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Paratopias e Infecções de interesse Cirúrgico.

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· PARATOPIAS E INFECÇÕES DE INTERESSE CIRÚRGICO
· HÉRNIA: projeção ou saída de vísceras do seu local de origem. Quando passa de uma cavidade a outra (neoformada por ruptura ou ponto anatômico fraco – umbigo). 
· EVENTRAÇÃO: passagem de vísceras de uma cavidade a outra sem exteriorização (sem ruptura da pele), por trauma, lesão tecidual regional, ex: hérnia abdominal. Deve ser considerado a condição geral do animal e encaminhar para um hospital para realizar sutura, pois, equinos quase não sobrevivem quando é realizado à campo devido a grande contaminação. 
· EVISCERAÇÃO: passagem das vísceras de uma cavidade a outra com exteriorização. Pode ser por trauma, e levar à ruptura da pele, levando à exteriorização das vísceras. Causa lesão da parede, das vísceras e o grau de contaminação é grande. 
· PROLAPSO: saída das vísceras de uma cavidade por meio de uma abertura natural, ex: prolapso retal.
· DIÁSTASE: passagem das vísceras por meio de abertura cirúrgica, ex: laparotomia. 
São classificadas de acordo com:
1. Localização: umbilical, inguinal, inguino/escrotal, diafragmática, perineal e incisional.
2. Hérnia verdadeira: possui anel herniário, saco herniário e conteúdo herniário.
3. Hérnia falsa: não possui algum dos elementos que caracteriza uma hérnia. Ex: eventração.
4. Conteúdo: intestino (enterocele), omento (omentocele), bexiga (cistocele), útero (histerocele). O intestino é o mais comum devido à musculatura lisa, é de grande extensão e diâmetro pequeno. Em ruminantes ocorre bastante em omaso. 
5. Origem: congênita (umbilical, inguino-escrotal), adquirida (inguino-escrotal, incisional -deiscencia de pontos- diafragmática).
6. Condição das vísceras: normal, congesto, necrótico (não consegue reverter). É o que determina o prognóstico. É importante avaliar a viabilidade das vísceras (coloração, motilidade, e quando tocar, tem que responder, enrolar-se). 
7. Redutibilidade: redutível (consegue voltar para a cavidade, abertura da pele e da musculatura e depois sutura), irredutível (encarcerado ou estrangulado -pode levar à necrose), começa encarcerado e vira estrangulado. O conteúdo consegue entrar na hérnia, e após começa uma inflamação, por isso não consegue voltar ao local. 
· SINAIS CLÍNICOS HÉRNIAS GERAIS: aumento de volume, alguns animais apresentam dor.
· DIAGNÓSTICO: inspeção, palpação, raio-x, ultrassom (para visualizar o intestino).
· TRATAMENTO: herniorrafia. Até 4-5 meses é possível esperar que retorne sozinha em filhotes, após, é necessário cirurgia. 
· COMPLICAÇÕES: a hérnia irredutível começa inflamar, alterar a circulação do conteúdo, altera temperatura e coloração, aumenta a sensibilidade à dor, pode causar aderência (tem muito conteúdo, tomar cuidado quando for incisar, pois, pode romper a víscera), desfazer a aderência cirurgicamente (adesiólise) pode ser pior, pois, esses tecidos lesionados podem se aderir novamente, ou aderir-se aos órgãos, ou à parede. 
· Encarceramento (hérnia irredutível): causa obstrução do trânsito intestinal, o quimo não passa, levando à cólica. 
· Estrangulamento: compressão do conteúdo pelo anel herniário, aumento na pressão intra-luminal, alteração circulatória grave. 
· TRATAMENTO: cirúrgico, para reduzir os órgãos herniados, e deve manter o conteúdo dentro da cavidade. 
1. HERNIA UMBILICAL: também chamado de Onfalocele ou exônfalo. É comum em equinos, bovinos e suínos. A maioria das vezes é congênita, pode ser adquirida em casos quando há aumento da pressão intra-abdominal (prenhez, cólica), no garanhão ocorre na região inguinal.
- Causas predisponentes: defeito na cicatrização do orifício umbilical, levando à inflamação (onfaloflebite), atinge o tecido mole e gelatinoso (gelatina de Wharton, protege e isola as veias e artérias do cordão), levando à formação da hérnia (onfalocele) e não fecha o orifício. Em bovinos Holandeses é hereditário, devem ser retirados da reprodução. 
- Sinais Clínicos: aumento de volume na região umbilical, consistência mole, geralmente redutível, indolor, perceptíveis à palpação.
- Diagnóstico: fácil, por meio da palpação consegue definir se é redutível ou irredutível. 
-Diagnóstico diferencial: onfaloflebite, persistência do Úraco (conduto responsável pela eliminação da urina fetal, se não houver oclusão do úraco, forma um canal entre a bexiga e o umbigo). 
- Tratamento: cirúrgico. Se for redutível realiza herniorrafia sem incidir o saco herniário, abre pele e musculatura, empurra o conteúdo de volta, e sutura musculatura e pele. Na irredutível faz uma incisão no saco herniário para identificar qual o conteúdo, tenta colocar no local, sutura o anel herniário. 
Para realização da herniorrafia, realiza-se tricotomia ampla, assepsia, incisão na pele elíptica, dissecção e inversão do saco (redutível) ou incisão do saco herniário (irredutível). 
Sutura do anel é feita com fio absorvível (vicryl 2, categute 2 ou 3) – causa mais problema, pois, o local já está lesionado, ou fio inabsorvível (nylon) – usar em casos de recidiva. O tipo de sutura é sultan ou jaquetão (sobreposição). 
Para pele usa-se nylon, ponto U horizontal (Wolf). 
- Pós-operatório: antibiótico-> Ceftiofur = 2mg/kg/5d/IV; Gentamicina = 6,6mg/kg/5d/IV, pode associar os dois.
Anti-inflamatório: flunixim meglumine = 1,1mg/kg/3d. 
*PENICILINA É IM, nunca IV. 
2. HÉRNIAS INGUINAIS (INGUINO-ESCROTAL): passagem das vísceras da cavidade abdominal através do canal inguinal e, possivelmente, ao escroto. Podem ser congênitas ou adquiridas, direta (intestino fica fora da túnica vaginal, indireta (intestino fica dentro da túnica vaginal, em contato com o testículo). Ocorre em machos da espécie bovina, suína, equina (ocorre com maior frequência, em potros e garanhão) e canina.
- Causas predisponentes: aumento da pressão intra-abdominal, levando ao alargamento do anel inguinal. Pode ocorrer devido à monta, hereditariedade, peso dos testículos, traumatismo, deficiência muscular. 
- Sinais Clínicos: são semelhantes aos sinais de cólica (dor aguda intensa, olhar para o flanco, membros pélvicos mais afastados, deitar, rolar), aumentos dos parâmetros, mucosa congesta. A dor é intratável, ou seja, não resolve com medicamentos. Em até 6h de intervenção consegue salvar o animal, o óbito ocorre com menos de 24h. A bolsa escrotal fica fria, firme, sensível a palpação.
- Diagnóstico: palpação dos testículos (aumento de volume sem mobilidade), e palpação retal (consegue identificar o intestino delgado adentrando o canal inguinal, consegue retirar aliviando a dor), usar lidocaína (gel) e bastante lubrificante para palpar equinos (principalmente machos), apresentam muita pressão na ampola retal, e é necessário cuidado para não romper o reto. 
- Diagnóstico diferencial: torção funículo espermático, trombos da artéria testicular e neoplasias. 
- Tratamento: emergencial, com mais de 6h o prognóstico é ruim, pois, começa a necrosar. Processo cirúrgico, realizando-se a herniorrafia (região inguinal) e cirurgia semelhante à de cólica (incisão na linha alba também), sutura o anel inguinal interno, transfixar a túnica vaginal e realizar orquiectomia; realizar também a ressecção e anastomose das partes saudáveis do intestino (se a parte afetada for o íleo, faz By-pass, ligando o jejuno diretamente ao ceco). 
- Pós-operatório: terapia suporte (fluidoterapia), antibiótico (Ceftiofur = 2mg/kg/5d; Gentamicina= 6,6mg/kg/5d), anti-inflamatório (flunixim meglumine = 1,1mg/kg/3d).
- Complicações: aderências são muito comuns, peritonite (presença de fibrina), íleo adinâmico, obstruções intestinais, choque e gangrena. 
- Existem três técnicas de castração em equinos: 
A. aberta: incisão na pele, ruptura da túnica, exposição do testículo, deixa aberto. É feito em bovinos, suínos e equinos.
B. Fechada: fecha a pele. É feita em cães.
C. Semiaberto/Semifechado: incisão na pele, túnicas, retirar o testículo e fechar somente a túnica, para proteger e não ocasionar funiculite. 
-> Hérnia inguinal congênita em potros: ocorre nos primeiros 4 meses de vida, volumosa, pode ser uni ou bilateral, hereditário. É feita aredução aberta do saco herniário com fechamento dos anéis herniários externos e orquiectomia bilateral. No garanhão ocorre por compressão testicular, deve realizar orquiectomia também.
-> Hérnia inguinal em suínos: comum em leitões, dificilmente ocorre estrangulamento. É feito orquiectomia, redução da hérnia, fechamento da túnica vaginal após transfixar com fio absorvível. 
-> Hérnia inguinal em touros: é raro acontecer, o conteúdo pode ser ID ou omento; Unilateral (mais comum do lado esquerdo por causa do peso do rúmen). É feito redução fechada da hérnia com preservação do testículo, pode ser usado para reprodução, não é hereditário. 
3. HÉRNIA INCISIONAL: ocorre abertura da cavidade fechada cirurgicamente. São agudas, ocorre em até 7 dias de pós-operatório. É uma hérnia falsa. 
- Fatores de risco: técnica cirúrgica imprópria, material inadequado, trauma, obesidade, distensão abdominal. 
- Sinais clínicos: edema da ferida, inflamação, secreção serosanguinolenta.
- Diagnóstico: visualização (aumento de volume no local da incisão), anamnese (2- 16 semanas pós cirurgia), palpação local. 
- Diagnóstico diferencial: edema peri-incisional prolongado, hematoma, seroma. 
- Tratamento: herniorrafia, sutãn com fio inabsorvível (nylon); tela cirúrgica (pode causar muita reação), bandagem, cinta.
- A hérnia redutível é possível por meio da incisão da pele e musculatura voltar o conteúdo para o local. A irredutível é preciso incisar o saco herniário, para ver qual o conteúdo, e tentar voltar ao local. 
- Pós-operatório: repouso 30-60 dias, antibiótico (Ceftiofur = 2mg/kg/IV/5d), anti-inflamatório (flunixim meglumine = 1,1mg/kg/IV/3d).
- Complicações: deiscência de pontos.
4. IMPLANTES PARA CORREÇÃO DE HÉRNIAS: membranas sintéticas (poliéster, látex, polipropileno, poliglactina); biológicas (tendão gastrocnêmio, peritônio, pericárdio, túnica vaginal).
5. HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA: ocorre com menor frequência, mas causa maior letalidade. É uma falsa hérnia, pois, não apresenta saco herniário, ocorre uma ruptura do diafragma. É incomum em equinos, a forma adquirida é a mais comum.
- Fatores predisponentes: aumento da pressão intra-abdominal.
- Sinais clínicos: intolerância ao exercício, taquipneia, dispneia, desconforto abdominal. 
- Diagnóstico: anamnese, exame físico, exames complementares (em bovinos e equinos o difícil é chegar ao diagnóstico, devido a complicação de raio x e u.s. é muito difícil suturar o anel). Em muitos casos, o diagnostico ocorre na cirurgia ou necropsia. 
- Tratamento: redução do defeito diafragmático por meio de laparotomia exploratória. O sucesso da intervenção ocorre quando acessa o ponto de ruptura, reposicionando as vísceras adequadamente na cavidade e corrigindo o defeito no diafragma. 
6. HÉRNIA TRAUMÁTICA: passagem das vísceras por abertura causada traumaticamente. Eventração. Pode ser causada por coices, cerca, objetos pontiagudos (chifre).
· ABCESSO, FLEGMÃO E FÍSTULA
Infecção por penetração ou migração. Pode ser focal (abcesso), difusa regional (flegmão) ou eliminação (fístula). 
1. ABCESSO: coleção circunscrita de pus. O organismo forma uma cápsula de tecido conjuntivo, não permitindo o contato do conteúdo. Podem ser gigantes ou microabcessos (principalmente em órgãos), agudo ou crônico (mais duro), dependendo do tempo que fica no tecido, focal ou múltipla. Se projetam para o exterior, por meio do Sinus (canal que o abcesso percorre para exteriorizar-se), podendo sofrer rupturas e descarregar seu conteúdo no meio exterior, passando a ser chamado de FÍSTULA. 
2. FLEGMÃO: infiltrado inflamatório infeccioso difuso, não forma membrana para isolar, exsudato é muito fluído. É muito comum em membros.
3. FÍSTULA: conexão entre uma estrutura ou órgão com outra estrutura normalmente não conectados. Resultado de lesão, doença ou cirurgia. Ex: fístula cutânea (canal que liga um foco de inflamação à superfície da pele, podendo ser isolado ou multifocal.

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