© O esqueleto humano é uma estrutura formada por vários ossos e cartilagens, que permitem, entre várias outras funções, a movimentação do nosso corpo. O esqueleto humano é um tipo de endoesqueleto, uma vez que se encontra no interior do nosso corpo, sendo formado por 206 ossos em adultos, uma quantidade menor do que nas crianças, pois na juventude muitos ossos estão separados, fundindo-se durante o desenvolvimento. Os ossos do corpo humano se dividem em: esqueleto axial e esqueleto apendicular. O esqueleto axial é a parte do esqueleto que está localizado no plano mediano do corpo, sendo constituído por 80 ossos, formado pelo crânio, as costelas o osso hioide, e a coluna vertebral. Podemos caracterizá-lo como aquele conjunto de ossos que se localizam no eixo ou parte central do corpo. A sua função é proteger o sistema nervoso central e alguns dos órgãos vitais localizados na região torácica. 1) Crânio: o crânio é a parte esquelética da cabeça, sua função principal é abrigar e proteger o encéfalo. Entretanto cumpre também outras funções importantes: Apresenta cavidades para órgãos da sensibilidade específica (visão, audição, equilíbrio, olfato e gustação); Apresenta aberturas para passagem do ar e alimento; Apresenta maxilas, mandíbula e dentes, que são necessários para a mastigação; Podemos dividir o crânio em: neurocrânio e viscerocrânio. O primeiro, superior e posterior, maior, abriga o encéfalo. O segundo, anterior e inferior, menor, está relacionado com órgãos dos sistemas digestório e respiratório. No nascimento, o neurocrânio é mais volumoso que o viscerocrânio. Essa desproporção permanece nos adultos, mas em menor escala. A caixa craniana é composta por 22 ossos, dos quais somente a mandíbula é móvel, estando conectada ao restante do crânio pela articulação sinovial chamada temporomandibular. Os restantes dos 21 ossos unem-se por articulações praticamente © imóveis. A maioria delas por articulações fibrosas do tipo sutura. Os ossos do neurocrânio são formados por lâminas externas e internas, de substância compacta, e por uma camada média esponjosa chamada díploe. A combinação de lâminas de ossos compactos com osso esponjoso permite a maior resistência a impactos. Os ossos do neurocrânio são: o frontal anterior, dois parietais superiores direito e esquerdo, dois temporais direito e esquerdo localizados na região lateral do crânio, o esfenóide inferior e o occipital, posterior. A sutura localizada entre os ossos parietais e frontal é denominada sutura coronal. Entre os parietais e o occipital fica a sutura lambidóidea. Os parietais são unidos entre si pela sutura sagital. Os temporais são unidos aos parietais, occipitais e esfenóides pela sutura escamosa. A intersecção das suturas coronal e sagital é o bregma e das suturas sagital e lambdóidea é o lambda. A intersecção entre a sutura escamosa e a lambdóidea é o astério. A intersecção entre temporal, parietal e esfenóide chamamos ptério. Ao nascimento, os ossos do crânio estão mais separados entre si. Assim, ao nível do bregma forma-se um espaço losangular, o fontículo anterior, ao passo que no nível do lambda, um outro espaço menor e triangular recebe o nome de fontículo posterior. Vulgarmente esses espaços são chamados de moleiras. O osso frontal se articula com os ossos nasais e o ponto de intersecção desta junção no plano mediano é o násio. A área acima do násio, e entre os arcos supraciliares é a glabela. Os arcos são elevações arqueadas que se estendem de cada lado da glabela, em direção lateral. Até os seis anos de idade o frontal é dividido no plano mediano pela sutura frontal. Raras vezes esta divisão persiste no adulto e a linha de separação é conhecida como sutura metópica. A proeminência da face é formada pelo osso zigomático, situado na parte inferior e lateral da órbita, e repousa sobre a maxila (maçã do rosto). O processo frontal do osso zigomático se articula com o processo zigomático do osso frontal. O osso etmoide é basicamente um osso do viscerocrânio e forma parte da cavidade nasal. É formado pelas lâminas orbital que forma a parede medial da orbita ocular e a parede © lateral do labirinto etmoidal, a lâmina cribriforme, em forma de peneira que forma o teto da cavidade nasal e seus vários forames permitem a passagem dos nervos olfatórios e a lâmina perpendicular que forma parte do septo nasal. Dois processos do etmoide projetam da região lateral para o interior da cavidade nasal. Os processos que são chamados conchas nasais média e superior se localizam na parte superior da cavidade nasal. Entre as conchas nasais e a lâmina orbital encontramos os labirintos etmoidais. A parte óssea do nariz é formada pelos ossos nasais e pelas maxilas. O maxilar é composto por duas maxilas. Seus principais acidentes são o corpo da maxila que contém uma cavidade, o seio maxilar, o processo zigomático e o processo frontal, o processo alveolar e o processo palatino. A mandíbula é formada por corpo, ramo e ângulo da mandíbula. Na base do crânio (face inferior) podemos identificar o palato duro que constitui o teto da boca e os assoalhos das cavidades nasais. Podemos identificar o osso vômer formando a parte posterior do septo nasal e o osso esfenoide, encaixado entre o frontal, o temporal e o occipital, se articulando com a parte basilar do osso occipital pela sincondrose esfenoccipital. O esfenoide, um osso ímpar irregular formado por um corpo e três pares de processos: asas maiores, asas menores e processos pterigoides. Posteriormente à parte basilar do osso occipital, abre-se um grande forame, o forame magno do osso occipital. O osso hioide é um osso em forma de U, localizado na porção ântero-superior do pescoço, entre a mandíbula e a laringe. Ele não se articula com nenhum osso, mas está suspenso pelos ligamentos estilo-hióideos, que se fixam nos processos estilóides do crânio. © Ao longo do processo de evolução humana podemos observar um aumento do volume da caixa craniana e do cérebro, e também um processo de gracilização do aparato mastigatório quando comparamos espécies mais modernas e mais ancestrais dentro do gênero Homo. Essa modificação é um indicativo da maneira de locomoção do indivíduo. A localização posterior do forame magno ocorre em animais quadrúpedes e a localização anteriorizada em animais bípedes. 2) Coluna vertebral: a coluna vertebral forma o eixo ósseo do corpo e está constituída de modo a oferecer a resistência de um pilar de sustentação, mas também a flexibilidade necessária para a movimentação do tronco. Assim, ela protege a medula espinhal que está alojada em seu interior, serve de pivô para suporte e mobilidade da cabeça, permite movimentos entre as diversas partes do tronco e dá fixação a numerosos músculos. A coluna é formada por 33 vértebras colocadas umas sobre as outras (canal medular) no sentido longitudinal, de modo a formar um conjunto que se estende da nuca à pelve. Podemos distinguir 7 vértebras cervicais (da região do pescoço), 12 vértebras torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e quatro coccígeas. As vértebras sacrais são fundidas em peça única chamada sacro, o alicerce da pelve que se articula com os ossos do quadril. As vértebras coccígeas são rudimentares. As vértebras mais superiores são menores comparadas às vértebras inferiores, uma vez que suportam um peso maior. A coluna vertebral apresenta curvaturas no sentido ântero-posterior, indispensáveis para a manutenção do equilíbrio e postura ereta. Deste modo no adulto, duas curvaturas, a torácica e a sacral, mantêm a direção da curvatura primária do feto enquanto as curvaturas