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CORONAVIRUS

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ENFERMIDADES CAUSADAS POR CORONAVIRUS
DOENÇAS INFECCIOSAS
· Anatomia Viral:
Vírus envelopado, tamanho médio, proteínas espículas dão aparência de coroa. Os coronavírus das diferentes espécies animais aparecem com mesma morfologia/estrutura na microscopia eletrônica.
· Taxonomia:
Reino Riboviria, Família Coronaviridae e Subfamília Orthocoronavirinae. Há 4 gêneros que organizam as centenas de espécies conhecidas de coronavirus – alfa, beta, gama e delta. 
O sars-cov2 humano é um betacoronavirus; no alfacoronavirus se tem os de cães e de gatos (PIF); coronavirus aviário é gamacoronavirus; no deltacoronavirus se tem os coronavirus de animais silvestres e coronavirus emergentes em suínos.
· Genoma do coronavírus:
É a maior molécula nautural de RNA conhecida, podendo ter de 27.000 até 32.000 nucleotídeos de comprimento. Genoma imenso para um vírus RNA. 23 ou mais proteínas. Consequência do genoma grande – pode sofrer muita recombinação (reprodução sexuada). Grande parte da história evolutiva do coronavirus vem da capacidade de trocar genes com outros coronavírus e eventualmente com outras espécies virais. 2/3 do genoma são proteínas que utiliza para se replicar, são proteínas não estruturais, usa para se replicar mas deixa na célula quando se forma, não leva junto a ele. 
Resumindo é um genoma imenso e altamente recombinante.
Em geral sabe-se que vírus RNA tem taxa de erro de replicação bastante grande, o vírus HIV por exemplo, a cada 1000 nucleotídeos que coloca, 1 está errado/mutado. Para coronavirus a taxa é menor, 1 erro para cada 10.000 ou 100.000 nucleotídeos. O coronavirus tem uma enzima que durante a replicação do genoma que corrige os erros, diminuindo a taxa de mutação.
É um RNA simples fita no sentido positivo (ou seja, RNA viral que já entra traduzindo proteína, é um RNA mensageiro, não precisa de intermediário).
Eventos essenciais da replicação de um coronavírus qualquer: EX: SARS COV-1/SARS COV-2 (covid 19):
A proteína de espícula (proteína S, dá a característica coroada) se liga ao receptor de preferência (por isso é difícil trocar de espécie de hospedeiro). Cada molécula de proteína vai ser diferente para cada tipo de célula para cada hospedeiro e cada coronavírus prefere um tipo, então o salto entre espécies é um evento bastante restrito.
No caso do sars-cov2 e sars-cov1, o receptor para ele é uma proteína utilizada no sistema de regulação da pressão arterial (os receptores das demais espécies animais possuem receptores diferentes). Nome desse receptor: enzima conversora de angiotensina (se expressa na superfície da célula). A proteína de espícula encontrando o receptor perfeito, ao se ligar, faz com que ela ative mecanicamente molas que ela possui, trazendo o vírus para frente para ficar mais em contato com o envelope e membrana celular, fazendo com que ele entre por endocitose, ficando preso por um tempo no endossomo, fazendo com que o pH dentro caia (acidifica), desestruturando todo o envelope viral e ocorre liberação do RNA genômico. Ele começa a fazer as proteínas que precisa (tradução). As replicases e proteínas não estruturais são as que ele utilizará para replicar o genoma. As proteínas estruturais (formarão o vírion) são encaminhadas para o complexo de Golgi, e dalí encaminhará o envelope para ele, tendo assim vírions prontos dentro da célula. Vírions são liberados por exocitose (não rompe a celula/ não causa lise). Ao sair da célula pode encontrar o sistema imune e ser neutralizado 
A proteína viral é a que faz a fusão do envelope viral com a membrana do endossomo, mas faz outra coisa também: faz fusão da membrada de uma célula e de outra (formando sincício). 
Tempo para ligação entre vírus e receptor: 5 minutos. Para o vírus entrar na célula: meia hora. Para ter atividade de síntese de genoma: 3 horas. Em aproximadamente 8 horas todo o ciclo está completo. Produtividade: Se estima que de 1 vírus que entra, saia 800. É um padrão para vírus RNA a produção rápida e em grande quantidade.
Todas as linhagens/espécies de coronavirus atuais se originaram dos morcegos e das aves (coronavirus humano, cães, gatos, bovinos, etc). 
Deve-se ter em mente que diversos coronavírus causam diversas doenças e tem tropismo por orgãos diversos. Mas de modo geral todos os coronavirus tem um tropismo duplo: Respiratório e Entérico.
· Coronavírus Suíno PEDV (porcine epidemic diarrhea vírus)
Causou em 2013 um quase extermínio da suinocultura na região dos EUA. Causa diarreia grave e de rápida evolução em leitões e em suínos jovens. Alta mortalidade. É um alfacoronavírus. Patogenia: Zera a histologia normal das vilosidades, além de tornar susceptível a infecção secundária, também zera a capacidade de absorção de nutrientes, levando à rápida mortalidade.
· Coronavírus Bovino (BCoV)
Os bovinos tem duas causas principais de diarreia por vírus, a primeira em frequência é por Rotavirus, a segunda por Coronavírus.
As vacinas para este vírus são dadas na vaca prenhe, no 7 e no 9 mês de gestação. A ideia é hiperimunizar a vaca, para hiperimunizar o colostro, para o bezerro adquirir o anticorpo via colostro.
O coronavírus bovino é um betacoronavirus, e o mesmo pode causar síndromes diferentes dependendo da idade do hospedeiro:
1. Diarréia neonatal: Bezerros
Presença de leite não digerido e coágulos de leite nas fezes. Causa diarreia por má absorção (extermina células de absorção dos ápices das vilosidades, altera a histologia e o bezerro perde a capacidade de digerir leite).
2. Processos respiratórios: Bezerros e jovens
Ao se adquirir o coronavirus pela via respiratória, haverá replicação no trato respiratório e Pneumonia. A inflamação leva à produção de muco, onde o vírus irá se proteger ali, que será deglutido, secundariamente colonizando o trato entérico, apresentando dias depois da Pneumonia uma diarreia. Ou pode apenas adquirir o vírus por via oral e ocasionar diarreia. O estresse do transporte propicia a infecção do vírus. 
3. Disenteria “de inverno”: Bovinos adultos
O nome mais correto é diarreia epizoótica de bovinos adultos. Não tem haver somente com o inverno. Em poucos dias os animais apresentam disenteria com eliminação de sangue e tecido entérico pelas fezes. Nas vacas de leite causa um desligamento completo da produção de leite. Os surtos se resolvem e desaparecem sozinhos (aprox. 10 dias). Já para recuperar a produção de leite a vaca pode levar várias semana (recuperação da condição corporal).
Ao se colher amostra de fezes da vaca o ano inteiro, percebe-se que excreta o ano todo o coronavirus bovino. A diferença é que quando ela não tem disenteria, o coronavirus é excretado junto com IgA da mucosa, já quando ela tem sintomas não se acha mais IgA, somente o coronavirus livre. Isso tem a ver com imunossupressão: Quando tem fatores de imunossupressão (calor, frio, parição, adensamento populacional, troca de dieta, etc) zera a capacidade de produzir IgA na mucosa, e os coronavirus que estavam em taxa de replicação baixa são livres agora para expandir população, se replicam e causam esse processo importante em bovinocultura.
Não há tratamento antiviral específico para vacas, deve-se manter o suporte hídrico-eletrolítico (hidratação endovenosa).
É uma doença pouco conhecida no Brasil. Quem mantêm o coronavírus no ambiente são os bezerros que os excretam a todo momento. As vacas mantem no intestino e em situação de imunossupressão o vírus explode em população causando doença. 
4. Ruminantes silvestres
· Equinos (Coronavirus bovino)
O coronavirus bovino pode ser transmitido para outras espécies (menos para o homem, não é zoonose), como para equinos – potros criados com proximidade à bezerros/bovinos podem adquirir diarreia, que pode ser grave levando à mortalidade. Não existe vacina para coronavirus em equino. Prevenção: Manejo de colostro e mantê-los distante de bovinos, já que podem ser hospedeiros acidentais.
· Cães (Coronavirus canino)
Os protocolos internacionais dizem que é desnecessário vacinar os cães para este agente. Na opinião do palestrando, isto é errado.
É um alfacoronavirus. Em cãesjovens (até 1 mês) causa diarreia de menor importância, que as vezes pode ser imperceptível ou moderada, autolimitante. Replica no intestino delgado dos cães e causa perda de vilosidades. Caso seja uma infecção somente de coronavirus canino tende a ser autolimitante, o problema é quando se tem coinfecção com parvovirus canino, causará uma diarreia muito pior. Existe uma simbiose entre esses dois agentes, a ação do corona é diminuir as vilosidades, e quando se tem isso as células tem estimulo para entrar em mitose, e o parvo infecta exatamente as células que estão em mitose. Destrói o trato entérico do cão.
Existe uma linhagem mutante/variante do coronavirus entérico canino que é um coronavirus canino pantrópico, que vai além do trato entérico e se replica no SNC, pulmão, fígado, rins. Causa altíssima letalidade em cães.
Outra espécie que acomete cães:
Coronavirus respiratório canino: É um betacoronavírus, descrito em poucos países, mas demonstra capaz de replicar no trato respiratório de cães, participando da etiologia da tosse dos caninos juntamente com a Bordetella bronchiseptica. Ainda não se tem vacina contra essa espécie respiratória, e ainda não foi descrita no Brasil, mas nada impede que ela exista por aqui.
· Coronavirus Felino (Coronavirus entérico felino)
No mundo todo existe o coronavirus entérico felino, que dificilmente causa diarreia em gatos, por isso irrelevante como patógeno para gato.
Os gatos podem ter infecção por esse agente por toda sua vida e não manifestar nada. Porem se o gato tiver alguma Retrovirose (fiv, felv) ou algum outro fator estressante como subnutrição, infecção bacteriana, etc, esse coronavirus que ficava se replicando restritamente no intestino delgado aumenta sua população, e em determinado momento surge mutações específicas que permitem que o coronavirus entérico felino se dissemine e replique em outros órgãos, e também em macrófagos, gerando uma super resposta imune no hospedeiro. O coronavirus entérico felino dá origem ao vírus da peritonite infecciosa felina (PIF) dentro do mesmo gato (desenvolve essa forma superpatogenica de forma endógena). O vírus da PIF agora se replica em todos os órgãos do gato, podendo causar dois tipos de PIF dependendo da resposta imune: Úmida (edema pleural, peritoneal) ou Seca (formação de granulomas). Chance de recuperação muito baixa.
Uma outra forma do gato se infectar pelo vírus da peritonite infeciosa felina é ele pegar o vírus já pronto (sem ter que mutar dentro dele de coronavirus entérico felino para vírus da PIF) de outro gato.
Em coronavirus felino, quanto mais o gato tem anticorpos, mais esse anticorpo ajuda o vírus a entrar dentro da célula, por isso uma vacina para PIF (que não está sendo feita mais) agravaria a doença. Resumindo +anticorpo +infecção. Não se sabe se isso acontece também em coronavirus humano. Fenômeno chamado potencialização por anticorpo.
· Galinhas (Coronavírus aviário/ Vírus da bronquite infecciosa das gal.)
Para se estudar coronavirus (inclusive o humano), não tem nenhum exemplo melhor do que toda vacinologia ligada às galinhas. 
É uma doença presença no mundo todo, mas não é a mais letal. Sempre causa prejuízo econômico. É altamente transmissível (poedeiras, corte, matrizes, etc).
Há centenas de sorotipos de coronavirus de galinha (múltiplos patotipos).
Pode causar: Traqueíte (frango de corte que possuem crescimento rápido); em aves de vida mais longa como poedeiras e reprodutoras pode causar queda na produção de ovos, alteração na formação da casca do ovo, infertilidade em fêmeas, infertilidade em machos, nefrite, nefrose, diarreia em poedeiras e frango de corte (se a poedeira tem diarreia e perde peso, para de produzir ovos, se o de corte perder peso não cresce o suficiente nos 47 dias esperados).
Esse mesmo vírus já foi descrito em codornas não vacinadas. Aves silvestres e sinantropicas (pombos) já foram descritas como carreadoras deste agente.
· Transmissão:
O que se espera com a vacinação é reduzir a transmissão, se sabe que uma galinha não vacinada pode transmitir para outras 20 galinhas. Uma galinha vacinada, se estima que transmite para menos de uma galinha (ou seja, não transmite). 
Mutação: Galinha se infecta com o vírus e na maioria dos casos consegue com sucesso se replicar, mas em alguns casos os vírus nascentes são um pouco diferentes do vírus parental (o que deu origem a eles). A população terá agora vírus mutantes/erros de replicação (o que é uma vantagem para o vírus). Em outra situação se tem uma galinha onde forneço vacinação inadequada à ela (não foi mantida refrigerada adequadamente, ou mal administrada, ou foi dada em subdose, ou o sorotipo ali presente não foi selecionado adequadamente – nem sempre que se tem um sorotipo novo tem que criar uma vacina nova, vacinas já existentes podem promover proteção contra sorotipos diferentes), a galinha então terá um anticorpo pouco protetor. “Pega” a população dominante mas não consegue amplitute protetiva contra todos aqueles mutantes. Os mutantes sobreviventes quando forem se replicar serão a maioria, promovendo a infecção do plantel de galinhas. 
A vacina é efetiva se ela consegue colocar uma pressão em cima da evolução, e não só controlar a transmissão.
A maioria das vacinas propostas para covid-19 são baseadas na proteína de espícula, mas tanto nesse caso como no caso desse vírus das galinhas deve-se pensar que há também outras proteínas diferentes no envelope viral que participam da imunidade também. Outro fator que se deve pensar, a imunidade humoral não é a única coisa que acontece (só com anticorpos não está protegido), a imunidade celular também faz parte da imunidade contra o coronavirus aviário e covid-19. Ao se combinar em uma mesma vacina sorotipos diferentes se amplia o leque de proteção para outros sorotipos distantemente relacionados (protectotypes).
· Coronavirus em humanos
Todos humanos já tiveram e terão novamente infecção por um dos 4 tipos comuns de coronavirus humanos, causadores de resfriado. São essas quatro espécies: HCoV OC-43; HCoV-229E; HCoV-HKU1; HCoV-NL63. Possuem distribuição mundial, quadro de pouca importância clínica. Benignos para o hospedeiro.
O surto da China em 2002 adveio da espécie SARS-COV 1. Este é zoonótico (os anteriores não são). 
SARS-COV 2:
Atualmente surgiu o SARS-COV 2. Grande parte dos sintomas dessa doença vem da exacerbada resposta por citocinas (é como a PIF, super resposta imune do gato contra o vírus). 
70% dos infectados não manifestam sinais clínicos. 
Já se sabe que esse vírus e vírus similares a eles estavam presentes em morcegos, provavelmente o vírus veio direto de morcegos se adaptando aos poucos às pessoas, até chegar a forma atual. As primeiras pessoas na china infectadas tiverem contato com pessoas expostas ao morcego.
Atualmente sabe-se que o Sars-cov 2 é inteiramente humano. Tem altíssima afinidade por receptor humano (ACE2). Embora esse receptor em que se liga tenha em outras espécies, a estrutura de um receptor humano é diferente dos de outros animais.
Explicação dos achados desses vírus em animais: Em todos os casos identificados haviam pessoas com covid-19 próximas a esses animais. Todos esses animas foram hospedeiros terminais: Algum vírus da população viral de covid 19 pode ter conseguido se ligar no receptor que é um pouco diferente na espécie animal, conseguindo infectar a célula animal, mas não achou nesse habitat de células não humanas bom para ter sucesso, sendo infecções terminais. Nunca houve a transmissão deles para outros animais inclusive para outros humanos, exceto o víson, que é uma espécie de mustelídeo utilizado para produção de pele na Holanda, foi identificado transmissão de pessoas para eles e deles para pessoas. Levou o extermínio de vários desses animais.

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