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© O esqueleto humano é uma estrutura formada por vários ossos e cartilagens, que permitem, entre várias outras funções, a movimentação do nosso corpo. O esqueleto humano é um tipo de endoesqueleto, uma vez que se encontra no interior do nosso corpo, sendo formado por 206 ossos em adultos, uma quantidade menor do que nas crianças, pois na juventude muitos ossos estão separados, fundindo-se durante o desenvolvimento. Os ossos do corpo humano se dividem em: esqueleto axial e esqueleto apendicular. O esqueleto axial é a parte do esqueleto que está localizado no plano mediano do corpo, sendo constituído por 80 ossos, formado pelo crânio, as costelas o osso hioide, e a coluna vertebral. Podemos caracterizá-lo como aquele conjunto de ossos que se localizam no eixo ou parte central do corpo. A sua função é proteger o sistema nervoso central e alguns dos órgãos vitais localizados na região torácica. 1) Crânio: o crânio é a parte esquelética da cabeça, sua função principal é abrigar e proteger o encéfalo. Entretanto cumpre também outras funções importantes: Apresenta cavidades para órgãos da sensibilidade específica (visão, audição, equilíbrio, olfato e gustação); Apresenta aberturas para passagem do ar e alimento; Apresenta maxilas, mandíbula e dentes, que são necessários para a mastigação; Podemos dividir o crânio em: neurocrânio e viscerocrânio. O primeiro, superior e posterior, maior, abriga o encéfalo. O segundo, anterior e inferior, menor, está relacionado com órgãos dos sistemas digestório e respiratório. No nascimento, o neurocrânio é mais volumoso que o viscerocrânio. Essa desproporção permanece nos adultos, mas em menor escala. A caixa craniana é composta por 22 ossos, dos quais somente a mandíbula é móvel, estando conectada ao restante do crânio pela articulação sinovial chamada temporomandibular. Os restantes dos 21 ossos unem-se por articulações praticamente © imóveis. A maioria delas por articulações fibrosas do tipo sutura. Os ossos do neurocrânio são formados por lâminas externas e internas, de substância compacta, e por uma camada média esponjosa chamada díploe. A combinação de lâminas de ossos compactos com osso esponjoso permite a maior resistência a impactos. Os ossos do neurocrânio são: o frontal anterior, dois parietais superiores direito e esquerdo, dois temporais direito e esquerdo localizados na região lateral do crânio, o esfenóide inferior e o occipital, posterior. A sutura localizada entre os ossos parietais e frontal é denominada sutura coronal. Entre os parietais e o occipital fica a sutura lambidóidea. Os parietais são unidos entre si pela sutura sagital. Os temporais são unidos aos parietais, occipitais e esfenóides pela sutura escamosa. A intersecção das suturas coronal e sagital é o bregma e das suturas sagital e lambdóidea é o lambda. A intersecção entre a sutura escamosa e a lambdóidea é o astério. A intersecção entre temporal, parietal e esfenóide chamamos ptério. Ao nascimento, os ossos do crânio estão mais separados entre si. Assim, ao nível do bregma forma-se um espaço losangular, o fontículo anterior, ao passo que no nível do lambda, um outro espaço menor e triangular recebe o nome de fontículo posterior. Vulgarmente esses espaços são chamados de moleiras. O osso frontal se articula com os ossos nasais e o ponto de intersecção desta junção no plano mediano é o násio. A área acima do násio, e entre os arcos supraciliares é a glabela. Os arcos são elevações arqueadas que se estendem de cada lado da glabela, em direção lateral. Até os seis anos de idade o frontal é dividido no plano mediano pela sutura frontal. Raras vezes esta divisão persiste no adulto e a linha de separação é conhecida como sutura metópica. A proeminência da face é formada pelo osso zigomático, situado na parte inferior e lateral da órbita, e repousa sobre a maxila (maçã do rosto). O processo frontal do osso zigomático se articula com o processo zigomático do osso frontal. O osso etmoide é basicamente um osso do viscerocrânio e forma parte da cavidade nasal. É formado pelas lâminas orbital que forma a parede medial da orbita ocular e a parede © lateral do labirinto etmoidal, a lâmina cribriforme, em forma de peneira que forma o teto da cavidade nasal e seus vários forames permitem a passagem dos nervos olfatórios e a lâmina perpendicular que forma parte do septo nasal. Dois processos do etmoide projetam da região lateral para o interior da cavidade nasal. Os processos que são chamados conchas nasais média e superior se localizam na parte superior da cavidade nasal. Entre as conchas nasais e a lâmina orbital encontramos os labirintos etmoidais. A parte óssea do nariz é formada pelos ossos nasais e pelas maxilas. O maxilar é composto por duas maxilas. Seus principais acidentes são o corpo da maxila que contém uma cavidade, o seio maxilar, o processo zigomático e o processo frontal, o processo alveolar e o processo palatino. A mandíbula é formada por corpo, ramo e ângulo da mandíbula. Na base do crânio (face inferior) podemos identificar o palato duro que constitui o teto da boca e os assoalhos das cavidades nasais. Podemos identificar o osso vômer formando a parte posterior do septo nasal e o osso esfenoide, encaixado entre o frontal, o temporal e o occipital, se articulando com a parte basilar do osso occipital pela sincondrose esfenoccipital. O esfenoide, um osso ímpar irregular formado por um corpo e três pares de processos: asas maiores, asas menores e processos pterigoides. Posteriormente à parte basilar do osso occipital, abre-se um grande forame, o forame magno do osso occipital. O osso hioide é um osso em forma de U, localizado na porção ântero-superior do pescoço, entre a mandíbula e a laringe. Ele não se articula com nenhum osso, mas está suspenso pelos ligamentos estilo-hióideos, que se fixam nos processos estilóides do crânio. © Ao longo do processo de evolução humana podemos observar um aumento do volume da caixa craniana e do cérebro, e também um processo de gracilização do aparato mastigatório quando comparamos espécies mais modernas e mais ancestrais dentro do gênero Homo. Essa modificação é um indicativo da maneira de locomoção do indivíduo. A localização posterior do forame magno ocorre em animais quadrúpedes e a localização anteriorizada em animais bípedes. 2) Coluna vertebral: a coluna vertebral forma o eixo ósseo do corpo e está constituída de modo a oferecer a resistência de um pilar de sustentação, mas também a flexibilidade necessária para a movimentação do tronco. Assim, ela protege a medula espinhal que está alojada em seu interior, serve de pivô para suporte e mobilidade da cabeça, permite movimentos entre as diversas partes do tronco e dá fixação a numerosos músculos. A coluna é formada por 33 vértebras colocadas umas sobre as outras (canal medular) no sentido longitudinal, de modo a formar um conjunto que se estende da nuca à pelve. Podemos distinguir 7 vértebras cervicais (da região do pescoço), 12 vértebras torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e quatro coccígeas. As vértebras sacrais são fundidas em peça única chamada sacro, o alicerce da pelve que se articula com os ossos do quadril. As vértebras coccígeas são rudimentares. As vértebras mais superiores são menores comparadas às vértebras inferiores, uma vez que suportam um peso maior. A coluna vertebral apresenta curvaturas no sentido ântero-posterior, indispensáveis para a manutenção do equilíbrio e postura ereta. Deste modo no adulto, duas curvaturas, a torácica e a sacral, mantêm a direção da curvatura primária do feto enquanto as curvaturascervical e lombar apresentam sentido inverso e são ditas secundárias. Assim, toda vértebra possui um anel ósseo que circunda um forame, o forame vertebral, que pode ser considerado um segmento do canal vertebral. A parte anterior do anel é o corpo vertebral, cilindróide com superfícies superior e inferior planas. A parte posterior do anel chamado arco vertebral consiste em um par de pedículos e num par de lâminas. Os pedículos projetam-se posteriormente da parte superior do contorno posterior do corpo vertebral e se unem com as lâminas que se fundem no plano mediano. No ponto de fusão das lâminas no plano mediano projeta-se posteriormente o processo espinhoso. No ponto de fusão dos pedículos com as lâminas projetam-se três processos adicionais com direções diferentes: o processo transverso, lateralmente; o processo articular superior, cranialmente e o processo articular inferior, caudalmente. Esses dois últimos processos apresentam uma face articular. As quatro faces articulares de cada © vértebra, junto com o disco intervertebral constituem o mecanismo de articulação de vertebras adjacentes. Cervicais: Das vértebras cervicais, a primeira e a segunda são consideradas atípicas e são chamadas de atlas e áxis. O atlas tem esse nome porque suporta a cabeça, como a figura mitológica carregava o globo terrestre. Ele não apresenta um corpo vertebral e assim, é um anel losângico que circunda um grande forame vértebra. Nos ângulos laterais do losango o osso apresenta massas laterais, interligadas pelos arcos anterior e posterior. Sobre cada massa lateral apresenta a face articular superior, que recebe o côndilo occipital do crânio. O processo transverso projeta-se lateralmente e apresenta um forame transversário para a passagem da artéria vertebral em seu trajeto para o crânio. O arco anterior fecha o anel no plano mediano e apresenta, neste local, na sua face posterior uma faceta articular para o dente do áxis, a fóvea do dente e na face anterior o tubérculo anterior. O arco posterior apresenta no plano mediano o tubérculo posterior, vestígio do processo espinhoso. Finalmente na face inferior de cada massa lateral há uma face articular inferior para articulação com o áxis. O áxis tem este nome por servir de eixo para a rotação do atlas com o crânio. A superfície superior do corpo vertebral projeta-se no dente do áxis com o qual se articula a face posterior do arco anterior do atlas. Ao contrário do atlas, o áxis apresenta processo espinhoso bifurcado como ocorre nas vértebras cervicais típicas. Todas as vértebras cervicais apresentam o forame transverso no processo transverso. Torácicas: as vértebras torácicas articulam com as costelas com o corpo e com o processo transverso. Os processos espinhosos das vértebras torácicas são muito inclinados para baixo e os corpos vertebrais apresentam um volume intermediário. © Lombares: as vértebras lombares são as mais volumosas da coluna vertebral, os processos espinhosos são curtos e quadriláteros situando-se no mesmo plano do corpo vertebral e não apresentam fóveas costais e forames transversários. Sacro e cóccix: no adulto o sacro é formado pela fusão de cinco vértebras sacrais que diminuem de tamanho no sentido craniocaudal. Desse modo é um osso triangular recurvo, com concavidade anterior. Apresenta faces pélvica e dorsal. A face pélvica apresenta uma área óssea mediana, uma série de forames de cada lado, os forames intervertebrais e sacrais anteriores e duas massas laterais. A face dorsal é acidentada e côncava. O cóccix deriva da fusão de três ou quatro peças coccígeas, constituindo um osso irregular, afilado, que representa o vestígio da cauda no extremo inferior da coluna vertebral. 3) Caixa toráxica: a caixa torácica é formada pelo esterno na região anterior mediana do tórax, pelas vértebras torácicas na região posterior mediana e pelas costelas e cartilagens costais situadas nos contornos posterior, lateral e anterior do tórax. O esterno é uma longa e estreita placa óssea mediana na parede anterior do tórax. Permite inserção anterior às costelas através das cartilagens costais. Possui três partes: manúbrio, corpo e processo xifóide. O manúbrio forma a parte superior do esterno e se une ao corpo na região chamada ângulo do esterno, que é uma crista transversa que marca o ponto de junção do esterno com a segunda costela. Os principais acidentes são: incisura jugular, incisura clavicular e a incisura da primeira costela. O processo xifóide, rudimentar, é a parte mais inferior do esterno. © As costelas são fitas ósseas arqueadas estendendo-se de suas junções com a coluna vertebral à porção anterior da parede do tórax. As sete superiores são ditas costelas verdadeiras, por se articulares com o esterno. A oitava, nona e décima são denominadas costelas falsas por se fixarem ao esterno indiretamente, unindo-se suas cartilagens umas às outras formando a margem costal que é o limite inferior da caixa torácica. A décima primeira e décima segunda costelas são denominadas flutuantes, são curtas, rudimentares e não possuem cartilagens. As cabeças das costelas são globosas, posteriores, articulam-se com a coluna vertebral (nas fóveas costais do corpo da vértebra), o colo segue a cabeça, inclinando-se póstero-lateralmente rumo ao processo transverso de sua vertebra, com a qual se articula através do tubérculo costal. Ao tubérculo segue-se lateralmente, o corpo da costela. No ângulo da costela o osso muda de direção bruscamente, inclinando-se inferiormente enquanto se curva lateralmente e depois anteriormente, acompanhando a superfície da parede torácica. O esqueleto apendicular compreende os ossos dos membros superiores e inferiores, e é preso ao esqueleto axial, em sua forma adulta comporta 126 ossos isolados. Ele é responsável pela movimentação e sustentação do corpo. Os ossos dos membros superiores podem ser divididos em quatro grupos principais: © (1) mão e punho; (2) antebraço; (3) braço (úmero); (4) cintura escapular. Os ossos dos membros inferiores também podem ser divididos em quatro grupos principais: (1) pé e tornozelo; (2) perna; (3) Coxa (fêmur); (4) cintura pélvica. A clavícula une o membro superior ao tronco. O corpo da clavícula faz uma curva dupla e a extremidade esternal se articula com o manúbrio do esterno. A extremidade acromial é plana no local de articulação com o acrômio da escápula. A clavícula atua como suporte rígido e móvel, semelhante a um guindaste, que suspende a escápula e o membro livre, mantendo-os afastados do tronco, de modo que o membro tenha máxima liberdade de movimento. O suporte é móvel e permite que a escápula se mova sobre a parede torácica, o que aumenta a amplitude de movimento do membro. Transmite choques (impactos traumáticos) do membro superior para o esqueleto axial. Embora tenha o desenho de um osso longo, a clavícula não tem cavidade medular. Consiste em osso esponjoso (trabecular) com um revestimento de osso compacto. A face superior da clavícula, é lisa. A face inferior da clavícula é áspera porque é unida à 1a costela, perto de sua extremidade esternal, por ligamentos fortes, que suspendem a escápula por sua extremidade acromial. © A escápula é um osso plano triangular situado na face posterolateral do tórax, superposta às 2a 7a costelas. As faces ósseas largas de três fossas servem como local de fixação de músculos. O corpo da escápula é triangular, fino e translúcido acima e abaixo da espinha da escápula. A espinhacontinua lateralmente como o acrômio plano e expandido, que forma o ponto subcutâneo do ombro e articula-se com a extremidade acromial da clavícula. A espinha e o acrômio atuam como alavancas para os músculos neles fixados, sobretudo o trapézio. Na região superolateral, a face lateral da escápula tem uma cavidade glenoidal, que recebe e articula-se com a cabeça do úmero na articulação do ombro. O úmero, o maior osso do membro superior, articula-se com a escápula na articulação do ombro e com o rádio e a ulna na articulação do cotovelo. A extremidade proximal do úmero tem cabeça, colos cirúrgico e anatômico, e tubérculos maior e menor. A cabeça do úmero é esférica e articula-se com a cavidade glenoidal da escápula. A junção da cabeça e do colo com o corpo do úmero é indicada pelos tubérculos maior e menor, que são o local de fixação e alavanca para alguns músculos escapuloumerais. O sulco intertubercular separa os tubérculos e protege a passagem do tendão delgado da cabeça longa do músculo bíceps braquial. A extremidade distal do úmero — que inclui a tróclea; o capítulo; e as fossas do olécrano, coronóidea e radial — forma o côndilo do úmero. O côndilo tem duas faces articulares: um capítulo lateral, para articulação com a cabeça do rádio, e uma tróclea medial, para articulação com a extremidade proximal (incisura troclear) da ulna. O antebraço é formado por dois ossos paralelos, um dos quais (o rádio) consegue girar em torno do outro (a ulna). Isso torna possível girar a mão quando o cotovelo está fletido. A ulna estabiliza o antebraço e é o osso medial e mais longo dentre os dois ossos do antebraço. Sua extremidade proximal maior é especializada para articulação com o úmero na parte proximal e com a cabeça do rádio lateralmente. A articulação entre a ulna e o © úmero permite basicamente apenas a flexão e a extensão da articulação do cotovelo. A incisura radial, recebe a parte periférica larga da cabeça do rádio. A ulna não chega até a articulação radiocarpal e, portanto, não participa dela. O rádio, localizado lateralmente, é o mais curto dos dois ossos do antebraço. A extremidade proximal inclui a cabeça curta, o colo e a tuberosidade voltada medialmente. Na região proximal, a face superior lisa da cabeça do rádio permite a extensão da articulação do cotovelo. A cabeça também se articula perifericamente com a incisura radial da ulna; assim, a cabeça é coberta por cartilagem articular. A tuberosidade do rádio oval situa-se distalmente à parte medial do colo e separa a extremidade proximal (cabeça e colo) do corpo. Sua face medial forma uma concavidade, a incisura ulnar, que acomoda a cabeça da ulna. O punho, ou carpo, é formado por oito ossos carpais dispostos em duas fileiras, proximal e distal, de quatro ossos. Esses pequenos ossos conferem flexibilidade ao punho. Ampliando o movimento na articulação do punho, as duas fileiras de ossos carpais deslizam uma sobre a outra. Da região lateral para a medial, os quatro ossos carpais da fileira proximal são: escafoide, semilunar, piramidal, pisiforme. Da região lateral para a medial, os quatro ossos carpais da fileira distal são: trapézio, trapezoide, capitato, hamato. As faces proximais da fileira distal dos ossos carpais articulam-se com a fileira proximal de ossos carpais, e suas faces distais articulam-se com os metacarpais. O metacarpo forma o esqueleto da palma da mão entre o carpo e as falanges. É formado por © cinco ossos metacarpais. Cada metacarpal tem base, corpo e cabeça. As cabeças dos metacarpais, distais, articulam-se com as falanges proximais e formam as articulações metacarpofalângicas da mão. Cada dedo tem três falanges, exceto o polegar, que tem apenas duas. Entretanto, as falanges do primeiro dedo são mais fortes do que as dos outros dedos. Cada falange tem uma base proximal, um corpo e uma cabeça distal. O cíngulo do membro inferior é um anel ósseo, em forma de bacia, que une a coluna vertebral aos dois fêmures. As principais funções do cíngulo do membro inferior são: Sustentar o peso da parte superior do corpo nas posições sentada e ortostática; Transferir o peso do esqueleto axial para o esqueleto apendicular inferior para ficar de pé e caminhar; Conter e proteger as vísceras pélvicas (partes inferiores do sistema urinário e dos órgãos genitais internos) e as vísceras abdominais inferiores (intestinos) e, ao mesmo tempo, permitir a passagem de suas partes terminais (e, em mulheres, de um feto a termo) via períneo; No indivíduo maduro, o cíngulo do membro inferior é formado por três ossos: Ossos do quadril direito e esquerdo: ossos grandes, de formato irregular, cada um deles é formado pela fusão de três ossos, ílio, ísquio e púbis Sacro: formado pela fusão de cinco vértebras sacrais. Os dois ossos do quadril são unidos anteriormente na sínfise púbica, uma articulação cartilagínea secundária. Os ossos do quadril articulam-se posteriormente com o sacro nas articulações sacroilíacas. O ílio é a parte superior, em forma de leque, do osso do quadril. Em sua face externa, o corpo do ílio participa da formação do acetábulo. Posteriormente, a face sacropélvica do ílio tem uma face auricular e uma tuberosidade ilíaca, para articulação sinovial e sindesmótica com o sacro, respectivamente. O ísquio tem um corpo e um ramo. O corpo do ísquio ajuda a formar o © acetábulo e o ramo do ísquio forma parte do forame obturado. O púbis é um osso angulado que tem um ramo superior, o que ajuda a formar o acetábulo, e um ramo inferior, que ajuda a formar o forame obturado. O arco púbico é formado pelos ramos isquiopúbicos, esses ramos encontram-se na sínfise. A pelve maior (pelve falsa) é a parte da pelve: Superior à abertura superior da pelve; Limitada pelas asas do ílio posterolateralmente e a face anterossuperior da vértebra SI posteriormente; Ocupada por vísceras abdominais (p. ex., o íleo e o colo sigmoide). A pelve menor (pelve verdadeira) é a parte da pelve: Situada entre as aberturas superior e inferior da pelve; Limitada pelas faces pélvicas dos ossos do quadril, sacro e cóccix; Que inclui a cavidade pélvica verdadeira e as partes profundas do períneo (compartimento perineal). Os cíngulos dos membros inferiores de homens e mulheres diferem em vários aspectos. Essas diferenças sexuais estão relacionadas principalmente com a constituição mais pesada e aos músculos maiores da maioria dos homens e à adaptação da pelve (sobretudo a pelve menor) nas mulheres para o parto. Assim, temos a pelve menor masculina mais estreita e profunda (afunilada) enquanto a feminina mais larga e rasa (cilíndrica). Podemos observar ainda que o forame obturado masculino é redondo enquanto o feminino oval. O peso corporal é transferido da coluna vertebral para o cíngulo do membro inferior, através das articulações sacroilíacas, e do cíngulo do membro inferior para os fêmures através das articulações do quadril. Para sustentar melhor a postura bípede ereta, os fêmures são oblíquos (em direção inferomedial) nas coxas, de modo que, de pé, os joelhos ficam posicionados adjacentes e diretamente inferiores ao tronco, reposicionando o centro de gravidade nas linhas verticais das pernas e pés. Os fêmures das mulheres são um pouco mais oblíquos que os dos homens, em consequência © da maior largura de suas pelves. Nos joelhos, a extremidade distal de cada fêmur articula-se com a patela e a tíbia da perna correspondente. O peso é transferido da articulação do joelho para a articulação talocrural pelatíbia. A fíbula não se articula com o fêmur e não sustenta nem transfere o peso, mas permite fixação muscular e contribui para a formação da articulação talocrural. No tornozelo, o peso sustentado pela tíbia é transferido para o tálus. O tálus é o elemento fundamental de um arco longitudinal, formado pelos ossos tarsais e metatarsais de cada pé, que distribui o peso uniformemente entre o calcanhar e a parte anterior do pé na posição de pé, criando uma plataforma óssea flexível, porém estável, para sustentar o corpo. O fêmur é o osso mais longo e mais pesado do corpo. Transmite o peso do corpo do osso do quadril para a tíbia quando a pessoa está de pé. O fêmur tem um corpo e duas extremidades, superior ou proximal e inferior ou distal. A extremidade superior (proximal) do fêmur é dividida em cabeça, colo e dois trocanteres (maior e menor). Os côndilos medial e lateral formam quase toda a extremidade inferior (distal) do fêmur. Os côndilos do fêmur articulam-se com os meniscos e os côndilos da tíbia para formar a articulação do joelho. Os meniscos e os côndilos da tíbia deslizam como uma unidade através das faces inferior e posterior dos côndilos do fêmur durante a flexão e a extensão. Localizada paralela à fíbula, a tíbia é o segundo maior osso do corpo. Alarga-se externamente nas duas extremidades e propicia maior área para articulação e transferência de peso. A extremidade superior (proximal) alarga-se para formar côndilos medial e lateral que pendem sobre o corpo medial, lateral e posteriormente, formando uma face articular superior relativamente plana, ou platô tibial. Esse platô é formado por duas faces articulares lisas que se articulam com os grandes côndilos do fêmur. Os tubérculos e áreas intercondilares são locais de fixação dos meniscos e ligamentos principais do joelho, que mantêm o fêmur e a tíbia juntos, mantendo contato entre suas faces articulares. © Ao contrário do fêmur, o corpo da tíbia está realmente em posição vertical na perna. A margem anterior da tíbia é a mais proeminente. Essa margem e a face medial adjacente são subcutâneas em toda. A expansão medial estende-se inferiormente ao restante do corpo como o maléolo medial. A face inferior do corpo e a face lateral do maléolo medial se articulam com o tálus e são cobertas por cartilagem articular. A fíbula situa-se posterolateralmente à tíbia e está firmemente fixada a ela pela sindesmose tibiofibular, que inclui a membrana interóssea. A fíbula não tem função de sustentação de peso. Sua função principal é a fixação muscular. A extremidade distal se alarga e é prolongada lateral e inferiormente como o maléolo lateral. Os maléolos formam as paredes externas de um encaixe retangular, que é o componente superior da articulação talocrural, e são o local de fixação dos ligamentos que estabilizam a articulação. A extremidade proximal da fíbula consiste em uma cabeça aumentada superior a um pequeno colo. O corpo da fíbula é torcido e marcado pelos locais de fixação muscular. Assim como o corpo da tíbia, é triangular ao corte transversal, tem três margens (anterior, interóssea e posterior) e três faces (medial, posterior e lateral). O tarso (parte posterior ou proximal do pé) tem sete ossos: tálus, calcâneo, cuboide, navicular e três cuneiformes. Só um osso, o tálus, articula- se com os ossos da perna. © O metatarso (parte anterior ou distal do pé, antepé) consiste em cinco ossos metatarsais, numerados a partir da face medial do pé. O metatarsal I é mais curto e mais forte do que os outros. O metatarsal II é o mais longo. Cada metatarsal tem uma base proximal, um corpo e uma cabeça distal. A base de cada metatarsal é a extremidade proximal, maior. As bases dos metatarsais articulam-se com o cuneiforme e o cuboide, e as cabeças articulam-se com as falanges proximais. As 14 falanges dos membros inferiores são as seguintes: o hálux (dedão) tem duas falanges (proximal e distal); os outros quatro dedos têm três falanges cada: proximal, média e distal. Cada falange tem uma base (proximal), um corpo e uma cabeça (distal). As falanges do hálux são curtas, largas e fortes. Em pessoas idosas, pode haver fusão das falanges média e distal do dedo mínimo.
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