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MICROBIOLOGIA – 11/05/2021 Recapitulando.. A grande maioria das bactérias não é patogênica, são saprofíticas Convivem com os seres sem causar danos Bactérias oportunistas podem causar danos a depender da situação Bactérias patógenas restritas são aquelas que causam doenças e que não se deve manter contato devido a sua patogenicidade São estritamente patogênicas Algumas bactérias, a depender da sua patogenicidade, podem ser controladas pela microbiota normal do ser humano Elas buscam divisão e reprodução As condições, as vezes, são retiradas dos seres que elas estão infectando Bactérias oportunistas devem ser mantidas dentro de um “padrão” que não cause adoecimento CRESCIMENTO BACTERIANO Toda bactéria faz fissão binária ou cissiparidade Uma célula replica o material e se transforma em duas células-filhas idênticas Crescimento bacteriano é exponencial 2𝑛 𝑛 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑔𝑒𝑟𝑎çõ𝑒𝑠 Tempo de geração é o intervalo de tempo necessário para cada bactéria se dividir, ou seja, realizar uma duplicação populacional Varia entre espécies e depende do ambiente Bactérias podem levar minutos, horas ou até dias para se dividirem As condições do ambiente também favorecem a divisão FISSÃO CELULAR: Envolve proteínas conhecidas como FTS (filamentous temperature sensitive) Temperatura é determinante para o tempo de geração bacteriana Bactérias possuem uma temperatura ótima para começar seu crescimento Tempo de geração: fatores genéticos + fatores nutricionais Algumas bactérias possuem uma capacidade de duplicação muito rápida TEMPO DE GERAÇÃO: Varia de espécie para espécie Algumas espécies levam muito tempo para poder desenvolver uma sintomatologia CURVA DE CRESCIMENTO BACTERIANO: Quando a bactéria é colocada in vitro ela passa, primeiro, por uma fase LAG Fase onde praticamente não se observa crescimento Bactéria está se ambientando: ela visualiza se o meio oferece os nutrientes necessários, tem quantidade de sais minerais adequados e se tem umidade e temperatura adequados Fase adaptativa Se a bactéria se adaptar bem ao meio, a próxima fase será a EXPONENCIAL Bactéria atinge uma temperatura boa Replicação do material genético para que haja a divisão Entra em um processo de divisão celular rápido Fase exponencial ou crescimento logarítmico Chega uma determinada fase em que o meio não apresenta mais suficiência de nutrientes, não haverá mais água e minerais disponíveis Fase de escassez de nutrientes Fase ESTACIONÁRIA Não há mais replicação Fase onde se tem uma escassez estrema e as bactérias começam a acumular excretas metabólicas Não se tem como renovar os nutrientes Fase de MORTE Quanto mais específico o meio, mais fácil o crescimento da bactéria Se isso acontecer in vivo, normalmente, quem está servindo como hospedeiro morre Bactérias usam de tudo que o corpo despuser para o crescimento próprio Infecção bacteriana pode levar a uma sepse e levar o indivíduo a morte Promove coagulação intravascular, formando trombos em todos os locais do organismo GENÉTICA BACTERIANA Genoma bacteriano: DNA DNA bacteriano é haploide Está disperso no citoplasma DNA é separado em cromossomial e extracromossomial Genoma extracromossomial é o PLASMÍDEO o Apresenta transposons: elemento genético móvel o Transferido de uma bactéria para outra o Confere resistência e virulência Genoma cromossomial é o NUCLEOIDE o Dupla fita circular o Genes organizados em operons (são as partes funcionais do genoma) Uma alça vai ser aberta na parte interna do DNA bacteriano e dá-se início ao processo de replicação dentro do DNA Depois que há a replicação de TODO o DNA ela faz a divisão em duas células- filhas DNA é transcrito para posteriormente virar uma proteína Existem várias formas de fazer recombinação genética em bactérias, as mais estudadas são: 1. Transformação: célula sofre uma lise e vai ser clivada (por qualquer coisa que rompa a parede da célula) Célula bacteriana vai liberar fragmentos de seu DNA e uma outra célula pode receber esses fragmentos, incorporando ao seu genoma 2. Transdução: presença de um vírus Bactéria entra em contato com um fago (vírus que tem capacidade de ejetar seu material genético dentro de uma bactéria) Qual o risco de comer comida no self service? Comida quente é servida em um “bistrô quente”, em temperaturas acima de 75º Já as saladas e comidas frias, devem ser servidas em um “bistrô frio”, uma vez que existem bactérias que crescem em temperaturas acima das temperaturas de refrigeração isso não acontece nos self service Comida de self service tem que estar exposta por, no máximo, 6 horas A cada 30minutos tem +1 célula bacteriana Em 5 horas e meia, tem-se +2048 células bacterianas Vários microrganismos proliferam durante o tempo de exposição da comida Vírus injeta seu material genético dentro da bactéria e usa o maquinário bacteriano para poder se replicar Também há incorporação do material genético viral na bactéria Bactéria pode sobreviver (liberar novos vírus produzidos com seu genoma mutado) ou não Eventualmente durante a montagem do fago, fragmentos de DNA são empacotados dentro do capsídeo do fago A célula doadora sofre lise e libera partículas de fago contendo DNA bacteriano Um fago com DNA bacteriano infecta um novo hospedeiro, a célula receptora 3. Conjugação: por transferência de plasmídeos ou de cromossomos Plasmídeo: uma célula se une a outra através do pili sexuale, dessa forma, passa o plasmídeo de uma célula para outra Cromossomos: transferência através do pili também; célula doadora com o plasmídeo integrado EVOLUÇÃO BACTERIANA: Algumas evoluções que merecem destaque são: 1. Alterações do nucleóide 2. Mudanças no plasmídeo 3. Mutações 4. Tipos selvagens: microrganismos que existem em ambientes onde o homem não está presente e, a partir do contato, há aumento da patogenicidade Essas alterações aumentam a patogenicidade e resistência bacteriana VARIAÇÕES FENOTÍPICAS: Não necessariamente serão expressas Genótipo pode mudar mas não ser expresso fenotipicamente Algumas alterações genotípicas se transformam em fenotípicas Alguns tipos de variações: 1. Auxotróficos: incapazes de sintetizar fatores de crescimento (aminoácidos, purinas, pirimidinas e vitaminas) 2. Resistentes à drogas: tolerância a antibióticos 3. Morfológicos: incapazes de produzir flagelo, pili, fímbrias ou cápsula 4. Temperatura sensíveis (TS): sensíveis altas ou baixas temperaturas, comparados ao tipo selvagem NUTRIÇÃO BACTERIANA Bactérias precisam de uma nutrição adequada para poderem crescer e se dividir A nutrição se dá de duas formas distintas: 1. Bactérias autotróficas: são aquelas capazes de produzirem suas próprias fontes de carbono Através de CO2 São bactérias fotossintetizantes e quimiossintetizantes 2. Bactérias heterotróficas: são aquelas que precisam de fontes mais complexas de nutrição São bactérias respiradoras e fermentadores As respiradoras se dividem ainda em anaeróbicas (facultativas ou obrigatórias) e aeróbicas Já as fermentadoras podem produzir glicose, galactose ou maltose Um dos nutrientes mais importantes é o Fe Usado em proteínas da respiração celular das bactérias As bactérias que apresentam o ferro são chamadas de sideróforas essencialmente dependentes de ferro Normalmente, pessoas que apresentam infecção bacteriana cursam com anemia ferropriva de uma forma rápida Cromo (Cu) e manganês (Mn) são importantes para o crescimentobacteriano também Alguns elementos e suas funções: Carbono (C) CO2 e compostos orgânicos Base de todas as moléculas orgânicas Hidrogênio (H) H2O e compostos orgânicos Compõem proteínas, ácidos nucléicos e peptideoglicano Oxigênio (O) H2O e O2 O2 é aceptor de elétrons da cadeia transportadora Nitrogênio (N) NH3, NO3 e compostos orgânicos Componentes de proteínas, ácidos nucléicos e vitaminas Fosforo (P) PO4 Compõe ácidos nucleícos e fosfolipídeos Enxofre (S) H2S, SO4 e compostos orgânicos SO4- é aceptor de elétrons da cadeia transportadora, forma aminoácidos (cisteína e metionina) e vitaminas (biotina e tiamina) Potássio (K) K+ Ativa enzimas da tradução Magnésio (Mg) Mg +2 Estabiliza ribossomos, membrana e ácidos nucléicos É um cofator enzimático Cálcio (Ca) Ca +2 Estabiliza parede celular e confere termo resistência aos esporos É um cofator enzimático Sódio (Na) Na+ Necessário aos microrganismos marinhos e halóficos Ferro (Fe) Fe +3 e compostos orgânicos Usado em proteínas da respiração celular MEIOS DE CULTURA: Condições nutricionais para o crescimento de microrganismo in vitro Pode ser: 1. Meio definido: composição química exata É feito de compostos químicos 2. Meio complexo: não se sabe a composição exata É feito de extratos 3. Meio seletivo: contém compostos que inibem o crescimento de outros grupos microbianos São meios específicos Exemplo: meio seletivo com antifúngico, impede que fungos cresçam bactérias podem crescer 4. Meio diferencial: contém indicador (corante) para promover diferenciação após reações químicas durante o crescimento Exemplos: Ágar MacConkey: meio de cultura para crescimento de enterobactérias o Meio diferencial (demonstra, através do seu crescimento, se a bactéria é capaz ou não de fermentar lactose) e seletivo (crescem entre enterobactérias gram negativas) o Gram negativo Ágar Salmonella-Shigella: meio de cultura para o crescimento dos gêneros Salmonela e Shigella Meio seletivo e diferencial (se for Salmonela vai crescer com o enegrecimento da colônia, uma colônia negra) FATORES QUE INTERFEREM NO CRESCIMENTO: 1. Temperatura: grande classificação dos microrganismos Temperatura mínima: bactéria está viva mas não está em processo de crescimento; é um estado de dormência Temperatura ótima: é a temperatura perfeita para que a bactéria consiga crescer e se dividir; todo o maquinário celular vai estar voltado para o processo de divisão Temperatura máxima: determina se a proteína vai estar viva ou não; desnaturação de proteínas resulta em uma morte celular é a temperatura que ainda mantém as proteínas íntegras, não desnaturadas 4 classes térmicas de microrganismos com base na temperatura ótima: a. Criofílas ou Psicrófilos: geralmente crescem em faixas até 10-15ºC; exemplo é a Polaromonas vacuolata crescem a 10ºC mas toleram de - 10 a 20ºC, são bactérias que habitam ambientes glaciais b. Mesófilas: variam entre 25-37ºC; exemplo é Escherichia coli c. Termófilas: temperatura ótima está em torno de 60-70ºC; exemplo é Geobacillus sterarothermophilus d. Hipertermófilas: bactérias que crescem acima de 80-100ºC; exemplos são a Thermococcus celer e Pyrolobus fumarii crescem até 140ºC, são comuns em fontes termais superficiais e abissais Não causam danos aos seres humanos por eles não possuírem essas temperaturas (nem tão baixas e nem tão altas) 2. pH: a maioria dos microrganismos crescem em pH 4-9 Poucos crescem em pH < 3 e em pH > 9 É mais fácil ver microrganismos crescendo em locais ácidos, em comparação com o meio básicos Acidofílicos: maior quantidade de fungos; pH ≤ 5 até um pH 2 Alcalifílicos: pH ótimo é > 9 3. Quantidade de água: é um fator limitante Bactérias toleram muito pouco a ausência de água Atividade de água deve ser alta Água = água livre, sem estar ligada a nenhuma molécula Classificação de acordo com a quantidade de cloreto de sódio (NaCl) presente: a. Não halófilos: 0,85% de NaCl; crescem muito bem no corpo humano como, por exemplo, Escherichia coli b. Halófilos discretos: geralmente crescem na água do mar, mangues e lagoas; 1,6% de NaCl exemplo: Staphulococcus aureus, um patógeno clínico e alimentar c. Halófilos moderados: 7-15% de NaCl exemplo: Aliivibrio fischeri d. Halófilos extremos: quantidade de NaCl varia entre 16-20% exemplo: Halobacterium salinarum e. Osmofílicos: quando a quantidade de açúcar é maior que a de água; há redução da atividade bacteriana f. Xerófilos: não apresenta atividade baixa devido a mecanismos de desidratação 4. Oxigênio 5. Radiação Em casos de condições extremas: Halófilos: colonizam com de 9-30% de NaCl, como salinas e mar morto Acidófilos: crescem em pH < 4,5, como lagos em minas de pirita Alcalófilos: crescem em pH > 10, como lagos salgados e águas subterrâneas Quando se observa o efeito da atmosfera gasosa sobre os microrganismos, pode-se classificar em: a. Aeróbios obrigatórios: dependem do metabolismo aeróbio para o crescimento e não podem crescer na ausência de oxigênio b. Anaeróbios facultativos: empregam o metabolismo aeróbico quando o oxigênio está disponível, mas são capazes de induzir vias anaeróbias alternativas quando o oxigênio não está disponível c. Anaeróbios obrigatórios: não podem crescer na presença de oxigênio d. Microaerófilos: dependem do metabolismo aeróbico, mas seu crescimento é suprimido no ar ambiente CONTROLE DE CRESCIMENTO Controle da população microbiana Destruir, inibir ou remover microrganismos Microrganismos não aceitáveis ou ausência dos mesmos A natureza de escolha do método depende da natureza do agente e do tipo de material que contém o microrganismo TERMOS IMPORTANTES: Descontaminação/sanitização: redução da contagem microbiana em objeto ou superfície de modo a torna-los seguros à manipulação Esterilização: morte ou eliminação de todas as formas viáveis de microrganismos presentes É chamado de esterilização comercial no caso dos alimentos Desinfecção: destruição das células vegetativas, não esporos, em superfícies e objetos Antissepsia: processo de desinfecção de tecidos vivos Assepsia: medidas usadas para impedir a penetração de microrganismos em ambiente que não os tem Microbiostático ou bacteriostático: agente químico que inibe o crescimento de microrganismos ou bactérias Para o crescimento mas não mata Se retirar o agente, a bactéria volta a crescer Microbicida ou bactericida: agente químico que causa morte da bactéria Microbiolítico ou bacteriolítico: agente químico que lisa microrganismo ou bactéria Causa redução da contagem celular AGENTES MICROBIANOS: Agentes físicos: a. Esterilização pelo calor: água fervente (100º C), pasteurização (lenta: 62,8ºC e rápida: 72ºC), autoclavagem (121ºC), Cryomyces antarcticus Fungo demáceo Encontrado nos vales do deserto antártico Organismo eucarionte mais extremófilo Características de crescimento: Temperatura ótima: <15ºC Toleram altas temperaturas e acidez Resiste a dissecação, oligotropia, altos níveis de radiação UV e radioatividade Sobrevive em condições espaciais semelhantes a marte Agentes físicos Agentes químicos incineração/flambagem e estufa (160ºC) b. Esterilização por radiação: pode ser uma radiação não-ionizante ou ionizante Radiação não-ionizante: ondas maiores, de menor energia e pouco penetrante efeito: inibe replicação correta de DNA de microrganismos por formar ligações entre timinas Radiação ionizante: ondas mais curtas, de alta energia e poder de penetração efeito: ioniza H2O, água que forma radicais OH e que danificamo DNA do microrganismo c. Esterilização por filtração: primeiro filtro bacteriológico de porcelana para água foi criado em 1884 por Chamberland Filtros mais modernos são formados por membranas ésteres de celulose d. Baixa temperatura: preservação de alimentos, medicações e vacinas, isso inibe reações metabólicas Agentes químicos: a. Agentes químicos de uso externo b. Agentes químicos de uso interno
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