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MICROBIOLOGIA – 25/05/2021 São aquelas bactérias de forma arredondada que na coloração de gram apresenta cor roxa/azulada Bactéria de parede rica em peptideoglicano externo a sua membrana interna Coram fortemente com cristal violeta, o primeiro corante da coloração de gram Na organização de um Streptococcus, por exemplo, essas bactérias sem apresentam em forma de "colar“, um arranjo CARACTERÍSTICAS MORFOCELULARES Forma celular: cocos Cápsula: algumas espécies possuem Mobilidade: imóvel Esporos: não formam Enzima catalase: enzima que tem a capacidade de degradar peróxido de hidrogênio (H2O2) (+) estafilococos (-) estreptococos Arranjos: Meio preferencial para estudo, meio de cultura, é o ágar sangue São anaeróbicos facultativos: podem ou não utilizar oxigênio Crescem a temperaturas entre 18º- 40ºC, cultura com sangue e 6,5 – 7,5% de NaCl Temperatura ótima: 35º- 40ºC São microrganismos alotolerantes e, em alguns casos, até alofílicos (depende da espécie) Estafilococos têm colônias maiores e de cor branco- porcelana a amarelo (S. aureus), os quais podem apresentar hemólise ou não Hemólise: capacidade de degradar as hemácias Estreptococos têm colônias menores (puntiformes) e com halos de β- ou α- hemólise Teste da catalase serve para auxiliar no processo de diferenciação entre as espécies É um teste feito com 3% de H2O2 Se a bactéria for produtora de catalase: presença de bolhas POSITIVO o Catalase está agindo formando bolhas e água o Há um borbulhamento na lâmina histológica o Exemplo: Staphylococcus spp Se a bactéria não for produtora de catalase: não acontece nada NEGATIVO o Exemplo: Streptococcus spp e Enterococos Algumas espécies de estafilococos não produzem catalase, isso torna o processo de diferenciação mais complicado A grande maioria dessa classe produz catalase Ter catalase no metabolismo bacteriano significa que a bactéria em questão tem o “poder” de aumentar sua capacidade de lesão celular por liberar radicais livres Libera água, material inerte, e hidrogênio na forma de radical livre H+ livre tem a capacidade de causar mais dano a membrana do local onde a bactéria está invadindo e acelerar a morte das células daquele local Potencializa o poder de infectabilidade da bactéria ESTAFILOCOCOS Cocos, em arranjo de cacho de uvas Alguns podem ser encapsulados, ou seja, mais patogênicos Crescem em condições aeróbicas ou microaerófilas Catalase positiva (+) Coagulase positiva (+) ou negativa (-) Capacidade de coagular: cai na corrente sanguínea e começa a formar trombos As positivas são mais patogênicas podem formar trombos Fontes: a. Vias respiratórias b. Pele humana c. Fômites contaminados Comum em hospitais Maior risco em berçários, UTI, centro cirúrgico e enfermarias de imunossuprimidos Profissionais da saúde são fontes de contaminação, tanto pela orofaringe, quanto pela pele Causa infecções piogênicas e não-piogênicas (toxigênicas) Infecção piogênica: infecção com produção de pus (agregado de células mortas com coloração amarelada/esverdeada) Infecção não-piogênica: problemas de degeneração de partes moles causada pelas toxinas dessas bactérias O que difere uma infecção da outra é a presença de pus Alguns seres humanos podem viver em simbiose com algumas espécies de estafilococos Uma vez que haja uma disbiose, pode levar ao aparecimento de doenças O gênero Staphylococcus é composto por várias espécies: S. caseolyticus S. lugundensis S. schleiferi S. sciuri S. lentus S. hyicus S. chromogenes S. intermedius S. delphini S. carnosus S. simulans S. xylosus S. saprophyticus S. gallinarium S. kloosii S. equorum S. arlettae S. epidermidis S. capitis S. warnei S. saccharolyt S. caprae S. hominis S. haemolyticus S. auricularis S. aureus Fatores patogênicos: 1. Danos ao tecido o São enzimas e proteínas do tipo: leucocidinas, esfoliatina, hemolisinas e coagulase o A coagulase permite a agregação para a formação do coágulo formar coágulo causa dano tecidual o Coagulação em capilares menores, próximos à lesão, faz com que nem a imunidade chegue ao local e nem os fármacos o Hemolisinas possuem a capacidade de degradar as hemácias locais ou sistêmicas (em caso de sepse) o Esfolatina é uma toxina epidermolítica, ou seja, é uma toxina liberada pela bactéria que faz com que solte a derme do indivíduo paciente libera toda a parte superficial da pele o Leucocidinas do tipo α-toxina e P- V são proteínas produzidas pelos estafilococos que possuem capacidade de degradar células do sistema imune humano causam piogênese 2. Adesão a células e tecidos o Cápsula: pouco imunogênica nem todas as espécies possuem mas, as que possuem, vão produzir, na sua superfície, um muco que facilita estar sob a superfície de uma célula e permanecer lá para iniciar um processo infecioso o Algumas espécies possuem adesina intercelular: proteína que faz um espécie de muco na superfície da bactéria, fazendo com que ela fique fixa à célula humana 3. Evasão do sistema imune do hospedeiro o Produzem substâncias para passar despercebido ou escapar do sistema imune humano o Substâncias são: toxic shock syndrom toxin (TSST-1), enterotoxinas e proteína A (S. aureus) o Proteína A impede que a imunidade humana sinalize para a via fagocítica; as células de defesa não a veem como um corpo estranho e passa desapercebido pela imunidade o Enterotoxinas são produzidas fora do corpo humano por exemplo, podem ser levadas até o alimento através das mãos de uma pessoa que contenha essa substância o Enterotoxinas deixam o indivíduo desidratado o TSST-1 causa lesão de tecidos moles, podendo causar necrose ou descamação do tecido Estafilococos e enterobactérias são os maiores grupos responsáveis por infecção alimentar Muitos pacientes com sepse ficam em quadro anêmico porque muitas bactérias hemolisam as hemácias, diminuindo a contagem das mesmas As bactérias usam o ferro das hemácias para o processo de replicação delas PATOLOGIAS: Infecções superficiais: Foliculites Furunculoses Impetigo Infecções profundas: Fascite necrosante Bacteremias Osteomielite Doenças toxicogênicas: Intoxicações alimentares Síndrome do choque tóxico Síndrome da pele escaldada Infecções superficiais e profundas são piogênicas, ou seja, são aquelas que causam pus STAPHYLOCOCCUS AUREUS: Pior tipo de estafilococos Presente na nasofaringe e fossas nasais (30-40%), bem como na vagina (5% - TSST-1) Produz carotenoide (cor dourada) 90% tem β-lactamase Resistência a antibióticos beta-lactâmicos: penicilinas, cefalosporinas, cefamicinas e carbapenemas Proteína A Ligação com a porção Fc da IgG, escapando da imunidade TSST e esfolatina causam a pele escaldada Enterotoxina é um superantígeno no TGI Abre os canais de sódio e de cloro, liberando muita água Paciente apresenta diarreia osmolar Toxina alfa (leucocidina) causa hemólise e necrose Methicilin-Resistant S. aureus (MRSA) Categorizada como “bactéria comedora de carne” Fazem lesões cada vez mais profundas, aumentando a necrose Necrose muito rápida da área Se encontrar um vaso de maior calibre, cai na corrente sanguínea e causa sepse Paroníquia: infecção da pele que rodeia a unha Impetigo: infecção da epiderme na face e membros Foliculite (S. aureus e S. epidermidis): infecção do folículo piloso com formação de pequena coleção de pus abaixo da epidermeFurúnculo: é uma extensão da foliculite que se apresenta sob a forma de nódulos dolorosos, com uma coleção de pus na parte central Carbúnculo: são furúnculos que não apresentam o “olho”, ficam mais profundos na pele Hordéolo ou Terçol: foliculite nos pelos da pálpebra Infecção de cirurgia Osteomielite: infecção óssea que pode ocorrer a partir de uma infecção local ou por via hematogênica Bacteremia: disseminação bacteriana na corrente sanguínea Endocardite (S. aureus e S. epidermidis): infecção do endocárdio a maioria culmina em óbitos se não forem tratadas rapidamente e adequadamente Pneumonia ou Empiema: infecção no tecido pulmonar ou para pulmonar Síndrome da pele escaldada estafilocócica: eritema perioral abrupto, que cobre o corpo em 48h. Uma leve pressão pode deslocar a pele, pode haver bolhas ou vesículas cutâneas, seguidas de descamação superficial da pele; é causada por toxinas esfoliatinas, comumente observada em recém-nascidos ou lactentes Síndrome do choque tóxico: patologia multissistêmica, que cursa com febre, hipotensão, tontura, descamação cutânea, eritrodermia (desordem inflamatória sistêmica, com disfunção metabólica). Comum em mulheres menstruadas e usando tampões ou coletores. Também observada como complicação de abscessos, osteomielite, infecções de feridas cirúrgicas e pneumonia; pode ser fetal Pode acometer homens também: STAPHYLOCOCCUS COAGULASE NEGATIVA: Não produzem exotoxina (coagulase) S. epidermidis: Presente na microbiota da pele Forma biofilme: produção de adesina que agregam mineral, formando uma espécie de carapaça de proteção (não é reconhecida pela imunidade como um corpo estranho) bactéria cai em uma determinada superfície e começa a se multiplicar pode infeccionar a prótese do paciente Infecção por cateteres, endocardite, septicemia e peritonite Infecção de cateter: S. saprophyticus: Presente na microbiota da região periuretral e da pele Infecções do TGU TRATAMENTO: 1960: penicilina Início da resistência bacteriana 1990: produção de β-lactamases Maior resistência a penicilina, cefalosporinas, cefamicinas e carbapenemas 10% são sensíveis a penicilina Criaram-se as penicilinas semissintéticas: meticilina e oxacilina Atualmente: 30-50% de S. aureus e 50% de estafilococos coagulase negativos são resistentes a penicilinas semissintéticas Para cepas MRSA criaram-se glicopeptídeos: vancomicina e teicoplanina 1997 (Japão): S. aureus com resistência intermediária à vancomicina 2002 (EUA): S. aureus resistente à vancomicina (VRSA) Novas drogas: linezolina (Zyvox), daptomicina (Cubicin) e quinupristina/dalfopristina (Synercid) Linezolina é indicado em infecções por enterococos e estafilococos resistentes Daptomicina é indicado em infecções por gram positivos multi-R Quinupristina/dalfopristina é indicado em infecções por estafilococos e enterocos resistentes Não há vacinas O que se deve fazer: a. Ter higiene pessoal b. Antissepsia c. Uso de mupirocina intranasal e ciprofloxacina ou trimetorima- sulfametoxazol oral em portadores d. Prescrever cefalotina no pré-operatório Prevenção é o melhor remédio ESTREPTOCOCOS Fileirinha de cocos, como se formassem um colar Diplococos ou em pequenas cadeias Podem ser encapsulados ou não Anaeróbios facultativos ou capnofílicos Capnofílicos: são bactérias que precisam de uma concentração mínima de gás carbônico (5-10% de CO2) Catalase negativa (-) Fontes: a. Boca b. Trato respiratório superior c. Pele d. Intestino Transmissão através de perdigotos, arranhões, perfurações na pele e lesões na cavidade oral Comum em hospitais: Maior risco em crianças, idosos e imunocomprometidos A classificação desses espécie se dá através da hemólise: 1. α-hemolítico: capacidade hemolítica pequena o Faz-se uso de optoquina (antibiótico) para subdividir esse grupo em resistente ou sensível o Resistente: S. viridans e S. mutans o Sensível (crescimento inibido pelo antibiótico): S. pneumoniae 2. β-hemolítico: capacidade hemolítica muito grande o Faz-se uso do antibiótico bacitracina para saber se é resistente ou sensível o Resistente: S. agalactiae o Sensível: S. pyogenes 3. γ-hemolítico: não tem capacidade hemolítica o São do tipo enterococos o Estão, normalmente, no intestino o Dentro do intestino, ele não é agressivo o Pode causar patologias em casos de se ir ao banheiro, não lavar a mão e depois tocar em alguma ferida o Exemplos: Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium Classificação de Lancefield: Características antigênicas do carboidrato C 20 grupos sorológicos: A até V o Grupo A: Streptococcus pyogenes o Grupo B: Streptococcus agalactiae o Grupo C: Streptococcus equisimilis, Streptococcus equi, Strteptococcus zooepidemicus e Streptococcus dysgalactiae o Grupo D: Enterococci e Streptococcus bovis o Grupo E: Streptococcus milleri e mutans o Grupo F: Streptococcus anginosus o Grupo G: Streptococcus canis e Streptococcus dysgalactiae o Grupo H: Streptococcus sanguis o Grupo L: Streptococcus dysgalactiae o Grupo N: Lactococcus lactis o Grupos R e S: Streptococcus suis S. pneumoniae, S. mitis e S. viridans não são classificados por Lancefield, por não apresentarem o polissacarídeo grupo específico Fatores patogênicos: 1. Ácido lipoteicóico: é superficial o Sinalizador para a imunidade o A imunidade as vezes o percebe e consegue conviver com ele sem estar ativo o tempo todo 2. Proteína M: é um extrato ácido o Potente sinalizador: faz o recrutamento de muitas células de defesa para tentar debelar esse agente infeccioso o Formação de pus, hiperemia e hipertermia o Possui mais de 80 sorotipos o Proteína superficial 3. Cápsula o Serve como um disfarce para a imunidade o Produzem ácido hialurônico (antifagocitário) seres humanos também produzem, por isso que o sistema imune não percebe de cara o Muito imunogênica 4. Streptococcus pyogenes (grupo A) o Tem proteína M termo e ácido- estável o Apresenta resistência a fagocitose o Não se consegue destruir a proteína M dessa bactéria 5. Exotoxinas pirogênicas o Ativam linfócitos o Causam febre alta e choque tóxico 6. Hemolisinas o Lisa eritrócitos o Estreptolisina S: não imunogênica não produz resposta humoral, ou seja, não se guarda memória para a doença o Estreptolisina O: imunogênica produz anticorpos de memória 7. Estreptoquinase (A e B) o Lise de coágulos sanguíneos utilizado em emergências cardiológicas o Disseminação nos tecidos lesões ampliadas e prologadas com a presença de sangramento 8. Desoxirribonuclease o DNase ou estreptodornase o Dificuldade de regenerar os tecidos o Despolimerização do DNA (viscosidade) 9. Hialuronidase o Cliva o ácido hialurônico o Destrói tecido conjuntivo PATOLOGIAS: Infecções supurativas: Faringite, celulite, fascite necrotizante, erisipela e impetigo Doenças toxigênicas: Escarlatina Não supurativas e pós-estreptocócicas: Febre reumática e glomeronefrite S. PYOGENES: Impetigo: pode demorar mais dias para resolver e é necessário fazer a administração de fármacos Faringite: paciente apresente muitas secreções e bastante muco sendo liberado durante a expectoração Erisipela: toxinas pirogênicas deixam o local quente e vermelho; pode ser bolhosa, não bolhosa ou infectada Celulite: sintomas de febre e sistêmicos tardios Escarlatina: inicialmente faz lesões superficiais mas que podem se tornar mais profundas Síndrome do choque tóxico:Fascite necrotizante: Síndrome de Fournier: Essa bactéria também pode desencadear quadros de febre reumática e glomerulonefrite difusa aguda S. AGALACTIAE: Muito comum no TGU de mulheres Causa infecção em mulheres e neonatos Muito cuidado em partos vaginais, ou seja, normais S. agalactiae e S. viridans podem causar endocardite S. VIRIDANS: Peridontite e abcessos de face: Cáries e placa dental: S. PNEUMONIAE: Pode desencadear IVAS, pneumonia e meningite É um diplococo Tem vacina TRATAMENTO: Strepyococcus: penicilina V (infecção branda) e G (infecção grave), amoxicilina, eritromicina ou clindamicina Pneumococos: penicilina G Caso haja resistência, usar: ceftriaxona ou levofloxacina (casos leves) e vancomicina (casos graves) Endocardite: penicilina ou vancomicina + aminoglicosídeo (amicacina, estreptomicina ou gentamicina) Novas drogas: linezolina (zyvox), daptomicina (cubicin) e quinupristina/dalfopristina (Synercid) Não há vacina, só para pneumococos Tratar faringite com penicilina G para evitar GDA e FR Para impedir FR por reinfecção se usa penicilina G com posologia de 3 em 3 dias, 15 em 15 dias e 21 em 21 dias, durante anos Fazer cultura vaginal e retal em gestantes (35-37 semanas) para diagnosticar e intervir com penicilina (cefazolina ou vancomicina) no parto Higiene corporal e oral Nutrição adequada e imunomodulação Consultas regulares ondontológicas e médicas Prevenção é o melhor remédio MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
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