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Com o desenvolvimento dos mecanismos para a aplicação das drogas e com a inovação farmacológica foi ocorrendo surgimento de novos fármacos, a anestesia tornou-se cada vez mais segura, quando relacionada ao alívio da dor, à hipnose (suprime uma parte da consciencia), ao controle dos reflexos autonômicos (essas drogas tem uma influência direta no sistema cardiovascular), ao bloqueio neuromuscular (ação sobre o musculo relaxando a musculutura) e a diminuição dos estímulos neuro-humorais (suprimindo o SNC, deprime tb as excreções principalmente de hormonios e também as demais atividades teciduais). Classificação quanto ao tipo → Anestesia geral: anestésico inalatório (pode ser feito através de máscara ou de intubação endotraqueal, ou seja, o paciente respira o anestésico), intravenosa (acesso venoso) e balanceada (associação da inalatória com a intravenosa). → Anestesia regional: peridural (coluna vertebral), subaracnóide (raquianestesia) e bloqueio de plexo (comum em procedimentos ortopédicos); → Anestesia combinada: seria a geral mais a regional; duração da regional mesmo que o paciente acorde; → Anestesia local: infiltração de anestésico local. Anestesia geral É um estado de inconsciência reversível, o paciente fica em amnésia, analgesia, depressão dos reflexos, relaxamento muscular e depressão neurovegetativa, resultante de uma ou mais drogas no sistema nervoso. O objetivo é a depressão irregular e reversível do sistema nervoso central, produzida por fármacos, que determinarão graus variados de bloqueio sensorial, motor, de reflexos e cognição. Ou seja, durante a anestesia geral o paciente não vai se lembrar, não vai ter sensibilidade dolorosa, muitas vezes sem tato e sensação de frio ou calor, não tem controle da função motora, ficando estático na mesa de cirurgia. ESCALA DE MALLAMPATI (é utilizada por anestesistas para avaliar o grau de abertura da cavidade oral para predizer a dificuldade que ele terá para intubar o paciente. Pode se classificar em grau 1 2, 3 e 4). A medicação deve ser feita antes da intubação, que deve ser rápida já que o paciente não respira, então a droga induz uma parada respiratória fazendo com quem o anestesista seja ágil, se tiver uma dificuldade de grau 3 ou 4, o paciente pode sofrer uma hipóxia pois ele estará numa parada respiratória. Nessa dificuldade já prevê uma especial atenção quanto à disponibilidade de equipamentos para fornecer ventilação mecânica (evitando hipóxia) e equipamentos de sucção, para remover secreções e vômitos que podem levar à aspiração traqueobrônquica. A anestesia geral pode ser dividida em três fases (aparece no boletim médico): → Fase de indução: corresponde ao período que começa a administração de agentes anestésicos até o início do procedimento cirúrgico (início da incisão cirúrgica); → Fase da manutenção: é ao período entre o início do procedimento cirúrgico até o seu término; → Fase da emergência ou despertar: corresponde à reversão da anestesia e, em geral, termina quando ele se encontra pronto para deixar a sala de cirurgia. ANESTESIA E SEDAÇÃO Anestesia geral inalatória Os agentes anestésicos voláteis são utilizados sob pressão e o estado de anestesia é alcançado quando o agente inalado atinge a concentração adequada no cérebro, levando à depressão. O carrinho de anestesia mistura o agente anestésico liquido junto com o oxigênio e o ar comprimido. Para gerar uma medicação inalatória, exemplo nebulizador no PS (coloca soro fisiológico + gotas berotec ou outras associadas como atrovent), a parte liquida que quando se coloca o oxigênio ou ar comprimido sob pressão, vira um vapor e a pessoa respira o vapor para melhorar a condição respiratória, fazendo broncodilatação. O mesmo ocorre no carrinho de anestesia dentro do CC, o paciente é intubado e através do tubo ele é conectado a uma ventilação mecânica, e nela tem o anestésico líquido, que com a pressão do ar comprimido e com o oxigênio vai transformar o anestésico liquido em anestésico volátil, e aí o paciente respira junto o O2 e o anestésico. Os mais comumente utilizados: óxido nitroso (encanamento azul marinho, é fraco), halotano, enflurano, isoflurano e sevoflurano (esses outros são líquidos que irão se transformar em voláteis) Anestesia geral intravenosa A infusão de drogas é realizada por via venosa (acesso venoso periférico). São empregados anestésicos venosos não-opioides (são as que não estão relacionadas com a analgesia) como barbitúricos, cetamina, droperidol, etomidato, propofol e benzodiazepínicos), opioides (tem ação de analgesia) como o fentanil, alfentanil, sufentanil, remifentanil e a morfina), e bloqueadores neuromusculares. Anestesia regional É definida como a perda reversível da sensibilidade, decorrente da administração de um agente anestésico para bloquear ou anestesiar a condução nervosa a uma extremidade ou região do corpo, ou seja, ela vai ter uma ação numa determinada região do corpo. Anestesia Regional subaracnóidea ou raquianestesia (espinhal ou subdural) é mais profunda na coluna vertebral, profundo porque no espaço tem o liquor cefalorraquidiano (liquido claro) que percorre a coluna e também o encéfalo. A punção subaracnóidea é infundida dentro do espaço intervertebral lombar de L2 e L3 ou L3 e L4 ou ainda, L4 e L5, utilizando agulhas de calibres 25G, 26G e 27G do tipo cortante (Quincke). Anestésicos utilizados: bupivacaína, lidocaína, procaína, mepivacaína e prilocaína. A escolha é feita pelo anestesista de acordo com o quadro do paciente. A escolha do local de aplicação é determinada pelo sítio cirúrgico (incisão da cirurgia, ex.: exemplo, cirurgia de varizes, não tem necessidade de fazer um bloqueio na l2 e l3 por estar muito acima, já que é nos membros inferiores, utilizando o l3 e l4 ou l4 e l5). O anestesista também escolhe a melhor posição, se vai ser sentado (subaracnóide) ou deitada lateralizada (epidural). COMPLICAÇÕES DA RAQUIANESTESIA: → Cefaleia pós-raquianestesia (por conta da agulha que antigamente era reutilizada, tornando sua ponta romba) → Retenção urinária (devido ao relaxamento completo, sendo necessário em cirurgias mais longas um cateter de demora, é comum em cesarianas – contra indicado a sonda de demora, caso tenha a retenção, é feita uma sondagem de alivio) → Lesão das raízes nervosas durante a introdução da agulha, desencadeando dor e parestesia. → Sintomas neurológicos transitórios: dor de moderada intensidade na região lombar irradiada para as nádegas e face dorsal-lateral das pernas bilateralmente (situação transitória, ou seja, processo inflamatório) → Hipotensão causadas pelo bloqueio dos nervos simpáticos, que controlam o tônus vasomotor, levando a uma vasodilatação. → Parada respiratória como resultado de um bloqueio acidental alto (quando a punção é feita em L2 e L3) → Hematoma espinhal em pacientes com coagulopatias, trombocitopenias graves e terapias trombo- embolíticas (pacientes que fazem uso de medicamentos para evitar a trombose venosa e distúrbio de coagulação pode apresentar hematoma durante a punção) → Meningites sépticas (cultura positiva) decorrentes da contaminação do líquor por agentes patogênicos (sintomas cefaleia, rigidez de nuca e fotofobia). → Meningites assépticas (cultura negativa) decorrentes da irritação meníngea, mas pode ser provocado por reação inflamatória. → Síndrome da cauda equina, decorrente do trauma direto ou indireto das raízes nervosas, sendo caracterizada por disfunção vesical e intestinal, perda da sensibilidade do períneo e graus variáveis de fraqueza muscular nos membros inferiores (situação acidental quando se introduz a agulha na altura mais baixa da coluna atingindo o nervo na cauda equina). Anestesia peridural É realizada mediante aplicação de anestésico no espaço peridural (espaço entre a membrana dura-máter e o espaçosubaracnóide, nesse espaço não tem o liquor), bloqueando a condução nervosa e causando insensibilidade aos estímulos. Se o anestesista quiser infundir um volume grande de anestésico (anestesia combinada) ele irá infundir na peridural por ser mais superficial e por não conter o liquor cefalorraquidiano. Agentes anestésicos utilizados: bupivacaína, lidocaína e cloroprocaína. COMPLICAÇÕES: → Punção subaracnóide acidental (pode ocorrer acidentalmente quando era para ser uma punção superficial, mas foi mais profunda); → Punção vascular com infusão de anestésico local em uma veia podendo ocasionar toxicidade sistêmica (hipotensão repentina e profunda, convulsões decorrentes dos efeitos sobre o SNC, taquicardia e parada cardíaca); → Retenção urinária. → Infecção local/ abscesso epidural; → Hematoma peridural; → Dor lombar. Bloqueios de nervos periféricos: Consiste na administração de anestésico local, provocando perda da sensibilidade local. O início e a duração do bloqueio estão relacionados com a droga utilizada e com sua concentração e volume. O objetivo é de prolongar a analgesia. Complicações: injeção acidental intravascular; lesão do nervo (trauma causado pela agulha), compressão do nervo (por conta do volume de anestésico administrado). Anestesia local É a infiltração de um anestésico local, realizada pelo médico que é responsável pela prescrição e a administração de todas as drogas anestésicas na área a ser manipulada. Os anestésicos locais bloqueiam a condução de impulsos nos tecidos nervosos, em virtude da afinidade que possuem por tal tecido (ação reversível). A extensão da anestesia depende do local da aplicação, do volume, da concentração e da difusibilidade do fármaco utilizado (o quanto ele se estende no tecido/onde ele amplia). Ex.: lidocaína, bupivacaína e ropivacaína Complicações: hipotensão, bradicardia, pulso irregular, palidez, sudorese e arritmias, podendo levar inclusive parada cardíaca, depressão respiratória, ansiedade, tontura e convulsões. Sedação É utilizada usualmente e independe do tipo de anestesia, e pode ser realizada por drogas como propofol, midazolam (dormonid), remifentanila, ou ainda, pela combinação dessas drogas. Os benzodiazepínicos são ansiolíticos, amnésicos, sedativos, relaxantes musculares e anticonvulsivantes. Ex.: Midazolam (Dormonid), Alprazolam (Frontal), Flurazepam (Dalmadorm) e Flunitrazepam (Rohypnol). São usadas também em pacientes com dificuldade para dormir. MEDICAMENTOS → Anticolinérgicos: diminuem a secreção salivar e os reflexos vagais sobre o coração (aumenta a FC). Ex.: Atropina. → Tranquilizantes: efeitos ansiolíticos, amnésicos, sedativos, anticonvulsivantes e relaxante muscular. A principal alteração cardiovascular decorre de discreta redução depressão arterial. Ex.: Diazepam, lorazepam, midazolam, flunitrazepam. → Hipnoanalgésicos: diminuem a ansiedade dolorosa com sedação. Produzem analgesia em pacientes com dores pré-operatórias. Analgésicos que também pode ser considerados como opioides Ex.: morfina, meperidina, dolantina, fentanil, alfentanil (rapifen). A morfina produz hipnose e analgesia, a meperidina (dolantina e demerol) produz analgesia, o fentanil é um analgésico potente e ação rápida (100 vezes maior do que a morfina), alfentanil analgésico de ação rápida. → Bloqueadores neuromusculares: age em 60 segundos e recuperação em 10 minutos, sua principal indicação e facilitar a intubação. Ex.: atracúrio, pavulon, vecurônio (norcuron), rocurônio (Esmeron), cisatracúrio (Ninbium), succinilcolina (Quelicin). SUBSTÂNCIAS INALATÓRIAS Óxido nitroso (N2O): produz inconsciência, porém é um analgésico fraco e potencializa o efeito hipnoanalgésicos e dos barbitúricos. Essa medicação deve sempre ser associada ao oxigênio pois, até porque o N2O produz vasodilatação periférica e no sistema respiratório produz hipóxia por difusão, então não pode ser infundido sem o o2. Medicamentos: Halotano, Metoxiflurano, Enflurano, Isoflurano, Sevoflurano . Escala de Ramsay É utilizada para avaliar a sedação, usado muito na terapia intensiva. Índice de Steward Escala de avaliação de recuperação pós anestésica em crianças (de 0 a 12 anos). Escala de Aldreet Kroulik É uma escala de avaliação em paciente adultos, muito utilizada no CC, com o paciente em recuperação pós anestésica. (QUESTÃO DE PROVA) A soma dos itens totaliza 10 pontos, mas se a soma der acima de 8 pode liberar o paciente pelo anestesista para a unidade de internação, determina quando o paciente recebe alta do cc com uma certa garantia da estabilização hemodinâmica
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