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Os bloqueadores neuromusculares (BNM) ou agentes curalizantes são substâncias utilizadas com objetivo de propiciar o relaxamento da musculatura de ação periférica (na junção neuromuscular) para facilitar a anestesia e o processo cirúrgico, pois possibilita uma anestesia balanceada (utiliza-se uma menor quantidade de anestésico); intubação endotraqueal além de um manuseio facilitado do abdome, como também a manipulação ortopédica. O relaxamento ocorre na sequência: Músculo da face, mandíbula e cauda; musculo do tronco e do pescoço; músculos da deglutição e faríngeo; músculos abdominal e intercostal; músculo diafragmático. O uso de BNM nunca deve ser feito sem fornecimento de respiração artificial. Usa-se o BNM na laparotomia, toracotomia, laminectomia, redução de fraturas. Os BNM não causam perda da consciência e nem perda da dor, promove apenas o relaxamento da musculatura. Agentes bloqueadores neuromusculares São divididos em despolarizantes e não despolarizantes. Como exemplos tem o decametônio e a succinilcolina que interagem com receptores nicotínicos causando a despolarização da fibra muscular. Existem 2 fases: A fase I (interage e promove o processo de despolarização, consequentemente, vai ter um estímulo inicial, e vai continuar interagindo com o receptor), na fase II (o receptor passa a ser denominado de dessensibilizado, ficou muito tempo estimulado que passa um tempo sem conseguir ser responsivo e a musculatura não consegue receber um estímulo de contração e fica relaxada). Succinilcolina: ➔ Bastante utilizada ➔ A hidrólise é feita pela butirilcolinesterase: colina e ácido succínico ➔ Ruminantes tem baixa concentração de colinesterases e fica mais sensível a succinilcolina, o que pode aumentar o comprometimento do diafragma. ➔ Precaução com o uso de medicamentos que reduzam os níveis de colinesterases como os organofosforados e os antiparasitários para que não haja intoxicação. ➔ Efeito rápido com menos de 2 minutos ➔ Os efeitos colaterais não são tão comuns, mas dentre eles estão a hiperpotassemia, aumento da pressão intracraniana e intraocular, mialgia, arritmias cardíacas ➔ Caso o animal esteja com algum dano hepático grave, caquético ou mal nutrido o efeito pode ser prolongado, porque a colinesterase é sintetizada no fígado, se houver alguma lesão tem uma produção menor. ➔ Em suínos e equinos pode ser o responsável por estimular a hipertermia maligna (doença hereditária recessiva) Mecanismo de ação: A Ach liga a receptores e provoca a contração, a succinilcolina também interage com os receptores e provoca contração. Com o passar do tempo a Ach vai ser degradada e a contração deixa de existir e o músculo volta a ficar relaxado. Com a succinilcolina o músculo vai despolarizar, contraindo; começa a repolarizar mas continua tendo uma ação, logo a não repolarização faz com que não consiga ter um outro estímulo, não possibilita que ela volte ao repouso, então tem o processo de dessensibilização, vai persistir polarizado, o que leva o processo de relaxamento. São bloqueadores do receptor colinérgico. Tem ação de antagonizar o receptor nicotínico. 1. d-Tubocurarina: Despolarizantes Não Despolarizantes • Leva a liberação de histamina, logo tem que ter uma ação preventiva com anti-histamínico • É contraindicado em cães e gatos por causar hipotensão • Com a administração parenteral a absorção no TGI é desprezível • A via de administração IV é mais indicada, ocorre de forma lenta e contínua 2. Galamina: • Primeiro relaxante sintético utilizado na clínica • Possui efeito mais prolongados que a d- tubocurarina • Bloqueia também receptores muscarínicos e possui efeito direto nos β adrenérgicos cardíacos, causando um aumento de batimentos cardíacos e a pressão arterial • Evitar o uso em pacientes com IR, pois é excretada de forma intacta pelos rins. 3. Atracúrio: • Utilizado na clínica de pequenos e equinos • Desprovido de efeitos colaterais cardíacos • Biotransformação plasmática, isto é, tem uma forma de destruição sem necessidade de passar por vias hepáticas ou renais. • Pouco efeito cumulativo com repetição de doses • Recomendado para pacientes com IR e hepático. 4. Pancutônio: • Mais potente que a d-tubocurarina (5x) e galamina (10x). • Causa taquicardia por bloquear receptores colinérgicos cardíacos (M2) • Possui um custo proibitivo, necessita de grande quantidade requerida para que faça a sua ação. 5. Vecurônio: • Produzido a partir do pancurônio • Não tem efeito cumulativo • É indicado para pacientes com IR • Em animais hepatopatas tem que ter cautela, pois utiliza o fígado para excreção (excreção biliar). Antagonistas BNM: Deve-se reverter a ação do relaxamento, para isso utiliza-se inibidores da acetilcolinesterase, ou seja, usa-se neostigmina, piridostigmina, edrofônio com o objetivo de possibilitar o acúmulo da Ach, consequentemente competindo com o bloqueador. O aumento da Ach pode causar uma bradicardia, salivação, aumento de micção e defecação, pois existem receptores muscarínicos pelo corpo que não estava sendo utilizado. Para evitar os efeitos pode-se administrar Atropina (0,03 a 0,05 mg/kg).
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