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Sergio Weinfuter sweinfuter@hotmail.com 1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 03 2.CLASSIFICAÇAO DA RADIAÇAO................................................................. 04 3. INTERAÇAO DA RADIAÇAO COM A MATÉRIA...........................................07 4. EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇAO.......................................................08 5. ACIDENTE DE CHERNOBYL.........................................................................09 6. BENEFICIOS DA RADIAÇAO.........................................................................20 7. TRAGEDIA NO BRASIL..................................................................................21 8.CONCLUSÃO .................................................................................................. 21 4. REFERÊNCIAS .............................................................................................. 22 ANEXO ............................................................................................................................. 22 Brusque - SC 2021 CEPED CURSOS Entrevista com Maria José Quindotta vítima de câncer de tireoide e que tomou a maior dose de radiação que o ser humano pode suportar sem adoecer, ministrada em seu corpo para “matar” as células cancerígenas. 2 RESUMO Palavras-chave: Radiação. Doenças. Corpo humano. Devastação. Apesar de ser considerada hoje uma tecnologia a segura, ela ainda esconde seus reais malefícios do que pode fazer ao corpo humano. Porém, no acidente de Chernobyl, ficou evidente todo o seu poder de destruição e o quanto todos estavam despreparados para conter um acidente dessa magnitude. Hoje mais de trinta anos após o acidente, milhares de pessoas vivem os horrores da contaminação pela radiação que afetou seus corpos. Não somente contaminou os que viviam na época do acidente, como afetou também seus descendentes e até os dias de hoje sofrem terríveis complicações em suas vidas, deixando um legado de terror e sofrimento e um alerta ao mundo do perigo na manipulação da radiação. 3 1 INTRODUÇÃO Radiação, um perigo oculto, um perigo invisível, mas ele está mais perto do ser humano do que nunca. Não é uma tecnologia muito antiga, também não é uma das mais estudadas e ainda não se conhece todos os efeitos dela a longo prazo no corpo humano, animais, plantas e meio ambiente em geral, mas o que já se conhece é de estarrecer o mais cético dos pesquisadores e humanizar os mais desumanos dos investigadores. Encontramos ela nos hospitais, clínicas, laboratórios e empresas, todos utilizando a radiação como sua aliada, mas o perigo acontece quando ela começa a sair do controle e espalhar-se pelo ambiente, contaminando a tudo e a todos por onde passa. Ela é considerada uma tecnologia segura, fonte de energia pura e limpa, sendo adotada por muitos países até os dias de hoje. Segundo a enciclopédia livre Wikipédia (2017) “Em física, radiação (do termo latino radiatione) é a propagação de energia de um ponto a outro, seja no vácuo ou em qualquer meio material, podendo ser classificada como energia em trânsito, e podendo ocorrer através de uma onda eletromagnética ou partícula.” Também “As radiações podem ser emitidas tanto artificialmente em procedimentos médicos ou atividades industriais, quanto naturalmente, como a luz solar por exemplo. Independentemente do tipo, elas interagem com os corpos, até mesmo com o ser humano, e depositam neles energia. Essa interação depende do tipo da energia de radiação e do meio em que está se propagando.” (Wikipédia, 2017 P.1) Sua história se iniciou quando no dia 08 de novembro do ano de 1895 Wilhem Konrad Roentgen observou um fraco brilho esverdeado numa tela fluorescente ativado por um tipo de emanação desconhecida de um tubo de crookes excitado eletrostaticamente. Com esse primeiro pequeno vislumbre as pesquisas sobre radiação avançaram e em 28/12/1895 – Roentgen escreve o primeiro trabalho: “On a New Kind of Ray” para a Bavarian Physical Medical Society. (IPEN, 2017) Já no ano seguinte, em 05/01/1896 – O Viena Press publica um resumo e a notícia se espalha rapidamente no mundo. Um dia após a chegada do relatório nos USA, Thomas A. Edson começa a trabalhar no assunto. Durante o ano de 1896, a revista Medical record (NY) pública 28 referências sobre os Roentgen Rays ou X Rays. (IPEN, 2017) Apesar das pesquisas continuarem sendo realizadas, ninguém fazia ideia dos perigos ocultos que estavam prestes a serem conhecidos a utilizarem essa nova descoberta e “Antes do final do ano, trabalhadores sofrem severas reações devido aos raios X.” (IPEN, 2017 P.1) Com várias pesquisas avançando em várias frentes “ No mesmo mês da descoberta de Roentgen, A. H. Becquerel descobriu que algum tipo de raio similar ao raio X era continuamente emitido por compostos de urânio natural.” e “Em 12/1898, Pierre e Marie Curie anunciavam, a partir de compostos de urânio, a descoberta de um material altamente radioativo, que chamaram de RADIUM. Era constituído de três tipos de raio; um deles foi chamado de Raios Gama – com menor energia, mas maior capacidade de penetração.” (IPEN, 2017 P. 2) A descoberta da radiação possibilitou novos tipos de tratamentos para diversos tipos de doenças, abrindo novas esperanças de cura para quem não tinha uma. O problema era que ninguém sabia com certeza o que poderia acontecer com a radiação atingindo o meio ambiente em grandes doses e como preparar o mundo para algum tipo de acidente que porventura pudesse acontecer, no manuseio dessa tecnologia que se mostrava promissora desde seu princípio. https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADsica https://pt.wikipedia.org/wiki/Latim https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%A1cuo https://pt.wikipedia.org/wiki/Onda_eletromagn%C3%A9tica https://pt.wikipedia.org/wiki/Part%C3%ADcula https://pt.wikipedia.org/wiki/Luz_solar 4 2 CLASSIFICAÇÃO DA RADIAÇÃO Com tantas formas de radiação que foram descobertas nas diversas pesquisas que seguiram sua descoberta, ela teve que ser classificada para poderem saber quando falassem sobre elas, que tipo de radiação estavam se referindo e com isso teve que ser formalizada a classificação delas. Dessa forma, começou-se a estudar cada uma delas separadas, abrindo diversas portas para a cura de doenças, por exemplo. Também foi realizada a descoberta de formas de detecção mais apuradas para verificação de lesões nos ossos, fazendo do raio-X um instrumento indispensável, para determinar a forma e extensão de fraturas ou lesões. Para a indústria também se abriu um leque de possibilidades, na criação de energia limpa e até então segura. Essa classificação é reconhecida ainda hoje e os tipos de radiação estão dessa forma classificados: 2.1 PELO ELEMENTO CONDUTOR DE ENERGIA A radiação eletromagnética, segundo a Wikipédia Enciclopédia Livre (2017, P. 2) “[...] é a energia que se propaga através de uma onda eletromagnética, constituída por um campo elétrico e um campo magnético oscilantes e perpendiculares entre si, que se propaga no vácuo com a velocidade da luz, sendo esta de 299 792 458 metros por segundo.” Esse tipo de radiação “é caracterizada pelo seu comprimento de onda ou por sua frequência e pelas diversas faixas que constituem o espectro eletromagnético.” Para ficar mais fácil o entendimento da classificação “Pode-se citar, como exemplo de radiação eletromagnética, os raios gama, raios x e a luz do sol, dentre outros.” Na radiação corpuscular “A energia se propaga através de partículas subatômicas, como elétrons, prótons e outras formadas através de fissão nuclear, como os nêutrons. Assim,ela é caracterizada pela sua carga, massa e velocidade, podendo ser carregada ou neutra, leve ou pesada e lenta ou rápida.” (Wikipédia, 2017 p.2) Já a radiação gravitacional “[…] é uma previsão das equações da relatividade geral. Elas podem ser emitidas em regiões do espaço onde a gravidade é relativística, através de estrelas em colapso.” Com essa definição ficou mais fácil entender as diferenças entre a radiação eletromagnética e a radiação gravitacional. 2.2 PELA FONTE DA RADIAÇÃO Outro tipo de radiação encontrada na terra é a radiação solar, diferentemente da radiação fabricada nas usinas nucleares, esse tipo de radiação “ É causada pela energia emitida do sol, provenientes de reações que ocorrem na superfície do astro. A radiação solar se propaga por onda eletromagnética.” (Wikipédia, 2017 p.2) Ela é classificada em radiação de Cherenkov e radioatividade. A radiação de Cherenkov é “Causada quando uma partícula carregada eletricamente, com a velocidade superior à da luz no meio, atravessa um meio isolante. A cor azul característica de reatores nuclear deve-se à radiação de Cherenkov. O nome é em homenagem ao cientista soviético Pavel Cherenkov, vencedor do Prêmio Nobel de Física de 1958.” (Wikipédia, 2017 p.2) Já a “ Radioatividade (ou radiatividade) é a propriedade de certos tipos de elementos químicos emitirem radiações, um fenômeno que acontece de forma natural ou artificial. A radioatividade artificial ocorre quando há uma transformação nuclear, através da união de https://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_el%C3%A9trico https://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_el%C3%A9trico https://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_magn%C3%A9tico https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%A1cuo https://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidade_da_luz https://pt.wikipedia.org/wiki/Comprimento_de_onda https://pt.wikipedia.org/wiki/Frequ%C3%AAncia https://pt.wikipedia.org/wiki/Espectro_eletromagn%C3%A9tico https://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o_gama https://pt.wikipedia.org/wiki/Raios_x https://pt.wikipedia.org/wiki/Part%C3%ADcula_subat%C3%B4mica https://pt.wikipedia.org/wiki/Fiss%C3%A3o_nuclear https://pt.wikipedia.org/wiki/Carga https://pt.wikipedia.org/wiki/Massa https://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidade https://pt.wikipedia.org/wiki/Equa%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Relatividade_geral https://pt.wikipedia.org/wiki/Pavel_Cherenkov https://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%AAmio_Nobel_de_F%C3%ADsica 5 átomos ou da fissão nuclear. Já A radioatividade natural ocorre através dos elementos radioativos encontrados na natureza.” (Wikipédia, 2017 p.2) Dessa forma fica classificada os dois tipos de radiações pelas suas fontes, sendo que nem todas as formas de radiação que existem na terra é obra do ser humano. Pelo contrário, há muitas formas de radiação que é um fenômeno natural e outras tantas que podem acontecer com a interferência do ser humano ou as duas juntas, depende do que está acontecendo no local e do tipo de fenômeno que ocorreu. 2.3 PELOS SEUS EFEITOS Também ela pode ser classificada pelos seus próprios efeitos, sendo duas as classificações definidas pelos efeitos da radiação. A primeira é a “Radiação ionizante – É capaz de arrancar qualquer elétron de um átomo se tiver energia maior que a da ligação dele ao átomo. As partículas carregadas eletricamente como beta e alfa são consideradas ionizantes quando possuem uma energia suficiente para ionizar átomos que estão em sua trajetória até que perder toda a sua energia.” Lembrando também que “Somente os raios-X e gama são radiações ionizantes observando o espectro de onda eletromagnética, ou seja, têm energia suficiente para ionizar átomos.” (Wikipédia, 2017 p.2) A “Radiação não ionizante – É incapaz de ionizar moléculas, por não possuírem energia suficiente para arrancar elétrons dos átomos, porém podem quebrar ligações químicas e moléculas.” Dessa forma “A radiação ultravioleta é considerada não ionizante por não possuir energia suficiente para arrancar elétrons dos principais átomos que constituem o corpo humano e por ser muito pequena a sua penetração.” (Wikipédia, 2017 p.2) Existe ainda uma terceira classificação bem menos conhecida que fala sobre a “ Degradação de materiais por radiação. Essa classificação ficou evidente quando aconteceu o acidente na usina nuclear de Chernobyl, deixando marcas nos locais, casas, carros, prédios e até nos brinquedos das crianças, sua terrível forma de degradação dos materiais, ante as fortes doses de radiações que se seguiram logo após o acidente. As marcas são visíveis até hoje. 2.4 PELO TIPO DE RADIAÇÃO Outra forma de classificação da radiação é simplesmente pelo tipo de radiação que ocorre em uma determinada ação. A primeira delas é “Radiação alfa (α) - Ou partícula alfa. É formada por um átomo de hélio constituído de dois prótons e dois nêutrons, com carga positiva. (Wikipédia, 2017 p.2) Sendo que “Uma determinada distância que uma partícula percorre até entrar em repouso é chamado "alcance da partícula". Todas as partículas alfa em um meio qualquer e de igual energia têm o mesmo alcance.” (Wikipédia, 2017 p.2) Porém “ Como o alcance das partículas alfa é muito pequeno, elas são facilmente blindadas. Tem baixa velocidade (20.000 quilômetros por segundo) ao ser comparada com a velocidade da luz. Sua trajetória em um meio material é retilínea. As partículas alfa são produzidas principalmente nos decaimentos de elementos como o urânio, rádio, plutônio, tório etc.” (Wikipédia, 2017 p.2) A segunda forma é a “Radiação beta (β) - São elétrons emitidos através do núcleo estável de um átomo. São muito mais penetrantes que as partículas alfa. A radiação beta, ao passar por meio material, perde energia, e assim, ionizando átomos que se encontram no caminho.” (Wikipédia, 2017 p.2) https://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o_ionizante https://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o_n%C3%A3o_ionizante https://pt.wikipedia.org/wiki/Degrada%C3%A7%C3%A3o_de_materiais_por_radia%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o_alfa https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81tomo https://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9lio https://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%B3ton https://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%AAutron https://pt.wikipedia.org/wiki/Carga_positiva https://pt.wikipedia.org/wiki/Carga_positiva https://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidade_da_luz https://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidade_da_luz https://pt.wikipedia.org/wiki/Radioatividade https://pt.wikipedia.org/wiki/Elemento_(qu%C3%ADmica) https://pt.wikipedia.org/wiki/Ur%C3%A2nio https://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A1dio_(elemento_qu%C3%ADmico) https://pt.wikipedia.org/wiki/Plut%C3%B4nio https://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%B3rio https://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o_beta 6 Ela também “ Tem velocidade de aproximadamente 270 000 quilômetros por segundo. Para a blindagem de partículas beta, deve-se usar alumínio ou plástico.” (Wikipédia, 2017 p.2) Mas todo o cuidado é pouco em seu manuseio. Na terceira posição encontramos a “Radiação gama (γ) - A radiação gama é uma onda eletromagnética, e tem um poder de penetração muito grande. Quando atravessam as substâncias, se chocam com suas moléculas. Tem velocidade de 300.000 quilômetros por segundo.” (Wikipédia, 2017 p.2) Portanto é mais veloz que a radiação Beta. Ainda temos a “Radiação X: que é uma onda eletromagnética que tem comprimento de onda muito pequeno (entre 1 nanômetro e 5 picômetros). Os raios x possuem as mesmas características dos raios gama, só diferindo em relação a formação, enquanto os raios gama se formam no núcleo atômico, os raios x se formam fora. São muito usados em exames médicos.” (Wikipédia, 2017 p.2) Hoje ela é utilizada em larga escala pela medicina moderna. Por fim temos os “Os nêutrons que não possuem carga e não produzem diretamente ionização, mas indiretamente transferemenergia para outras partículas carregada que pode produzir ionização.” Dessa forma “ Eles atravessam toda a eletrosfera antes de interagir com o núcleo dos átomos. São muito penetrantes e sua massa é 1,675 x 10ˉ²⁷ kg. Podem ser blindados com água, parafina e outros materiais ricos em hidrogênio.” (Wikipédia, 2017 p.2) 3 INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM A MATÉRIA Em teoria “A probabilidade de ocorrer interação da radiação com a matéria depende da energia de incidência do fóton, da densidade do meio em que se propaga, da espessura do meio e de seu número atômico.” (Wikipédia, 2017 P.1) Portanto, não é de qualquer forma que essa interação ocorre entre a radiação e a matéria, mas isso não quer dizer que a radiação não tenha contaminado a matéria em que tentou interagir. Segundo a Wikipédia enciclopédia livre (2017) Os principais fenômenos de interação da matéria com as radiações eletromagnéticas (raios-X e gama) são: • O efeito fotoelétrico ocorre com a interação de um fóton com um elétron orbital, transferindo toda a sua energia para o elétron. Parte desta é carregada pelo elétron em forma de energia cinética e, assim, o fóton desaparece e o átomo é ionizado, gerando a radiação característica, denominada radiação secundária (espalhada). • O efeito Compton ou espalhamento Compton ocorre quando os raios X transferem parte de sua energia para os átomos alvos. Nela, o fóton chega a colidir com o elétron, mas apenas o faz vibrar dentro de seu orbital, e o fóton continua a se propagar, porém, desvia sua trajetória e assim sofre um espalhamento, também denominado por radiação secundária. • E por último a produção de par, que é uma forma predominante da absorção da radiação eletromagnética que ocorre entre o elétron e o prósiton (sic). Nele os fótons de alta energia interagem com o campo elétrico nuclear quando passam perto de núcleos com um valor alto de número (sic) atômico. Em todos esses exemplos houve interação entre a matéria e a radiação, porém realizadas de forma controlada e com extremo cuidado, caso contrário, poderia ter ocorrido um grave acidente, com gravíssimas consequências para quem estivesse próximo. https://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidade https://pt.wikipedia.org/wiki/Alum%C3%ADnio https://pt.wikipedia.org/wiki/Pl%C3%A1stico https://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o_gama https://pt.wikipedia.org/wiki/Onda_eletromagn%C3%A9tica https://pt.wikipedia.org/wiki/Onda_eletromagn%C3%A9tica https://pt.wikipedia.org/wiki/Mol%C3%A9cula https://pt.wikipedia.org/wiki/Raios_X https://pt.wikipedia.org/wiki/Onda_eletromagn%C3%A9tica https://pt.wikipedia.org/wiki/Nan%C3%B4metro https://pt.wikipedia.org/wiki/Pic%C3%B4metro https://pt.wikipedia.org/wiki/Exame_m%C3%A9dico https://pt.wikipedia.org/wiki/Exame_m%C3%A9dico https://pt.wikipedia.org/wiki/Eletrosfera https://pt.wikipedia.org/wiki/Parafina https://pt.wikipedia.org/wiki/Hidrog%C3%AAnio https://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_fotoel%C3%A9trico https://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_Compton https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81tomo https://pt.wikipedia.org/wiki/El%C3%A9tron https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%B3ton https://pt.wikipedia.org/wiki/Produ%C3%A7%C3%A3o_de_par 7 4 EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO Os primeiros a sentirem os efeitos da radiação no corpo humano, foram os próprios pesquisadores. Em 1896 “Antes do final do ano, trabalhadores sofrem severas reações devido aos raios X. Uma assistente de T. Edson – Clarence Doll – talvez tenha sido a primeira que sabidamente morreu de câncer induzido por raios X.” (IPEN, 2017) Quanto mais pesquisava, mais encontravam compostos diferentes e foram observados que “Os Raios Gama pareciam atuar em tecidos vivos. Em 1901, Becquerel sofreu queimaduras por causa de um frasco de Radium que levava no bolso; Pierre Curie queimou seu braço intencionalmente. Estes fatos levaram à idéia (sic) que o Radium tinha propriedades medicinais. Curie levou Ra ao Hospital S. Louis (Paris), onde se iniciou a aplicação em doenças dermatológicas.” (IPEN, 2017 P. 2) Apesar de alguém ter se ferido com o objeto de suas pesquisas, abriu-se uma nova porta para cura de doenças de difícil cura ou consideradas incuráveis na época. Porém esse incidente era somente o começo e mostrava para todos o perigo da radiação. “A pesquisa mostrou que os raios do Ra tinha efeitos bactericidas. Sementes perdiam o poder de germinação, protozoários mostraram anormalidades e retardo no desenvolvimento.” (IPEN, 2017 P. 2) Isso também poderia acontecer com o ser humano ou qualquer outro animal e plantas que estivesse em contato com altas doses de radiação. Isso deveria ter parado as pesquisas e tratado de encontrarem uma forma mais segura de pesquisar esse tipo de energia, mas não foi o que aconteceu. Mesmo não trabalhando com radiação, estando longe de algum dos principais locais em que ela fica armazenada, o ser humano sem querer fica em contato com ela. Segundo a Enciclopédia Livre Wikipédia (2017, p.1) “A absorção da radiação em casos mais simples, por exemplo, exposição inadequada a luz solar, pode causar desde leves queimaduras até uma insolação [...]” Portanto não havia muita preocupação com a radiação e o que poderia acontecer se ela ficasse incontrolável. Envolvidos nas pesquisas e empolgados com as novas descobertas, os cientistas foram avançando, sem estarem preocupados com a sua própria segurança. Com o avanço das pesquisas sobre a radiação e com a “Histologia dos tecidos irradiados foram estudadas por Bergonie e Tribonendeau, que elaboraram a lei. Células imaturas em estado de divisão são mais sensíveis à radiação do que células adultas ou estacionárias.” (IPEN, 2017 P. 2) Dessa forma ficou evidente que uma criança ou um feto tinha mais probabilidade de morrer em contato com a radiação do que seres adultos. Já “em 1903, o efeito esterilizante dos RX foi observado. Em mais alguns anos, Bardeen observou que ovos de rã fertilizados por espermas e irradiados com RX desenvolviam anomalias.” (IPEN, 2017 P. 2) Dessa forma se comprova o que poderia acontecer no meio ambiente, caso algum dos estudos dessem errado e a radiação escapasse em altas doses para a atmosfera. “Em 1927 H. J Muller estudou em Dosophila que RX e raios gama produziam mutações hereditárias.” Ou seja, passavam de pais para filhos, comprometendo a integridade física da família. “Nas décadas seguintes vários eventos aconteceram: fontes poderosas de RX e raios gama; gramas de Ra foram isoladas; fontes de alta voltagem como Van Der Graaff foram construídas; em 1961 E.O.Lawrence e col. iniciaram o desenvolvimento do acelerador linear, que levou a invenção do Cyclotrons;” Até então as pesquisas continuavam sendo desenvolvidas sem maiores cuidados mas logo “os riscos da radiação foram reconhecidos e regras foram estabelecidas; radioisótopos como 198 Au, 60 Co, 137 Cs, 90 Sr tornaram-se disponíveis em larga escala.” (IPEN, 2017 P. 2) Com isso, hoje se reconhece que “[...] em casos mais graves, uma exposição a doses altas de radiação, como aconteceu no trágico acidente nuclear de Chernobil na Ucrânia, pode https://pt.wikipedia.org/wiki/Insola%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Insola%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Acidente_nuclear_de_Chernobil 8 ocasionar doenças graves como Leucemia e até a morte.” Porém isso pode não acontecer com todos que foram expostos aos mesmos níveis de radiação, mas reagem de forma diferente à exposição. Essa diferença na tolerância de cada indivíduo as diferentes doses de radiação são na melhor das explicações, “[...] isso porque cada tecido biológico responde de uma forma. No entanto, um mesmo tipo de exposição pode ocorrer em exames de diagnóstico, como o raio-X, ou em tratamentos de radioterapia.” Com isso “ Também podem ocorrer exposições periódicas em certos trabalhos, mas este é monitorado para que não excedado limite estabelecido.” (IPEN, 2017 P. 2) Mesmo sendo expostos a baixos níveis de radiação “Os efeitos sofridos por trabalhadores de usinas nuclear, mineradores de urânio e radiologistas, são pequenas dores de cabeça, mal estar, possibilidade de desenvolver Catarata, e há certos indícios da diminuição da expectativa de vida, dentre outros.” Mesmo eles estando trabalhando com todos os equipamentos de segurança disponíveis, não estão completamente livres de sentirem os males causados pela radiação. “Isto acontece pois a radiação, quando penetra em tecidos vivos, em meio a diversas colisões e interações com átomos e moléculas, perde energia, causando, assim, problemas no funcionamento das células.” No Brasil temos a Norma Regulamentadora (NR) 32 que regulamenta o nível de exposição do trabalhador em seu ambiente de trabalho, assim como também orienta sobre a melhor forma de prevenir a exposição a radiação, equipamentos de proteção individual (EPI) adequados e tempo de exposição de cada trabalhador aos equipamentos que liberam radiação, mesmo que em pequenas doses. 5 ACIDENTE EM CHERNOBYL Com todas as pesquisas que foram realizadas e consequentemente com a descoberta e o uso da radiação como energia limpa e renovável para o mundo, sempre se soube dos perigos que se escondiam em sua composição. Mesmo tendo o testemunho das duas bombas nucleares que foram lançadas contra o Japão em 1945 e antes disso com os testes nucleares americanos, onde vários soldados foram expostos desprotegidos a radiação, um dos melhores lugares para pesquisar sobre os efeitos dela no meio ambiente e no corpo humano é a região de Chernobyl. Segundo os relatórios oficiais “ Em 26 de abril de 1986, na Usina Nuclear de Chernobil, na Ucrânia (na antiga União Soviética), aconteceu o maior acidente nuclear da história. Um reator explodiu, liberando uma enorme cortina de fumaça com elementos radioativos que rapidamente se espalharam por uma boa parte da Europa e da União Soviética.” (Wikipédia, 2017 P. 2) Devido a diversas falhas humanas e também no projeto do reator, o mundo conheceu os reais e terríveis perigos da radiação. Em plena guerra fria “ O governo Soviético tentou manter o acidente em sigilo, sem que houvesse evacuação das pessoas nas cidades mais próximas. Porém, habitantes da cidade a cerca de três quilômetros, foram totalmente infectados e só foram retirados da cidade depois de terem passado horas expostos a radiação.” (Wikipédia, 2017 P.1) Ante a demora do governo em assumir o terrível acidente em sua usina nuclear, as pessoas ficaram expostas a altas doses de radiação e nem sabiam o que estava acontecendo com seus corpos e nem tinham ideia do comprometimento da sobrevivência das futuras gerações. Porém o governo não teve como ficar calado por muito tempo com tamanha carga de radiação que vazava do reator da usina nuclear depois do acidente e teve de logo esclarecer ao mundo o que estava acontecendo, pois “[...] outros países detectaram um alto nível de https://pt.wikipedia.org/wiki/Leucemia https://pt.wikipedia.org/wiki/Catarata https://pt.wikipedia.org/wiki/Mol%C3%A9culas https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lula https://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_Nuclear_de_Chernobil https://pt.wikipedia.org/wiki/Ucr%C3%A2nia https://pt.wikipedia.org/wiki/Ucr%C3%A2nia https://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Sovi%C3%A9tica https://pt.wikipedia.org/wiki/Acidente_nuclear https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria https://pt.wikipedia.org/wiki/Reator_nuclear https://pt.wikipedia.org/wiki/Reator_nuclear https://pt.wikipedia.org/wiki/Fuma%C3%A7a https://pt.wikipedia.org/wiki/Radioatividade https://pt.wikipedia.org/wiki/Evacua%C3%A7%C3%A3o 9 radiação no ambiente e, a partir daí, resolveram ajudar a inibir os efeitos que o acidente poderia vir a causar. Muitos países foram infectados com a radiação, entre eles podemos citar a Dinamarca, Suécia, França e Itália. Esse acidente custou a vida de cerca de 4 mil pessoas segundo a Organização das Nações Unidas.” (Wikipédia, 2017 P.1) Nesse número consta somente as vítimas fatais logo após a tragédia, mas até hoje há pessoas morrendo ou com suas vidas comprometidas, devido a sua exposição ou a de seus pais a radiação. Sem querer o acidente proporcionou um vasto campo para a pesquisa sobre os efeitos da radiação, a longo prazo e até hoje os efeitos são sentidos pelos seres humanos, animais e plantas da região. “Como a meia-vida do elemento radioativo mais liberado (embora longe de ter sido o único), Césio-137 (137Cs), é um pouco mais de 30 anos, as conseqüências (sic) radiológicas (e, portanto, de saúde) desse acidente nuclear continuarão a ser sentidas nos próximos séculos.” (Zona de risco, 2007) Dessa forma há um longo caminho para a recuperação do local, da fauna, flora e da saúde das pessoas que foram expostas a imensas doses de radiação. Somente hoje após 30 anos da tragédia, começa aparecer realmente toda extensão dos problemas causados pela radiação nos seres humanos, animais e plantas da região de Chernobyl e as principais delas são: 5.1 CÂNCER Em uma das pesquisas foram verificados que entre as pessoas atingidas pelas altas doses de radiação, havia altas incidências de câncer e após avanços nas pesquisas e também com a realização de outras pesquisas a longo prazo, “Hoje está claro que a poluição de Chernobyl causou, de fato, um aumento em larga escala em cânceres. Em particular, cânceres são notavelmente mais comuns em populações das regiões altamente contaminadas e entre os “trabalhadores” (pessoal responsável pelo combate ao fogo e construção do escudo protetor, maior exposição à radiação, civis e militares) em comparação com grupos de referência (relativamente não expostos).” (Zona de risco, 2007) Foram também encontrados altos índices de exposição a radiação nesses grupos de pessoas que foram e ainda continuam sendo estudos, levando a acreditar que essa exposição favoreceu o aparecimento de câncer nelas. Nos “trabalhadores” da Bielo-rússia, por exemplo, as incidências de câncer de rins, bexiga e tireóide (sic) foram todos significativamente mais altas para o período de 1993 a 2003 do que em comparação com grupo de referência.” Também se comprovou que “A leucemia foi significativamente mais alta nos “trabalhadores” da Ucrânia, em adultos na Bielo-rússia (sic) e em crianças nas áreas mais contaminadas da Rússia e Ucrânia.” (Zona de risco, 2007) Em outras pesquisas foram encontrados mais exemplos no aumento de câncer relacionado às pessoas expostas às altas doses de radiação. Esses outros exemplos incluem “Entre 1990 e 2000, um aumento de 40% em todos os cânceres na Bielo-rússia (sic) foi documentado, com aumentos maiores (52%) na região altamente contaminada (Gomel) do que nas regiões menos contaminadas de Brest (33%) e Mogilev (32%).” Como se isso não bastasse, “Na Rússia, a morbidade do câncer nas altamente contaminadas regiões de Kaluga e Bryansk foi maior do que em todo o resto do país. Por exemplo, em áreas altamente contaminadas da região Bryansk, a morbidade foi 2,7 vezes maior do que em territórios menos contaminados da região.” (Zona de risco, 2007) Reforçando a tese também foram constatados que “Em áreas contaminadas da região Zhytomir da Ucrânia, o número de adultos com câncer quase triplicou entre 1986 e 1994, de 1,34% para 3,91%.” (Zona de risco, 2007) Ficando dessa forma evidente a relação no aparecimento de câncer nas pessoas que foram expostas a altas doses de radiação no acidente da usina de Chernobyl. Trinta anos após o terrível acidente, ainda há pessoas sofrendo devido https://pt.wikipedia.org/wiki/Dinamarca https://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%A9cia https://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a https://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1lia https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas 10 a alta radiação queainda se faz presente nas áreas afetadas pelo acidente. Os casos de câncer prematuro continuam a fazer parte das estatísticas dos pesquisadores. 5.1.2 Câncer da tireoide Outro câncer que vem atingindo as vítimas e seus descendentes é o câncer de tireoide. Segundo os pesquisadores “O câncer de tireóide (sic) cresceu dramaticamente nos três países (como esperado), devido às grandes quantidades de iodo radioativo liberadas pela catástrofe de Chernobyl.” Com isso foram constatado em suas pesquisas altas incidências da doença entre as pessoas afetadas pela radiação. “Por exemplo, a incidência na região altamente contaminada de Bryansk, no período de 1988-1998, foi o dobro da Rússia como um todo – e o triplo que figura em 2004. Somente para a Federação Russa, Bielo-rússia (sic) e Ucrânia, estimam-se que possivelmente ultrapasse 60.000 casos adicionais.” (Zona de risco, 2007) Também foi constatado que “Crianças que tinham de 0 – 4 anos, na época da exposição, foram particularmente vulneráveis a esse câncer.” Principalmente por estarem em processo de desenvolvimento seu corpo não estava completamente pronto para o grande impacto da radiação, com isso sendo uma das faixas etária mais vulnerável aos efeitos das altas doses de radiação que seus corpos receberam. Nas pesquisas foi constatado que “Antes do acidente, a ocorrência de câncer de tireóide (sic) entre crianças e adolescentes calculou a média de 0,09 casos em cada 100.000. Depois de 1990, a freqüência (sic) de ocorrência subiu para 0,57-0,63 em cada 100.000. O pico da morbidade do câncer de tireóide (sic) – entre esses que eram crianças e adolescentes no momento da catástrofe – previsto no período de 2001-2006.” (Zona de risco, 2007) Terrivelmente constatou-se que “O câncer da glândula tireóide (sic) causado por Chernobyl pareceu ser extraordinariamente agressivo, com progressão rápida e antecipada para formar tumores secundários nas glândulas linfáticas e pulmões – o que piorou o prognóstico e, freqüentemente (sic), demandou a realização de intervenções cirúrgicas múltiplas.” (Zona de risco, 2007) Dessa forma levando à morte milhares de crianças rapidamente. Os pesquisadores ainda alertam que mesmo com essa enorme incidência de câncer de tireoide em crianças na época do acidente e agora adolescentes, apesar de terrível, ainda não é tudo o que poderia acontecer. “Dada a particularidade de períodos de longo estado latente – que pode ser associada ao câncer de tireóide (sic) –, novos casos induzidos por Chernobyl podem emergir nas próximas décadas. O monitoramento a longo prazo das populações “de risco”, incluindo aquelas que receberam doses relativamente baixas, será essencial para permitir intervenção médica oportuna e efetiva.” (Zona de risco, 2007) Previsão aterradora para os que já estão sofrendo com a terrível doença e poderão muitos outros entrarem para as terríveis estatísticas dos pesquisadores, pois a radiação continua fazendo suas vítimas e os que foram expostos continuam a desenvolver diversos tipos de doenças. Alguns matam em pouco tempo, como é o caso desse tipo de câncer, porém outros passam muito tempo sofrendo em um leito, sem que alguém possa fazer alguma coisa por eles, a não ser, tentar aliviar a sua dor com os sedativos conhecidos atualmente, mas nem sempre eles resolvem. 5.1.3 Leucemia Leucemia é outro tipo de câncer que vem fazendo vítimas entre os expostos a radiação de Chernobyl. Segundo os pesquisadores “Altas taxas de leucemia aguda entre os “trabalhadores” bielo-russos (sic) foram observadas, pela primeira vez, em 1990-91. A partir de 1992, aumentos significativos na incidência de todas as formas de leucemia foram 11 detectáveis na população adulta da Bielo-rússia (sic) como um todo.” (Zona de risco, 2007) Com essa primeira janela de pesquisa abriu-se um universo aterrador, mostrando a realidade da exposição à radiação e as consequências dela no corpo humano. Com isso se verificou que “Na Ucrânia, a freqüência (sic) de cânceres sangüíneos (sic) malignos foi significativamente maior do que no período pré-catástrofe (sic) nas quatro partes mais contaminadas das regiões de Zhytomyr e Kiev, tanto durante os primeiros quatro anos quanto durante o sexto ano após a catástrofe.” Também se constatou que a “ Leucemia infantil na região de Tula, no período pós-Chernobyl, excedeu significativamente a média de escala da Rússia, especialmente em crianças com idade de 10-14. Em Lipetsk, os casos de leucemia aumentaram 4.5 vezes de 1989 até 1995. Alguns dados sugerem risco aumentado de leucemia até mesmo para crianças expostas ainda no útero das mães.” (Zona de risco, 2007) 5.1.4 Outros cânceres A gama de doenças verificada pelos pesquisadores parece não ter fim entre as pessoas expostas à radiação e mesmo com todos esses tipos de cânceres citados acima, ainda há outros tipos que continuam a fazer vítimas entre as pessoas sobreviventes ao acidente da usina. Segundo os pesquisadores constatou-se que há “ Um aumento no câncer de trato respiratório, em mulheres, que foi observado nas áreas mais contaminadas da região de Kaluga. De 1995 em diante, excessos de cânceres de estômago, pulmão, mama, reto, colo e tireoide, medula óssea e sistema linfático também foram detectados nas áreas sudoeste dessa região. Na região de Tula, taxas extraordinariamente altas de câncer ósseo e do sistema nervoso central foram detectáveis em crianças durante o período de 1990-1994. (Zona de risco, 2007) Também “ Nos territórios mais contaminados da Ucrânia, a incidência de câncer de mama continuou relativamente estável – e um tanto mais baixa do que nos arredores –, durante o período de 1980-1992. Contudo, de 1992 em diante, incidências de câncer de mama – nos territórios contaminados – começou a crescer.” Dessa forma elevando o número de vítimas que já estava alta a novos patamares, fazendo milhares de vítimas fatais e outras tantas sofrendo devido aos terríveis e devastadores sintomas dessa fatal doença. “Aumentos significativos na incidência de cânceres de bexiga foram detectados nos territórios contaminados da Ucrânia, em anos recentes. (Zona de risco, 2007) 5.2 DOENÇAS NÃO CANCERÍGENAS Mesmo com todos os números apresentados de cânceres observados pelos pesquisadores, ainda não é tudo o que a radiação pode fazer com o corpo humano. Entre elas estão as doenças não cancerígenas, mas não significam que são menos terríveis. Segundo os pesquisadores, "As mudanças identificadas na incidência de doenças cancerígenas relatadas por estudos de populações expostas à radiação – surgindo do acidente de Chernobyl – são somente um aspecto da amplitude de impactos para a saúde relatadas.” (Zona de risco, 2007) Com o já considerado altíssimo números das vítimas de cânceres diversos ainda há “Somado a isso, aumentos significativos em doenças não-cancerígenas entre as populações expostas também foram relatados – ainda que a escala dada da exposição e os números dos estudos sejam poucos.” (Zona de risco, 2007) Com isso os estudos prosseguem tentando construir um panorama das doenças que atingem a população exposta a radiação, criando desta forma um padrão para conhecer melhor os efeitos da radiação no corpo humano a longo prazo. Mesmo apesar das dificuldades em deduzir as relações absolutas de causa-efeito e a relativa escassez de dados – dado o impacto internacional substancial da liberação de Chernobyl – os vários relatórios são suficientes para tornar bem claro que a morbidade e mortalidade baseada 12 somente em mudanças projetadas e observadas em escalas de doenças cancerígenas (entre essas populações) poderiam subestimar, consideravelmente, todo o escopo e escala de impactos sobre a saúde humana. (Zona de risco, 2007) Essa é a terrível realidade para os sobreviventes da exposição à radiação de Chernobyl no momento doacidente. 5.3 SISTEMA RESPIRATÓRIO Uma das doenças encontradas pelos pesquisadores na população afetada pela radiação são problemas no sistema respiratório. Apesar de não ser uma doença cancerígena ela também maltrata o corpo humano. Segundo os pesquisadores “A exposição dos sistemas respiratórios humanos aos materiais radioativos liberados pelo acidente de Chernobyl aconteceu através de dois caminhos. Nas fases iniciais da liberação radioativa, a formação de “partículas quentes” líquidas e sólidas (em diferentes tamanhos) – junto com radionuclídeos em forma gasosa – significou que o caminho da aspiração era o mais significativo.” (Zona de risco, 2007) Aspirando essas partículas comprometeu o sistema respiratório das pessoas expostas a radiação e sendo ela feita por dois tipos de exposição, a contaminação foi mais rapidamente absorvida pelo sistema respiratório. Porém “ Subseqüentemente (sic), a irradiação externa de material depositado foi considerada a rota mais significativa de exposição de sistema respiratório. Entre os evacuados da zona de 30-km na Bielo-rússia (sic), os casos de morbidade respiratória quase dobraram.” (Zona de risco, 2007) Para os pesquisadores que acompanham essas vítimas desde o dia do acidente “ Essa morbidade representou em torno de um terço dos problemas observados nos evacuados e nesses adultos e adolescentes que continuaram residindo nas regiões contaminadas. Em crianças, os problemas respiratórios representaram quase dois terços da morbidade documentada.” (Zona de risco, 2007) Ainda “Os estudos mais amplos reportados parecem ser esses dos “trabalhadores” envolvidos em fazer a segurança e limpeza do local – depois do incidente. Neste grupo, a doença pulmonar obstrutiva crônica – na forma de bronquite obstrutiva crônica e asma brônquica – foi reportada como das principais razões para mortalidade, morbidade e invalidez.” (Zona de risco, 2007) Para entender melhor o que se passava na saúde das pessoas expostas à radiação, criaram-se várias formas de estudos em múltiplas frente de trabalho, utilizando os dados coletados dos trabalhadores que ficaram mais expostos à radiação, ou seja, os que trabalharam na limpeza e segurança do local após o acidente. “Nesses casos, os estudos subseqüentes (sic) permitiram que observações compreensíveis de saúde fossem ligadas com os perfis de dose de radiação reconstruídos. Isto permitiu a progressão de problemas reportados ser documentada com algum detalhe.” (Zona de risco, 2007) Segundo os pesquisadores “ Este grupo fornece um exemplo relativamente raro de uma população atingida pela liberação de radiação – que foi seguida com algum detalhe.” (Zona de risco, 2007) Não sendo estudado anteriormente os efeitos da radiação a longo prazo no corpo humano, os dados coletados com essas pesquisas de acompanhamentos são de extrema importância. 5.4 SISTEMA DIGESTIVO Outro problema encontrado com as pessoas expostas a radiação são frequentes irregularidades no sistema digestivo. “Há alguma evidência de irregularidades do sistema digestivo sendo mais freqüente (sic) entre indivíduos expostos a radiação de Chernobyl.” 13 (Zona de risco, 2007) Ficando claro que os problemas são derivados da exposição prolongada à radiação que escapou no acidente com o reator da usina de Chernobyl. Com as pesquisas de longo prazo prosseguindo foi identificado em “Um levantamento realizado em 1995 sugeriu que a morbidade dessas irregularidades era 1,8 vezes maior entre os evacuados bielo-russos (sic) e habitantes dos territórios contaminados do que entre a população bielorussa (sic) como um todo. Entre 1991 e 1996, o incidente reportado de úlcera péptica – na população da Bielo-rússia (sic) – aumentou em quase 10%.” (Zona de risco, 2007) Também “ Na Ucrânia existem relatórios mais amplos. Durante 1988-1999 uma duplicação de morbidade do sistema digestivo foi observada na população que ainda morava em áreas contaminadas. Problemas de sistema digestivo reportados entre evacuados adultos da cidade de Prypyat – e na zona de 30 km – foram mais comuns do que no resto da população.” (Zona de risco, 2007) declararam os pesquisadores em seus relatórios. Através das pesquisas foram verificados que “Os índices de morbidade do sistema digestivo entre esses moradores das zonas de controle rígido de radiação foram maiores do que para a população ucraniana em larga escala. Este foi também o caso das crianças, em quem a doença do sistema digestivo aumentou mais que o dobro entre 1988 e 1999.” (Zona de risco, 2007) Mas, apesar desse número ser grandioso não é tudo, pois segundo apontaram as pesquisas “Entre crianças, houve uma clara tendência de relatos aumentados de patologia do órgão digestivo e descobertas similares foram feitas para crianças expostas ainda no útero. Outra vez, a incidência dobrou. As irregularidades do sistema digestivo foram reportadas como a causa mais comum de doença de saúde – em crianças morando em regiões contaminadas.” (Zona de risco, 2007) O pior de tudo é que ainda existem pessoas morando nas áreas contaminadas pela radiação do acidente da usina nuclear de Chernobyl e ninguém sabe dizer com certeza o que pode acontecer com seus corpos e quais doenças mais podem desenvolver, devido a contínua exposição a radiação. 5.5 SISTEMA VASCULAR DE SANGUE O sistema vascular de sangue é outro local onde estão acontecendo transformações, mexendo com a saúde das pessoas que foram expostas a radiação. Segundo os pesquisadores “A exposição à poluição radioativa de Chernobyl foi ligada não somente a câncer no sangue (maligno) e doenças linfáticas, mas também com condições não malignas do sistema vascular – que estão propensas a ter sido mais prontamente diagnosticadas como um resultado da atenção direta nesses sistemas, relacionados com sua sensibilidade a doenças malignas.” (Zona de risco, 2007) Foi verificado também que “ Na Bielo-rússia (sic), dez anos após o acidente de Chernobyl, doenças de sangue aumentaram – com um aumento maior reportado nas áreas contaminadas. O distúrbio do total de células brancas também foi reportado – dos subgrupos da população, morando nos territórios afetados por Chernobyl.” (Zona de risco, 2007) Portanto, todos foram expostos às altas doses de radiação por um longo período e muitos ainda continuam expostos a ela, morando nos locais contaminados. Com o desenvolvimento das pesquisas a longo prazo “Os estudos mais extensos e holísticos parecem ter sido feitos na Ucrânia. A aterosclerose generalizada precoce e doença cardíaca coronariana se desenvolveram mais comumente nos evacuados da zona de 30 km e naqueles moradores das áreas poluídas com radionuclídeos – se comparados à população em geral.” (Zona de risco, 2007) Também “Em um estudo internacional relativamente incomum, as condições hemorrágicas e icterícia congênita em bebês recém nascidos (sic) foram monitoradas em várias das áreas expostas à radiação de Chernobyl – na Bielo-rússia (sic), Ucrânia e Federação Russa. Esses 14 foram descobertos sendo 4,0 e 2,9 vezes mais comuns, respectivamente, do que nas áreas não contaminadas levantadas no estudo.” (Zona de risco, 2007) Apontam os pesquisadores que continuam com seus estudos, verificando as mudanças que a radiação pode fazer no corpo humano, quando exposto a ela sem proteção alguma. 5.6 SISTEMA CUTÂNEO E MÚSCULO ESQUELÉTICO Com a exposição a altas doses de radiação o sistema cutâneo e músculo esquelético também sofreram e segundo “Dados específicos sobre reações do sistema músculo-esquelético (sic) e de tecido conjuntivo à exposição radioativa (resultante do acidente em Chernobyl) são relativamente raros. Isto é indiscutivelmente devido, em parte, ao fato de esses sistemas não serem considerados – por si só – criticamente vulneráveis. (Zona de risco, 2007)Porém não quer dizer que esse sistema não tenha sentido as altas doses de radiação a que foi exposto e “Não obstante, dados reportados de áreas contaminadas na Bielo-rússia (sic) e Ucrânia sugerem que complicações músculo-esquelético (sic) aumentaram notoriamente. Exames de esqueleto fetal também revelaram incorporação de 137Cs em ossos e uma ocorrência de anormalidades maior do que a esperada.” (Zona de risco, 2007) “Um estudo internacional de saúde neonatal, conduzido em vários das regiões contaminadas, sugeriu uma tendência crescente de desenvolvimento de deficiências músculo- esquelético (sic).” Portanto, mesmo não sendo um sistema considerado exposto e vulnerável a exposição a radiação, ele também sofreu e com o passar do tempo vem apresentando as transformações que altas doses de radiação realizaram nele, fazendo com que as pessoas que foram expostas a radiação adoeçam, mesmo que não tivessem ainda nascidas quando aconteceu o acidente com a usina nuclear. 5.7 HORMÔNIO ENDÓCRINO As modificações no hormônio endócrino das pessoas que foram expostas a radiação também ficaram evidentes nas pesquisas. Constatou-se que “Em 1993, mais de 40% das crianças pesquisadas na região Gomel (Bielo-rússia (sic)) tiveram aumento da glândula tireóide (sic) enquanto, na Ucrânia, o dano à tireóide (sic) foi observado em 35,7% dos 3 019 adolescentes das regiões de Vinnitsk e Zhytomyr – que tinham de 6-8 anos de idade, na época do acidente.” (Zona de risco, 2007) Foi encontrado também “A ocorrência de doenças no sistema endócrino – em crianças morando nas partes contaminadas por Chernobyl, em Tula (região na Rússia) – quintuplicou em 2002, comparada ao período pré-acidente (sic). A morbidade na população adulta – morando nas regiões altamente contaminadas, sudoeste da região de Bryansk – excede a média regional em 2.6 vezes.” (Zona de risco, 2007) Para os pesquisadores, "Parece que uma reação generalizada nos indivíduos morando em áreas contaminadas aumentou a atividade do sistema endócrino – que só se estabilizou 5-6 anos depois de sair dessas áreas.” (Zona de risco, 2007) Tamanho foi a modificação realizada nele devido a prolongada exposição das vítimas às altas doses de radiação, que escapou da usina nuclear. Constatou-se também que “Nas áreas russas afetadas pela radioatividade de Chernobyl, disfunções generalizadas na produção e balanço de hormônios sexuais foram descritas enquanto um nível persistentemente elevado de doença endócrina auto-imune (sic) – hiroadenite (sic) autoimune, tireo-toxicose (sic) e diabetes – foi observado de 1992 em diante, nos territórios ucranianos contaminados.” (Zona de risco, 2007) A conclusão dos pesquisadores é que “De forma completa, a patologia do sistema endócrino é um impacto altamente importante e significativo nessas populações expostas à radiação de 15 Chernobyl. Dada a importância do sistema endócrino na modulação de todo o funcionamento do corpo, não é de se surpreender que outras disfunções também tenham sido observadas.” (Zona de risco, 2007) Declararam os pesquisadores que desenvolveram suas pesquisas nos locais afetados pela radiação de Chernobyl. 5.8 ANORMALIDADES E FUNÇÃO IMUNE. REAÇÕES IMUNES GENERALIZADAS Segundo as pesquisas desenvolvidas no campo afetado pela radiação onde aconteceu o acidente, foram constatados problemas no sistema imunológico das pessoas expostas à radiação. Para os pesquisadores, "O sistema imune é um sistema modulado por função endócrina. Consequentemente, anormalidades do sistema imunológico podem ser esperadas onde o sistema endócrino é perturbado. Somado a isso, a radiação de íons pode afetar, diretamente, componentes do sistema imune.” (Zona de risco, 2007) Foi constatado através de um estudo realizado na Bielorrússia que o sistema imune sofreu alterações. Segundo os pesquisadores declararam “Na Bielo-rússia (sic), um estudo da situação (status) do sistema imune de 4 000 homens expostos a pequenas – mas duradouras – doses de radiação mostrou que exposição à radiação crônica leva à perda da habilidade (do sistema imune) de resistir ao desenvolvimento de doenças infecciosas, bem como não- infecciosas.” (Zona de risco, 2007) Já em estudos desenvolvidos “ Na Ucrânia, as mudanças mais desfavoráveis foram observadas em crianças com altas doses de irradiação da tireóide (sic) (acima de 200 cGy), ainda no útero das mães. Entre essas crianças, 43,5% desenvolveram deficiência imune – comparada com 28,0% no grupo de controle.” (Zona de risco, 2007) Concluíram os pesquisadores em seus relatórios de pesquisas. 5.9 DOENÇAS INFECCIOSAS Devido a modificação e interferência no sistema imune das pessoas expostas a radiação, cria-se uma reação em cadeia no organismo humano, onde os expostos passam a contrair todos os tipos de doença, pois seu sistema imunológico está destruído e não consegue proteger seu corpo de forma eficiente, deixando-o exposto as mais variadas doenças que podem se instalar nele. Segundo os pesquisadores, "A interferência no sistema imune pode impactar sobre a ocorrência e severidade de doenças infecciosas na população mais ampla. Algumas das estatísticas juntadas pós-Chernobyl sugerem que as populações expostas à radiação podem ser mais vulneráveis a doença.” (Zona de risco, 2007) Com isso “Descobriu-se que infecções congênitas ocorreram 2,9 vezes mais do que antes do acidente em recém nascidos (sic) cujas mães vieram de regiões contaminadas pela radiação.” (Zona de risco, 2007) Portanto, com seu sistema imunológico destruído as pessoas expostas a radiação não têm meios para proteger seu corpo das doenças que possam aparecer e se apoderar de sua saúde, resultando dessa forma em uma baixa qualidade de vida para todas as vítimas da exposição prolongada a radiação. 5.10 ANOMALIAS GENÉTICAS E ABERRAÇÕES CROMOSSOMÁTICAS Talvez um dos maiores e aterradores problemas das pessoas expostas a radiação tenha sido as aberrações genéticas e cromossomáticas que seguiram os que foram expostos. Segundo os pesquisadores “As freqüências (sic) de aberrações cromossomáticas em áreas da Ucrânia, Bieolorússia e Rússia que foram contaminadas pelo incidente de Chernobyl são, notavelmente, maiores do que a média global. Aberrações cromossomáticas que pensaram ser 16 atribuídas a Chernobyl foram relatadas até na Áustria, Alemanha e Noruega.” (Zona de risco, 2007) Com isso, não somente as vítimas do acidente de Chernobyl estavam sofrendo, mas também a vida de suas futuras crianças estava comprometida. Verificou-se que o “Aumentos na freqüência (sic) de mutação de cromossomos freqüentemente (sic) correlacionaram com a incidência maior de uma variedade de doenças.” (Zona de risco, 2007) Pessoas nascidas e outras que ainda não haviam nascidas estavam marcadas por infinitas doenças e deformidades, fazendo com que a futura geração dos habitantes das regiões afetadas, também sofressem as consequências do acidente, mesmo muitas delas não sendo ainda nascidas. Avançando as pesquisas a longo prazo, hoje os pesquisadores podem citar muitas modificações que a radiação realizou nos cromossomos das pessoas expostas a ela, como suas pesquisas apontam “Por exemplo, maiores aberrações cromossomáticas em linfócitos foram descobertas coincidindo com níveis diagnosticados de desafio psicopatológico e imunossupressão secundária, em 88% dos “trabalhadores” pesquisados. (Zona de risco, 2007) Isso não pode ser somente coincidência! 5.11 SISTEMA REPRODUTIVO E UROGENITAL As doenças inflamatórias do sistema reprodutivo e urogenital também foram acentuadas nas vítimas do acidente nuclear e “ Durante 1988-1999, doenças do sistema urogenital mais do que duplicaram em populações ainda morando em regiões mais contaminadas da Ucrânia. Um aumento triplicado em doenças inflamatórias internas, disfunções no ciclomenstrual e tumores (benignos) de ovário foram reportados em mulheres expostas.” (Zona de risco, 2007) Também foram encontradas “Em outras regiões contaminadas, tanto impotência quanto infertilidade masculina foi se tornando, em relatos, mais freqüente (sic) desde o acidente. Mudanças estruturais nos tubos seminíferos e disfunção na produção de esperma foram reportadas em três quartos dos homens pesquisados – na região de Kaluga, na Rússia.” (Zona de risco, 2007) Outro fato constatado nas pesquisas em “Mais de 8-10 anos depois do acidente, a ameaça de gravidez interrompida se tornou mais frequente (sic) em evacuados da zona de 30 km e naqueles vivendo em regiões contaminadas.” (Zona de risco, 2007) Comprometendo dessa forma o nascimento de uma nova geração dos habitantes da região contaminada pela radiação. Em outras pesquisas foram encontrados “Em grupos altamente expostos na Ucrânia, mais da metade das mulheres grávidas sofrem complicações durante a gravidez.” Com isso os pesquisadores ficaram convencidos que “É improvável que os impactos tenham se limitado a Rússia, Bielo-rússia (sic) e Ucrânia.” (Zona de risco, 2007) Com a radiação que se espalhou logo após o acidente, várias outras regiões receberam doses de radiação em menor ou maior quantidade, mesmo assim suficientes para alterações no corpo humano que foi exposto a ela. Alguns estudos comprovaram que os pesquisadores não estavam errados e “Pelo oeste europeu e Escandinávia (incluindo Grécia, Hungria, Polônia, Noruega, Finlândia e Alemanha), estudos identificaram exposição (ainda no útero) à radiação de Chernobyl como possível fator contribuinte em abortos espontâneos, baixo peso no nascimento e sobrevivência infantil reduzida.” (Zona de risco, 2007) Portanto, não foram somente as vítimas próximo a área do acidente que sofreram, mas outras bem mais distantes, também foram comprometidas pela radiação. 5.12 ENVELHECIMENTO PRECOCE O envelhecimento precoce é outro problema que foi identificado entre as vítimas expostas à radiação de Chernobyl. Segundo os pesquisadores “A idade “biológica” aparente de pessoas 17 morando em conhecidas áreas contaminadas pela radiação (na Ucrânia) aumentou de forma desproporcional, com o passar dos anos desde o acidente – com a idade “biológica” avaliada, agora, excedendo a idade real em mais de 7-9 anos.” (Zona de risco, 2007) Portanto, as pessoas expostas à radiação estão envelhecendo mais rapidamente do as outras pessoas que não foram expostas. Constatou-se “Num estudo de 306 trabalhadores, essa discrepância foi estimada entre 5 e 11 anos. Nas regiões mais contaminadas da Bielo-rússiarússia (sic), a idade média para morte de vítimas por ataque cardíaco foi de 8 anos mais baixa do que para a população geral.” (Zona de risco, 2007) Dessa forma a população exposta envelhece mais rápido e com o sistema reprodutivo comprometido, fica mais complicado reproduzir a próxima geração. Com isso, as pessoas estão comprometidas com os efeitos da radiação, sua saúde se deteriora rapidamente e sem saberem se podem ou não conseguirem reproduzir seus genes, com isso o futuro da próxima geração é incerto. 5.13 ÓRGÃOS SENSITIVOS Com a exposição à radiação os órgãos sensitivos das pessoas também sofreram os efeitos da radiação e “Em áreas contaminadas nos arredores de Chernobyl, disfunções dos olhos – tais como catarata (incluindo em recém nascidos (sic)) e outros problemas – foram encontrados com maior freqüência (sic) do que na vizinhança, nas regiões menos contaminadas.” (Zona de risco, 2007) Para os pesquisadores “Ainda que os maiores riscos ocorram com as maiores exposições, não há um limiar conhecido de dose radioativa a qual abaixo o risco de catarata não aumente. De forma similar, outros problemas de visão que ocorrem naturalmente em todas as populações (em algum nível) – tais como a degradação da retina – foram relatados com maior frequência (sic) em populações irradiadas.” (Zona de risco, 2007) Em altas ou baixas doses, a radiação faz mal ao sistema de órgão sensitivos dos seres humanos, não há um limite seguro estabelecido, dizem os pesquisadores. 5.14 DISFUNÇÕES NEUROLÓGICAS E PSICOLÓGICAS Com a exposição das pessoas a radiação elas também sofrem com disfunções neurológicas e psicológicas e também não há um nível seguro para exposição à radiação, sem causar danos. Segundo os pesquisadores, "Mesmo níveis comparativamente baixos de radiação podem resultar em algum nível de dano aos sistemas nervoso central e periférico. Avaliar toda a extensão do dano neurológico resultante das liberações de Chernobyl é, portanto, uma tarefa muito difícil.” (Zona de risco, 2007) Dessa forma todas as pessoas que foram expostas a radiação, seja ela, em nível alto ou baixo, desenvolveu algum tipo de dano neurológico ou psicológico. Isso foi demonstrado pelas anotações dos profissionais que desenvolveram e ainda desenvolvem pesquisas com as vítimas da radiação de Chernobyl. Há relato em vários locais sobre os efeitos nocivos da radiação, mas, “Contudo, em trabalhadores da Rússia, por exemplo, doenças neurológicas foram o segundo grupo mais comum de doenças relatadas, estimando 18% de toda a morbidade.” (Zona de risco, 2007) Demonstrando dessa forma seriedade da exposição a radiação no corpo humano. Também foram encontrados “Disfunções neurológicas e psiquiátricas – entre adultos nas regiões contaminadas pela radiação, na Bielo-rússia (sic) – também foram consideradas mais freqüentes (sic) do que o normal (31,2% comparados a 18,0%). (Zona de risco, 2007) Demonstrando dessa forma o poder de destruição da radiação agindo no corpo humano. A 18 taxa de casos nessas regiões quase dobra em relação às áreas que não foram afetadas pelo acidente de Chernobyl. Foram comprovados também “Aumentos nas disfunções mentais e do sistema nervoso também foram relatados em crianças de algumas áreas contaminadas da Bielo-rússia (sic) – incluindo diminuição de QI – ainda que sua relação com medidas diretas de exposição à radiação não seja sempre nítida.” (Zona de risco, 2007) Ou seja, segundo as pesquisas, não somente o corpo humano adoece em contato com altas e muitas vezes até baixas doses de radiação, mas também compromete o desenvolvimento de aprendizagem nas pessoas expostas a ela. 6 BENEFÍCIOS DA RADIAÇÃO Apesar de todos os perigos e riscos, mortes e doenças para o ser humano, a radiação também traz benefícios quando manipulada de forma segura. Apesar do terrível acidente com a usina nuclear de Chernobyl, mostrando ao mundo a face escura e ruim da energia nuclear e mesmo o mundo parando para se perguntar se valia a pena utilizar essa tecnologia perigosíssima, não foi suficiente para que todos os países parassem de produzi-la, pelo contrário, outros assinaram o acordo e passaram a desenvolver essa tecnologia em seus países. Porém, com os diversos acordos firmados entre as nações, criou-se formas mais seguras de manipular a tecnologia e hoje ela é considerada uma das mais seguras. Tão segura que é utilizada em hospitais com intuito não de matar, mas para curar doenças que não podem ser tratadas por outros meios, por exemplo: o câncer. Felizmente apesar de a própria radiação provocar o câncer no corpo humano, ela também é um dos poucos remédios que se pode utilizar para curar uma vítima da doença. Mas não é somente isso, segundo os pesquisadores: "A radiação tem seus benefícios para o ser humano a radiação solar, por exemplo, é um meio natural de emissão e é primordial para a vida na Terra. Sem ela, não existiria vida como conhecemos hoje.” (Wikipédia, 2017 p.2) Outros benefícios dela diz em relação a medicina como já foi comentado acima, mas para reforçar podemos dizer que “As radiações emitidas artificialmente também são benéficasː (sic) na medicina moderna, várias atividadesmédicas usam a radiação, como a radiografia, mais conhecida como raio x; a radioterapia, usada no tratamento de tumores; e a medicina nuclear, que tem, por objetivo, um diagnóstico.” (Wikipédia, 2017 p.2) Portanto, apesar dos estragos que ela pode causar no ser humano, ela também traz benefícios para o mesmo ser humano. Apesar de toda segurança em torno da manipulação da radiação “O perigo de um tratamento com radiação é inevitável. No caso da radioterapia que trata um tumor, ele pode ser fatal, porém, por não haver outro tipo de tratamento, os riscos são justificáveis.” (Wikipédia, 2017 p.2) Os riscos são mais baixos que os benefícios e quando tudo falhou, essa pode ser a única opção para que a pessoa doente possa ter mais uma chance de salvar sua vida. Apesar das terríveis consequências da radiação desenfreada, ela também de forma controlada, pode salvar muitas vidas. Verificou-se também em estudos sobre o assunto que “Nas radiografias, o nível de exposição é muito baixo, mas ela só deve ser feita por um profissional com formação adequada. Da mesma forma que a radioterapia, os benefícios da radiografia para o paciente superam os seus riscos.” (Wikipédia, 2017 p. 2) https://pt.wikipedia.org/wiki/Radiografia https://pt.wikipedia.org/wiki/Radioterapia https://pt.wikipedia.org/wiki/Tumor https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina_nuclear https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina_nuclear https://pt.wikipedia.org/wiki/Diagn%C3%B3stico 19 7 TRAGÉDIA NO BRASIL Mesmo com toda a segurança em vigor descrita na legislação nacional e internacional para manipulação adequada da radiação, acidentes ainda acontecem. “Em 13 de setembro de 1987, na cidade de Goiânia, o manuseio indevido de um aparelho de radioterapia que continha Césio – 137 e fora abandonado onde funcionava o Instituto Goiano de Radioterapia, gerou um acidente que envolveu direta e indiretamente centenas de pessoas.” (Wikipédia, 2017 p.2) Além do artefato estar onde não deveria, foi encontrado por pessoas leigas no assunto, nem estavam cientes dos riscos que estavam correndo. “O aparelho foi encontrado por catadores de um ferro-velho local, que entenderam tratar-se de sucata. Foi, então, desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação. Foi o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares.” (Wikipédia, 2017 p.2) Em termo proporcionais ao acidente da usina de Chernobyl, esse acidente no Brasil não chegou nem perto do que aconteceu na usina nuclear russa, mesmo assim “O acidente foi classificado como nível 5 na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, que vai de zero a sete, onde 0 corresponde a um desvio sem risco para segurança, enquanto 7 é um desvio muito grave.” (Wikipédia, 2017 p.2) Tamanho foi o estrago causado pela radiação que continha o artefato encontrado pelos catadores de ferro-velho. Porém, tanto o acidente da usina de Chernobyl quanto o acidente brasileiro, poderiam ter sido evitados. No Brasil está em vigor a Norma Regulamentadora (NR) 32 do Ministério do Trabalho e Emprego que fala sobre a radiação e os cuidados no ambiente de trabalho. Também a Norma Regulamentadora (NR) 05 que define as diretrizes dos riscos e perigos no ambiente laboral, através da montagem do mapa de risco que deve ser realizado pelos membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) de cada empresa, definindo os perigos e locais perigosos, alertados pela cor que corresponde a cada local de trabalho. Porém de nada adianta termos regulamentos se não forem feitos para serem obedecidos e evitar os acidentes com a radiação. A legislação nacional é clara sobre o que se deve fazer para estar protegido, principalmente o trabalhador que está em contato direto com a radiação. Mas se continuar acontecendo negligência na legislação, poderá acontecer novos incidentes como o de Goiânia ou Chernobyl. CONCLUSÃO Por mais que seja segura uma tecnologia ela precisa estar em conformidade com leis que protegem os trabalhadores em seus locais de trabalho. A negligência a tais leis pode acarretar muitas dores e sofrimentos aos trabalhadores vítimas de acidentes de trabalho. Em se tratando da radiação, pode ainda ser pior. No acidente da usina nuclear de Chernobyl houve negligência nas leis de segurança na manipulação da usina e até hoje homens, animais, solo e atmosfera da região sofrem com os efeitos nocivos da radiação. Porém, não é uma tecnologia que o homem pode abandonar de uma hora para outra, pois apesar de todo o estrago que ela pode fazer, há também muitos benefícios para o homem. Ela pode ser utilizada para gerar energia elétrica em locais que não há como fazer uma represa, é utilizada para fazer exames e detectar possíveis problemas no corpo humano e até no combate ao câncer ela também pode auxiliar um paciente em sua cura e caso não houvesse a radiação como opção de cura, esse paciente poderia estar com seus dias contados. https://pt.wikipedia.org/wiki/Goi%C3%A2nia https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9sio-137 https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9sio-137 https://pt.wikipedia.org/wiki/Sucata https://pt.wikipedia.org/wiki/Central_nuclear https://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_Internacional_de_Acidentes_Nucleares 20 Porém precisa ser observada todas as normas e diretrizes nacionais e internacionais no manejo de tal tecnologia, pois com um pequeno descuido, um pequeno vacilo, poderemos estar condenando gerações a sofrerem os terríveis malefícios da radiação em seu corpo, como está acontecendo com os moradores afetados pela radiação de Chernobyl ou as pessoas que foram afetadas pelo incidente em Goiânia. Segurança sempre em primeiro lugar. REFERÊNCIAS ___Radiação. Enciclopédia Livre Wikipédia, 2017. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o Acesso em: 15/04/2017 ___Efeitos biológicos da radiação. 2017. Disponível em: https://www.ipen.br/portal_por/conteudo/posgraduacao/arquivos/200906041005450- Historico.ppt. Acesso em: 15/04/2017 1. ___Chernobyl: Os efeitos e sequelas para o ser humano. Zona de risco, 2007. Disponível em: https://zonaderisco.blogspot.com.br/2007/12/bastaram-algumas-horas- depois-da.html Acesso em: 20/04/2017 https://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o https://www.ipen.br/portal_por/conteudo/posgraduacao/arquivos/200906041005450-Historico.ppt https://www.ipen.br/portal_por/conteudo/posgraduacao/arquivos/200906041005450-Historico.ppt https://www.ipen.br/portal_por/conteudo/posgraduacao/arquivos/200906041005450-Historico.ppt https://zonaderisco.blogspot.com.br/2007/12/bastaram-algumas-horas-depois-da.html https://zonaderisco.blogspot.com.br/2007/12/bastaram-algumas-horas-depois-da.html 21 ANEXO - Entrevista com Maria José Quindotta vítima de câncer de tireoide e que tomou a maior dose de radiação que o ser humano pode suportar sem adoecer, ministrada em seu corpo para “matar” as células cancerígenas. 1 Quando foi descoberta a doença? R: Em um exame de rotina no mês de março no 2000. 2 Quais foram as primeiras providências tomadas após o descobrimento da doença? R: Foi realizada uma punção com o resultado do exame, foi realizada uma cirurgia e retirado um lado da glândula tireoide e enviado para realizar uma biópsia. Foi com esse exame que se verificou o câncer na glândula e realizada uma segunda cirurgia extirpando a glândula por inteiro. Após a segunda cirurgia passei por mais uma bateria de exames e um mapeamento após 45 dias da cirurgia, onde foi verificado que ainda havia sinais do câncer e por isso precisava ser extirpado de outra forma. 3 Como foi a preparação para “tomar” a dose de radiação? R: Tive que me abster do sal, comer somente bolachasalgada e tomar leite do tipo Molico, durante 15 dias antes do tratamento. Fui colocada em um quarto isolado, com um grosso vidro, com as paredes de chumbo e para ministrar a dose em mim, uma enfermeira entrou no quarto toda vestida como se fosse um astronauta. 4 O que sentiu? R: Nada senti, somente amanheci com o pescoço completamente inchado, mas não houve nenhum tipo de dor. A enfermeira havia me prevenido que poderia haver náuseas, inchaços e outros tipos de mal-estar, mas nada aconteceu, a não ser o inchaço. 5 Quais foram os cuidados recomendados após a dose de radiação ser ministrada. R: Não podia ter contato com crianças e mulheres grávidas, minhas roupas eram lavadas separadamente, ao sentar-se em algum local tinha que forrar e no uso do banheiro efetuar várias descargas após o uso. Apesar de não haver sinais da doença, ainda preciso fazer exames de monitoramento a cada seis meses, tomo o hormônio sintético, pois não tenho mais a glândula que seria a responsável pela formação dele. Devido a isso tenho problemas nas articulações e já passei por mais de três cirurgias para reparar os danos causados nos braços, pulsos e mãos, devido a falta do hormônio natural da glândula tireoide. Todo o tratamento com a radiação foi realizado no Hospital das Clínicas em Curitiba PR. 22 23
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