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Aula 2 - Preparo de Amostras para Análise Prof. Julio C. J. Silva Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Instituto de Ciências Exatas Depto. de Química Juiz de For a, 2012 QUI 102 - Metodologia Analítica PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE A qualidade do resultado de uma análise química depende de muitos fatores. Entre os mais importantes pode ser destacado: Tipo de amostra a ser coletada e a metodologia analítica a ser aplicada; Representatividade da amostra é essencial para o sucesso da análise; Homogeneidade ou heterogeneidade; Procedimento de coleta e amazenagem; Problemas de contaminação devem ser observados com cuidado. PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE Fatores que podem influenciar na composição química da amostra: Temperatura Reações com a atmosfera Adsorção/absorção de água Perdas das frações mais finas (poeira) Desgaste mecânico PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE AMOSTRAS HOMOGÊNEAS • Gases e líquidos, na maioria das situações qualquer porção é representativa AMOSTRAS HETEROGÊNEAS • Podem apresentar composição diferente em porções retiradas ao acaso, os cuidados com a amostragem e preparação devem ser redobrados. • Deve ser considerado que a amostra de laboratório, com massas entre 0,1 a 10 g, pode representar toneladas de material, exigindo cuidadosa definição do procedimento de amostragem e preparação para análise. PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE Ex.:ROCHAS PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE BRITAGEM Consiste na primeira etapa da redução do tamanho da amostra, em geral, reduzindo para grãos de aproximadamente 1 a 5 mm. A liga metálica usada na construção do equipamento deve ser considerada para definir possíveis elementos que poderão ser incorporados à amostra neste processo. Britador PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE MISTURA DE AMOSTRAS SÓLIDAS (QUARTEAMENTO) Em certos casos a amostra deve passar por um quarteamento. Esta é a forma de garantir redução do tamanho e boa representatividade, evitando-se pulverização de grandes volumes. MISTURA DE AMOSTRAS SÓLIDAS (QUARTEAMENTO) MISTURA DE AMOSTRAS SÓLIDAS (QUARTEAMENTO) MISTURA DE AMOSTRAS SÓLIDAS (QUARTEAMENTO) Quarteador Jones. PULVERIZAÇÃO PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE PULVERIZAÇÃO Com sistemas automatizados a pulverização pode ser conseguida com maior facilidade e rapidez, tanto para volumes maiores como menores, garantindo também maior homogeneidade para a composição e para a granulometria. MOINHOS DE BOLA PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE PULVERIZAÇÃO MOINHOS DE ANÉIS E CILINDRO (moinho de panelas) PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE ESQUEMA DOS RECIPIENTES DE ANÉIS, CILINDROS BOLAS. GIIL, R.1997, Modern Analytical Geochemistry: An Introduction to Quantitative Chemical Analysis Techniques for Earth, Environmental and Materrials Scientists. Ed. Addison Wesley Longman Limited England, 329 p. PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE MOINHOS DE BOLAS MOINHOS DE FACAS PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE PULVERIZAÇÃO A amostra será colocada na granulometria desejada. Manualmente, por meio de um gral com pistilo, construído em ágata, porcelana, quartzo, ferro ou outro material, dependendo do interesse e da análise que será realizada. porcelana ágata PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE PENEIRAÇÃO UTILIZADA PARA SELECIONAR UMA GRANULOMETRIA ESPECÍFICA AS PENEIRAS PODEM APRESENTAR GRANULOMETRIA EM MESH e mm 80 mesh = 0,177 mm = 80 tyler 100 mesh = 0,149 mm = 100 tyler MAIOR VALOR mesh MENOR VALOR mm (µm) PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE Peneiras Agitador magnético para peneiras PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE CONTAMINAÇÕES Graus e pistilos de ágata contaminam a amostra com quartzo. Ligas de carbeto de tungstênio (WIDIA) contaminam com W, Ti e Co e em algumas situações com elmentos-traços. Ligas Fe-Mn contaminam com estes elementos e outros elementos-traços. As peneiras construídas em latão, bronze e aço podem levar a contaminação de Cu, Zn, Fe. O aquecimento ocasionado durante pulverizações prolongadas, pode provocar oxidação de ferro-ferroso para ferro-férrico, perda de dióxido de carbono em calcita ou a volatilização de elementos como o As, Cd, Pb, Se e Hg. PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE CONTAMINAÇÕES MATERIAL CONTAMINAÇÃO/ ELEMENTOS CONC. NA AMOSTRA 1 (SiO2) -ppm CONC. NA AMOSTRA 2 (SiO2)-ppm Carbeto de tungstênio Co Ti Ta W 32 124 5 não determinado 8,6 102 5 não determinado Al2O3 (safira artificial) Al Cr Fe B Ga Mn Zr >2000 225 8,7 2,2 2,5 1,1 ? >2000 228 26 1,7 3,3 2,3 ? Carbeto de Boro B Cu Ni 23 2,7 2,4 30 2,1 2,3 Alumínio - Cerâmica Al Cu Fe Ga Li Ti Zn >2000 2,6 34 21 1 11 2,9 >2000 2,0 55 54 1 31 <2,0 Ágata B Cu Si 1,8 1,1 não determinado 2,3 3,9 não determinado CONTAMINAÇÃO POR PENEIRAS TIPO DE PENEIRA CONTAMINAÇÃO PELOS ELEMENTOS (ppm) Nylon - 200 mesh nunhuma Latão - 100 mesh B, Co, Cu, Fe, Mn, Ni, Sn e Zn 1,4-7,2-5,1-20 -2,0 -1,2-3,2-1,7 Aço Inox - 100 mesh B, Co, Fe, Mn, Ni e Zn 1,9-9,1-17-3,2- 3,8 - 1,5 Dados de THOMPSON E BANKSTON (1970) - POTTS (1992) PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE Umidade em amostras Amostras sólidas contém água em equilíbrio com a atmosfera Umidade relativa e temperatura ambiente Secagem antes da análise PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE Água essencial Parte integrante de um composto em uma quantidade estequiométrica Água de constituição a água não está presente como H2O no sólido, mas é formada quando este se decompõe pela ação do calor. • 2 NaHCO3 300° C→ Na2CO3 + H2O + CO2 • Ca(OH)2 800° C→ CaO + H2O • 2 Fe(OH)3 1000° C→ Fe2O3 + 3 H2O Água de hidratação/cristalização água participa da estrutura dos cristais, ou seja, é parte integrante do retículo cristalino em proporção fixa em relação aos íons presentes. É representada na fórmula química e é computada no cálculo do peso molecular. • BaCl2.2H2O, CuSO4.5H2O, Na2SO4.10H2O, CaSO4.2H2O, CaC2O4.2H2O PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE Água não essencial Retida fisicamente Não faz parte da composição química do composto sem estequiometria Ocorre em todos os sólidos Água adsorvida poros, interstícios, capilares, etc. Água de oclusão água aprisionada PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE Efeitos da temperatura e umidade Umidade relativa (UR) razão entre a pressão de vapor da água no ar e pressão de vapor da água saturada no ar Exemplo: A 25 ºC, a pressão parcial da água no ar saturado é 23,76 torr. Portanto, quando o ar contém água a uma pressão parcial de 6 torr, a umidade relativa é 25,3%. UR 25 – 90%: BaCl2.2H2O(s) UR < 25%: BaCl2.H2O(s) UR < 8 %: BaCl2(s) (100-120 oC) PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE Água adsorvida (pequenas quantidades) Adsorção e liberação rápida (10 – 15 min) Água absorvida (grandes quantidades) equilíbrio pode levar dias PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE Água de oclusão • Não está em equilíbrio com a atmosfera • Aquecimento difusão da água • Crepitção quebra do material cristalino (explosão) Determinação de água nas amostras • Aquecimento até massa constante• Técnicas termo gravimétricas PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS DE ÁGUA PARA ANÁLISE PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS DE ÁGUA PARA ANÁLISE Referências Geraldo Boaventura. Notas de Aula. UnB Otto Alcides Ohlweiler. Química Analítica Quantitativa. Volume 2. livros Técncos e Científicos S.A. Edenir R. P. Filhos. Notas de Aula. UFSCar (http://erpf.sites.uol.com.br) Harris, D.C. Análise Química Quantitativa, Editora LTC, 5a Ed., 2001 Skoog, West, Holler, Crouch. Fundamentos de Química Analítica, Editora Thomson, 8a Ed., 2006 Bicudo, C.E.M., Bicudo, D.C. Amostragem em Limnologia, Edito Rima, 2004. Stoeppler, M. Sampling and Sample Preparation, Editora Springer, 1997 http://erpf.sites.uol.com.br/
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