de posição até 34 semanas, a partir daí ele começa a 
ganhar mais peso e se torna mais difícil que ele gire para apresentação cefálica. 
Além do espaço, para o bebê girar, ele precisa estar com apresentação alta e 
móvel, se ele já tiver encaixado, não tem mais como girar. 
A versão externa é uma manobra executada no intuito de tentar diminuir o risco 
de ter uma apresentação pélvica no feto termo, ela tenta rodar o feto para que ele 
fique cefálico. 
Deve ser executada com aproximadamente 36 semanas (pois o bebê ainda não 
está completamente insinuado e preço na bacia). Se fizer de forma muito 
prematura, o bebê pode tornar-se pélvico novamente. 
Tem 60% sucesso. 
Para ser feito é preciso internar a paciente, administrar analgesia e relaxante muscular, para que só assim, seja 
possível mobilizar o feto dentro do útero. 
 
É uma manobra que está associada a diversos riscos e, para executá-la, a paciente precisa ter ciência de todos 
eles, precisando ainda assinar um termo se desejar prosseguir com o procedimento. 
Os riscos são: 
• DPP (Descolamento prematuro de placenta) 
• TPP (Trabalho de parto prematuro) 
• Amniorrexe prematura (bolsa romper de forma prematura) 
• SFA (Sofrimento fetal agudo) 
• Rotura uterina 
 
Estudos →revisão cochrane - 2015 
O estudo mostrou que a versão externa diminui o percentual de apresentação pélvica ao termo. 
O estudo também fez uma comparação entre a realização da versão com 34-35sem ou versão no termo, e foi 
demonstrado: 
Maior sucesso → Quanto mais prematura ela for realizada, maior a chance de conseguir executá-la com sucesso. 
Isso ocorre porque, quanto mais próximo da idade termo, maior a chance de a apresentação já estar insinuada. 
Por outro lado, como na idade mais prematura ele ainda vai estar boiando e com mais espaço, podendo rodar 
novamente e retornar para apresentação pélvica, além de que se ocorrer alguma complicação, aumenta o risco do 
bebê nascer prematuro. 
 
7 Lara Maia – Obstetrícia – 2021.1 
Maior risco de TPP → Outro problema da realização desse procedimento em uma idade mais prematura é que, na 
ocorrência de alguma complicação, como TPP, esse problema terá que ser manejado com um feto de 34 semanas, 
ou seja, muito prematuro, influenciando na morbimortalidade desse feto ao nascimento. 
Discutir riscos com a paciente. 
 
Manobras que vão auxiliar a extração do feto em apresentação pélvica. 
*lembrando → esperar o máximo para puxar o bebê, só quando ele já tiver expulsado o corpinho (reflexo do 
moro). 
 
Alça de cordão 
Quando tem a saída parcial do tronco, pode ser que ocorra compressão do cordão umbilical, o que vai promover 
uma diminuição do fluxo sanguíneo para o bebê. Por esse motivo, a primeira coisa que deve ser feita é puxar o 
cordão, formando uma alça, evitando sua compressão e com isso, garantindo oxigenação do feto 
 
Manobra de bracht 
A manobra de Bracht vai ajudar no desprendimento do polo cefálico (quando já 
nasceu todo o corpinho). Para ajudar na flexão da cabeça do bebê, vai ser feita 
a elevação do dorso contra sínfise púbica materna (para desprender o polo 
cefálico do púbis). 
 
Manobra de deventer-muller 
É uma manobra que é realizada caso tenha dificuldade na liberação das 
espáduas - biacromial (quando não tem a passagem dos braços/ombro mesmo 
após contrações). 
Deve-se colocar o diâmetro biacromial em relação ao diâmetro 
anteroposterior da pelve e realizar movimentos pendulares de elevação e 
tração do tronco fetal, ou seja, vai lateralizar o bebê para esquerda, soltando 
o ombro direto e em seguida puxa para direita e para cima, soltando o ombro 
esquerdo, como na imagem ao lado. 
➔ Depois coloca o bebê com o rostinho em direção ao sacro materno e faz a manobra de Bracht 
 
Manobra de rojas 
É feita quando não tem sucesso na manobra de Deventer-Muller. Como a 
lateralização não funcionou, vai ser realizado um movimento helicoidal, como 
um parafuso. 
Se inicialmente o dorso do bebê está virado para o lado direito materno (e a 
barriga para o lado esquerdo materno), o médico vai girar o bebê. 
O bebê é rotacionado de forma que agora seu dorso fique para o lado 
esquerdo materno e sua barriga para o lado direito. 
 
8 Lara Maia – Obstetrícia – 2021.1 
Executa novamente a manobra de Deventer-Muller. 
Isso é feito porque, ao girar o lado em que o bebê estava, a espádua posterior vai ser transformada em anterior 
e essa troca pode ajudar na hora da execução da manobra de Deventer-Muller. 
* Lembrando que espádua posterior é a que está embaixo e a anterior é a que está em cima, encostada no púbis. 
 
Manobra de mauriceau 
É uma manobra que, atualmente, se evita realizar. Seu objetivo é o 
desprendimento do polo cefálico (saída da cabeça derradeira). 
O feto é apoiado sobre o antebraço do obstetra que introduz o dedo na 
boca do feto ou no mento, para que seja feita a flexão do polo cefálico 
(uma das dificuldades para a saída do polo cefálico é ausência de flexão 
máxima da cabeça) 
➔ Ao mesmo tempo em que é feita a flexão do polo cefálico, é executada a manobra de Bracht. 
 
 
FÓRCEPS DE PIPER 
É o fórceps que é utilizado em apresentações pélvicas e foi desenhado especialmente para auxiliar no 
desprendimento do polo cefálico. Ele é dotado de longos pedículos e uma curvatura que facilitam a aplicação e 
extração da cabeça fetal. Com o fórcipe vai ser puxada a cabeça no bebê, no intuito de aumentar a flexão, 
diminui o diâmetro do polo cefálico e isso gera o aumento da chance de extração do polo cefálico. 
 
 
 
 
 
 
 
HANDS OFF 
Hands off é um parto em que não é necessária nenhuma intervenção médicapara que o parto seja feito. 
Essas manobras citadas acima só irão ser realizadas se for observado que a paciente tem a contração, faz o 
puxo e o bebê não desce. Se o bebê estiver descendo, a interferência que o médico pode fazer é a alça de 
cordão, evitando manipular o bebê. 
 
QUATRO APOIOS 
Na posição de 4 apoios há o aumento da chance de abertura da pelve e de saída da apresentação. Portanto, é 
importante lembrar que caso chegue uma paciente em período expulsivo, dilatação completa e apresentação 
pélvica o melhor a se fazer é colocar a paciente em 4 apoios. 
 
9 Lara Maia – Obstetrícia – 2021.1 
Facilita a ação da gravidade, que faz a mesma coisa que a manobra de Bracht (puxa o bebê em direção ao 
abdômen materno). 
Tentei fazer a manobra antes, o bebê não nasceu → coloca a paciente em 4 apoios. 
 
MANIPULAÇÃO FETAL 
Existe um reflexo no bebê que é o reflexo de moro, que é um movimento involuntário do bebê em que ele faz a 
extensão e abdução dos membros superiores e joga a cabeça para trás. Considerando que a grande dificuldade 
no parto pélvico é justamente a saída da cabeça por ela estar estendida e não flexionada, é prudente mexer o 
menos possível no bebê, para evitar o desencadeamento desse reflexo. 
Dessa forma, as principais instruções para execução de um parto pélvico é colocar a paciente de 4 apoios e 
evitar a manipulação do bebê. 
 
CONCEITO 
A distocia de ombro ou de espáduas ocorre quando a expulsão da cabeça fetal se dá sem a insinuação das 
espáduas (que permanecem ancoradas no estreito superior). Nela, geralmente tem aparente proporção 
cefalopélvica, porém, nasce a cabeça, mas apresenta dificuldade na extração da cintura escapular (os ombros). 
*nem sempre porque a cabeça já saiu, o bebê nascerá sem dificuldades, apesar dessa ser a maior parte do bebê. 
Depende muito da constituição corporal do bebê. 
 
FATORES DE RISCO 
• Macrossomia (crianças com peso >4,5 kg) 
• Filhos de mãe diabética → pois mesmo que a criança não seja macrossômica, eles têm um acumulo de 
gordura no tórax e circunferência abdominal, aumentando as chances de uma desproporção cefalopélvica, 
fazendo com que a cabeça seja menor que a cintura escapular e por isso, não necessariamente a abertura 
pélvica que permitiu a saída da cabeça, vai permitir também a saída do ombro, desencadeando a Distócia 
de ombro → diâmetro biacromial maior que o diâmetro cefálico. 
• Pós datismo (>42 semanas) 
 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico de Distócia de ombro é dado quando se encontra o sinal da 
tartaruga. Mesmo que se tente puxar a cabeça do bebê, é possível sentir que 
ele está preso e com o pescoço esticado, quase sendo sufocado pelo períneo 
materno, pois a cabeça saiu, mas os ombros estão presos na parte óssea. 
Ocorrem contrações e o bebê não desce nada. 
 
10 Lara Maia – Obstetrícia – 2021.1 
 CONDUTA 
Existe um mnemônico com a palavra ALEERTA com o que deve ser feito no acompanhamento da distocia de 
ombro: 
 
1) AJUDA 
Em qualquer parto distócico, seja uma distocia de ombro ou um parto que vá ser necessária intervenção com uso 
de fórcipe ou vácuo, é preciso que o médico que está à frente peça ajuda, seja a outro médico, anestesista ou 
técnico, pois o médico vai precisar de suporte para posicionar a paciente 
OBS: Quando identifica essa distorcia de ombro, o ideal é que retire o bebê em até 7 minutos, pois ele pode 
estar em hipóxia e quando mais tempo, menor a tolerância, e maior o risco de óbito e sequelas. 
 
2) LEVANTAR PERNAS (Manobra de Mc Roberts) → É a primeira manobra que deve ser executada. 
A manobra de McRoberts consiste na hiperflexão das coxas da parturiente sobre o seu ventre (tentar encostar 
as coxas o máximo no abdômen). Dessa forma, ao colocar a pelve para trás, ela promove o alinhamento da coluna 
lombar materna, remove alguns pontos de obstrução (espinha ciática) e permite que a bacia alcance sua dimensão 
máxima → facilita a descida do bebê. 
Aproximadamente 60% das distocias de ombro serão resolvidas com essa manobra. 
*facilitando muito quando tem mais duas pessoas forçando essa flexão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3) EXTERNA (Rubin I) 
Na manobra de pressão suprapúbica externa ou Rubin I é preciso observar de qual lado está localizado o dorso 
do bebê e em seguida vai ser feita a pressão externa suprapúbica empurrando para frente o ombro do bebê, com 
intuito de realizar pequeno movimento de flexão e rotação dos ombros, permitindo seu desprendimento. 
Ex.: Bebê com a face virada para o lado esquerdo materno, então o dorso está para o lado direito materno. Vai 
ser feita a pressão suprapúbica externa na região do ombro (deve ser feito, mais ou menos, na região escapular), 
empurrando da direita para esquerda, promovendo uma leve compressão e rotação, o que pode facilitar o 
desprendimento. 
 
 
 
 
 
 
11 Lara Maia – Obstetrícia – 2021.1 
4) EPISIOTOMIA 
Não é obrigatório fazer a episiotomia, não será necessário em todas as pacientes. Avaliar a necessidade. 
*Abrir o campo vaginal para realizar a outra manobra – retirar o braço posterior. 
Não é obrigatório, mas facilita. 
 
5) RETIRAR BRAÇO POSTERIOR 
Esta manobra consiste na introdução da mão do obstetra profundamente na vagina e retirada do braço fetal 
posterior, diminuindo o diâmetro impactado. 
*A epsiotomia ajuda entrada da mão da obstetra na vagina da paciente. 
 
6) TOQUE (Rubin II, Woods) 
Tem como objetivo a mesma coisa do Rubin I, que é tentar empurrar para frente o ombro, “fechando” ele, e 
diminuir o diâmetro biacromial para que tenha o desprendimento. A diferença entre eles é que essa pressão é 
feita internamente através do toque (via vaginal). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➔ Rubin II + Woods 
Essa manobra consiste em fazer a Rubin II (pressionando, através do toque, o ombro anterior) e ao mesmo 
tempo empurrar o ombro posterior no sentido contrário do que está sendo feito na Rubin II. 
Ela tem como objetivo tentar rodar e mexer os dois ombros do bebê. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 Lara Maia – Obstetrícia – 2021.1 
7) ALTERAR POSIÇÃO PACIENTE → última medida. 
Lembrando que, na dúvida, colocar a paciente de quatro apoios. 
➔ Manobra de Gaskin - posicionar a paciente de joelhos, com as mãos apoiadas (posição de quatro) e tentar 
realizar o desprendimento dos ombros na ordem inversa, iniciando-se pelo posterior, que agora está em 
cima, e a seguir, o anterior, agora em baixo. 
 
 
 
 
 
 
 
Partos instrumentais: 
- Dependendo do parto pode haver a necessidade de fazer uso de alguns instrumentos para ajudar na expulsão 
do bebê. 
- Fórceps e vácuo são métodos e instrumentos utilizados para retirar o bebê via vaginal da forma mais rápida 
possível. 
 
 
O fórcipe é um instrumento destinado a apreender a cabeça fetal e extraí-la através do canal de parto. 
 
 
TIPOS 
A. Simpson-barnes → mais utilizado. 
B. Kielland → muito utilizado para rotação da apresentação. 
C. Barton 
D. Demelin 
E. Piper → ajuda na retirada da cabeça derradeira do parto pélvico. 
 
 
 
 
 
13 Lara Maia – Obstetrícia – 2021.1 
PARTES DO FÓRCEPS 
Essas duas partes são soltas e se encaixam na articulação. 
 
 
 
 
 
 
Preensão 
Preensão é o encaixe das colheres na cabeça fetal. 
A pega ideal é a posição transversa / biparietomalomentoniana (biauricular) – é a pega feita com o feto em OP. 
As colheres devem tracionar o feto pelas laterais do mento, passando pelas eminências malares e por ambos os 
parietais, como na foto abaixo. 
 
 
 
 
O problema do fórceps é quando ele tem uma pega mal posicionada. Isso pode ocorrer quando não se sabe a 
posição do bebê, portanto ele não deve ser usado se não tiver conhecimento da variedade de posição, pois corre o 
risco de causar um dano maior. 
Frontomastoidea/oblíqua → é uma variedade de posição que o feto pode se encontrar. 
Fronto-occiptal: má pega. Pode ocasionar traumas de estruturas, como lesão ou extrusão ocular, hematomasOBS: Só pode usar o fórceps quando tiver certeza da variedade de posição → pois precisa encaixar na posição 
padrão/adequada e evitar má pega. 
 
TÉCNICA 
Pedir ajuda → se tiver um parto complicado tudo deve ser feito com ajuda, principalmente parto instrumental. 
OBS: Todas essas manobras que estão sendo vistas e que são realizadas no período expulsivo podem causar um 
incomodo na paciente e por isso deveriam ser realizadas sob analgesia, sendo esse um dos motivos no qual é 
importante pedir ajuda, nesse caso do anestesista. 
Essa não é uma realidade de todas as pacientes → na maioria dos casos não possuem analgesia em nenhum 
 
14 Lara Maia – Obstetrícia – 2021.1 
momento do parto. Então, antes de iniciar o procedimento, deve comunicar e explicar a paciente o que será feito. 
 
Posição de litotomia 
 
 
 
 
 
Passa a sonda vesical de alívio para fazer o esvaziamento vesical → para reduzir a chance de lesão vesical. 
 
Toque vaginal: identificar a variedade de posição, sendo uma variedade de posição em que é possível utilizar o 
fórceps, dá prosseguimento. 
 
Apresentação do fórceps à vulva → Testar o encaixe das duas colheres do fórceps antes de introduzir na 
paciente, para evitar que sejam introduzidas colheres de fórceps diferentes. 
 
Introdução e aplicação → Uma mão insere no canal – o médico vai inserir a mão na lateralmente à face do bebê, 
onde será posteriormente introduzido a colher. 
Isso tem dois objetivos: 
• Se certificar da variedade de posição do bebê 
• Proteger o períneo materno e ajudar a deslizar o fórceps para dentro 
da vagina, evitando atrito e risco de laceração. Além de conduzir a 
colher do fórceps ao local correto. 
A outra mão deverá estar segurando, perpendicularmente ao bebê, a colher que 
vai ser introduzida naquele lado. 
Introduzir a colher de forma que ela vá deslizando na mão até seu posicionamento final. 
Nesse momento, novamente é importante ter uma ajuda pois, caso não tenha, ao soltar essa colher ela pode sair 
da posição adequada → precisa do auxiliar segundo o fórceps na posição correta. 
A sequência deverá ser repetida no lado oposto e assim inserir a outra colher. Ao final, os encaixar as duas na 
região da articulação, fazendo a preensão. 
 
Tração → Realização da Manobra de Saxtorph-Pajot – nessa manobra vai realizar 
um movimento em “J”, em que deverá puxar o cabo do fórceps para baixo e pra 
fora e depois, na medida em que a cabeça for saindo, vai puxando para cima. 
Quando o polo cefálico sair as colheres são soltas e finaliza o seu uso. 
OBS: Não precisa da força da paciente (a força é feita pela obstetra). Então 
pode puxar sem a mulher, necessariamente estar em trabalho de parto. 
 
15 Lara Maia – Obstetrícia – 2021.1 
ROTAÇÃO 
O fórcipe é instrumento desenhado para desempenhar a função de apreender a cabeça do feto (preensão ou 
pegada), rodá-la, se necessário (rotação), e extraí-la por tração através da pelve materna (tração). 
 Essa rotação é a que é falada na estática fetal, que o feto roda alguns graus para atingir a posição OP (bebê 
olhando para baixo) → O ideal é que o feto já esteja nessa posição e não seja necessário fazer nenhuma rotação. 
Os fórceps mais comuns, como o de Simpson só vai conseguir fazer rotação de até 45°, portanto, para pequenas 
rotações pode-se utilizar o fórcipe de Simpson e para grandes rotações dá-se preferência ao fórcipe de Kielland 
ou de Piper, que é usado na cabeça derradeira. 
 
Rotação pode ser necessária quando: 
- Posições oblíquas, transversas (posições que não são OP) 
- Rotação após ultrapassar espinhas ciáticas 
 
 
CONDIÇÕES DE APLICABILIDADE 
Maternas 
• Garantir que a paciente esteja em período expulsivo e dilatação completa 
• Canal mole e livre, pois a presença de aderências, condiloma gigante ou outro fator poderá promover uma 
obstrução anatômica da vagina, dificultando a saída do bebê e inserção do fórceps. 
• Proporção cefalopélvica – identificar casos de desproporção cefalopélvica, em que não esteja havendo 
descida mesmo com contrações efetivas e dilatação completa. Nesse caso o fórcipe não vai ser efetivo 
poder até gerar trauma grande para a mãe e para o bebê → precisa ter passagem. 
• Bexiga vazia – pois a introdução do fórceps promove um aumento na chance de promover lesão de bexiga, 
sendo ideal que, antes de utilizar o fórceps, seja inserido um cateter de alívio. 
 
Fetais 
• Concepto vivo – pois o fórceps é utilizado para benefício do bebê, visto que para a mãe é um 
procedimento invasivo e que promove o aumento de lesões (de períneo, bexiga, maior chance de 
hemorragia) e dor, por esse motivo, não deve ser utilizado em situações de feto morto. 
-Além disso, para colocar o fórceps precisa da preensão na cabeça do bebê e quando o feto está morto 
ocorre o cavalgamento → um osso por cima do outro, não dando suporte ao fórceps (deve fazer 
esvaziamento cerebral caso o feto não nasça) 
- Não deve ser feito cesária pelo risco de contaminação da mãe 
- USG pode ajudar no diagnóstico do feto morto. 
*nessa situação a preocupação deve ser a segurança e o bem-estar da mãe. 
• Cabeça insinuada 
• Membranas rotas – se a membrana não tiver rota o fórcipe não consegue fazer o acoplamento adequado 
no polo cefálico, podendo escorregar e aumentando o risco de lesão. 
 
16 Lara Maia – Obstetrícia – 2021.1 
• Diagnóstico correto da variedade de posição – o desconhecimento da correta posição do bebê pode 
acarretar uma pega incorreta do polo cefálico com as colheres do fórcipe. Se não conseguir identificar a 
variedade correta da posição, não colocar o fórcipe. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
 
Existe uma classificação de acordo com os tipos de inserção do fórceps: Alívio, baixo, médio e alto. 
 
Atualmente só está autorizada a utilização do fórcipe de alívio ou baixo. Isso significa que a altura da 
apresentação tem que estar abaixo do plano +2 de Lee. 
Altura da apresentação muito alta é uma contraindicação do uso do fórceps, pois se a paciente tem a dilatação 
completa, contração efetiva e uma apresentação alta, provavelmente essa paciente tem uma desproporção 
cefalopélvica. Além de aumentar a chance de lesão de reto, de bexiga. Não é necessário expor ao risco → 
indicação de cesária. 
*só é usado nessas situações quando não há outra alternativa. 
OBS: Falha do fórceps → direto para a cesária 
 
 
 
 
 
 
 
 
INDICAÇÕES: 
Maternas 
• Discinesias (contrações ineficazes) – pois contrações ineficazes vão promover um prolongamento do 
período expulsivo. 
• Exaustão materna – com o uso do fórceps a força vai passar a ser executada pelo médico, que vai estar 
puxando o bebê 
• Necessidade de encurtar esforço expulsivo – em pacientes cardiopatas (quanto mais esforço e maior o 
tempo do trabalho de parto, maior a chance de descompensar), pacientes com COVID (para evitar a 
exacerbação dos sintomas respiratórios). 
 
17 Lara Maia – Obstetrícia – 2021.1 
 
Fetais 
• Sofrimento fetal agudo – feto que não está em sofrimento não tem justificativa para acelerar o processo 
de parto. 
*precisa retirar o bebê o mais rápido possível. Nesse caso, é mais rápido colocar um fórceps do que preparar a 
mãe para uma cesária 
 
FÓRCEPS DE PIPER 
O fórcipe de Piper é um instrumento especialmente desenhado para extração da cabeça derradeira na 
apresentação pélvica. 
P de Piper é P de Pélvico 
 
COMPLICAÇÕES: 
 
Maternas 
• Lacerações canal parto 
• Lesões vesicais 
• Lesão de reto 
• Aumenta o risco de hemorragias, infecções 
 
Neonatais 
• Cefalohematomas 
• Compressão ocular 
• Hemorragia intracraniana 
• Lesão nervo facial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É um mecanismo de extração fetal com auxílio de vácuo. 
Bomba de vácuo (imagem ao lado) - Máquina que cria uma pressão negativa, conectada a um tubo e a uma cúpula 
que vai ser colocada no polo cefálico e fica como um desentupidor de pia, puxando o polo cefálico e auxiliando na 
expulsão fetal. 
 
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Pode ser elétrico ou manual (mais moderno – foto abaixo). 
• Eletric pump 
• Hand pump 
 
Vantagens maternas: 
Menor risco de trauma e lacerações de estruturas 
 
Vantagem fetal: 
Menor risco de lesões e traumas em comparação ao fórceps 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Palmpump→ mais novo; é um modelo descartável e de menor tamanho, tendo uma aparência 
muito mais sutil e assustando muito menos as pacientes, do que o fórcipe, por exemplo. O 
palmpump possui uma parte semelhante a uma bombinha que, ao ser apertada e com a cúpula 
em contato com a superfície na qual ele vai se aderir, cria o vácuo, como uma ventosa. 
O vácuo sozinho não é capaz de fazer a retirada do bebê, pois ele tem um limite no qual se 
muito puxado ele vai se soltar. É preciso que ele seja bem fixado e que a mãe ajude nessa 
expulsão. 
 
CONDIÇÕES DE APLICABILIDADE 
• Concepto vivo 
• Membranas rôtas 
• Dilatação completa 
• Canal mole livre (ex: não pode ter condiloma gigante). 
• Altura da apresentação média e baixa 
• Idade gestacional >36 semanas → aumenta o risco de ter cefalohematoma e isso, em bebês prematuros, 
tem uma maior repercussão negativa, como icterícia. 
*diferença em relação ao fórceps 
• Apresentação cefálica e fletida → não tem como colocar o vácuo se a posição estiver defletida. 
 
 
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INDICAÇÕES 
Baixo risco 
• Período expulsivo prolongado 
• Cabeça fetal visível 
 
Alto risco → maiores chances de o vácuo dar errado 
• Exaustão materna – pois tem uma maior chance de ela não executar o puxo adequado e o vácuo 
desacoplar. 
• Cabeça fetal não visível. 
 
TÉCNICA 
Toque - Localizar o ponto de flexão. 
O vácuo vai ser encaixado no ponto de flexão, que é 3cm abaixo da fontanela posterior. O próprio vácuo mede, da 
borda para seu centro, 3cm. Então, para colocar o vácuo é preciso localizar a fontanela posterior e coloca-lo com 
sua borda encostando nessa fontanela, garantindo seu posicionamento correto (além disso, colocando no ponto de 
flexão, quando puxar, ajuda a fletir a cabeça do bebê. Se colocar em outro ponto, ao puxar, vai deslocar a 
cabeça do bebê da posição ideal. 
 
 
 
 
 
 
 
Para inserir é preciso retrair o períneo para baixo, segurar e introduzir a cúpula. 
Em seguida, levantar o polo cefálico e encaixar a cúpula na área do ponto de flexão 
 
 
 
 
 
 
 
 
Depois de posicionado, é criado o vácuo, apertando a “bombinha”. 
Para fazer a extração é preciso esperar a paciente ter contração, não adianta puxar fora de contração. 
 
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Para fazer a extração do bebê, com uma mão o médico vai fazer a tração do vácuo, puxando-o e com a outra 
deve ficar pressionando a cúpula para que ela não se solte da cabeça do bebê (usando dois dedos). 
 
 
 
 
 
 
A tração a ser realizada é da mesma forma que no fórceps, movimento em “J”, devendo puxar inicialmente para 
baixo e, na medida que vai saindo, vai puxando para cima. 
A tração deve ser realizada no sentido da seta laranja, que mostra o movimento em J, puxando inicialmente para 
baixo e só depois, na medida que o polo cefálico vai saindo, puxa para cima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FALHA 
• 20 minutos de tentativa, sem descida da apresentação → Fala a favor de desproporção cefalopélvica. 
• 2 desacoplamentos → Mesmo com a técnica correta de acoplamento, estando segurando a cúpula e só 
executando a tração na hora da contração e o vácuo chegar a soltar duas vezes → Considerar 
possibilidade de desproporção cefalopélvica. 
OBS: O desacoplamento do vácuo pode ser considerado um mecanismo de segurança, pois se for necessária 
execução de força excessiva para tentar a passagem do bebê, pode indicar uma desproporção e que esteja sendo 
forçado a descida por um canal que não tem passagem e, nesse caso, esse desacoplamento funciona como medida 
de segurança. 
 
COMPLICAÇÕES 
Neonatais → praticamente as mesmas do fórceps, porém ocorrem com menos frequência. 
• Cefalohematomas 
• Compressão ocular 
• Hemorragia intracraniana 
 
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• Lesão nervo facial 
 
Chignon → é um tipo de cefalohematoma que delimita bem a marquinha de onde foi encaixado o vácuo. Tem 
evolução benigna, desaparecendo em 3 a 4 dias. 
 
• Lesões maternas e lesões fetais → a chance de lesão materna e fetal (fórceps mal aplicado) é muito 
maior no fórceps. 
• Idade gestacional → o vácuo não pode ser utilizado em bebês com IG< 36 semanas, já o fórceps não tem 
essa contraindicação 
• Necessidade de puxo → diferentemente do fórceps, no vácuo é preciso que a mãe realize o puxo. 
• Em situações de exaustão materna o fórceps pode ter melhor indicação por não necessitar esforço 
materno. 
• Em situações de estado pós-ictal (sonolência e/ou confusão mental prolongada) de uma eclampsia é 
possível colocar o fórceps e retirar o feto, sem a ajuda materna. 
• O erro técnico relacionado ao uso do fórceps pode ter consequências muito mais severas para o bebê do 
que o erro técnico de colocação do vácuo. Enquanto o uso incorreto do fórceps pode levar a lesões 
cerebrais, o uso incorreto do vácuo pode levar a paciente a cesárea por o bebê não estar saindo, 
portanto, a questão técnica deve ser pesada na hora da escolha de utilização entre eles. 
• Vácuo tende a ser mais seguro para o bebê e mais confortável e seguro para a mãe.

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