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Prévia do material em texto

LICENCIATURA EM
PEDAGOGIA
Governo Federal
República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
República de Moçambique
Ministério de Educação
FUNDAMENTOS DE PEDAGOGIA 
TEORIA E PRÁTICA EDUCATIVA
República de Moçambique 
Ministério de Educação
F981
Fundamentos de Pedagogia: teoria e prática educativa. – Brasília: 
 Ministério da Educação; Moçambique: Ministério da 
 Educação, 2010.
 120p.; 18 x 24,5 cm.
 ISBN: 978-85-7648-721-0 
 1. Educação. 2. Pedagogia educacional. 3. Ensino.
 
 
CDD: 370
Referências Bibliográfi cas e catalogação na fonte, de acordo com as normas da ABNT.
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(GPT/BC/UFG)
Copyright © 2011, Fundação CECIERJ
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio 
eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização..
ELABORA ÇÃO DE CONTEÚDO
Adriano Fanissela Níquece
Feliciano M. Mahalambe
COORDENAÇÃO DE 
DESENVOLVIMENTO INSTRUCIONAL
Cristine Costa Barreto
SUPERVISÃO DE DESENVOLVIMENTO 
INSTRUCIONAL
Paulo Vasques de Miranda
DESENVOLVIMENTO INSTRUCIONAL 
E REVISÃO
José Henrique Machado de Oliveira
DESIGN GR ÁFICO - PROJETO 
EDITORIAL
Cleomar de Souza Rocha
Yannick Aimé Ferreira Taillebois
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Fábio Rapello Alencar
PROGRA MAÇÃO VISUAL
Andréa Dias Fiães
ILUSTRA ÇÃO
Equipe CEDERJ
APRESENTAÇÃO
Bem-vindo ao Módulo de Fundamentos de Pedagogia
Você está a iniciar um processo de aprendizagem, que o levará a desenvolver 
a refl exão sobre um campo de conhecimento chamado Pedagogia. Nesta iniciação 
trazemos para si um texto (o Módulo) constituído por cinco unidades.
As unidades estão concebidas e estruturadas de forma a proporcionarem-lhe 
um conhecimento que possa ser útil na sua vida profi ssional. Por isso, a redacção 
dos temas/conteúdos está feita de modo a estimular um diálogo com o seu manual. 
Enquanto você estuda, procure viajar, ao mesmo tempo, para o mundo das suas 
vivências. Procure relacionar o que lê e o que vive ao seu dia a dia.
O Manual comporta também tarefas que você vai realizar, feitas de modo a 
estimular o seu raciocínio. Preste bastante atenção ao que lê, para melhor respon-
der às questões. Muitas vezes, você será solicitado a reportar vivências, ou a pensar 
numa acção de intervenção, isto é, numa proposta prática. Contudo, não fi que blo-
queado, pense livre e criativamente.
 Você pode discutir os assuntos que lhe são sugeridos com colegas. Faça-o 
porque isso potencia a sua aprendizagem.
VAMOS APRENDER!
ÍNDICE
VISÃO GERAL 9
UNIDADE 1 EDUCAÇÃO E SOCIEDADE 15
Lição n°1 Fênomeno educativo 17
Lição n°2 O Papel da Educação para sobrevivência e evolução da sociedade humana 29
Referências Bibliográfi cas 38
UNIDADE 2 O PROCESSO PEDAGÓGICO E A FORMAÇÃO 39 
DA PERSONALIDADE
Lição n°1 A Formação da Personalidade do Aluno e o Processo Pedagógico 41
Lição n°2 Os factores que determinam o desenvolvimento da personalidade 53
Lição n°3 A Educação como catalisador do Desenvolvimento da Personalidade 61
Referências Bibliográfi cas 68
UNIDADE 3 A CIÊNCIA PEDAGÓGICA E A EDUCAÇÃO 71
Lição n°1 A Ciência: uma das Formas de Conhecimento da Realidade 73
Lição n°2 O Percurso da Pedagogia para chegar ao Estatuto de Ciência – sua im-
portância 83
Referências Bibliográfi cas 89
UNIDADE 4 OS MÉTODOS DE EDUCAÇÃO 91
Lição n°1 O Signifi cado de Métodos de Educação 93
Lição n°2 A Classifi cação dos Métodos e a Organização das Actividades 97
Referências Bibliográfi cas 100
UNIDADE 5 AAÇÃO E PRÁTICA EDUCATIVA NA ESCOLA 103
Lição n°1 Acção e Prática Educativa na Escola – Fundamentos 105
Lição n°2 Trabalho Educativo da Escola e Participação: Proposta de acções 111
CONSIDERAÇÕES FINAIS 119
VISÃO GERAL
Objectivos
Quando terminar o estudo de Fundamentos de Pedagogia você será capaz de:
1. identifi car o fenómeno educativo estudado pela ciência pedagógica; 
2. avaliar as situações concretas da prática educativa, com base no conhecimento 
 adquirido; 
3. relacionar a educação com o processo de desenvolvimento da personalidade do 
 aluno;
4. Ensaiar formas de intervenção para levar a cabo uma prática educativa que responda 
 às necessidades dos seus alunos na escola;
5. estimular a refl exão ao nível da escola sobre as formas de envolvimento da 
 comunidade no processo educativo na escola.
Quem deve estudar este Módulo
Este Módulo destina-se à formação de professores em exercício que pos-
suem a 12a classe ou equivalente e inscritos no Curso à Distância, fornecido pela 
Universidade Pedagógica.
Como está estruturado este Módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos pela Universidade Pedagógica 
encontram-se estruturados da seguinte maneira:
Páginas introdutórias
Um índice completo.
Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os aspectos-chave 
que você precisa conhecer para completar o estudo. Recomendamos vivamente 
que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo.
Conteúdo do curso / módulo
O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma introdu-
ção, objectivos, conteúdo, incluindo actividades de aprendizagem, um sumário e 
uma ou mais actividades para auto-avaliação. 
Outros recursos
Se você está interessado em aprender mais, preste atenção a lista de recursos adi-
cionais para e explore-os. Estes recursos podem incluir livros, artigos ou sites na Internet.
Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação
As tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no fi nal de cada unida-
de. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para desenvolver as tarefas, assim 
como instruções para as completar. Estes elementos encontram-se no fi nal do módulo.
Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários sobre a 
estrutura e o conteúdo do módulo. Os seus comentários serão úteis para nos ajudar 
a avaliar e melhorar este módulo.
ACERCA DOS ÍCONES
Ao longo deste Módulo, você irá encontrar uma série de ícones nas margens 
das folhas. Estes ícones servem para identifi car diferentes partes do processo de 
aprendizagem. Podem indicar uma parcela específi ca do texto, uma nova actividade 
ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. 
Os ícones usados neste Módulo são símbolos africanos, conhecidos por 
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África Ocidental, datam 
do século 17 e ainda se usam hoje em dia.
Você pode ver o conjunto completo de ícones a seguir, cada um com uma 
descrição do seu signifi cado e da forma como nós interpretamos esse signifi cado 
para representar as várias actividades ao longo deste Módulo. 
Comprometimento/
perseverança
Actividade
Vigilância/preocupação
Atenção
Resistência, 
perseverança
Autoavaliação
“Aprender através da 
experiência”
Exemplifi cação
“Pronto a enfr entar as 
vicissitudes da vida”
Saiba mais
“Eu mudo ou transformo 
a minha vida”
“Nó da sabedoria”
Glossário
Apoio/encorajamento
[Ajuda-me] deixa-me 
ajudar-te
Objectivos
Multimídia Leitura
“Qualidade do trabalho”
(excelência/autenticidade)
Avaliação/teste
Paz/harmonia
Debate 
Unidade/relações 
humanas
Actividade 
de grupo
Habilidades de estudo
Caro estudante!
Para frequentar com sucesso este módulo você terá que buscar, através de 
uma leitura cuidadosa das fontes de consulta, a maior parte da informação ligada ao 
assunto abordado. Para o efeito, no fi m de cada unidade apresenta-se uma sugestão 
de livros para leitura complementar.
Antes de resolver qualquer tarefa ou problema, você deve certifi car-se de ter 
compreendido a questão colocada;
É importante questionar se as informações colhidas na literatura são rele-
vantes para a abordagem do assunto ou resolução de problemas;
Sempre que possível, você deve fazer uma sistematização das ideias apresen-
tadas no texto.
Desejamos-lhe muitos sucessos!
Precisa de apoio?
Dúvidas e problemas são comuns ao longo de qualquer estudo. Em caso de 
dúvida numa matéria tente consultaros manuais sugeridos no fi m da lição e dispo-
níveis nos centros de ensino a distância (EAD) mais próximos. Se tiver dúvidas na 
resolução de algum exercício, procure estudar os exemplos semelhantes apresenta-
dos no manual. Se a dúvida persistir, consulte a orientação que aparece no fi m dos 
exercícios. Se a dúvida ainda assim continuar, veja a resolução do exercício. 
Sempre que julgar pertinente, você poderá consultar o tutor que estará à sua 
disposição no centro de EAD mais próximo.
Não se esqueça de consultar também colegas da escola que tenham feito o 
curso de introdução à estatística, vizinhos e até estudantes de universidades que 
vivam na sua zona e tenham ou estejam a fazer cadeiras relacionadas com Álgebra 
Linear.
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)
Ao longo deste módulo você irá encontrar várias tarefas que acompanham 
o seu estudo. Tente sempre solucioná-las. Consulte a resolução para confrontar o 
seu método e a solução apresentada. O estudante deve promover o hábito de pes-
quisa e a capacidade de selecção de fontes de informação, tanto na internet como 
em livros. Consulte manuais disponíveis e referenciados no fi m de cada lição para 
obter mais informações acerca do conteúdo que esteja a estudar. Se usar livros de 
outros autores ou parte deles na elaboração de algum trabalho, você deverá citá-los 
e indicar estes livros na bibliografi a. Não se esqueça que usar um conteúdo, livro ou 
parte do livro em algum trabalho, sem referenciá-lo é plágio e pode ser penalizado 
por isso. As citações e referências são uma forma de reconhecimento e respeito pelo 
pensamento de outros. Estamos cientes de que o estimado estudante não gostaria 
de ver uma ideia sua ser usada sem que fosse referenciado, não é? 
Na medida de possível, procurar alargar competências relacionadas com o 
conhecimento científi co, as quais exigem um desenvolvimento de competências, 
como auto-controlo da sua aprendizagem. 
As tarefas colocadas nas actividades de avaliação e de auto-avaliação deverão 
ser realizadas num caderno à parte ou em folha de formato A4.
O estudante deve produzir documentos sobre as tarefas realizadas em su-
porte diverso, nomeadamente, usando as novas tecnologias e enviá-los ao Departa-
mento de Física de Maputo quer através da internet, quer dos serviços de Correios 
de Moçambique
Avaliação
O Módulo de Fundamentos de Pedagogia terá dois testes e um exame fi nal 
que deverá ser feito no Centro de Recursos mais próximo, ou em local a ser indica-
do pela administração do curso. O calendário das avaliações será também apresen-
tado oportunamente.
A avaliação visa não só informar-nos sobre o seu desempenho nas lições, 
mas também estimular-lhe a rever alguns aspectos e a seguir em frente. 
Durante o estudo deste módulo o estudante será avaliado com base na rea-
lização de actividades e tarefas de auto-avaliação previstas em cada Unidade, dois 
testes escritos, um exame e actividade laboratorial: 
Com o trabalho laboratorial pretende-se desenvolver e reforçar as compe-
tências já enunciadas acima, assim, a sua avaliação deve traduzir o grau de desen-
volvimento dessas competências.
Note-se que a execução do trabalho laboratorial será precedida de resposta a 
um questionário sobre os objectivos da experiência e sobre os conteúdos referentes 
ao assunto da experiência.
1
EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
Adriano Fanissela Níquice
Feliciano M. Mahalambe
Objectivos da unidade
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
1. Defi nir a Educação em vários sentidos ou âmbitos; 
2. distinguir o papel da Educação nas diferentes fases históricas da evolução 
 da sociedade e entre os vários factores do desenvolvimento humano; 
3. enumerar as instituições sociais promotoras da Educação; 
4. descrever o papel de cada instituição social promotora da Educação
Introdução da unidade
Os conteúdos que aqui lhe são apresentados vão contribuir para ampliar 
a sua visão sobre o fenómeno educativo como função da sociedade humana. 
Por se tratar de uma função humana, o fenómeno educativo é caracterizado 
por infl uências que aqui são analisadas tomando em consideração que se trata 
de infl uências intencionais, sistematizadas e contextualizadas. Por isso, cada 
sociedade procura manter-se, desenvolver-se e ter continuidade no tempo e 
no espaço promovendo o fenómeno educativo.
Portanto, todo o fenómeno educativo é um empreendimento que 
toma em consideração as necessidades sociais de cada época, contexto 
histórico, político, económico, cultural. São essas necessidades e contextos 
que impõem um tipo de Educação que não deve ser necessariamente igual 
em todas as sociedades. É isso que gera a contradição entre o fenómeno 
educativo e sociedade.
16 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
A unidade que, ora, vai iniciar faz parte das cinco (5) programadas para este 
módulo. Todas as unidades estão estreitamente relacionadas. Como e porquê?
Depois de aprender os conteúdos da Unidade 1, cuja essência é • 
demonstrar a relação intrínseca entre a educação e a sociedade, 
você vai fundamentar melhor essa relação; 
Na Unidade 2, sobre • O processo pedagógico e a formação da 
personalidade, procura-se realçar que a formação de qualquer 
homem visa a sua inserção num determinado contexto social.
Na Unidade 3, em que se propõe uma refl exão sobre • A ciência 
pedagógica e a educação, busca-se a compreensão em relação à 
necessidade de uma educação científi ca, o que veio (e continua) 
a contribuir para o melhoramento da prática educativa - basta 
observar como se procede hoje, em comparação com as práticas 
levadas a cabo pelas comunidades precedentes. 
Na Unidade 4, propõe-se o tema • Métodos de educação. Neste 
tema mostra-se como isso se procede na prática. É mais uma 
demonstração de como se aplica a teoria pedagógica.
Na Unidade 5, colocamos-lhe a possibilidade de refl ectir sobre • 
como a sua escola pode organizar-se para ser verdadeiramente 
uma comunidade educativa. Portanto, educar para formar uma 
personalidade moçambicana, tendo em conta a realidade da 
sociedade (suas exigências e condições), aplicando os métodos e a 
teoria pedagógica aprendidos.
Apresentamos no fi m do módulo as considerações fi nais, a partir das 
quais poderá também reconstituir sua trajectória de estudo com o auxílio do 
manual que lhe é disponibilizado.
Vamos iniciar a Unidade 1! Esta unidade é constituída por duas (2) lições.
Glossário
• Educação como PROCESSO
• Educação como INFLUÊNCIA, ACTIVIDADE
• Educação como RESULTADO, PRODUTO..
Educação e Sociedade 17
LIÇÃO N°1 FENÓMENO EDUCATIVO
Objectivos
Ao final desta lição, você deverá ser capaz de: 
1. identifi car a educação como prática inerente ao homem; 
2. reconhecer o carácter colectivo da infl uência educativa das comunidades 
 primitivas; 
3. identifi car a educação como processo, actividade e resultado; 
1. Introdução
Você inicia, desde já, o estudo do tema da lição 1 da Unidade 1. Esse 
início representa, ao mesmo tempo, uma trajectória na aprendizagem da 
Pedagogia. O que espera aprender? Que expectativa tem? Qual é o valor 
prático dessa aprendizagem para a sua actividade?
O primeiro tema desse percurso que agora você inicia é o fenómeno 
educativo. O termo fenómeno é de uso corrente: é possível que você o 
utilize com muita frequência.
Mas em que situação empregamos o termo fenómeno? Faça o uso da 
sua experiência para iniciarmos o nosso diálogo em que, a partir do tema 
proposto, se pretende proporcionar-lhe uma visão de conjunto sobre o 
fenómeno educativo. Portanto, o termo fenómeno tem a ver com o que 
acontece, neste caso, como realização ou empreendimento da sociedade 
humana. Sendo assim, o fenómeno educativo é uma obra humana.
Para facilitar a compreensão dos assuntos expostos, sugerimos uma 
leitura atenta, podendo repetir quantas vezes forem necessárias antes de 
realizar as actividades que aqui lhe propomos.
Você poderá precisar de leituras complementares: alistamos no 
fi nal desta unidadeobras de autores da especialidade que lhe ajudarão no 
aprofundamento das abordagens sobre os conteúdos.
18 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
O tempo estimado para o estudo desta lição é de cerca de 2 horas. A 
realização das actividades durará, por seu turno, cerca de 1 hora.
Contacte, sempre que necessário, o seu centro de recursos para a 
remoção de possíveis obstáculos ao longo do seu estudo. Canalize as suas 
dúvidas ao tutor.
1.1. As Primeiras práticas educativas e o desenvolvi-
mento do fenómeno educativo
As primeiras práticas educativas pertenceram às comunidades 
primitivas. Este facto vem confi rmar a tese segundo a qual a Educação é 
tão velha como a própria humanidade. O fenómeno educativo é um facto 
inerente às comunidades humanas que sempre tiveram a preocupação de 
formar física, moral e intelectualmente cada membro da comunidade para 
enfrentar as difi culdades da vida.
A luta pela sobrevivência e pelo domínio da natureza levou os 
primeiros homens a preocupar-se com a preparação das novas gerações. 
Por exemplo, na comunidade primitiva, embora não tivesse registado um 
desenvolvimento assinalável, as actividades até então praticadas para garantir 
a sobrevivência da humanidade, nomeadamente a caça e a recolecção, 
tinham que ser ensinadas. Essas actividades e a forma de organização da 
vida constituíam o património sociocultural da época. 
A educação era, assim, uma forma de iniciação das gerações mais 
novas na cultura de cada grupo ou pequena comunidade. Educava-se para 
dar resposta às exigências imediatas impostas pela natureza. 
Quem ensinava ou educava?
Nas primeiras comunidades esse processo foi praticamente natural 
e espontâneo. Todos os membros da velha geração educavam a todos os 
membros da jovem geração. Fomentava-se uma responsabilidade colectiva 
sobre o desenvolvimento, comportamento e conduta dos mais novos.
Que rumos tomou a prática educativa depois da Comunidade 
Primitiva?
O fenómeno educativo tem acompanhado o desenvolvimento da 
humanidade em diferentes formações socioeconómicas. O surgimento das 
actividades, tais como, pastorícia, agricultura, fabrico de instrumentos de 
Educação e Sociedade 19
trabalho (machados, enxadas, catanas), ampliou o conteúdo de aprendizagem 
da jovem geração. Essas transformações trouxeram repercussões no 
fenómeno educativo: mudaram não só as formas de educar, mas também 
os objectivos, os conteúdos. Por exemplo, alguns membros da sociedade 
dedicavam-se ao fabrico de instrumentos de trabalho (os artesãos), e tinham 
seus aprendizes, outros membros dedicavam-se à prática da agricultura e 
tinham, por seu turno, aprendizes que se iniciavam nessa actividade.
Figura 1.1: A educação fomenta uma responsabilidade 
colectiva sobre os mais novos.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/683706
Autor: T. Rolf
Com as transformações acabadas de exemplifi car, iniciava-se um 
processo complexo, planifi cado, sistemático do processo educativo.
1.2. O Conceito, signifi cado e âmbito de Educação
Iniciar uma refl exão sobre o conceito de Educação representa um 
desafi o. Isso é frequente hoje em quase todos os domínios de conhecimento. 
A pedagogia progrediu como ciência. A categoria Educação, assim como 
as outras categorias da pedagogia, tais como instrução, ensino e formação 
da personalidade também conheceram um desenvolvimento assinalável 
(v: Unidade 3).
Neste momento não entraremos na análise de todas as categorias da 
pedagogia. Reservamos este espaço para discutir apenas uma, a educação.
20 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
No esforço de sintetizar o signifi cado de Educação, podemos tomar 
como base três termos chave, nomeadamente como actividade, processo, 
resultado.
• Como actividade, a Educação consiste no exercício de infl uência 
da velha geração sobre a jovem geração, por exemplo. 
• Como processo, a Educação é realizada tendo em conta que se trata 
de uma actividade duradoura: obedece a etapas ou fases sucessivas, 
envolve várias instituições sociais. Por exemplo, a frequência de 
membros da família na creche, na escola, é prova disso.
• Como resultado, a Educação tem de garantir o bem-estar do homem 
no seu contexto: grupo ou comunidade em que vive. A Educação 
como resultado refl ecte-se na capacidade de integração do homem 
no seu contexto. Isso signifi ca que a pessoa atinge um nível de 
formação desejado, em que, quando se procede a uma avaliação da 
personalidade, se aprecia um conjunto de qualidades formadas (v.: 
esferas da personalidade, Unidade 2). Sabe-se que, em cada etapa de 
desenvolvimento, a pessoa revela determinados sinais de maturidade 
biológica, psicológica e intelectual. Por outras palavras, considera-
se: (a) o conjunto e nível de conhecimentos que permitem a cada pessoa 
lidar com o mundo, interpretá-lo e vivê-lo; (b) o conjunto de atitudes, 
crenças que permitem a pessoa relacionar-se com a natureza, pessoas, 
grupos sociais; (c) o conjunto de qualidades, capacidades, habilidades 
que facilitam o processo de integração. 
,
Figura 1.2: A Educação envolve várias instituições sociais, 
como a família, a escola, etc. 
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/602187
Autor: Anissa Thompson
Educação e Sociedade 21
Neste ensaio das defi nições pode-se especifi camente compreender 
que na segunda se trata de uma educação formal que acontece em instituições 
escolares. Deve-se sublinhar aqui o carácter formal, por causa do nível de 
organização, da planifi cação dos métodos e dos aspectos da personalidade 
a formar, por exemplo, as qualidades, as faculdades, etc. Portanto, as acções 
exercidas têm um carácter direccional.
Nesse esforço de direccionamento da Educação, têm-se os seguintes 
exemplos de acções fundamentais e as respectivas características:
• A primeira acção é garantir o aproveitamento das potencialidades 
individuais do sujeito que é educado. Partindo da etimologia de 
educere (=educar) como tirar para fora, a acção exercida tem de 
estimular o desenvolvimento das faculdades humanas (latentes). 
Quer dizer, põe-se de lado a visão segundo a qual a criança é uma 
tábua rasa. Essa visão chama a atenção para nunca considerar a 
educação como um processo passivo, ou seja, como “modelação”.
• A segunda acção consiste em corrigir ou anular os factores preju-
diciais. Torna-se evidente o sentido de educação e educabilidade 
do ser humano, isto é, a educação reduz o grau de reacções inatas 
sob infl uência de instintos, por exemplo, a agressividade.
• A terceira acção é ajustar progressiva e dinamicamente o indivíduo 
à vida social da sua época e do contexto sociocultural. Isto realça o 
facto de que cada um é um ser humano situado.
• A quarta acção deve ter em vista uma meta. Trata-se do sentido de 
orientação da acção educativa tendo em conta os objectivos.
Resumindo , a educação
• é um processo, actividade, prática, cuja essência é garantir que as crian-
ças, adolescentes e jovens se apropriem de saberes acumulados pela 
humanidade numa determinada fase de desenvolvimento sociocultural, 
técnico, científi co.
• consiste no conjunto de acções de infl uências e de sugestões, organizadas 
e exercidas progressiva e metodicamente pela velha geração sobre indivíduos 
imaturos e inexperientes, no sentido de desenvolver as suas potencialidades, 
faculdades, qualidades individuais para o bem-estar tanto individual como co-
lectivo e social .
22 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Figura 1.3: Uma das acções fundamen-tais para o 
direccionamento da educação é o estabelecimento 
de metas.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1115856
Autor: Jaylopez
Quando sistematizámos o conceito de educação, fi zemos referência 
à transmissão de saberes acumulados pela humanidade em determinada 
época do desenvolvimento sociocultural, técnico, científi co. Cada época 
tem as suas exigências que são tomadas em consideração para a formação 
da personalidade.
Várias épocas conhecidas, por exemplo, a época primitiva, a 
antiguidade, a época medieval, amoderna e a contemporânea, cada uma 
impunha e impõe o modelo de homem. Portanto, as características que 
a educação assumiu/assume foram/vão variando conforme a época. Por 
outras palavras, os objectivos de educação foram/vão mudando de época 
para época.
• O homem primitivo era educado para uma vida colectiva numa 
sociedade sem classes. Ainda, uma sociedade com um nível de 
desenvolvimento bastante rudimentar.
• O homem da antiguidade, em função da classe social, recebia 
uma educação diferenciada. Uns eram educados para preservar 
a condição de classe dominante, outros para a condição de 
classe dominada. Aos primeiros era assegurada uma educação 
intelectual, enquanto aos outros uma educação virada para o 
trabalho manual.
• O homem da época medieval recebia uma formação com um 
objectivo essencialmente religioso. Signifi cava perseguir 
objectivos que modelavam uma personalidade servil, com uma 
estrutura espiritual forte. Para garantir a formação de pessoas com 
Educação e Sociedade 23
essa característica, a educação tinha que ser caracteristicamente 
dogmática.
• O homem da época moderna era educado para uma sociedade em 
que se anunciava a laicização, portanto, abriam-se caminhos para a 
emancipação da mentalidade, ou seja, do pensamento livre.
• O homem da época contemporânea é educado para um mundo em 
que se propala a necessidade de respeitar os direitos humanos, 
os valores entre os quais a convivência entre grupos, povos. A 
educação tem o desafi o de formar o homem capaz de viver em 
harmonia social.
1.3. Garantia da realização do fenómeno educativo
Uma das particularidades da sociedade humana que devemos 
mencionar é a sua estruturação. Essa característica resulta na criação de 
instituições sociais como sinal de presença de uma forte organização social. 
Isso representa, ao mesmo tempo, a distribuição de funções e papéis sociais. 
A distribuição de funções sociais não deve ser vista como acções, infl uências 
isoladas de cada instituição social, mas como infl uências interdependentes, 
de modo a garantir a funcionalidade do sistema social. 
Apresentamos-lhe aqui algumas instituições sociais cujas funções 
concorrem para a efectivação do fenómeno educativo. Já que vínhamos 
falando de infl uências, devemos destacar e distinguir dois tipos de 
infl uências: são planifi cadas e intencionais como as que são exercidas pela 
escola, outras são espontâneas como as que são exercidas pelo meio social.
Por que se distinguem as infl uências desta maneira?
Partimos do carácter planifi cado da educação, incluindo o seu 
carácter sistemático. Está implícita a cientifi cidade do fenómeno educativo. 
Sendo assim, devemos compreender o seguinte:
• A educação é realizada tomando em conta o desenvolvimento científi co 
alcançado em outros domínios de conhecimento, nomeadamente: 
psicologia, biologia, sociologia, antropologia, fi losofi a, economia, 
didáctica. A síntese do saber que resulta dessas diferentes áreas é 
aplicada à prática educativa;
24 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
• A educação como processo é realizada e avaliada. Signifi ca que em cada 
situação se avaliam os factores que concorrem para a sua efectivação, 
propõem-se medidas correctivas, recomenda-se a continuidade das 
experiências bem sucedidas. Estamos a falar da pertinência de realizar 
uma apreciação crítica (ou seja análise profunda) desse processo.
Quais são, então, as instituições sociais que garantem a efectivação 
da educação?
Destacamos, entre outras a família, a vizinhança, a creche e o jardim 
de infância, a escola, a empresa, as organizações sociais, os meios de 
comunicação. É neste conjunto de instituições que se realizam as relações 
sociais ou humanas, relações que garantem a nossa formação, o nosso 
desenvolvimento contínuo ao longo da vida.
Figura 1.4: Não só a escola, mas a família, 
a vizinhança, as empresas e os meios de 
comunicação, entre outras, são instituições que 
garantem a efectivação da educação.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/696117
Autor: Anissa Thompson
Chamamos instituições porque se regem pelos regulamentos, 
princípios, leis, normas, que servem de referência para desenvolvimento 
de determinadas condutas (maneiras de ser e agir) dos seus membros. 
Também garantem a reprodução e continuidade dessas normas. A função 
dessas instituições é garantir a socialização dos homens. (Este tema de 
socialização será analisado na lição 2). 
Se você recorrer ao Módulo de Organização e Gestão Escolar, pode 
aprofundar este assunto.
Educação e Sociedade 25
Actividade 
a. Será a educação um fenómeno estritamente dos homens? Justifi que.
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b. Haverá outras formas de transmissão de saberes fora da Educação? Em 
caso afi rmativo, quais?
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c Dê seu conceito da Educação.
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26 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Resposta Comentada
Sim, podemos dizer que a educação é um fenómeno restrito aos seres humanos. 1. 
Por quê? Embora os animais possam aprender, através de treinamento, as suas 
acções se dão graças ao instinto. O processo da educação, tal como conhecemos, 
é exclusivo dos humanos.
Se entendermos a educação apenas como a que é ministrada nas instituições de 2. 
ensino, a resposta seria não. Mas, como você aprendeu nessa lição, a Educação 
é um processo muito mais amplo, que envolve não só a escola, como a família, a 
igreja, a vizinhança, a creche e o jardim de infância, a escola, a empresa, as organi-
zações sociais, os meios de comunicação... Todas essas instituições são responsáveis 
pela transmissão de saberes e pela nossa formação, desde a infância.
Essa é uma resposta que pode ser mais pessoal; podemos defi nir a Educação 3. 
de uma maneira mais formal, como a que você aprendeu na aula. Ou seja, como 
um processo, uma actividade, uma prática, cuja essência é garantir que as crian-
ças, adolescentes e jovens se apropriem de saberes acumulados pela humanidade 
numa determinada fase de desenvolvimento sociocultural, técnico, científi co. E tam-
bém como um conjunto de acções de infl uências e de sugestões, organizadas e 
exercidas progressiva e metodicamente pela velha geração sobre indivíduos imatu-
ros e inexperientes, no sentido de desenvolver as suas potencialidades, faculdades, 
qualidades individuais para o bem-estar tanto individual como colectivo e social.
Porém, você pode e deve defi nir a Educação como um somatório de todas as 
suas vivências enquanto ser humano. Não esqueça: Educação vai muito além de 
simplesmente ir à escola.
SUMÁRIO
Você terá notado que a educação é um fenómeno inerente ao homem 
desde a sua origem. A educação continuará sempre a ser uma das actividades 
que a humanidade tem de priorizar em seu próprio benefício, se ela quiser 
sobreviver. Esse fenómenotorna-se complexo à medida que se regista 
o progresso da sociedade. Isso representa um desafi o para as instituições 
sociais, cujo dever é promover e proporcionar o bem-estar da sociedade e 
do próprio homem.
Educação e Sociedade 27
 Autoavaliação
Depois deste estudo, e baseando-se em estudos complementares, você tem 
agora uma visão sobre a educação.
a. Por suas próprias palavras defi na a educação como processo de avaliação.
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b Apresente um pequeno resumo no qual constem as ideias fundamentais que 
provam que a educação é um processo social que diz respeito aos homens 
em cada época sócio-histórica.
Resposta Comentada
Essa é uma resposta pessoal. Assim, releia o trecho no qual falamos sobre educa-1. 
ção e avaliação e pense sobre o fato de que ela, a avalição, é feita no sentido de 
corrigir, aprimorar, aperfeiçoar. Mais do que apenas uma crítica, a avaliação pode 
ser um norte, um guia, para a realização de experiências de sucesso. Recorra à 
sua experiência pessoal e refl ita!.
homem primitivo era educado para uma vida colectiva numa sociedade sem clas-2. 
ses. Já o homem da antiguidade, em função da classe social, recebia uma educação 
diferenciada. Uns eram educados para preservar a condição de classe dominante, 
outros para a condição de classe dominada. O homem da época medieval recebia 
uma formação com um objectivo essencialmente religioso. Enquanto isso, o ho-
mem da época moderna era educado para uma sociedade em que se anunciava 
a laicização, portanto, abriam-se caminhos para a emancipação da mentalidade, 
ou seja, do pensamento livre. Já para o homem da época contemporânea, a edu-
cação tem o desafi o de formar o homem capaz de viver em harmonia social.
28 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Informações sobre a próxima lição:
Que tal uma pequena refl exão? Os seres humanos teriam conseguido 
sobreviver e evoluir sem o papel representado pela Educação? Qual sua opinião 
sobre isso? Na próxima aula, vamos debater este e outro temas igualmente 
importantes. Até lá!
Educação e Sociedade 29
LIÇÃO N°2 O PAPEL DA EDUCAÇÃO PARA A SOBREVI-
VÊNCIA E EVOLUÇÃO DA SOCIEDADE HUMANA 
Objectivos
Ao final desta lição, você deverá ser capaz de: 
1. reconhecer a relação entre a educação e a cultura; 
2. distinguir as funções da educação redentora, reprodutora e transformadora; 
3. comparar certas práticas educativas conhecidas com as funções reden-
tora, reprodutora e transformadora; 
4. sintetizar os exemplos da contribuição das instituições sociais na sociali-
zação do homem;
5. avaliar criticamente a prática das tarefas da educação transformadora no 
contexto escolar em que trabalha.
1. Introdução
Você acaba de explorar o Tema 1 desta Unidade. Ainda se lembra 
daquilo que foi o conteúdo de aprendizagem, não é? Juntos vamos recordar 
os tópicos aprendidos. Primeiro, o conceito de educação; segundo, as várias 
defi nições ou âmbitos do fenómeno educativo.
Passemos agora para o tema da lição 2, no qual lhe propomos a ex-
ploração do papel da educação para a sobrevivência e evolução da sociedade 
humana. Este assunto será refl ectido e aprofundado a partir desta questão: 
Teria sido possível a sobrevivência e evolução da sociedade sem educação? O que 
lhe parece? Possível?
Para ajudá-lo a alcançar os objectivos deste tema, temos para si o 
seguinte conselho: a) leia atentamente o texto que se segue, procurando 
extrair dele o máximo proveito; b) explore outros textos para leituras com-
plementares que, igualmente, vão ajudá-lo a enriquecer os conhecimentos 
sobre o tema em estudo.
30 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Com vista a facilitar a sua aprendizagem, e, sobretudo, a exploração 
do tema, dividimo-lo em partes bem discriminadas. Isso vai facilitar o seu 
trabalho. Tudo quanto preparamos e propomos para ajudá-lo pode não ser 
sufi ciente. Recorde-se, então, dos colegas que vivem na sua zona, e que exis-
te um Centro de Recurso à sua disposição. Há também um tutor que se pre-
dispõe a trabalhar consigo. Você pode contar com todos estes recursos! 
1.1. O papel da educação para a formação do homem: 
garantia da reprodução e evolução da sociedade e 
cultura
Muitos seres vivos, realizam, por exemplo, a marcha ou o voo logo 
após o nascimento, ou pelo menos passados poucos dias do seu nascimento. 
Com o ser humano não acontece o mesmo. Isso signifi ca que o ser humano 
necessita de cuidados especiais para sobreviver e crescer, sem os quais ele 
morre imediatamente.
Por isso, entre outros signifi cados atribuídos à educação, considera-
se um acto de provisão de cuidados a alguém (criança) para que cresça e 
se desenvolva plenamente. Os cuidados não compreendem apenas acções 
tais como: alimentar, vestir dar banho, etc., mas também (e sobretudo) pro-
ver a criança de conhecimentos, capacidades, competências, habilidades, 
atitudes, valores indispensáveis para a sobrevivência individual e colectiva. 
Como se explica?
Pela educação pretende-se garantir que a jovem geração ou cada 
membro da jovem geração adquira o património sociocultural, técnico e 
tecnológico e científi co da velha geração, ou seja, a cultura. Este primeiro 
objectivo visa a mediação/assimilação de saberes acumulados. O segundo 
objectivo, portanto consequência do primeiro, consiste em garantir a sobre-
vivência da sociedade, ou seja, a manutenção da sociedade. Quantas vezes 
não assistimos à destruição ou ao desaparecimento do património cultural 
da humanidade? Um exemplo ou fenómeno dos dias de hoje é o desapare-
cimento de centenas de línguas no mundo. Signifi ca que não foram feitos 
esforços que garantissem a sua preservação.
Educação e Sociedade 31
Figura 2.1: Bebés humanos necessitam de cuidados especiais para 
sobreviver e crescer.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/406690
Autor: Anissa Thompson
A educação constitui garantia da cultura enquanto património a ser 
herdado pelos membros de cada nova geração. Ao longo do tempo a hu-
manidade produziu conhecimentos, tecnologia, técnica, arte; elaborou nor-
mas, desenvolveu hábitos, regras. Por outras palavras, produziu esta “soma” 
de aspectos que marcaram o progresso da sociedade em cada fase histórica, 
em cada espaço geográfi co.
A cultura constitui um dos sinais que revelam a capacidade da huma-
nidade de transformar a natureza. Esse processo foi e continua complexo. 
Por isso, a educação é, por seu turno, uma das actividades mais delicadas 
que a sociedade tem.
Torna-se impossível separar educação da cultura. A educação é um 
acto de projectar a jovem geração para a cultura dominante em cada época, 
espaço/local. A educação garante, deste modo, a apropriação de conheci-
mentos, valores, atitudes, crenças, habilidades, competências, que se con-
sideram relevantes em cada sociedade. Uma vez assimilados pela jovem 
geração, constituem um “passaporte” para o gozo da felicidade e uma das 
condições para o bem-estar individual e social.
Por outro lado, com a educação pretende-se, igualmente, garantir o 
desenvolvimento da sociedade. Esta condição é indispensável, e resulta do 
facto de a educação não ser apenas um processo de mediação/assimilação 
32 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
do património sociocultural da sociedade, mas também um processo, um 
meio de desenvolvimento de competências no ser humano em formação. 
Por isso, o homem consegue competir com as situações ou mudan-
ças ao longo de todo o tempo da sua existência, e por essa razão, sobrevi-
ve até hoje. Semelhante situação não se pode dizer em relação às espécies 
vegetais e animais que desapareceram pelo factode não terem conseguido 
adaptar-se às mudanças. A educação promove competências que permitem 
ao homem desenvolver a cultura, enriquecendo a base já existente, o que 
assegura não só a preservação mas também a continuidade e desenvolvi-
mento das sociedades.
Reconhece-se que esse processo não é rectilíneo porque provas há 
que mostram que, em determinadas fases históricas, a sociedade humana 
manteve-se quase estacionária no tempo em alguns sectores, como é o caso 
da época medieval. 
Essa relativa estagnação resulta de certas concepções que, em algum 
momento, fazem com que a educação seja conservadora. 
Ao longo da história da humanidade surgiram concepções que en-
tendiam a educação como processo passivo. Nesse sentido, a educação não 
seria outra coisa senão a simples transmissão de normas e saberes. Um 
exemplo dessa concepção contribuiu para se atribuir à educação a função 
redentora e reprodutora.
• A educação era levada com vista a garantir a felicidade eterna ex-
traterrena. O papel consistia essencialmente em salvar a humani-
dade do pecado original. Esta constituía a função redentora.
• A educação era vista apenas como garantia da reprodução da cultu-
ra, ideologia e regime vigentes em cada sociedade e das relações de 
classe. Assim, nunca se concebeu o seu carácter contraditório, confl i-
tuoso e dialéctico. A função reprodutora foi obra dessa concepção. 
Acabámos de caracterizar algumas concepções conservadoras.
A aposta da educação dos nossos dias deve considerar a sua função 
transformadora. Umas das tarefas dessa educação consistem em:
Educação e Sociedade 33
• Promover a liberdade do homem;
• Promover e fortalecer a democracia;
• Desenvolver o sentido crítico e refl exivo;
• Garantir a convivência e harmonia social.
A prática educativa tem de apostar no desenvolvimento de valores 
que garantam não só o desenvolvimento da cultura mas também a seguran-
ça da humanidade.
 
Figura 2.2: A educação deve garantir o desenvol-
vimento e a segurança da humanidade.
Fonte: http://www.sxc.hu/profi le/vasantdave
Autor: Vasant Dave
1.2. O Papel das instituições sociais na formação da 
personalidade
A educação, quer como processo, quer como actividade e resultado, 
deve ser entendida como obra de várias instituições sociais, ou agentes so-
cializadores.
Na lição 1 desta Unidade, fez-se menção a várias instituições sociais, 
tais como: a família, a vizinhança, a creche e o jardim de infância, a escola, a 
empresa, as organizações sociais, os meios de comunicação.
34 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Qual é o papel de cada uma na formação do homem?
Trazemos alguns exemplos de como cada instituição contribui para 
a formação do homem.
Instituições Essência da socialização
FAMÍLIA Além de garantir a sobrevivência da criança, proporcio-
nando os cuidados para o desenvolvimento físico, psíquico, a 
família é a primeira instituição mediadora entre a criança e a 
sociedade. Por isso, ensina:
• Os primeiros valores;
• Os bons hábitos e costumes;
• A língua.
VIZINHANÇA OU COMUNI-
DADE
• Transmite valores, a fala social, expressões emocionais;
• Proporciona as primeiras experiências e referências de 
conduta num grupo um pouco mais amplo.
ESCOLA, CRECHE, JARDIM 
DE INFÂNCIA E ESCOLA
• Transmitem modelos socioculturais de comportamen-
tos, valores e normas, de forma mais sistemática.
EMPRESA • Desenvolve a responsabilidade profi ssional, disciplina 
de trabalho;
• Transmite a cultura organizacional: valores, normas, 
princípios, que regem cada empresa
MEIOS DE COMUNICAÇÃO • Difundem modelos de conduta (estilos de vida);
• Desenvolvem experiências sobre a realidade social.
Com base em Bock et al., 1999
Educação e Sociedade 35
Actividade 
1. Seria possível o indivíduo tornar-se pessoa ou personalidade sem a in-
fl uência da educação?
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2. Separar a educação da cultura é um procedimento incorrecto. Argumente.
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3. Aprofunde a ideia segundo a qual os desafi os da educação hoje são os 
de promover a liberdade, a democracia, o senso crítico.
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O papel dessas instituições resume-se na concretização do processo 
chamado socialização. Esse processo ocorre em toda a vida, à medida que o 
homem vai gradualmente pertencendo a várias instituições sociais. Em cada 
instituição molda-se uma determinada maneira de ser.
A maneira de ser de cada um refl ecte um conjunto de conhecimen-
tos, valores, atitudes, normas, que são assimilados ao longo da vida, com 
a particularidade de responder às exigências de cada situação ou contexto. 
Quer dizer, a conduta tem de ser em conformidade com a cultura de cada 
grupo social.
36 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
_____________________________________________________________
___________________________________________________________
Resposta Comentada
Sem dúvida, não. Enquanto os animais dependem basicamente do seu instinto, 1. 
com o qual já nascem, para sua sobrevivências, o homem, desde o seu nasci-
mento, necessita viver em sociedade, para adquirir o património sócio-cultural, 
técnico e tecnológico e científi co da velha geração, ou seja, a cultura, sem a qual 
não nos fazemos humanos.
É impossível separar educação da cultura, pois a permite a cada pessoa a apro-2. 
priação de conhecimentos, valores, atitudes, crenças, habilidades, competências, 
que se consideram relevantes em cada sociedade. Uma vez assimilados pela 
jovem geração, constituem um “passaporte” para o gozo da felicidade e uma 
das condições para o bem-estar individual e social.
A prática educativa tem de apostar no desenvolvimento de valores que ga-3. 
rantam não só o desenvolvimento da cultura mas também a segurança da 
humanidade. E isso, sem dúvida, pode ser obtido promovendo a liberdade, a 
democracia, o senso crítico... Por isso podemos dizer que nenhuma sociedade 
será plenamente justa e desenvolvida se não houver investimento, antes de em 
qualquer outro sector, na educação
Você terá notado, do exposto acima, que a educação é um processo de 
socialização, de humanização do homem, pois sem ela, teríamos difi cul-
dades de ter o homem como ele é hoje. Repare que o homem é um dos 
animais mais fracos! Não pode sobreviver das exigências do meio am-
biente sem acompanhamento de adultos. Precisará o peixe dos seus pro-
genitores para aprender a nadar? Com certeza que não. Ele nasce com 
comportamentos adquiridos para a sua sobrevivência. O ser humano 
tem de aprender tudo, sobre a sua cultura, os artefactos socioculturais e, 
para isso, a educação é o processo pelo qual se faz a socialização.
A educação é, sim, o processo pelo qual se providenciam as diferentes ma-
nifestações, ou seja, os diferentes saberes humanos são produto da educa-
ção e, por isso mesmo, a evolução social e a elevação do nível de civilização 
dependem muito da educação.
SUMÁRIO
Educação e Sociedade 37
Você teve a oportunidade de não só aprofundar o papel e a contribui-
ção da educação para a preservação da cultura e da sociedade, mas também 
para a continuidade do desenvolvimento tanto da cultura como da socieda-
de. Esse acto não é exclusivo a determinada(s) instituição(ões). Pelo con-
trário, deve ser um trabalho de todas as instituições sociais (agentes socia-
lizadores). Quanto maior fora articulação, melhores serão os resultados da 
educação. Um dos esforços tem de consistir em garantir a continuidade de 
educação iniciada em cada instituição social. 
 Autoavaliação 2
Depois deste estudo, e baseando-se em estudos complementares, você tem 
agora uma visão sobre não só o papel da educação mas a contribuição de cada 
instituição social
1. Refl ita sobre a prática educativa da sua instituição escolar para o desenvol-
vimento da democracia, liberdade, senso crítico
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2. A partir dos conteúdos de cada disciplina (sobretudo a partir da que você 
lecciona), comente sobre em que aspectos garantem a socialização Diagra-
mação, deixar 5 linhas para resposta.
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_________________________________________________________
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38 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Bock, A. M. B et al. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia.13 
ed. São Paulo, Editora Saraiva, 1999.
• Cambi, F. História da pedagogia. São Paulo, Editora UNESP, 1999.
• Grácio, R. Educação e educadores. Isboa, Livros Horizonte, Biblioteca do Edu-
cador Profi ssional, 1967.
• Hubert, R. História da pedagogia. São Paulo, Companhia Editora Nacional/MEC, 
Col. Atualidades Pedagógicas, vol. 66, 1976.
• Libâneo, J. C. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo, Cortez, 1998.
• Mialaret, G. As ciências da educação. 1ª ed. Lisboa, Moraes Editores, Col. Psico-
logia e Pedagogia, 1976.
• Ponce, A. Educação e luta de classes. Lisboa, Editorial Vega, 1979.
• Veiga, A. M. Educação hoje ou a realização integral e feliz da pessoa huma-
na. 7ª ed. Vila Nova de Gaia, Editorial Perpétuo Socorro, Col. Obras Básicas, 2005.
• Viana, M. G. Pedagogia geral. Lisboa, 1960.
• Vigotski, L.S. Psicologia pedagógica. São Paulo, Martins Fontes, 2001.
2
O PROCESSO PEDAGÓGICO E A FORMAÇÃO 
DA PERSONALIDADE
Adriano Fanissela Níquice
Feliciano M. Mahalambe
Objectivos da unidade
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
1. descrever o conceito da personalidade; 
2. identifi car as particularidades essenciais da personalidade; 
3. relacionar os factores do desenvolvimento da personalidade; 
4. reconhecer a hereditariedade e a educação como pilares do desenvolvi 
 mento da personalidade;
5. identifi car a acção pedagógica como processo de formação efi caz da 
 personalidade humana;
6. reconhecer as esferas da personalidade.
Introdução da unidade
Vamos iniciar a Unidade 2! Esta unidade é constituída por três (3) lições.
Acreditamos que nesta segunda unidade você vai consolidar todos 
os conhecimentos adquiridos na primeira unidade deste módulo de Fun-
damentos de Pedagogia. Você vai compreender a inter- relação entre o pro-
cesso pedagógico e o fenómeno educativo como duas actividades distintas 
mas indivisíveis cujo produto é a socialização humana, ou seja, o desenvol-
vimento da personalidade do homem.
40 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Nesta unidade vamos continuar com a abordagem pedagógica para 
que você entenda melhor como a acção educativa determina o desenvolvi-
mento da personalidade do indivíduo e o facto de o homem destacar-se do 
mundo animal pelo trabalho, além do seu desenvolvimento na sociedade, e 
poder realizar certas actividades juntamente com outras pessoas e manter 
contacto com elas.
Na verdade, a pedagogia como ciência da educação tenta explicar de 
que forma se pode realizar a acção educativa garantindo uma socialização 
humana que responda à ansiedade de todos e da sociedade actual.
Glossário
• Educação como PROCESSO
• Educação como INFLUÊNCIA, ACTIVIDADE
• Educação como RESULTADO, PRODUTO..
O Processo Pedagógico e a Formação da Personalidade 41
LIÇÃO N°1 A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE DO 
ALUNO E O PROCESSO PEDAGÓGICO
Objectivos
Ao final desta lição, você deverá ser capaz de: 
1. defi nir a personalidade por próprias palavras; 
2. reconhecer o signifi cado de formação da personalidade; 
3. exemplifi car a infl uência da educação sobre cada esfera da educação; 
4. identifi car cada esfera da personalidade; 
5. avaliar as formas de intervenção em cada esfera. 
1. Introdução
A educação constituiu e constitui a preocupação de todas as comuni-
dades em qualquer ponto do mundo. Concorda? Porquê?
Você já imaginou uma comunidade que dispensasse a educação para 
seus fi lhos ou membros da jovem geração? O que aconteceria?
Portanto, dispensar a prática educativa signifi caria o fi m da humanidade 
ou de uma comunidade concreta. Qualquer comunidade ou sociedade tem de 
garantir a formação de homens com determinadas características ou qualida-
des. Podemos defi nir personalidade como as características que cada ser huma-
no desenvolve através da educação. Este é o tema que agora vamos explorar.
Glossário
• Personalidade;
• Esfera da Personalidade
• Formação das esferas de personalidade..
42 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
1.1. O Processo Pedagógico
O título remete-nos à educação formal levada a cabo em instituição 
escolar. Essa educação funciona com base em princípios, normas, leis, siste-
matizados cientifi camente. Trata-se de uma educação científi ca.
No processo pedagógico está implícita a intencionalidade da activi-
dade docente/educativa e formativa. Nele intervêm determinados actores 
em condições institucionais concretas: encontramos o professor (educa-
dor), os alunos (educandos).
Caracteriza a intencionalidade do processo pedagógico a presença 
de objectivos, conteúdos, métodos, meios, formas de trabalho, entre outros 
aspectos.
Sendo assim, o processo pedagógico exige que se trabalhe com base 
em determinados princípios cientifi co-pedagógicos, que norteiam e orien-
tam qualquer actividade inerente a esse processo (Unidade 3).
O processo pedagógico é planifi cado, orientado e avaliado em confor-
midade com as exigências e necessidades de cada época e sociedade. O pro-
cesso de planifi cação do processo pedagógico constitui uma das condições 
para a formação da personalidade do aluno. Para isso, procede-se à/ao:
• Estudo, levantamento das metas e exigências sociais no que toca 
à formação do homem; trata-se de diagnóstico da situação e das 
exigências concretas.
• Preparação das condições propícias que favoreçam a implementa-
ção do processo pedagógico (v.: o conteúdo da Unidade 5 e todo o 
trabalho a ser desenvolvido como essência da prática educativa).
• Organização das actividades dos actores (educador e educandos) 
na fase de efectivação do processo pedagógico.
Por fi m avalia-se o processo realizado para garantir a continuidade e 
correcção das práticas experimentadas.
O Processo Pedagógico e a Formação da Personalidade 43
1.2. A Formação da Personalidade do Aluno
Você vai entrar em contacto com um dos conceitos mais discutidos 
em Pedagogia e Psicologia. Trata-se do conceito de personalidade e o pro-
cesso da sua formação. Um dos aspectos em que se centra a discussão é a 
defi nição da personalidade.
Existe uma grande diversidade conceptual para explicar o signifi ca-
do de personalidade e fundamentar o processo da sua formação, o que faz 
surgir diferentes teorias que procuram fornecer uma explicação (v.: Módulo 
de Psicologia). Tem se recorrido a termos aglutinadores tais como: con-
sistência, essencialidade, estabilidade, continuidade, estruturalidade, entre 
outros.
Figura 1.1: Diferentes teorias procuram explicar o conceito de 
personalidade.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1254880
Autor: Artem Chernyshevych
O termo formaçãorefere-se à forma como se pretende “moldar” o 
aluno como ser em desenvolvimento.
A formação e o desenvolvimento da personalidade realizam-se em 
condições sócio-históricas, políticas, económicas e culturais concretas. 
Recorde-se que na Unidade 1 você iniciou a refl exão sobre a educação e 
compreendeu, por exemplo, que a evolução da educação foi sempre em res-
44 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
posta às exigências de cada época de desenvolvimento da humanidade e da 
sociedade. 
Isto mostra que a personalidade é indivíduo concreto, situado num de-
terminado espaço e tempo. Equivale a dizer que é um ser social que se forma 
sob determinadas condições; é infl uenciado por essas condições, e, por seu turno, 
exerce também a sua infl uência sobre essas condições. 
Uma vez que a educação sempre procurou responder às exigências 
sociais em cada época, signifi ca que cumpre a tarefa de formar um homem 
válido para cada época.
A personalidade é um conceito que não só apela o indivíduo à sua 
unicidade, no que há de mais nuclear e específi co em si mesmo, mas tam-
bém à sua diferenciação, no que há de distinto dos outros. A personalida-
de permite que se reconheça e seja capaz de reconhecer os outros, mesmo 
quando, ao desempenhar os vários papéis sociais, possamos usar diferentes 
máscaras que representam diferentes personalidades. A personalidade re-
presenta uma fi delidade, uma continuidade de formas de estar e ser.
Aqui ressaltamos a ideia de que não podemos pensar que a persona-
lidade é o que somos ou o que queremos ser, mas o que os outros percebem 
de nós, a forma como fazemos entender o que somos nós aos outros.
O que permite que cada um seja percebido como ser singular/único 
são os seguintes sinais:
• a individualidade que agrega traços, qualidades que combinam de 
forma particular em cada ser humano.
• a dignidade que se refl ecte na conduta moral de cada um na relação 
com o mundo e com os outros.
• a liberdade que se refl ecte nas escolhas que cada um faz.
• a responsabilidade que é capacidade de responder por aquilo que 
cada um faz, ou seja, pelos seus actos. 
• a razão que é como cada um pensa, raciocina, etc. 
O Processo Pedagógico e a Formação da Personalidade 45
Quando nos referimos à personalidade de alguém, temos em men-
te os seus sentimentos, emoções, pensamentos, atitudes, comportamentos, 
motivações, tomadas de decisões, projectos de vida, etc. Por outras palavras, 
temos que considerar as esferas que constituem a personalidade, nomeada-
mente: esferas intelectual/cognitiva, moral/social e afectiva, estética, laboral, 
física e psicomotora.
Atenção
Tome Nota!
O que signifi ca falar de esferas da personalidade?
• Referimo-nos a aspectos através dos quais se manifesta a personalida-
de no seu meio ambiente;
• São as partes constituintes da personalidade que formam a unidade. 
A unicidade de que falamos nos parágrafos anteriores é essa constituição 
dinâmica formada por esferas.
Como formar essas esferas?
A educação desempenha um papel importante, sendo necessário 
planifi car e organizar uma série de actividades que garantam a formação 
dos alunos na escola.
Cada uma das esferas tem a sua especifi cidade no sentido de exigir 
procedimentos próprios e específi cos. 
Propomos-lhe explorar atentamente as refl exões que se seguem 
para melhor compreender o trabalho específi co a desenvolver em prol da 
formação de cada esfera. Você tem de explorar as refl exões aqui trazidas, 
procurando, igualmente, aprofundar as experiências e práticas conhecidas. 
Isso vai ajudá-lo a perceber o bom trabalho desenvolvido na escola pelos 
professores, ou as lacunas existentes em alguns procedimentos.
46 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Figura 1.2: As esferas são partes constituintes da 
personalidade que formam a unidade.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1202415
Autor: Cobus3000
1.2.1 A esfera intelectual ou cognitiva
O trabalho desenvolvido pelos professores nas salas de aula neste 
domínio tende a transformar-se exclusivamente na aquisição do conheci-
mento científi co. Esse processo tem consistido na transmissão dos conheci-
mentos, o que tem implicado a passividade do aluno. Signifi ca que o conhe-
cimento é pura e simplesmente repassado, sem refl ectir criticamente sobre 
o processo de elaboração ou construção.
Em determinadas práticas ( a educação visando à formação intelec-
tual), têm sido dispensadas actividades que colocam o pensamento em ac-
ção, quer dizer, actividades que permitem exercitar os processos psíquicos, 
tais como: as sensações, as percepções, a imaginação. Muito menos os sen-
timentos, as atitudes dos alunos. O uso dos métodos didácticos ocupa um 
lugar fundamental (v: Módulo de Didáctica).
Uma formação intelectual implica uma visão crítica do mundo, uma 
capacidade de interpretar o mundo, isto é, os fenómenos naturais e sociais 
ou humanos. A formação sólida neste domínio deve ser assegurada através 
de um ensino problematizador que faz apelo à construção activa de conhe-
cimentos. Os alunos necessitam de participar colocando as suas opiniões, 
os seus pontos de vista.
O Processo Pedagógico e a Formação da Personalidade 47
É desta forma que se garante uma formação intelectual sólida, ao pas-
so que, com a prática de transmissão passiva de conhecimentos, apenas se 
constrói um conhecimento superfi cial, pouco consistente.
A formação nessa esfera (intelectual ou cognitiva) deve resultar na 
aquisição e no desenvolvimento da linguagem, do pensamento, bem como 
a compreensão e interpretação do mundo natural e social.
1.2.2 Esfera estética
O homem deve ser educado para a compreensão e apreciação da be-
leza do mundo natural e social.
O homem é um ser social. Isso fi cou claro quando você estudou a 
Unidade 1 em que se discutiu o tema Educação e Sociedade. Forma-se o 
homem para viver em sociedade. Viver em sociedade é a capacidade de 
apreciar as relações sociais entre os homens, as acções que cada um pratica, 
incluindo a produção de bens, entre os quais a arte.
Figura 1.3: O homem é um ser social. Forma-se o homem para viver em 
sociedade.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1215912
Autor: Stephanie Hofschlaeger
48 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Qual tem sido o trabalho e esforço desenvolvidos nas escolas?
Primeiro, entre outras actividades e os projectos que cada escola pla-
nifi ca levar a cabo, aquelas que têm a ver com a criação de concursos de 
literatura, formação de grupos culturais de dança, teatro, música proporcio-
nam uma formação estética sólida.
Segundo, o esforço de criar um ambiente escolar salutar, agradável 
onde reine a harmonia social é um exemplo concreto de empreendimento 
em prol da formação estética. Isso implica o envolvimento dos alunos em 
práticas avaliativas dessas actividades para que aprendam a apreciar, emitir 
suas opiniões.
1.2.3 Esfera laboral
Os exemplos de práticas sugeridas no âmbito de formação estética 
signifi cam proporcionar a formação de valores em relação ao trabalho que 
o aluno ou seus colegas realizaram. Essas práticas contribuem para a for-
mação laboral. Os alunos devem compreender o valor do trabalho para a 
produção da riqueza, tanto material como espiritual.
Que fazer na escola?
Na escola devem ser estimuladas e planifi cadas actividades de vária 
natureza:
• Organização e ornamentação de salas de aula;
• Acções de conservação da natureza e do meio ambiente.
Você pode continuar a refl ectir sobre o que os alunos da sua escola 
podem desenvolver. Com ajuda da Unidade 5, pode explorar muito mais 
actividades com enquadramento em diferentes projectos. 
1.2.4 Esfera moral/social e afectiva
O processo educativo conduz o ser humano à felicidade, ao bem-
estar. A consecução da felicidade e do bem-estar é possível com a integração 
O Processo Pedagógico e a Formação da Personalidade 49
do homem na comunidade em que vive. A felicidade resulta da convivência 
com os outros com que interagimos. É a satisfação que resultado contacto 
que experimentamos em cada situação. Isto resulta num bom processo de 
socialização que você aprofundou na lição 2 na Unidade 1.
Entre outros aspectos que contribuem para a felicidade e o bem-
estar do ser humano é a observância das normas de conduta, dos valores 
que regem a vida em comunidade e colectividade.
Uma das preocupações da escola deve estar centrada na educação de 
valores tais como: solidariedade, responsabilidade, vontade, convivência, 
boas maneiras.
E a sua escola?
Refl icta com colegas da escola sobre o que é possível fazer, tomando 
como base o que se faz hoje.
No domínio da esfera mora/social e afectiva é importante garantir, 
entre outros aspectos, a formação da atitude positiva em relação ao mundo, 
às pessoas, a capacidade de auto-controlo emocional. Deste modo, permite-
se que a pessoa tenha uma vida social colectiva sã e harmoniosa.
1.2.5. Esfera física/psicomotora
A formação da personalidade do aluno neste domínio tem em vista 
o desenvolvimento do esquema corporal, das capacidades motoras (movi-
mento) e de percepção. Além destes aspectos, deve-se privilegiar a forma-
ção de hábitos de higiene, de protecção da saúde.
50 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Actividade I
A formação da personalidade e das suas esferas resulta de um processo 
pedagógico, que deve ser devidamente planifi cado e organizado.
1 - Desenvolva esta ideia, produzindo uma refl exão em, pelo menos, 10 a 15 
linhas, com base na compreensão da lição acabada de estudar 
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2 - Identifi que as práticas que na sua escola contribuem para a formação de cada 
uma das esferas da personalidade.
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Saiba mais
“Pronto a enfrentar as vicissitudes da vida”
(fortitude / preparação)
Refl exão
Comentários 
Você terá compreendido a complexidade do conceito de personalidade? 
O Processo Pedagógico e a Formação da Personalidade 51
SUMÁRIO
Ao explorar o tema desta lição acabada de estudar você compreen-
deu o quanto é complexo falar da personalidade, embora no uso corrente 
do termo não pareça. Não obstante, tratar-se de unidade: a personalidade é 
uma constituição dinâmica que compreende várias esferas. Para garantir a 
formação dessa unidade, é preciso desenvolver um trabalho que incida so-
bre cada uma das esferas.
Autoavaliação 
Sobre a lição que acaba de aprender:
1. Ensaie a avaliação do desenvolvimento das esferas de personalidade dos 
seus alunos.
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2. Refl icta sobre o trabalho que na sua disciplina, turma, pode ser desenvolvido 
para potenciar o desenvolvimento da personalidade dos alunos..
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Isso leva-nos, igualmente, a compreender a complexidade do processo 
pedagógico que deve ser levado a cabo pelos professores, pela escola. Não 
é com o trabalho improvisado que se conseguem alcançar os objectivos 
de formação da personalidade, se. Para os educadores isso é importante.
52 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Informações sobre a próxima lição
Na próxima lição, você saberá mais sobre os factores que infl uenciam 
na defi nição da personalidade! Até lá!
O Processo Pedagógico e a Formação da Personalidade 53
LIÇÃO N°2 OS FACTORES QUE DETERINAM O DESEN-
VOLVIMENTO DA PERSONALIDADE
Objectivos
Ao completar esta lição, você deverá ser capaz de: 
1. identifi car os factores que determinam o desenvolvimento humano; 
2. reconhecer a infl uência de cada factor. 
1. Introdução
Que factores você considera determinantes para a formação do homem ?
Na introdução ao estudo da lição anterior sublinhámos a importância 
atribuída à educação em qualquer sociedade, comunidade; destacámos o facto 
de a educação constituir uma das preocupações centrais de qualquer comuni-
dade ou grupo humano.
Já pensou o que é que isso representa?
Pretende-se sublinhar que qualquer comunidade ou grupo humano 
adopta um conjunto de normas, regras; cria condições para que a educação dos 
seus novos membros se efective como deve ser. Isso representa, sem dúvida, 
um factor importante. Concorda?
Então, vamos iniciar a nossa refl exão sobre o assunto que lhe propomos.
Glossário
• Hereditariedade;
• Meio ambiente social
54 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
1.1. Factores e estrutura da personalidade
Na lição 1 desta Unidade 2, trouxemos algumas ideias sobre o signi-
fi cado de personalidade. Nesse esforço procurou-se esclarecer que não se 
trata de um conceito abstracto, mas sim, de algo concreto.
Mostrou-se a necessidade de proporcionar uma boa educação, pla-
nifi cada e organizada como um dos requisitos para se garantir o desenvol-
vimento.
Convém referir que a personalidade compõe um ser bio-psico-social. 
Que signifi ca? Signifi ca que a constituição da personalidade comporta as 
estruturas biológica, psicológica e social.
• Estrutura biológica tem a ver com o corpo, o organismo. Temos que 
tomar em consideração todo o processo de formação do ser humano desde a 
fecundação até ao nascimento, e todo o desenvolvimento/crescimento físico 
que se opera pós-nascimento. A partir da fecundação o novo ser (humano) 
herda as características humanas. Portanto, aqui está o factor hereditarieda-
de.
O que é a hereditariedade? É a carga genética que estabelece o poten-
cial do indivíduo, que pode ou não desenvolver-se. Diz respeito às condições 
anatómico-fi siológicas que herdamos dos nossos progenitores. Isto mostra 
a necessidade de se ter cuidado na fase de fecundação e desenvolvimento da 
gravidez. Após o nascimento, é preciso continuar a prestar muitos cuidados 
ao novo ser, porque uma boa saúde, durante o crescimento físico, constitui 
uma base para o desenvolvimento psíquico.
O Processo Pedagógico e a Formação da Personalidade 55
fi gura 2.1: Após o nascimento, é preciso continuar 
a prestar muitos cuidados ao novo ser.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/696930
Autor: Marcos Santos
O património genético defi ne a sua singularidade fi siológica e mor-
fológica, dando toda a constituição orgânica humana. Concorre também 
na determinação do temperamento que depende das variações individuais 
do organismo, concretamente a constituição física e o funcionamento dos 
sistemas nervoso e endócrino, que são em grande parte hereditários. Os 
factores biológicos têm uma infl uência forte na personalidade. Portanto, o 
padrão genético estabelecido no momento da concepção infl uencia a carac-
terística da personalidade que uma pessoa desenvolve. Basta recordar que 
as perturbações daqueles que são afectados pela disfunção do sistema ner-
voso e do sistema endócrino são um exemplo da infl uência da hereditarie-
dade. Além disso, os factores somáticos orgânicos, como a altura e o peso, o 
funcionamento dos órgãos dos sentidos podem afectar o desenvolvimento 
da personalidade.
Resumindo, a estruturabiológica tem a ver com a hereditariedade, 
crescimento físico/orgânico e maturação neurofi silógica.
• Estrutura psicológica compreende os processos, estados, qualida-
des psíquicas (v.: Módulo de Psicologia).
56 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
• Estrutura social: o meio ambiente em que cada indívíduo se encon-
tra é um dos factores de desenvolvimento.
Porquê o meio ambiente? O meio ambiente deve ser entendido como 
o conjunto de infl uências e estimulações ambientais que alteram os padrões 
de comportamento do indivíduo. Podemos citar aqui o meio natural e o 
meio social. E é deste último que pretendemos destacar a sua infl uência no 
desenvolvimento da personalidade.
A ideia de buscar fora da pessoa os elementos que explicassem o seu 
comportamento e o seu desenvolvimento vivencial teve ênfase com as teo-
rias de Rousseau, segundo o qual era a sociedade que corrompia o homem. 
Portanto, o ser humano não pode ser considerado como um produto exclu-
sivo de genes, a personalidade forma-se num processo interactivo com os 
sistemas de vida que envolvem a família, a escola, o trabalho, os grupos de 
pares, a comunidade, etc.
Figura 2.2: Segundo Rousseau, a sociedade infl uencia 
profundamente o ser humano e seu desenvolvimento.
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/
b7/Jean-Jacques_Rousseau_%28painted_portrait%29.jpg
O Processo Pedagógico e a Formação da Personalidade 57
Uma personalidade é marcada por todo o processo de socialização 
em que a família, sobretudo nos primeiros anos, assume um papel muito 
importante pelas características e qualidades das relações existentes e pelos 
estilos educativos.
As correntes comportamentalistas e da aprendizagem social enfati-
zam o papel dos estímulos do meio, dos processos de aprendizagem e dos 
modelos sociais na construção da aprendizagem e dos modelos sociais na 
construção da personalidade. De facto, interessantes pesquisas revelam que 
muitos dos comportamentos dos homens têm como causas os factores so-
ciais, para além de identifi carem a infl uência de factores geográfi cos e cli-
máticos na maneira de ser e de sentir. Portanto, a personalidade forma-se e 
desenvolve-se na e pela actividade. Por exemplo, a actividade de aprendiza-
gem que o aluno realiza contribui para o seu desenvolvimento, sobretudo 
à medida que ele vai resolvendo as tarefas colocadas pelo professor. Neste 
sentido, as exigências funcionam como estímulo ao desenvolvimento. A ne-
cessidade de o aluno resolver as tarefas, fá-lo exercitar as suas faculdades 
mentais, por exemplo, o pensar, imaginar, etc.
O meio ambiente social é regido por um sistema de normas, leis; nele 
existem valores que orientam a conduta dos seus membros. Cada membro 
de qualquer comunidade comporta-se em conformidade com esses valo-
res, normas, leis que regem a vida social. Cada um assimila e imita modelos 
de conduta de outras pessoas. Este processo não deve ser entendido como 
sendo pacífi co, mas sim, activo. A pessoa assimila conforme as suas particu-
laridades.
Actividade I
1 - A necessidade de observar cuidados desde a fecundação do ser até à 
fase de desenvolvimento pós-nascimento é para garantir a formação 
íntegra e saudável da pessoa. Comente. 
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_________________________________________________________
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58 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
2 - É correcto considerar o desenvolvimento e a formação da personalidade 
como resultado de vários factores. Explique o signifi cado desta afi rmação.
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3 - O factor meio ambiente social refl ecte-se sobretudo no processo de socia-
lização. Porquê?
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Resposta Comentada
Existem vários motivos para isso, mas podemos dizer que, após o nascimento, 1. 
os cuidados são extremamente importantes: garantir uma boa saúde, durante o 
crescimento físico, constitui uma base para o desenvolvimento psíquico.
Podemos dizer que essa afi rmação é correcta, uma vez que factores como as 2. 
estruturas biológica, psicológica e social, .possuem, cada um deles, o seu papel na 
formação da personalidade.
Porque o ser humano não pode ser considerado como um produto exclusivo de 3. 
genes: a personalidade forma-se num processo interactivo com os sistemas de vida 
que envolvem a família, a escola, o trabalho, os grupos de pares, a comunidade, 
etc. Uma personalidade é marcada por todo o processo de socialização em que a 
família, sobretudo nos primeiros anos, assume um papel muito importante pelas 
características e qualidades das relações existentes e pelos estilos educativos.
SUMÁRIO
Durante esta breve refl exão sobre os factores que contribuem para 
o desenvolvimento da personalidade está explícita a interacção de factores 
de toda a natureza : biológica, social e psicológica. A criação e organização 
O Processo Pedagógico e a Formação da Personalidade 59
de condições para que cada factor tenha contribuição positiva é uma neces-
sidade. Isso mostra a responsabilidade social da família e outras instituições 
sociais, não só para o desenvolvimento físico, mas também psíquico.
Os factores que determinam o desenvolvimento da personalidade 
devem ser concebidos na sua totalidade dinâmica. Para garantir o desenvol-
vimento da personalidade precisamos de cuidar de todos os aspectos referi-
dos na lição. Por exemplo, o cuidado que a mãe deve ter durante a gravidez, 
o meio social que deve ser proporcionado às crianças, por exemplo.
Autoavaliação 
 Sobre a lição que acaba de aprender:
1. Ensaie uma refl exão sobre o papel do meio ambiente social escolar para o 
desenvolvimento dos alunos.
2. Refl icta sobre o trabalho que na sua disciplina, turma, pode ser desenvolvido 
Informações sobre a próxima lição
Na próxima lição, você vai aprender de que forma a educação pode 
ajudar no desenvolvimento da personalidade. Nos vemos lá!
O Processo Pedagógico e a Formação da Personalidade 61
LIÇÃO N°3 A EDUCAÇÃO COMO CATALISADOR DO 
DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE
Objectivos
Ao completar esta lição, você deverá ser capaz de: 
1. reconhecer o papel da educação para a formação da personalidade; 
2. identifi car o signifi cado de aprendizagem.
1. Introdução
Com esta terceira lição estamos a encerrar o estudo de uma Unidade: a 
Unidade 2. O tema central foi basicamente a educação. Toda a infl uência exercida 
pela velha geração sobre cada membro da jovem geração resume-se na educação. 
Em determinados momentos essa infl uência parece desprovida de signifi cado. 
Isso acontece sobretudo em situações em que esse processo não é planifi cado.
O assunto que trazemos incide sobre a aprendizagem intencional. 
Porquê?
Trata-se de um processo planifi cado, uma infl uência organizada tendo em 
conta que o desenvolvimento do ser humano obedece a fases, etapas. Portanto, a 
educação que é objecto de análise nesta lição é aquela que toma em conta essas 
particularidades para potenciar a formação da personalidade.
Glossário
• Papel da educação
• Processo de desenvolvimento
• Aprendizagem
62 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
1.1. O Papel da educação e o desenvolvimento da 
aprendizagem
Vamos agora analisar o papel da educação na formação da personali-
dade humana, e tomemos como ponto de partida o próprio desenvolvimen-
to humano entendido como um conjunto hierárquico de fases ou estágios 
que se sucedem semfalhar ao longo da vida.
Desde que os psicólogos começaram a preocupar-se com o estudo 
sistemático do desenvolvimento, acumularam um conhecimento enorme 
acerca do comportamento humano em todos os níveis etários, começando 
ainda antes do nascimento. Utilizaram uma grande variedade de métodos 
de investigação para conhecer as crianças e identifi car os processos de de-
senvolvimento que nos podem dar a explicação para as mudanças de com-
portamento observado.
A formação da personalidade é, por sinal, o fi m último da acção edu-
cativa, considerando todas as adversidades de idade, de hereditariedade, da 
cultura e do ambiente social. Os psicólogos defi nem o desenvolvimento 
como a sequência das modifi cações físicas e psicológicas que se observam 
no ser humano, que acompanham a idade, desde a concepção. O desenvol-
vimento não é, assim, um patamar de chegada, mas um processo de trans-
formação ininterrupto.
A partir de um conjunto de estruturas anatómicas e de organizações 
fi siológicas, que garantem ao organismo o funcionamento elementar e a pos-
sibilidade de ter vida, operam-se no ser humano mudanças de natureza quanti-
tativa e qualitativa.
O Processo Pedagógico e a Formação da Personalidade 63
Figura 3.1: O desenvolvimento é uma sequência das 
modifi cações físicas e psicológicas que se observam no 
ser humano.
fonte: http://www.sxc.hu/photo/675061
autor: Andrew Mogridge
As mudanças quantitativas são modifi cações que se refl ectem nos 
aspectos tais como: o peso ou a altura, ou, ainda, o aumento do número de 
palavras e frases que uma criança é capaz de usar. As mudanças qualitati-
vas dizem respeito às alterações de estrutura ou organização do indivíduo, 
como a natureza da inteligência ou a forma como o pensamento funciona.
A educação sistemática e científi ca – como a que é levada a cabo 
em instituição escolar - tem de prever as fases de desenvolvimento da per-
sonalidade para planifi car, organizar as formas de infl uência. Não se deve 
deixar acontecer ao acaso esse desenvolvimento, porque aí se torna difícil 
contornar as crises, as difi culdades, os problemas que decorrem do proces-
so de desenvolvimento.
A educação incide sobre as esferas da personalidade com base na 
avaliação feita. Os resultados obtidos irão sugerir as actividades que serão 
planifi cadas e realizadas para cumprir os objectivos de desenvolvimento 
de cada aluno.
Por outras palavras, tem de se incrementar:
• a educação intelectual, planifi cando e promovendo actividades 
64 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
que estimulem o pensamento a partir de prática de investigação, 
observação do meio social e natural, o que resultará na formação 
de capacidades, habilidades, competências dos alunos;
• a educação moral, tirando proveito de conteúdos de cada disciplina 
para desenvolver valores, atitudes, organizando tarefas para desen-
volver a cooperação, a responsabilidade;
• a educação estética, permitindo o contacto com a beleza da natu-
reza; organizando pequenas exposições na escola no domínio da 
arte, poesia, por exemplo;
• a educação laboral e orientação profi ssional, valorizando a ligação 
teoria-prática, fomentando a valorização dos recursos e meios que 
a escola possui, incluindo aqueles que estão na posse dos alunos.
• a educação física, divulgando a importância do desporto para o de-
senvolvimento são da pessoa, por exemplo.
Figura 3.2: Tornar a escola um lugar de exposições de arte, 
assim como um museu, é uma forma de incrementar a 
educação estética.
fonte: http://www.sxc.hu/photo/46353
Autor: Nova
Concluindo, além das modifi cações físicas determinadas pelos factores 
bio-genéticos, o conceito de desenvolvimento abrange todas as transformações 
e os processos internos que permitem que a experiência, o conhecimento e o 
comportamento adquiram uma diferenciação e complexidade crescentes, tal 
como uma forma hierarquizada de integração, englobando todas as funções.
O Processo Pedagógico e a Formação da Personalidade 65
A partir das refl exões realizadas sobre o desenvolvimento e aprendi-
zagem, podemos destacar que, em relação à função pedagógica da escola, 
devemos ter claro que a criança não deve ser vista como um adulto em po-
tencial, mas sim como um sujeito que se constrói em interacção com a vida 
social da qual é parte. Dessa forma, como nos lembra Esteban, “Não se vai 
à pré-escola com o objectivo de se preparar para aprender”. A cada situação 
vivida, a criança realiza aprendizagens e, enquanto aprende, capacita-se para 
aprendizagens futuras. A aprendizagem é parte deste estar no mundo, é uma 
actividade indispensável à construção do ser social.
Figura 3.3: Não se deve ver a criança como um 
adulto em miniatura, mas como um sujeito que se 
constrói no dia a dia.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/602204
Autor: Anissa Thompson
Aprende-se na vida e para a vida. Não há, portanto, preparação para 
a aprendizagem, como não há preparação para a vida. Entendemos que a 
instituição educativa, vista como “obra social”, colectivamente construída 
pelos sujeitos que dela participam, poderá tornar-se, de facto, comprome-
tida com uma Pedagogia centrada na criança, quando for capaz de educar 
a todos, sem discriminação, respeitando as suas diferenças, dando conta da 
66 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
diversidade, oferecendo respostas adequadas às características e necessida-
des dos alunos, solicitando apoio de outras instituições ou de “especialistas” 
quando isso se fi zer necessário.
A aprendizagem não é, em si mesma, desenvolvimento. Mas uma cor-
recta organização da aprendizagem da criança conduz ao desenvolvimen-
to mental, activa todo um grupo de vários processos de desenvolvimento. 
E esta activação não poderia produzir-se sem a aprendizagem. Por isso, a 
aprendizagem é um momento intrinsecamente necessário e universal para 
que se desenvolvam na criança características humanas não naturais, mas 
formadas historicamente.
Tal como um fi lho de surdos-mudos, que não ouve falar à sua volta, 
continua mudo apesar de todos os requisitos inatos precisos para o desen-
volvimento da linguagem, e não desenvolve as funções mentais superiores 
ligadas à linguagem, assim todo o processo de aprendizagem é uma fonte 
de desenvolvimento que activa numerosos processos, que não poderiam 
desenvolver-se por si mesmos sem a aprendizagem.
A aprendizagem pressupõe o desenvolvimento das capacidades e 
qualidades individuais em forma de habilidades e hábitos, traduzindo-se 
no indivíduo em saber, saber ser/estar e saber fazer. Ou seja, a aprendizagem 
visa desenvolver três aspectos fundamentais da personalidade do indivíduo: 
aspecto cognitivo, aspecto afectivo e aspecto volitivo.
Actividade
Depois da leitura atenta e repetida dos conteúdos acima expostos ou de 
outras leituras complementares, vamos responder às seguintes questões:
1. Os educadores devem organizar a acção educativa tendo em conta o 
estágio de desenvolvimento da personalidade do sujeito. Porquê?
_________________________________________________________
O Processo Pedagógico e a Formação da Personalidade 67
2 - A educação incidindo sobre diferentes esferas não deve ser um trabalho 
improvisado ou ao acaso. Fundamente..
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_________________________________________________________
_________________________________________________________
Resposta Comentada
Porque é necessário planifi car e organizar as formas de infl uência.1. 
Caso de realize um trabalho improvisado, corre-se o risco de não se conseguir 2. 
contornar as crises, as difi culdades, os problemas que decorrem do processo de 
desenvolvimento.
SUMÁRIO
Desenvolvemos nesta unidade a ideia de que a tarefa da educação 
deve ser sempre a de formar o ser humano em todas as suas esferas, capa-
cidades, habilidades, atitudes, hábitos. Isso requer um trabalho metódico, 
organizado em função das necessidades e dos resultados da formação dos 
alunos em cada etapa de desenvolvimento.É importante incidir esse trabalho sobre as esferas de personalidade, 
isto é, planifi car a educação direccionada para cada uma das esferas.
O papel da educação na formação da personalidade resulta de um 
processo sistemático que não acontece ao acaso. É deste modo que se dá im-
portância particular à educação sistemática e científi ca. É preciso conhecer as 
etapas de desenvolvimento dos alunos, as necessidades de formação da sua 
personalidade para melhor planifi car as infl uências educativas.
68 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Autoavaliação 
 1. Analise a pertinência de uma educação planifi cada para o desenvolvimento 
da personalidade em todas as esferas.
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_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
2. Refl icta sobre a sua prática e a da sua escola no que concerne à planifi cação 
da educação visando as diferentes esferas da personalidade. 
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Paulo, Editora Saraiva, 1999.
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• Grácio, R. Educação e educadores. Isboa, Livros Horizonte, Biblioteca do Educador 
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• Hubert, R. História da pedagogia. São Paulo, Companhia Editora Nacional/MEC, 
Col. Atualidades Pedagógicas, vol. 66, 1976.
• Libâneo, J. C. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo, Cortez, 1998.
• Mialaret, G. As ciências da educação. 1ª ed. Lisboa, Moraes Editores, Col. Psico-
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O Processo Pedagógico e a Formação da Personalidade 69
• Pelikan, H. Pedagogia: compêndios parciais de Pädagogik, Berlin, Editora Volk 
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• Sierra Salcedo, R. A. La estratégia pedagógica, su deseño e implementacion, 
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• Veiga, A. M. Educação hoje ou a realização integral e feliz da pessoa humana. 
7ª ed. Vila Nova de Gaia, Editorial Perpétuo Socorro, Col. Obras Básicas, 2005.
• Viana, M. G. Pedagogia geral. Lisboa, 1960.
• Vigotski, L.S. Psicologia pedagógica. São Paulo, Martins Fontes, 2001.
3
A CIÊNCIA PEDAGÓGICA E A EDUCAÇÃO
Adriano Fanissela Níquice
Feliciano M. Mahalambe
Objectivos da unidade
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
1. reconhecer a necessidade e importância da Ciência Pedagógica para o 
 estudo da educação; 
2. identifi car os métodos da Ciência pedagógica; 
3. aplicar criativamente os métodos para o estudo de uma situação 
 pedagógica 
Introdução da unidade
Vamos iniciar a Unidade 3! Esta unidade é constituída por duas (2) 
lições.
Você está a iniciar uma refl exão que o levará a compreender que todo o 
conhecimento aqui discutido no seu Módulo de Fundamentos de Pedagogia é 
fruto da ciência pedagógica.
Sendo assim, está no centro da refl exão o sentido de ciência como uma 
das formas de conhecimento e interpretação da realidade. Se dizemos uma das 
formas é porque existem outras, nomeadamente o conhecimento empírico ou 
senso comum, o conhecimento fi losófi co, religioso, por exemplo.
72 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
As especifi cidades de construção desse conhecimento (científi co) 
são discutidas para melhor compreender o processo que resultou no conhe-
cimento de que agora você se apropria.
Vamos iniciar com a apresentação de objectivos.
Glossário
• Noção de ciência;
• Categorias ou conceitos chave de Pedagogia;
• Métodos de Investigação pedagógica: experimentação, observação, in-
quérito;.
• Teoria e prática;
• Técnica, arte, ciência e teoria na acção pedagógica.
A Ciência Pedagógica e a Educação 73
LIÇÃO N°1 A CIÊNCIA: UMA DAS FORMAS DE CONHE-
CIMENTO DA REALIDADE
Objectivos
Ao final desta lição, você deverá ser capaz de: 
1. identifi car o signifi cado de ciência; 
2. descrever as características de uma ciência. 
1. Introdução
Já tivemos a oportunidade de aprender e aprofundar o conteúdo das 
unidades 1 e 2 referentes à educação e sociedade e ao processo educativo e for-
mação da personalidade, respectivamente. São sinais de que o processo edu-
cativo de que temos estado a falar não se realiza empiricamente, sobretudo 
quando levado a cabo em situações institucionais escolares. Trata-se de um 
processo realizado de forma organizada, planifi cada e metódica para assegu-
rar que a educação cumpra o seu papel de formação integral da personalidade 
de cada membro da jovem geração.
Mas a educação não foi/é sempre realizada obedecendo a essas re-
gularidades. Realiza-se, muitas vezes, em situações espontâneas, isto é, não 
planifi cadas. Ao mesmo tempo, a educação é realizada empiricamente, sem 
observar leis, princípios, conhecimentos sistematizados; portanto, sem se 
basear em experiências sistematizadas pela humanidade em diferentes pon-
tos do mundo, nem as experiências acumuladas ao longo da história da evo-
lução da humanidade.
Glossário
• Ciência;
• Conhecimento científi co
74 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
1.1. Ciência e conhecimento da realidade educativa
A ciência é uma das formas de garantir a sistematização de saberes 
sobre a prática educativa.
Temos algumas experiências e/ou explicações que sustentam a dife-
rença entre a educação tradicional e a científi ca. Por exemplo, todas as ins-
tituições socializadoras educam, mas há uma particularidade em relação à 
educação levada a cabo pela instituição escolar. Essa particularidade reside 
no facto de se tratar de um processo organizado, planifi cado e sistemático.
Sabe-se, com certeza, que a educação surgiu muito antes do apareci-
mento da pedagogia. Quanto a esse pormenor importa destacar o seguin-
te: a educação surgiu com a humanidade, sempre esteve inerente à sua vida, 
no sentido de garantir a preservação, a continuidade e o desenvolvimento. 
Para que isso aconteça, uma educação feita nos moldes tradicionais, espon-
tâneos não é sufi ciente para responder aos desafi os do desenvolvimento da 
sociedade.
Quer dizer, com o desenvolvimento das sociedades e da humani-
dade, a cultura conheceu um incremento assinalável. Os conhecimentos 
aumentaram substancialmente. Os valores acumulados começaram a cons-
tituir uma preocupação no que diz respeito à transmissão à jovem geração.
Sobre o que se acaba de referir, devemos realçar que a educação tem 
de ser realizada cientifi camente. O que signifi ca?
• A educação deve ser planifi cada de modo a satisfazer continuamente 
as necessidades sociais;
• A educação deve ser um objecto e campo de pesquisa para avaliar a 
sua qualidade face aos desafi os colocados pelo desenvolvimento da co-
munidade, da sociedade; sobretudo pelo desenvolvimento constante do 
património sociocultural, técnico, tecnológico e científi co;
• Por isso, a educação deve ser dinâmica, sempre renovada assumindo 
novas características em função do tempo, do espaço, do contexto a que 
deve satisfazer.
A Ciência Pedagógica e a Educação 75
Signifi ca renovar, aperfeiçoar e desenvolver novos métodos de edu-
cação. Ainda, signifi ca proceder às escolhas sobre a educação que convém a 
um determinado grupo, contexto, o que implica diferenças entre unsgrupos 
em relação a outros. Não há uma educação-padrão, senão aquela que se ade-
qua às exigências concretas de cada realidade.
Tudo o que até então se disse resume-se num aspecto: a necessidade de 
realizar uma educação científi ca.
Estamos a dizer, por exemplo, que:
Depois do longo período de prática educativa como actividade social 
dos grupos humanos preocupados com a sua sobrevivência, surgiu a ciência 
pedagógica. A pedagogia ocupou-se da educação como seu objecto de refl exão. 
Juntamente com a pedagogia, muitas outras áreas de saber, nomeadamente 
a psicologia da educação, a didáctica, a sociologia da educação, a fi losofi a 
da educação, a história da educação, a biologia educacional, levam a cabo 
refl exões sobre o fenómeno educação. Neste estudo “cruzado”, a pedagogia 
parece ser a área científi ca que mais deve assegurar a prática educativa. Tem 
a tarefa de concretizar o que teoricamente se estuda.
Algumas preocupações decorrentes da exposição que vem sendo 
desenvolvida compreendem as seguintes questões:
• Porquê ciência?
• O que é ciência?
Exemplifi cação
• A educação deve ser estudada de forma metódica, sistemática, 
organizada;
• A educação deve ser estudada apoiando-se em outros ramos do saber 
que refl ectem, igualmente, sobre o objecto educação;
• A educação em cada contexto deve tomar em conta o particular/local, 
sem ignorar as experiências desenvolvidas pela humanidade em diferentes 
quadrantes, momentos ou etapas de desenvolvimento histórico.
76 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
1.2. A pedagogia: porquê ciência?
Qualquer área de saber tem o seu objecto de refl exão, ou seja, tem 
o seu objecto de estudo. No caso da pedagogia, é a educação. Este é um dos 
requisitos para se falar de ciência. Além disso, tem os seus próprios métodos 
que são caminhos utilizados pela ciência para alcançar o objecto de estu-
do; apresenta um sistema de conceitos/categorias em torno dos/as quais 
se desenvolve um corpo de conhecimentos sistematizados, organizados. 
Recordamos que esses conhecimentos são construídos metodicamente, são 
comprovados, testados.
Falamos de ciência quando nos referimos ao conjunto de conheci-
mentos científi cos que explicam um determinado fenómeno da realidade 
natural e/ou social. Esse conjunto de conhecimentos resulta de uma refl e-
xão profunda, rigorosa (não só) de métodos próprios. Isso mostra a possibi-
lidade de o conhecimento fornecer explicações sobre o fenómeno educação 
tomando em conta a realidade social, económica, política, cultural, isto é, 
explorando a diversidade de factores determinantes do acto educativo.
Na refl exão científi ca, a pedagogia busca experiências do passado, 
procede à reconstituição/reconstrução das práticas educativas. A ciência 
fornece essa oportunidade de estudar o passado, não apenas no sentido 
descritivo, mas mais do que isso. Quer dizer, coloca-nos nesse passado para 
melhor planifi car a prática educativa no presente e estudar as tendências das 
práticas actuais.
Retomando o ponto da nossa refl exão, a ciência é a construção de uma 
forma de apreensão/entendimento da realidade concreta, isto é, referente a um 
fenómeno, objecto de conhecimento. No caso da pedagogia, esse objecto de 
conhecimento é a educação. Portanto, a ciência consiste de um corpo de 
conhecimentos (cujas características se descrevem abaixo):
• racionais, bem fundamentados em explicações consistentes, sólidas;
• certos, prováveis e verifi cáveis, quer dizer, não só revelam a verdade 
como também são passíveis de demonstração, exemplifi cação;
• obtidos metodicamente, no sentido de se aplicarem procedimentos 
próprios para se obterem dados, informações que constituem a 
base desse conhecimento;
A Ciência Pedagógica e a Educação 77
• sistematizados, razão por que formam um sistema de ideias, ou seja: 
teoria. O sistema de ideias guarda uma estrutura lógica, coerente.
Falamos de conhecimentos científi cos em oposição, por exemplo, aos 
conhecimentos empíricos (senso comum). Quer dizer, existem formas ou 
tipos de conhecimento. Esta não é a nossa discussão neste momento. Mas 
você pode continuar a discutir este assunto com colegas, professores…
Um breve comentário elucidativo da diferença entre os dois tipos de 
conhecimentos:
• O conhecimento empírico (senso comum) é construído mediante 
a experiência do dia- a- dia, conforme as impressões que nos 
vão chegando. Por isso, algumas das suas desvantagens são as 
limitações que apresenta para esclarecer o que acontece, sobretudo 
a sua relação causal: porque acontece este fenómeno? É transmitido 
de geração em geração, sem progressos signifi cativos, o que o 
caracteriza como tradicional;
• O conhecimento científi co é construído segundo procedimentos e 
métodos adequados. Renova-se, enriquece-se, é dinâmico. O que 
prova tudo isto é o facto de ele refazer-se continuamente, refutando 
algumas teorias, elaborando outras novas.
2. MÉTODOS DA PEDAGOGIA
2.1. A Observação
A actividade pedagógica tem sido objecto de observação dos investi-
gadores, sobretudo da área da educação, incluindo os próprios professores. 
Pode ser que a observação seja originada pela curiosidade, pela insatisfação 
em relação à qualidade da educação oferecida, pelos resultados obtidos pela 
escola, pelo comportamento inadequado dos alunos e professores, pelo fra-
co desempenho dos funcionários da educação.
Os investigadores educacionais dedicam o seu tempo à observação 
sistemática, planifi cada, para recolherem dados referentes à área em causa. 
Não se planifi ca a observação só quando se trata de aspectos negativos. Po-
demos elaborar um plano de observação para recolher experiências boas de 
uma prática educativa de uma instituição escolar.
78 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
A observação é usada para registar o produto dos alunos em ambien-
te escolar: o trabalho pedagógico dos professores ou então qualquer outra 
actividade curricular ou co-curricular, a forma como os membros da comu-
nidade trabalham em prol de desenvolvimento da instituição escolar.
Figura 1.1: A observação é usada para registar o produ-
to dos alunos em ambiente escolar.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/420824
Autor: Dan Mcdonald
2.2 A Experimentação pedagógica
No método de observação procuramos demonstrar em que situa-
ções ela pode ser usada e os objectivos diversos a que responde.
Pode-se dar o caso de, a partir da observação, ter-se constatado uma 
experiência boa desenvolvida por um grupo de professores num determina-
do contexto. Os pesquisadores educacionais podem pretender desenvolvê-
la numa outra escola. Ou então, a partir de resultados fracos, pode-se pro-
curar uma saída desenvolvendo novos métodos, ensaiando novas técnicas, 
novos recursos com o objectivo de testar a sua efi ciência. Ainda, pode-se 
tratar de comprovar uma teoria. Todos esses exemplos explicitam o conte-
údo da experimentação pedagógica.
A Ciência Pedagógica e a Educação 79
Quer dizer, antes de generalizar a utilização de qualquer técnica, mé-
todo, estratégia concebido/a, inovação, importa provar a sua efi ciência pro-
cedendo à experimentação pedagógica.
2.3. O Inquérito
Os métodos da Ciência Pedagógica em análise complementam-se no 
estudo da educação. Quer dizer, através de um único método é difícil apro-
fundar determinados estudos ou pesquisas. A partir dos outros métodos 
pode acontecer que algum aspecto não tenha sido devidamente aprofun-
dado. Outro aspecto relacionado com os outros métodos é que geralmente 
abrangem pequenas amostras da população.
Por exemplo, podemos planifi car a observação, realizar a experimen-
tação com grupos pequenos de sujeitos, turmas, numa determinada escola. 
Mas não podemos fazer um estudo que possa abranger grande amostra de 
população (alunos, professores, encarregados de educação, etc.). Então, re-
corremos a outro método para fazer estudos que envolvam muitas pessoas.
Actividade I
Depois da leitura atenta e repetida dos conteúdos acima expostos ou deoutras leituras complementares, vamos responder às seguintes questões:
1. Justifi que por que razão a pedagogia é uma ciência.
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
80 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
SUMÁRIO
Desenvolvemos nesta lição o signifi cado de ciência aplicado à peda-
gogia. A necessidade de conhecimento do processo educativo levou os edu-
cadores ou investigadores a desenvolverem métodos próprios, que garan-
tem a produção do conhecimento científi co. É graças a esse conhecimento 
científi co que se pode planifi car correctamente a educação. No emprego 
dos métodos de investigação pedagógica é preciso ter em conta as especifi -
cidades dos fenómenos e processos a estudar.
2 - Fundamente a importância dos métodos de investigação pedagógica no es-
tudo do processo educativo..
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
3 - Indique a particularidade do uso da observação pelo professor na investiga-
ção pedagógica.
_________________________________________________________
_________________________________________________________
Resposta Comentada
Entre outros motivos, a pedagogia é uma ciência porque possui um objeto a ser 1. 
estudado, um conjunto de conhecimentos e métodos a serem aplicados na busca 
desse conhecimento.
Os investigadores educacionais dedicam-se à observação sistemática, planifi cada, 2. 
para recolherem dados referentes à área em causa, já que não se planifi ca a 
observação só quando se trata de aspectos negativos. Pode-se elaborar um plano 
de observação para recolher experiências boas de uma prática educativa de uma 
instituição escolar..
A observação é usada para registar o produto dos alunos em ambiente escolar.3. 
A Ciência Pedagógica e a Educação 81
Informações sobre a próxima lição
Na próxima lição, vamos aprender sobre como a Pedagogia alcançou 
o estatuto de que dispõe hoje: Ciência da Educação. Até lá!!
Autoavaliação 
Faça uma refl exão sobre a importância da utilização de métodos científi cos 
na Educação.
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
82 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
A Ciência Pedagógica e a Educação 83
LIÇÃO N°2 O PERCURSO DA PEDAGOGIA PARA CHE-
GAR AO ESTATUTO DE CIÊNCIA – SUA IMPORTÂNCIA
Objectivos
Ao completar esta lição, deverá ser capaz de: 
1. descrever a trajectória da pedagogia para chegar ao estatuto de ciência, 
 interpretando as transformações ocorridas 
2. reconhecer a importância da pedagogia. 
1 – Introdução
Já afi rmámos que a educação é tão velha como o próprio homem, ou sim-
plesmente, como a própria humanidade. Sempre se educou o homem para poder 
preservar a espécie humana, a sua cultura. Está, por detrás disso, a importância e a 
necessidade de dominar a natureza.
Inicialmente, esse processo parecia despreocupado. Porquê? O facto de se 
ter educado o primeiro homem para poder sobreviver através de actividades tais 
como a caça e a recolecção, por exemplo, parecia não ser necessário refl ectir sobre 
o para quê, porquê da prática educativa.
Então, vamos iniciar a nossa refl exão sobre o assunto que lhe propomos.
Figura 2.1 : Para o homem primitivo, o porquê da educação não parecia ser 
importante.
Fonte : http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/33/Neanderthals_-_
Artist%27s_rendition_of_Earth_approximately_60%2C000_years_ago.jpg
84 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Glossário
• Teoria e Prática;
• Refl exão
Nessa refl exão sobre a educação – um processo longo – começaram 
a ser colocados aspectos fi losófi cos da educação, por um lado, e aspectos 
científi cos, por outro.
Educou-se tendo em conta a orientação das jovens gerações para 
uma vida ideal, desejada e, portanto, a ser planifi cada. Aqui residem os as-
pectos fi losófi cos.
Educou-se, igualmente, com base nos conhecimentos produzidos nos 
outros domínios do saber, por exemplo, a psicologia, a biologia, entre outros.
1.1. Pedagogia: ciência, arte ou técnica?
Afi rmámos nos primeiros parágrafos desta unidade o facto de a edu-
cação ter surgido com a humanidade. Tardiamente surgiu a pedagogia. Ain-
da, no domínio das ciências, sabe-se que a fi losofi a é a ciência-mãe. Dela 
surgiram muitas outras, incluindo a pedagogia.
Figura 2.2: A Filosofi a é considerada a ciência-mãe das 
demais ciências.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1022921
Autor: Kristian Stokholm
A Ciência Pedagógica e a Educação 85
Hoje a pedagogia é uma ciência independente; independente no sen-
tido de ter o seu objecto de estudo, os seus métodos de investigação, as suas 
categorias chave. Como ciência, mantém uma relação com outras ciências 
afi ns, nomeadamente as da educação.
Importa sublinhar que o que é a pedagogia hoje resulta de um longo 
processo de refl exão e desenvolvimento do pensamento pedagógico.
• Inicialmente, a pedagogia foi entendida como arte de educar;
• Num estágio posterior, fi cou conhecida como técnica de educar;
• Finalmente como teoria, ciência e prática de educar.
Relacionando essas concepções com o que deveria ser um educador, 
eis algumas considerações:
a. A visão de arte.
O educador é uma pessoa capaz de realizar a sua tarefa se tiver dom 
ou vocação de educar. Parece não ser indispensável a formação ou prepara-
ção profi ssional do educador. Quer dizer, inspirando-se na experiência, o 
educador é dotado de iniciativa para organizar situações educativas.
b. A visão de técnica.
O educador recebe uma preparação durante a qual adquire um corpo 
de conhecimentos para o exercício da actividade educativa. Nisto, o educa-
dor serve-se de um leque de conhecimentos, de regras, princípios que deve 
aplicá-los de forma linear e uniforme em todas as situações educativas. Os 
conhecimentos adquiridos não são senão “receitas” feitas, prontas para se-
rem aplicadas indistintamente.
c. A visão de teoria, de ciência, de prática.
Para exercer a sua actividade, o educador necessita, entre outros as-
pectos, de uma teoria que esclareça leis, regras, princípios, etc., que ajudem 
a desenvolver o trabalho. Precisa, igualmente, de conhecimentos científi -
cos (que não são empíricos) que sirvam de fundamento da acção, sujeitos 
à comprovação permanente. A prática não se reduz à aplicação “cega” da 
teoria, mas sim requer uma aplicação refl exiva.
86 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Em cada momento de actuação questionamos a validade, a pertinên-
cia, a relevância de uma teoria, o que implica a possibilidade de aplicar uma 
e não outra teoria, um procedimento e não outro, uma técnica e não outra.
Neste sentido, a teoria e a prática infl uenciam-se recíproca e dialecti-
camente. Fica claro que uma teoria que não subsidie a prática é praticamen-
te inútil, e uma prática que não se apoie em teoria cai num puro empirismo, 
e resulta numa acção infundada.
Como conciliar as três concepções?
• O educador não será artista?
• O educador não precisa de técnica?, como elementos integrantes da 
formação teórica, científi ca e prática?
Multimídia
Discuta com os seus colegas e professores
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1156284
Autor: Raja R
A Ciência Pedagógica e a Educação 87
1.2. A importância e a necessidade da Pedagogia
• Fica claro que a educação como acção exercida pelos adultos sobre a jo-
vem geração não é um processo fácil. Torna-se ainda mais complexo 
com o desenvolvimento social que vai exigindo mais capacidades 
de adaptação e integração do homem no seu grupo;
• Fica claro ainda que garantir o desenvolvimento do homem é uma ta-
refa não só difícilmas também complexa, se se pretende uma educa-
ção mais completa e adequada às exigências da sociedade;
• Assim, estamos cientes de que garantir o desenvolvimento do homem, 
proporcionando-lhe uma educação de qualidade, exige um trabalho 
pedagógico mais elaborado (e não só), mais renovado e dinâmico, so-
bretudo nos seus métodos, no seu conteúdo. Isso exige exercício 
de refl exão que é essencialmente a tarefa e missão da ciência pe-
dagógica; tarefa de refl exão cujo âmbito não se restringe apenas 
à acção educativa, mas também se estende a outros domínios ou 
âmbitos de conhecimentos, nomeadamente da sociedade, do indi-
víduo (criança e adulto);
• A refl exão sobre a educação enquanto tarefa e missão da pedagogia 
deve conduzir os pedagogos (professores e profi ssionais da educação) 
à adopção de medidas concretas de intervenção no trabalho educativo 
(prática) como exercício de aplicação da sabedoria (teoria) que se tra-
duz numa prática mais concreta e visível.
Isto tudo resume-se no conjunto de conhecimentos válidos que a 
pedagogia proporciona aos educadores, a quem cabe saber que o trabalho 
pedagógico não se funde numa acção desprovida de conhecimento científi -
co (teoria pedagógica).
88 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Actividade 
1 - Podemos afi rmar que as diferentes visões sobre a pedagogia como arte, 
como técnica, como prática, complementam-se. Justifi que, demonstrando. 
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
2 - Com o desenvolvimento da ciência pedagógica, os educadores (professores) 
têm à disposição um instrumento para o exercício da sua atividade. Argumente.
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
SUMÁRIO
Esta unidade levou-nos a compreender o processo de construção do 
conhecimento sobre a educação. Trata-se de conhecimento científi co, bem 
sistematizado elaborado a partir de métodos próprios usados pela Pedagogia.
O trabalho educativo regista cada vez melhorias graças aos resulta-
dos obtidos através da actividade de pesquisa no campo de educação. Os 
resultados levam os educadores a refl ectir sobre a sua prática, buscam expli-
cação, adequam continuamente a educação às exigências de cada sociedade, 
numa determinada época histórica.
A Ciência Pedagógica e a Educação 89
Autoavaliação 
Depois de ter feito o estudo desta Unidade, refl icta sobre o trabalho pedagógico 
que a sua escola realiza, tendo em conta a planifi cação científi ca da educação. 
a. Para isso, parta da análise da prática no uso dos métodos da Pedagogia para 
a planifi cação, orientação do trabalho pedagógico na escola.
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
b. Discuta com os colegas da escola a necessidade e a possibilidade de iniciar 
práticas refl exivas sobre o trabalho educativo na escola a partir dos métodos 
aprendidos. 
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Paulo, Editora Saraiva, 1999.
• Cambi, F. História da pedagogia. São Paulo, Editora UNESP, 1999.
• Gadotti, M. História das ideias pedagógicas, São Paulo, Editora Ática, 2008.
• Grácio, R. Educação e educadores. Isboa, Livros Horizonte, Biblioteca do Educador 
Profi ssional, 1967.
• Hubert, R. História da pedagogia. São Paulo, Companhia Editora Nacional/MEC, 
Col. Atualidades Pedagógicas, vol. 66, 1976.
• Libâneo, J. C. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo, Cortez, 1998.
90 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
• Mialaret, G. As ciências da educação. 1ª ed. Lisboa, Moraes Editores, Col. Psico-
logia e Pedagogia, 1976.
• Pelikan, H. Pedagogia: compêndios parciais de Pädagogik, Berlin, Editora 
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• ______. Pedagogia: uma colectânea de escritos pedagógicos, Berlin, Edito-
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• Ponce, A. Educação e luta de classes. Lisboa, Editorial Vega, 1979.
• Savin, N. V. Fundamentos generales de la pedagogia, La Habana, Editorial 
Pueblo y Educacion, 1977.
• Sierra Salcedo, R. A. La estratégia pedagógica, su deseño e implementacion, 
La Habana, Editorial Pueblo y Educacion, 2008. 
• Veiga, A. M. Educação hoje ou a realização integral e feliz da pessoa 
humana. 7ª ed. Vila Nova de Gaia, Editorial Perpétuo Socorro, Col. Obras Básicas, 
2005.
• Viana, M. G. Pedagogia geral. Lisboa, 1960.
• Vigotski, L.S. Psicologia pedagógica. São Paulo, Martins Fontes, 2001.
4
OS MÉTODOS DE EDUCAÇÃO
Adriano Fanissela Níquice
Feliciano M. Mahalambe
Objectivos da unidade
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
1. classifi car os métodos de educação; 
2. identifi car a essência de cada grupo de métodos; 
3. descrever as actividades concretas em cada grupo de métodos. 
Introdução da unidade
Vamos iniciar a Unidade 4! Esta unidade é constituída por duas (2) lições
Você iniciou o estudo do Módulo com a Unidade Educação e Sociedade. 
Estudou sucessivamente outras Unidades: O Processo educativo e a Formação da 
Personalidade; A Ciência Pedagógica e a Educação. 
Agora está a iniciar a Unidade 4: Os Métodos de Educação. Terminará o 
seu Módulo com a Unidade 5: Acção e Prática educativa na Escola.
O que signifi ca este percurso?
Você iniciou o seu percurso com aspectos ou temas muito gerais da Peda-
gogia. À medida que se aproxima do fi m do Módulo, apresentamos-lhe aspectos 
mais práticos/concretos.
92 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Você está a estudar este Módulo para lhe ser útil no trabalho educativo. 
Para isso, precisa de aprender alguns métodos que lhe serão úteis na intervenção 
pedagógica.
Glossário
• Método de educação
• Procedimentos metódicos;
Os Métodos de Educação 93
LIÇÃO N°1 O SIGNIFICADO DE MÉTODO DE EDUCAÇÃO
Objectivos
Ao final desta lição, você deverá ser capaz de: 
1. defi nir o Método de educação por próprias palavras; 
2. descrever o método de educação. 
1. Introdução
Qualquer actividade que se pretende bem-sucedida requer uma cer-
ta organização. É preciso criar condições organizando os recursos, meios 
que vão contribuir para o sucesso da actividade. É preciso, ainda, prever as 
actividades que cada actor irá desenvolver, os passos ou os momentos que 
serão observados. Tudo isso compreende o método.
Quer dizer, precisamos de ordenar todos os passos que vão garantir a 
aprendizagem, isto é, a concretização do plano de educação.
Vamos analisar o signifi cado do método.
Glossário
• Método de educação;
• Procedimentos metódicos
2 . O lugar do método na prática da educação
Na prática educativa o método ocupa um lugar importante. Cons-
titui um instrumento de intervenção ao serviço do professor ou educador, 
para educar, formar a jovem geração. 
94 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
O sucesso da prática educativa, que se resume nos aspectos estuda-
dos anteriormente, entre os quais, a formação integral da personalidade com 
todas as esferas bem desenvolvidas, depende muito de como se organiza o 
processo pedagógico ou educativo. A organização inclui a forma como se es-
truturam as acções, isto é, o método, ou simplesmente o caminho escolhido 
que se revela adequado numa determinada situação.
Os métodos de educação (também pedagógicos) compreendem 
toda a organização econcretização da intervenção do educador/professor. 
Isso signifi ca:
• Observar a teoria aprendida que recomenda como agir, fazer (por 
exemplo, os modelos de prática educativa) (v: Unidade 5);
• Seguir os princípios, as leis que regem a formação da personalidade;
• Ter em conta as condições concretas, isto é, as particularidades dos 
alunos: idade, nível de desenvolvimento, experiências.
Portanto, o método de educação ou pedagógico são as formas esco-
lhidas pelas quais o professor planifi ca, organiza e leva a cabo o seu plano de 
formação da jovem geração, observando as condições concretas em que a 
acção educativa se realiza.
A respeito da escolha do método educativo, importa salientar que o 
progresso registado na prática educativa é o resultado da pesquisa sistemáti-
ca e da experimentação sobre a efi cácia deste. Convém assinalar a evolução 
registada, porque a educação levada a cabo antes do desenvolvimento das 
ciências, tais como a psicologia, não foi organizada adequadamente.
A escolha do método toma em consideração os objectivos a alcançar, 
que se traduzem nas qualidades a desenvolver nos alunos. Os métodos su-
gerem, deste modo, o modo como o professor e os alunos se envolverão nas 
actividades planifi cadas.
Os Métodos de Educação 95
Actividade 
1. Com base no estudo que acaba de realizar, defi na, por suas palavras, o 
método de educação..
_________________________________________________________
_________________________________________________________ 
2. Diga o que justifi ca a escolha de um método de educação
_________________________________________________________
_________________________________________________________ 
SUMÁRIO
O método de educação surge exactamente para responder à neces-
sidade de formar o aluno, sendo, por isso, a forma ou o caminho escolhido 
pelo professor para intervir na prática educativa. A efectivação dessa inter-
venção depende, entre outros aspectos, das particularidades dos alunos 
(idade, experiências, etc.) e dos objectivos que se pretendem atingir.
Autoavaliação 
1 – Avalie a importância dos métodos em sua prática pedagógica diária.
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96 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Informações sobre a próxima lição
Na Lição 2 dessa Unidade, você vai aprender mais os métodos usa-
dos na Educação. Nos vemos lá !!
Os Métodos de Educação 97
LIÇÃO N°2 A CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS E A ORGA-
NIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES
Objectivos
Ao completar esta lição, você deverá ser capaz de: 
1. classifi car os métodos de educação; 
2. identifi car a essência de cada grupo de métodos;
3. descrever as actividades concretas em cada grupo de métodos.
1. Introdução
Você se recorda dos comentários introdutórios da lição anterior? Fi-
zemos referência à necessidade de organização dos passos, dos momentos, 
das actividades, na planifi cação de método pedagógico.
Nesta lição propõe-se refl ectir sobre os diferentes métodos à dispo-
sição do educador/professor na sua prática educativa. Não existe um único 
método, senão um conjunto de métodos que podem ser classifi cados e agru-
pados conforme algumas particularidades e semelhanças. Nesta refl exão 
destaca-se o aspecto sobre que incide um determinado método de educação.
Glossário
• Actividade
• Consciência
A refl exão feita na lição nº 1 desta unidade levou-nos a compreender 
o valor do método. Vimos, igualmente, que é preciso planifi car o uso do mé-
todo tendo em contas as qualidades e/ou os objectivos que se pretendem 
alcançar, e isso tem a ver, por seu turno, com as esferas da personalidade.
O método aponta ou sugere procedimentos que nos permitem alcan-
çar a esfera x da personalidade.
98 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
A proposta de classifi cação contempla dois grupos de métodos:
• Pertencem ao primeiro grupo os métodos de formação de conduta 
social. Quer dizer, o grupo de métodos que moldam a maneira de 
ser e agir dos alunos em situações concretas da vida.
• Pertencem ao segundo grupo os métodos de formação da consci-
ência. Este grupo desenvolve a visão clara do mundo para melhor 
agir nesse mundo. Constitui preocupação central a necessidade de 
os alunos aprenderem a refl ectir o mundo real e concreto em que 
se encontram.
Figura 2.1: O método aponta ou sugere procedimentos que nos 
permitem alcançar a esfera x da personalidade.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1041242
Autor: Svilen Milev
1.1. A organização das actividades
O que assegura a concretização do método são as actividades pla-
nifi cadas, que respondem às necessidades dos intervenientes no processo 
educativo.
Por exemplo, no que concerne ao primeiro grupo de métodos – de 
formação da conduta social –, convém planifi car situações educativas que 
levam os alunos a agir, a experimentar. Isso concretiza-se com a planifi ca-
Os Métodos de Educação 99
ção de tarefas que os alunos realizam. Na realização dessas tarefas os alunos 
assumem responsabilidades, entram em contacto com vários interlocuto-
res, incluindo seus colegas e outros membros da comunidade educativa (v: 
Unidade 5).
Em relação ao segundo grupo de métodos, é importante organizar ac-
tividades tais como: palestras sobre temas importantes, debates, discussões.
Actividade 
Analise as actividades pedagógicas e educativas em curso na sua instituição 
escolar. 
1. Comente a contribuição que têm para a formação da conduta social dos 
alunos e da formação da consciência.
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2. Com base nos acontecimentos, factos, do local onde se situa a sua escola, 
proponha temas que podem ser planifi cados para debates, palestras.
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100 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Autoavaliação 
Depois de ter estudado esta Unidade 4:
1. Como pensa aplicar esta aprendizagem na turma onde você é director? Ou 
numa das turmas onde você lecciona?
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2. Forme um grupo de alunos para esboçar um plano de desenvolvimento de 
actividades que proporcionem a formação da conduta e da consciência.
SUMÁRIO
Esta Unidade levou-nos a refl ectir sobre um dos temas importantes que 
constituem o módulo de Fundamentos de Pedagogia. Este tema permite-nos 
pensar seriamente no trabalho que desenvolvemos: precisa de ser planifi cado 
com cuidado, porque este passo é um dos alicerces de garante do sucesso. 
Signifi ca que uma prática educativa mal planifi cada não garante suces-
so. O bom educador é bom planifi cador de procedimentos de intervenção na 
sua prática educativa. A base de todo esse trabalho é saber observar e carac-
terizar os seus alunos. O objectivo de tudo isso é compreender o grau da sua 
maturidade, estabelecer metas de desenvolvimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Pelikan, H. Pedagogia: compêndios parciais de Pädagogik, Berlin, Editora Volk und 
Wissen, 1978.
Os Métodos de Educação 101
• ______. Pedagogia:uma colectânea de escritos pedagógicos, Berlin, Editora Volk 
und Wissen, 1983.
• Savin, N. V. Fundamentos generales de la pedagogia, La Habana, Editorial Pueblo y 
Educacion, 1977.
• Sierra Salcedo, R. A. La estratégia pedagógica, su deseño e implementacion, La 
Habana, Editorial Pueblo y Educacion, 2008. 
5
ACÇÃO E PRÁTICA EDUCATIVA NA ESCOLA
Adriano Fanissela Níquice
Feliciano M. Mahalambe
Objectivos da unidade
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
1. reconhecer o signifi cado de comunidade educativa; 
2. identifi car os membros intervenientes da comunidade educativa; 
3. descrever os cenários, modelos de práticas educativas na escola; 
4. analisar criticamente as práticas educativas vigentes na escola;
5. avaliar o desempenho da instituição escolar na constituição da comuni 
 dade educativa.
Introdução da unidade
Vamos iniciar a Unidade 5! Esta unidade é constituída por duas (2) 
lições
Além dos conceitos que você vai aprofundar e explorar nesta Unidade, 
você vai igualmente refl ectir sobre o que a sua organização escolar é capaz de fa-
zer no seu dia-a-dia, a cultura própria que procura desenvolver.
Você terá uma base científi ca de apoio para questionar determinadas prá-
ticas que decorrem do processo educativo na escola. A fi nalidade dessa refl exão é 
estimular o debate para se criar um clima favorável ao desenvolvimento da liber-
104 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
dade, autonomia, participação. Para esse efeito, a criação da comunidade educati-
va constitui uma estratégia para a mobilização dos intervenientes para assumirem 
compromissos em relação ao trabalho educativo na escola.
Glossário
• Comunidade educativa
• Prática educativa;
• Modelos de práticas educativas
• Valores;
Acção e Prática Educativa na Escola 105
LIÇÃO N°1 ACÇÃO E PRÁTICA EDUCATIVA NA ESCOLA – 
FUNDAMENTOS
Objectivos
Ao completar esta lição, você deverá ser capaz de: 
1. reconhecer o signifi cado de comunidade educativa;
2. identifi car os membros intervenientes da comunidade educativa; 
1. Introdução
Fala-se hoje de uma escola aberta à comunidade. Com isso, preten-
de-se ressalvar um aspecto importante de uma educação nos tempos actuais 
de democracia, de direito de participação. Não se admite mais uma atitu-
de contemplativa dos membros da comunidade em relação ao trabalho da 
escola. Propõe-se e exige-se que todos participem na melhoria da vida da 
escola.
Em cada contexto escolar deve-se potenciar o envolvimento da co-
munidade educativa.
Glossário
• Comunidade educativa;
• Prática educativa
1.1. Comunidade educativa da escola: busca de signifi -
cado
Todas as instituições de socialização, incluindo a escola, estão empe-
nhadas na formação da jovem geração. Esse trabalho tem uma importância, 
designadamente a preservação da cultura, continuidade e desenvolvimento des-
se património.
106 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
O trabalho da escola, a sua prática, tem de orientar-se por esses ide-
ais. O trabalho da escola não deve assumir um papel neutro, mas defender e 
perseguir uma determinada visão sobre o homem que se pretende formar.
Assim, a acção constitui essa forma de resposta às exigências que são 
colocadas à escola pela sociedade. As acções são procedimentos que estrutu-
ram as nossas actividades.
A prática, também conhecida por práxis, representa o momento de 
aplicação da teoria na efectivação das actividades. Não agimos cegamente, 
mas guiados pelo conhecimento científi co. Nesse exercício da prática o edu-
cador/professor refl ecte sobre o seu trabalho, procura registar progressos, 
difi culdades; redefi ne objectivos, restabelece metas.
A escola é uma das instituições sociais que garante a formação da jo-
vem geração. O seu trabalho inspira-se no modelo da sociedade em que se 
encontra.
Figura 1.1: A escola é uma das instituições sociais que garante 
a formação da jovem geração.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1182265
Autor: Guillermo Ossa
Não há uma educação neutra, toda a prática educativa responde às 
necessidades e exigências de uma sociedade concreta. Fazem parte da so-
ciedade as instituições sociais ou agentes socializadores, sendo a escola uma 
delas. Cada instituição tem o seu papel a desempenhar. Por exemplo, quan-
do falamos da formação e desenvolvimento da personalidade que cada so-
ciedade reclama e projecta, esse sonho transforma-se em realidade graças 
ao trabalho desenvolvido por cada instituição social. A escola é uma dessas 
instituições cujo papel é de extrema importância. Porquê? 
Acção e Prática Educativa na Escola 107
Não subvalorizamos o papel das outras instituições, mas o caso especí-
fi co da escola tem a ver com o desenvolvimento de uma educação sistemática, 
organizada, realizada com um suporte teórico-metodológico. Obedece a princí-
pios, leis, normas, fundamentados cientifi camente. Mas não deve ser um motivo 
para se realizar um trabalho isolado. Analisaremos este assunto no ponto 2.
A escola tem bases científi cas para educar bem, mas com apoio de 
outras instituições. Por isso, desenvolveremos entre outros termos ou ex-
pressões o de comunidade educativa, que deve ser um dos suportes impor-
tantes para uma acção e prática educativa mais relevante e efi caz.
Além do esforço que fazemos no sentido de mostrar (com o estudo 
desta unidade) que os grandes ideais da sociedade se concretizam através 
do trabalho concreto de cada instituição, é nossa intenção mostrar que, se 
esses ideais não se concretizam, eles se transformam em utopia. Isso suge-
re que passemos da teoria à prática, quer dizer, quando planifi camos o que 
queremos, o tipo de jovens e homens que pretendemos formar tem de rea-
lizar-se na prática.
O trabalho da escola situa-se no nível prático-concretizador. Não va-
lerá a pena tudo o que aprendemos se não nos servir no nosso dia-a-dia da 
nossa prática pedagógica. Portanto, a prática pedagógica tem de refl ectir-se 
no trabalho transformador traduzido no esforço dos professores, no que pu-
derem fazer construtivamente. O esforço dos professores realiza-se também 
na mobilização da acção da comunidade, isto é, na busca de sinergia: fazer 
com que todos se unam para os mesmos objectivos.
Figura 1.2: Sinergia: fazer com que todos se 
unam para os mesmos objectivos.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1071781
Autor: Ilker
108 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
SUMÁRIO
A lição que acaba de estudar mostra a importância da comunidade 
educativa constituída por diferentes intervenientes na vida escolar. Isto 
mostra a necessidade de se ter muito em conta o trabalho conjunto da esco-
la e os membros da comunidade onde ela se localiza. A ideia que se preten-
de transmitir de uma escola aberta à comunidade.
Actividade 
1. A comunidade educativa é um dos suportes para a realização de educação 
escolar. Justifi que. 
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2. Relate uma experiência de mobilização da comunidade para o seu envolvi-
mento nos projectos da escola.
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Acção e Prática Educativa na Escola 109
Autoavaliação 10
Faça uma refl exão sobre o papel da comunidade na formação das novas gera-
ções, enfatizando a importância de sua atuação conjunta com a escola.
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Informações sobre a próxima lição
Na próxima lição, você vai saber mais sobre como a escola pode ser 
umespaço de participação e integração da comunidade. Até lá!
110 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Acção e Prática Educativa na Escola 111
LIÇÃO N°2 TRABALHO EDUCATIVO DA ESCOLA E 
PARTICIPAÇÃO: PROPOSTA DE ACÇÕES
Objectivos
Ao completar esta lição, deverá ser capaz de: 
1. descrever os cenários, modelos de práticas educativas na escola; 
2. analisar criticamente as práticas educativas vigentes na escola;. 
3. avaliar o desempenho da instituição escolar na constituição da comuni 
 dade educativa. 
1. Introdução
Apesar de a teoria pedagógica fornecer-nos bases científi cas para organizar 
a prática educativa, cada instituição leva a cabo essa prática diferentemente das 
outras.Pode considerar esse aspecto para analisar o que se passa na sua escola, na 
sua comunidade.
 Na lição anterior sublinhámos a necessidade de a escola manter-se aberta, 
envolvendo muitos grupos sociais no seu trabalho educativo. Um dos aspectos 
que deve ser discutido é: Como deve ser a educação dos jovens da nossa escola? Isso 
permite que haja espaço de diálogo entre os envolvidos. Esta é uma das formas 
adequadas para uma prática participativa.
Glossário
• Modelos de práticas educativas;
• Valores
Iniciemos a nossa refl exão com a seguinte questão:
• Como tem sido o trabalho educativo na/da escola? Qual tem sido a par-
ticipação da comunidade?
112 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Pretendemos discutir as possibilidades de (a) criação de condições (cli-
ma), dentro da escola, que fortaleçam o trabalho de formação da personalidade 
dos alunos, (b) o envolvimento de outras instituições na prossecução dos ob-
jectivos traçados pela escola no seu plano educativo, isto é, no desenvolvimento 
de uma estratégia de mobilização da comunidade, (c)a valorização e o aproveita-
mento das potencialidades existentes na comunidade.
• Em relação à criação de condições (clima), é importante considerar a ne-
cessidade de desenvolver uma cultura escolar que forme hábitos, valo-
res e fomente certas tradições;
• No que concerne ao envolvimento de outras instituições, faz-nos recordar 
o signifi cado da educação como processo. Não é só o facto de se realizar 
ao longo da vida, mas também por envolver muitas instituições.
Colocam-se questões a respeito desses pontos acima trazidos. As 
questões são:
• Que plano existe nas nossas escolas para se concretizarem essas intenções, 
nomeadamente a busca de envolvimento da comunidade?
• Que tradições, hábitos, valores, promovem as nossas escolas?
Conhecemos situações em que a escola é um espaço privado, ou seja, 
vedado à comunidade. Isso vai contra esforços no sentido de tornar a escola um 
espaço aberto à comunidade, e contra orientações para fazer da escola uma base 
para o povo tomar o poder (Samora Machel). Muitos documentos normativos que 
regem o nosso sistema de educação mostram claramente essa preocupação.
Quer-se uma escola pública onde a comunidade tenha o seu papel a de-
sempenhar, onde possa desenvolver muitos eventos de natureza sociocultural e 
política.
O que temos feito em prol disso?
Como a escola pode ser uma comunidade educativa?
A escola precisa de desenvolver uma cultura de participação, de demo-
cracia. Fomentando essa cultura, a escola promove outros valores indispensáveis 
para a educação de hoje. Para ilustrar, mencionamos alguns exemplos.
Acção e Prática Educativa na Escola 113
• As pessoas aprendem a partilhar metas, e, portanto, a planifi car em con-
junto, a negociar e toma decisões;
• As pessoas aprendem a dialogar, a conviver e desenvolver atitudes posi-
tivas em relação às outras.
 
Figura 2.1: A escola precisa ser um lugar de democracia!
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1191195
Autor: Gullermo Ossa
Quando a escola se abre à comunidade cria um espaço de intercâmbio; 
nisso há vantagens para ambas as partes: tanto a escola como a comunidade tiram 
dividendos.
• A escola benefi cia-se do apoio da comunidade, amplia espaços para de-
senvolver seus projectos educativos;
• A comunidade, por seu turno, terá a escola como agente de mudança 
e a assumir o papel de liderança na realização de tarefas integradas em 
diferentes projectos educativos.
A escola pode levar a cabo vários PROJECTOS educativos, uns de âmbito 
ou plano social e assistencial. Os alunos, quando bem organizados, podem realizar 
actividades de carácter social, por exemplo, serviços de apoio a pessoas necessita-
das, idosos, incapacitados.
Outros PROJECTOS podem estar voltados para problemas do meio am-
biente: participar e promover campanhas de plantio de árvores; promover acções 
114 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
para diminuir os efeitos da poluição, da destruição dos recursos naturais.
Ainda, alguns PROJECTOS podem responder a necessidade de viver em 
locais bem conservados, ornamentados. Isso situa-se no plano estético.
Uma série de actividades nesses diferentes planos proporciona a formação 
dos alunos não só no domínio de conhecimentos, habilidades, mas também no 
domínio de valores. A escola deixa de ser transmissora de valores para ser um es-
paço onde se vivem valores.
As actividades contribuem para a formação dos alunos, proporcionando 
oportunidades para aprender a observar o meio e a ter a consciência sobre o que é 
preciso fazer e como fazer. Os alunos aprendem a ter uma visão sobre as mudanças 
possíveis da sua vida na escola, no que diz respeito ao desenvolvimento institucio-
nal. Os alunos desenvolvem o seu potencial criativo, testam a sua competência no 
desenvolvimento de projectos.
Por outro lado, a necessidade de superar difi culdades e resolver os proble-
mas impostos pelos projectos levará os alunos a fomentar a cultura de colaboração 
e muitos outros valores. Por exemplo, aprendem a:
Multimídia
• valorizar as ideias dos colegas e a valorizar-se;
• disciplina, perseverança, persistência;
• responsabilidade;
• efi cácia e efi ciência;
• solidariedade.
Um aspecto importante tem a ver com o facto de a escola educar na práti-
ca os valores que representam a chave de sucesso da socialização dos jovens, não 
só na vida escolar como também na vida social em geral.
O que interessa reter a respeito destas ideias?
Acção e Prática Educativa na Escola 115
Primeiro, a refl exão acontece em torno da questão da comunidade 
educativa como factor, espaço onde deve ocorrer a acção e a prática educa-
tiva na escola. 
Integram a comunidade educativa os professores, os funcionários 
da escola, os alunos, encarregados de educação, pais dos alunos. Todos os 
membros da comunidade educativa devem ter um papel activo na concreti-
zação dos planos, nos projectos da escola. Isso signifi ca fomentar a cultura 
de participação.
Segundo,estamos a considerar a necessidade de a escola ser, na prá-
tica, uma instituição que educa; quer dizer, a escola não deve dizer aos seus 
alunos como deverão viver no futuro para se enquadrarem na vida social 
mais ampla, na vida democrática, senão organizar uma vida sadia na escola 
da qual os alunos aprendem, vivendo a própria vida.
O que entendemos? Que conclusões podemos tirar?
• Primeiro, estamos a falar da comunidade educativa constituída 
pela escola e seus actores, incluindo os pais, encarregados de edu-
cação. Todos devem embarcar num mesmo projecto educativo em 
prol da formação da jovem geração. O esforço a envidar deve ser 
no sentido de garantir a colaboração, fomentando a cultura de par-
ticipação da comunidade, incluindo os alunos.
• Segundo, a comunidade educativa não é “agência” de alguém que 
prescreve normas, mas um espaço de aprendizagem, de fomento de 
cultura. A comunidade educativa é, deste modo, um espaço de re-
fl exão para construir o sentido e signifi cado do mundo-escola. Por 
outras palavras, na refl exão avalia-se o que é possível fazer, melhorar 
na vida da escola, isto é, o que se pode fazer para o bem-estar.
• Terceiro, a comunidade educativa é um espaço, uma entidade que 
cria, promove e desenvolve uma cultura própriada escola: formas 
de ser/estar (desenvolvimento de comportamentos), fazer, parti-
cipar. Estabelece e defi ne os padrões de práticas educativas na es-
cola. É este o tema que analisamos a seguir.
116 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
2.1. Modelos de Práticas educativas: algumas alterna-
tivas
Os professores para quem preparamos este manual e esta unidade 
lidam no seu quotidiano com adolescentes, seus alunos do ensino secun-
dário. São alunos numa etapa de desenvolvimento considerada “crítica”, em 
que uma das manifestações do seu comportamento e conduta é buscar a 
auto-afi rmação. Nessa busca há comportamentos que ocorrem através dos 
quais os adolescentes são caracterizados. Referimo-nos à turbulência. To-
mando em conta que isso pode ser refl exo do modo de vida em que os ado-
lescentes estão mergulhados, convém colocar a seguinte pergunta: Como 
lidamos com esse fenómeno?
Não devemos olhar aquilo que é a face negativa da adolescência como 
comportamentos estereotipados, porque a nossa tarefa é ajudá-los a crescer. 
Assim, podemos colocar a outra face positiva dos adolescentes: são indiví-
duos numa fase de desenvolvimento em que revelam a sua auto-afi rmação. 
Como, então, ajudarmos os nossos alunos adolescentes a conquistarem a 
auto-afi rmação?
Em alguns cenários revelam-se comportamentos de educadores/
professores, tais como:
• Desenvolver uma atitude rígida em relação aos adolescentes a par-
tir de uma visão estereotipada (fi xa) sobre a vida e conduta de ado-
lescentes. Isso é o que tem de ser evitado;
• Proporcionar e criar um clima que estimule e fortaleça o desenvol-
vimento, a liberdade, a autonomia da jovem geração; ou seja: um 
ambiente que favoreça a formação da identidade. É o que devemos 
perseguir e cultivar. Isto implica promover uma série de activida-
des inscritas nos projectos referidos anteriormente no ponto 2.
Quando criamos um ambiente favorável, desenvolvemos projectos, 
garantimos que os adolescentes compreendam melhor o que eles são, as 
suas capacidades, inclinações e interesses.
Tais cenários resultam de modelos de práticas educativas em cada 
instituição escolar:
Acção e Prática Educativa na Escola 117
Qual desses cenários parece ideal?
No primeiro e segundo cenários, desenvolvem-se práticas deformadoras 
que deseducam os membros da comunidade educativa. As pessoas desenvolvem 
comportamentos que vão desde a manifestação de desobediência, imaturidade 
até à irresponsabilidade.
No terceiro cenário, cria-se um ambiente favorável ao desenvolvimento da 
maturidade, da responsabilidade, da autonomia.
Cenário 1
Em algumas instituições escolares/comunidades educativas não é prá-
tica proporcionar um ambiente de diálogo, de escuta, de compreensão, 
sobretudo de tolerância. O sistema de normas estabelecido serve ex-
clusivamente para reprimir. Em alguns cenários vive-se um clima de se-
veridade e rigidez.
Cenário 2
Noutras instituições escolares há uma “liberdade total”, tudo acontece 
como convém a cada um, no interesse de cada um. Instala-se na esco-
la um ambiente de anarquia. Não há orientação clara, não há planos e 
projectos, ou, se estes existem, ninguém vela pelo seu cumprimento e 
avaliação.
Cenário 3
Finalmente, temos escolas onde se cultiva o diálogo, a escuta, a negocia-
ção. As pessoas formam uma comunidade educativa comprometidas com 
o plano/projecto de desenvolvimento da escola.
118 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
Actividade
1. A partir do conceito Comunidade educativa, analise, exemplifi cando, a 
situação concreta da sua escola.
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2. Explique, demonstrando, as formas de envolvimento dos diferentes membros da 
comunidade educativa no trabalho desenvolvido pela sua escola.
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3. Analise criticamente as práticas educativas vigentes na escola, procurando ca-
racterizar os modelos vigentes.
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SUMÁRIO
Esta Unidade conduziu-nos à compreensão do trabalho levado a cabo 
pela escola como uma comunidade educativa. O que se pretende realçar é 
precisamente a necessidade de um trabalho colaborativo que envolva todos 
os agentes intervenientes. A escola são todos os membros da comunidade 
onde ela está inserida. A escola não deve ser uma ilha. O trabalho nela reali-
zado deve contar com os esforços da comunidade. Mais ainda, é que ela tem 
um papel importante na promoção da comunidade.
Acção e Prática Educativa na Escola 119
Autoavaliação 
Feito o estudo sobre esta unidade:
a. Identifi que uma área ou um sector da escola em que se pode desenvolver 
um Projecto, bem como os intervenientes e as actividades que vão ser desen-
volvidas.
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b. A partir da identifi cação do modelo de prática educativa vigente na sua 
escola, desenhe um programa para inverter o cenário.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Você acaba de terminar um dos módulos preparados/concebidos para 
a sua formação, sobretudo psicopedagógico-didáctica. No caso concreto do 
módulo de Fundamentos de Pedagogia: teoria e prática educativa, espera-se que 
o percurso feito tenha sido importante e proporcionado uma rica oportunida-
de de refl ectir sobre a educação.
Esperamos, igualmente, que alguns temas abordados (a partir dos quais 
o remetemos a consultar ou a recordar as noções ou os conceitos aprendidos 
nos outros módulos) tenham desenvolvido uma visão interdisciplinar do con-
junto de assuntos que pertencem ao domínio das Ciências da Educação.
A partir do estudo feito, procure refl ectir sobre as questões que se lhe 
colocam:
120 Fundamentos de Pedagogia – Teoria e Prática Educativa
• Terá compreendido a razão por que foram seleccionados esses (gran-
des) temas organizados em cinco Unidades? A lógica que presidiu à 
sua ordenação e sequência?
• Terá, igualmente, conseguido apreender o signifi cado das cinco uni-
dades como uma totalidade (visão do conjunto)? 
Partimos de uma refl exão ampla e geral sobre o fenómeno educativo 
como uma das actividades humanas socialmente úteis.
As unidades formam uma totalidade, e conservam uma relação dialéc-
tica entre si. Quer dizer, as unidades complementam-se.
Conforme se disse, a sequência das unidades parte de uma perspectiva 
ampla e geral até ao nível mais concreto de realização do processo educativo 
(na escola). Ao mesmo tempo, trata-se de projectar a evolução das práticas 
educativas, desde que existiu a humanidade até à fase actual. Nessa trajectória 
surgiu a ciência pedagógica (como teoria e refl exão sobre a educação). Isso 
representou um desenvolvimento da humanidade no domínio da educação.
A teoria sistematizada sobre a prática educativa só é válida quando apli-
cada a situações concretas. Tomamos o exemplo da escola onde você trabalha, 
para pô-lo a refl ectir sobre o quê e como se faz. 
É momento de começar a experimentar, aprender a observar e a dialo-
gar não só com os factos que acontecem no dia a dia da escola, mas também 
com os agentes do processo educativo. Tem de começar e/ou continuar aquestionar sobre o que se faz. Isso signifi ca problematizar as práticas, desenvol-
ver a consciência e a atitude profi ssionais. 
Iluminado pela teoria acabada de aprender, você é capaz.
ASSIM CONTINUARÁ A APRENDER SEMPRE!

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