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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS (CCHS) ESCOLA DE BIBLIOTECONOMIA ANDREZA SANTOS DOS REIS EMPRESA JÚNIOR EM BIBLIOTECONOMIA: proposta de implementação de empresa júnior para a Escola de Biblioteconomia da UNIRIO. RIO DE JANEIRO 2017 ANDREZA SANTOS DOS REIS EMPRESA JÚNIOR EM BIBLIOTECONOMIA: proposta de implementação de empresa júnior para a Escola de Biblioteconomia da UNIRIO. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Biblioteconomia, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, como requisito parcial para obtenção de Grau de Bacharel em Biblioteconomia. Orientadora: Profa. Dra. Jaqueline Santos Barradas Rio de Janeiro 2017 R375 Reis, Andreza Santos dos Reis, Empresa júnior em Biblioteconomia: proposta de implementação de empresa júnior para a Escola de Biblioteconomia da UNIRIO / Andreza Santos dos Reis. -- 2017. 100 fls. ; il. col. Orientadora: Profa. Dra. Jaqueline Santos Barradas Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Biblioteconomia) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017. 1. Empresa Júnior 2. Empreendedorismo na Biblioteconomia I. Barradas, Jaqueline, orient. II. Título. CDD: 658 ANDREZA SANTOS DOS REIS EMPRESA JÚNIOR EM BIBLIOTECONOMIA: proposta de implementação de empresa júnior para a Escola de Biblioteconomia da UNIRIO. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Biblioteconomia, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, como requisito parcial para obtenção de Grau de Bacharel em Biblioteconomia. Orientadora: Profa. Dra. Jaqueline Santos Barradas Aprovado em: ______ de ____________ de 2017. BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________________ Profª. Drª. Jaqueline Santos Barradas – Orientadora Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO ___________________________________________________________ Profª. Drª. Simone da Rocha Weitzel Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO ____________________________________________________________ Profª. Drª. Bruna Silva do Nascimento Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO Dedico este trabalho a mim mesma. AGRADECIMENTOS À Deus, por ter me dado paciência, fôlego e saúde mental para terminar esta etapa. Obrigada por esta benção que concedestes a mim e a minha família. Valeu mesmo, cara! Aos meus pais, Adriana Machado dos Santos Reis e Cristiano Vasconcelos dos Reis por serem totalmente culpados por quem eu sou e por todo incentivo a minha educação ao longo desses vinte e poucos anos, mesmo quando se abdicaram para me colocar em prioridade. Amo muito vocês. Aos meus irmãos, Carolinny e Chrystian, por terem desligado a TV e usado fones de ouvido na maioria das vezes que eu pedi. Se tiver algum erro no trabalho, é tudo culpa dessas crianças. Obrigada pelo apoio que vocês me deram e pelos incentivos de "já acabou isso logo? Quero usar o computador para ver meus vídeos no Youtube, Andreza". Amo vocês. Aos meus familiares, representados pelas minhas avós Maria Lusia e Sueli que são minhas fontes de amor e carinho. À minha querida tia Sueli Mariza Gentile (in memoriam), por investir em uma educação de qualidade para mim. Você foi uma das primeiras a acreditar que eu chegaria longe. E eu vou. À minha amiga Hinah Thamara, por ter me dado apoio incondicional, ter sido minha coach de TCC e dicionário nas horas vagas. Com certeza, esse sonho de terminar a faculdade não seria possível se não tivesse você ao meu lado. Obrigada! À minha amiga de infância, Beatriz Gonçalves, por ter me acolhido em sua casa com internet quando na minha faltou, por ter me incentivado a começar a fazer este trabalho, ser a minha co-orientadora casual e por me engordar com todos os seus lanches. Valeu por tudo, garota! Vai dividir o parágrafo com a sua irmã, Nathália, porque sem as guloseimas dela não teria energia para escrever. À minha orientadora, Jaqueline, por ser terapeuta, amiga, professora e maravilhosa o tempo todo. Obrigada por topar esse projeto comigo. Quero te levar para a vida. As professoras, Simone Weitzel e Bruna do Nascimento por terem aceitado de prontidão a participação em minha banca. Muito obrigada mesmo! Ao Antônio Isaac, por te dividido ônibus comigo todos os dias durante esta graduação. E no final percebo que dividimos a vida. Obrigada por ser o melhor amigo desta universidade, meu parceiro. Aos meus amigos que a Escola de Biblioteconomia me deu, Débora Aleixo, Paolo Nicola, Thiago Pastana, Danilo Bento, Guilherme Fani, Raíssa Sabino, Valdilene Oliveira, Alexandre Delarue, Angelica Eichner, Fernanda Precioso, Jeziel Abreu, Jean Alves, João Bosco, Lucas Alves, Alex Pereira, Renan Rufino, Ana Isabel, Diego Souza, Suelen Maciel, Vinicius Canabarro, Julianna Caroline, Evelyn Jean- Jacques, Elizabeth Vaz, Tathiane Marques e tantos outros que passaram na minha vida. A minha experiência de faculdade não seria a mesma sem vocês. À Heloísa e Janete, por terem compartilhado tanto ensinamento profissional sobre a Biblioteconomia e sobre a vida. Ao Hélio Nunes, meu psicólogo que a cada sexta-feira traz uma nova (e melhor) Andreza à tona. Obrigada por tudo, sem você esse período seria um caos. Aos meus amigos da vida, Robson Fioravante, Carolina Santana, Rebeca Teixeira, Pedro Maia, Daniel Balard, Samara Gomes, Yanne Araújo, Gabriela Burity, Romullo César, Diogo Philomeno e Isabel Gonçalves por terem me apoiado a chegar até aqui. E por último, ao volume do rádio da minha prima que me fez várias vezes parar de escrever para pensar na minha vida, deixando assim, a minha saúde mental estabilizada ao som de Anitta, Pabllo Vittar e MC Jhowzinho. Às vezes eu faço o que eu quero. Às vezes eu faço o que tenho que fazer. (Charlie Brown Jr.) RESUMO Apresenta uma proposta para criação de uma empresa júnior para incentivar e desenvolver as habilidades e competências competitivas, criativas e gerenciais dos alunos de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Foi percebido que a universidade precisa de espaços empíricos para a Biblioteconomia. Aponta os conceitos de Empreendedorismo e Empresa Júnior, seus históricos e os contextualiza com a Biblioteconomia. Mapeia as empresas juniores ativas da área de Biblioteconomia no Brasil a fim de explorar seus serviços, missões, visões, presença em plataformas digitais e compara com três empresas juniores de outras áreas. É realizada uma análise de Benchmarking para a proposta. A pesquisa é feita através de revisão bibliográfica na área de Administração, pois em Biblioteconomia e Ciência da Informação é escassa. Consulta-se as bases de dados e acervos de universidades. Indica os meios legais para criar uma empresa júnior e os processos de fundação. Apresenta o modelo de negócio, elementos de planejamento estratégico e de marketing. Palavras-chave: Empresa júnior de Biblioteconomia. Empreendedorismo na Biblioteconomia. ABSTRACT Presents a proposal to create a junior company to encourage and develop the skills and competencies competitive, creative and managerial skills of Library Science students from Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Points out the concepts of Entrepreneurship and Junior Company, their histories and contextualizes them with Library Science. Maps the active junior companies of the area of Library Science in Brazil in order to explore their services, missions, visions, presence in digital platforms and compare with three junior companies from other areas. It is held Benchmarking analysis with all junior companiesmapped to create the proposal for EB. The research is done through a bibliographical review in the area of Administration, since in Librarianship and Information Science is scarce, database queries and collections of universities. Indicates the legal means to create a junior company and the processes of foundation. Presents the business model, elements of strategic processing and marketing. Keywords: Entrepreneurship in Library Science. Junior Company of Library Science. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Características básicas do empreendedor ................................................ 26 Figura 2 - Mesa de abertura do primeiro curso de biblioteconomia do Brasil ............ 33 Figura 3 - Prédio do Centro de Ciências Humanas (CCH). ....................................... 36 Figura 4 - Processos de fundação. ............................................................................ 47 Figura 5 - Organograma da EJ da UNIRIO ............................................................... 50 Figura 6 - Setores da EJ ........................................................................................... 51 Quadro 1 - Mapeamento de EJs na área de Biblioteconomia ................................... 37 Quadro 2 - Dados da InfoJr ....................................................................................... 38 Quadro 3 - Dados da SETi Consultoria Jr ................................................................. 38 Quadro 4 - Dados da Info Júnior ............................................................................... 39 Quadro 5 - Dados da BiblioMetrics ............................................................................ 40 Quadro 6 - Dados da FGVRJ .................................................................................... 41 Quadro 7 - Dados da Ayra Consultoria ..................................................................... 43 Quadro 8 - Dados da Fluxo Consultoria .................................................................... 44 Quadro 9 – Análise Swot da EJ ................................................................................. 55 Tabela 1 - Recuperação da pesquisa de termos em bases de dados ....................... 20 file:///C:/Users/REIS%20SIGN/Downloads/Trabalho%20de%20Conclusão%20de%20Curso%20-%20Andreza%20Reis%20(1).docx%23_Toc500046019 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BDTD Biblioteca Digital de Teses e Dissertações BN Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro BRAPCI Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação BRASIL JÚNIOR Confederação Brasileira de Empresas Juniores CCH Centro de Ciências Humanas CNEJ Conceito Nacional de Empresa Júnior CNJE Confederação Francesa de Empresas Juniores CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica COFINS Contribuição para Financiamento da Seguridade Social DCTF Declaração de Contribuições e Tributos Federais DEPB Departamento de Estudos e Processos Biblioteconômicos DIRF Declaração de Imposto de Renda da Fonte EB Escola de Biblioteconomia EJ Empresa Júnior EJFGV Empresa Júnior da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas FEJESP Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo FESPSP Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FGV Fundação Getúlio Vargas IES Instituição de Ensino Superior INSS Instituto Nacional de Seguridade Social IRPJ Imposto de Renda de Pessoa Jurídica ISS Imposto Sobre Serviço ISSQN Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza JADE Confederação Europeia de Empresas Juniores MEJ Movimento Empresa Júnior PIS Programa de Integração Social PPGB Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia RAIS Declaração de Rendimentos e Relação Anual de Atividades Sociais SciELO Scientific Eletronic Library Online SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa UFC Universidade Federal do Ceará UFF Universidade Federal Fluminense UFMG Universidade Federal de Minas Gerais UFPE Universidade Federal de Pernambuco UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFSC Universidade Federal de Santa Catarina UFSCAR Universidade Federal de São Carlos UNIRIO Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 16 1.1 Objetivos gerais e específicos ........................................................................ 18 1.2 Justificativa ..................................................................................................... 18 1.3 Metodologia .................................................................................................... 19 2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................. 22 2.1 Empreendedorismo: Conceitos e Histórico .................................................... 22 2.1.1 Perfil e características do empreendedor ....................................................... 24 2.1.2 Contextualização com o mundo biblioteconômico .......................................... 25 2.2 EMPRESA JÚNIOR: CONCEITOS E HISTÓRICO ........................................ 26 2.2.1 Características da EJ ..................................................................................... 29 3 COLETA E ANÁLISE DE DADOS .................................................................. 31 3.1 EJs de Biblioteconomia ................................................................................... 32 3.1.1 InfoJr - UFSCAR ............................................................................................. 32 3.1.2 SETi Consultoria Jr - UFPE ............................................................................. 33 3.1.3 Info Júnior – UFSC .......................................................................................... 34 3.1.4 BiblioMetrics – UFRN ...................................................................................... 35 3.2 EJs de Administração e e Engenharia............................................................. 36 3.2.1 FGV Jr. – FGV-RIO ......................................................................................... 36 3.2.2 Ayra Consultoria - UFRJ .................................................................................. 37 3.2.3 Fluxo Consultoria – UFRJ .............................................................................. 39 3.3 Análise de Resultados ..................................................................................... 40 4 PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE EJ DA EB DA UNIRIO .......................... 42 4.1 A Escola de Biblioteconomia da Unirio ........................................................... 42 4.2 Processos de Fundação .................................................................................. 44 4.3 Modelo de Negócio ......................................................................................... 45 4.4 Estrutura Interna .............................................................................................. 46 4.5 Planejamento Estratégico e de Marketing ....................................................... 50 4.6 Processos de Regulamentação ....................................................................... 53 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 56 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 58 APÊNDICE A – MODELO DE NEGÓCIOS .................................................... 62 ANEXO A – ATA DE ELEIÇÃO .....................................................................63 ANEXO B – CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ........................... 65 ANEXO C – DECLARAÇÃO DE VOLUNTÁRIOS .......................................... 69 ANEXO D – DECLARAÇÃO DA IES .............................................................. 71 ANEXO E – ESTATUTO SOCIAL DA EJ ....................................................... 72 ANEXO F – REGIMENTO INTERNO DA EJ .................................................. 82 ANEXO G – TERMO DE POSSE DIRETORIA ............................................... 98 16 1 INTRODUÇÃO O mundo biblioteconômico passou por muitas mudanças ao longo de sua história e o bibliotecário foi adequando-se as novas realidades: deixou de ser o erudito, detentor máximo da sabedoria do mundo para ser um profissional do âmbito informacional, com habilidades e recursos gerenciais de informação. Nos dias atuais, o bibliotecário conquistou um cabedal bem amplo de atividades possíveis para atuar, e com isso, os cursos de graduação devem se adaptar as estas novas realidades. Tradicionalmente, o mercado de trabalho é formado por espaços públicos e bibliotecas. E devido a novos perfis de alunos e profissionais, a área está em constante inovação e ocupando espaços diferentes de atuação. Então, entende- se a necessidade de explorar dentro das universidades as habilidades e competências requeridas por esta nova dinâmica de mercado de trabalho. O empreendedorismo dentro da Biblioteconomia é real e está em ascensão, principalmente por conta da crise econômica e política que assombra o país. Esses profissionais autônomos mudam o perfil do bibliotecário, são profissionais dinâmicos, resilientes, líderes, criativos e motivados. Inovar para esses profissionais é o mesmo que respirar para cada ser vivo. Eles querem mudar a sua comunidade, criar novos espaços, contribuições e de fato colocar a mão na massa. A universidade como um centro de formação crítica, reflexiva e social de um profissional deve ser um espaço de incubação para esses novos bibliotecários empreendedores. Muitos não se adequam aos conceitos puramente teóricos, projetos de extensão e pesquisas convencionais. Eles querem e precisam ser estimulados e fomentados a expandir suas competências. A escolha por Empresa Júnior (EJ) como um espaço de criação de perfil empreendedor dos alunos da Escola de Biblioteconomia (EB) se dá através de Dolabela (2003, apud ROMEIRO; SPUDEIT, 2014) onde foi afirmado que a educação empreendedora deve iniciar desde a idade mais tenra, ainda na educação básica. E o perfil empreendedor pode ser criado e estimulado, tornando-se papel do professor. Com isso, a EJ vem ser um espaço fora de sala de aula, autônomo em relação aos centros acadêmicos e diretoria, independente do professor para se criar e estimular a formação empreendedora do aluno, pois acontece através das vivências de mercado, que serão gerenciadas por eles mesmos. 17 Dolabela (2008, p. 24) acredita que “não é possível transferir conhecimentos empreendedores, mas é possível aprender a ser empreendedor, desde que seja por um sistema bastante diferente do tradicional”. Ou seja, não é possível que o conteúdo empreendedor seja transferido para um aluno. Um slide dizendo sobre o que é o empreendedorismo não tornará o aluno um empreendedor, no entanto, se esse aluno for estimulado num ambiente propício, ele poderá se tornar um. Conforme Spudeit (2014, apud ROMEIRO; SPUDEIT, 2014), criação de empresas juniores nos cursos de Biblioteconomia pelos alunos e professores, é uma outra forma de incentivar o empreendedorismo. Porque atualmente apenas 13% das Escolas de Biblioteconomia têm EJ no Brasil. Foram considerados outros espaços, como uma startup e incubadoras para a EB. Moreira comenta o conceito de startup: Muitas pessoas dizem que qualquer pequena empresa em seu período inicial pode ser considerada uma startup. Outros defendem que uma startup é uma empresa com custos de manutenção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores. Mas há uma definição mais atual, que parece satisfazer a diversos especialistas e investidores: uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza (MOREIRA, 2016). As startups estão conectadas aos desenvolvimentos de novas tecnologias, por mais que se possa criar serviços de informação em modelo repetível para várias empresas, isso não tem caráter pedagógico. E para AbStartup, a incubadora de empresas: É uma forma de estimular o empreendedorismo. Ela fortalece e prepara as pequenas empresas com o intuito de fazê-las sobreviver no mercado. É um local que abriga esses negócios, oferecendo estrutura capaz de estimular, fornecer e agilizar a transferência de resultados de pesquisa para atividades voltadas à produção (ABSTARTUP, 2017). Para a EB, essas tipologias de empresas não se adequam, pois uma startup deveria ser iniciativa de um aluno para produzir novas tecnologias ou modelos de negócios. E uma incubadora deve ser inserida pela própria universidade para agregar todos os negócios criados por alunos da instituição. Por exemplo, um aluno empreendedor percebe que há vários pontos de venda de quentinhas na cidade do Rio de Janeiro. Cansado de andar a procura de um preço adequado e um cardápio a seu gosto, ele tem uma ideia: criar um aplicativo móvel para mapear, precificar e verificar o prato do dia em polos de venda de quentinhas. Os alunos começam a baixar o aplicativo, o negócio se expande e ele precisa de orientação, estímulos e estrutura 18 para crescer. O aplicativo se torna uma startup, pois ele consegue monetizar para empresas de quentinha da região (repetível e escalável) e precisa de uma incubadora, que é fornecida por uma instituição de ensino em que ele estuda. No contexto atual, a Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), não possui disciplinas obrigatórias e nem optativas em empreendedorismo. Não há no momento projetos de extensão relacionados que incentive o aluno a empreender na área da área da informação. O problema desta pesquisa surgiu a partir da observação direta sobre a EB, onde foi percebido que não há um espaço dentro da escola para desenvolver habilidades de alunos com perfil empreendedor. Então, parte-se para a hipótese de que uma empresa júnior poderia acolher esses alunos e desenvolvê-los. 1.1 Objetivos gerais e específicos Este trabalho tem como objetivo geral elaborar uma proposta para a implementação de uma empresa júnior para a Escola de Biblioteconomia da UNIRIO a fim de desenvolver o perfil empreendedor de seus alunos. E são seus objetivos específicos: a) Entender o empreendedorismo, sua história e a contextualização no mundo biblioteconômico; b) Conhecer o conceito, a história do movimento e as características de empresa júnior no Brasil e no mundo; c) Identificar as empresas juniores na área de Biblioteconomia e áreas de Administração e Engenharia; d) Compilar a documentação legal para viabilizar a criação de uma EJ, montar seu modelo de negócios, planos estratégico e de marketing. 1.2 Justificativas A necessidade desse trabalho surgiu pela percepção com a falta de opções dentro da universidade para debater, ter orientações, e direcionamentos para o empreendedorismo na área de Biblioteconomia. Há professores que trabalham a temática em sala de aula, mas não há um espaço em que se construa um perfil empreendedor no aluno. 19 A partir de um levantamento realizado por Spudeit (2014, apud ROMEIRO, SPUDEIT, 2014, p.7), foi possível perceber que das 38 escolas de Biblioteconomia existentes no país, apenas seis têm disciplinas de empreendedorismo (obrigatórios ou optativas) no currículo. Em toda áreade Biblioteconomia, Spudeit et al. (2016) mapeou que existem 27 empresas criadas por bibliotecários. O Brasil é líder mundial no movimento de empresa júnior, superando a Europa que é a vanguarda da iniciativa como cita Xavier e Costa (2016) e a Escola de Biblioteconomia da UNIRIO ainda não está inserida neste universo. Como aluna de graduação, foi percebido a falta de projetos e incentivos da universidade federal quanto a área prática da Biblioteconomia. Sem os estágios supervisionados, poucas são as disciplinas que dispõem realmente do lado empírico da ciência. A percepção que a EB deixa, é que está no século XX e a profissão se resume em bibliotecas. No ensino médio, foi experimentado a oportunidade de participar de uma agência experimental em Publicidade, que foi um sucesso entre todos os alunos do curso. Eram disponibilizados projetos e casos montados pelo os professores para colocar em prática todo ensino teórico. E era discutida e apresentada pelos os alunos as soluções reais, validando todo o projeto pedagógico. E por isso, este trabalho é proposto a criação de uma empresa júnior, para que os alunos possam desenvolver todas as suas habilidades competitivas, criativas e gerenciais para o mercado de trabalho, propiciando um crescimento ainda maior da universidade, dos seus potenciais clientes e do país. 1.3 Metodologia Trata-se de uma pesquisa exploratória envolvendo a revisão bibliográfica nos temas de Empreendedorismo, Empresa Júnior, Biblioteconomia e Ciência da informação para compreender os fenômenos do empreendedorismo no contexto biblioteconômico a partir da empresa júnior. Na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação, os resultados da revisão bibliográfica foram escassos. Por isso, foi necessário consultar a área de Administração para recolher os conceitos aqui trabalhados. E sobre EJ só há um livro de Matos (1997), que infelizmente não foi encontrado para consulta, então foi utilizado o DNA Júnior, um e-book da Brasil Júnior (Confederação Brasileira de Empresas 20 Juniores), entrevistas de especialistas da área e artigos científicos sobre o desenvolvimento profissional nas EJs. Foram realizadas buscas combinadas dos termos “empresas junior” e “biblioteconomia”, “startup” e “biblioteconomia”, “incubadoras”, “incubadoras de empresas” e “biblioteconomia”, “empreendedorismo” e “biblioteconomia”. As bases selecionadas para a pesquisa foram Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI), Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), Google Acadêmico, Scientific Eletronic Library Online (SciELO). E também foi consultado o catálogo de bibliotecas das universidades: Unirio, UFRJ (Minerva) e UFF(Pergamum). Tabela 1 - Recuperação da pesquisa de termos em bases de dados Bases “empresas junior” AND “biblioteconomia” “startup” AND “biblioteconomia” “incubadoras” e “incubadoras de empresas” AND “biblioteconomia” “empreendedoris mo” AND “biblioteconomia” Brapci 1 0 0 4 BDTD 0 0 1 0 Google Acadêmico 38 70 477 1.610 SciELO 0 0 0 0 Unirio 0 0 0 2 Minerva - UFRJ 0 0 0 1 Pergamum - UFF 0 0 0 1 Fonte: a autora (2017). Quanto aos procedimentos técnicos utilizados serão analisados quatro empresas juniores da área de Biblioteconomia consideradas ativas. E outras três da área de Administração, Gestão e Marketing e Engenharia, para efeito comparativo entre áreas de atuação, pois ao longo do trabalho, verificou-se que é necessário analisar EJs em outras áreas para ter referências do mercado carioca. A escolha dessas empresas foi baseada na antiguidade (tempo de existência) através da recuperação dos resultados de pesquisa no Google. 21 Foi realizado para este trabalho, um mapeamento de empresas júniores na área de Biblioteconomia usando como fontes de informação o Google, o Facebook, o artigo da autora São Bernardo de 2011, que mapeia as EJs na área de Ciência da Informação. Para este mapeamento, também foi consultado a monografia de Cantiliano e Sugisawa, da FESPSP, defendida em 2013. Ambos os trabalhos foram atualizados de acordo com os dados encontrados no Google e Facebook. A classificação de ativa e inativa se deu através da verificação das postagens dessas EJs em ambiente digital e um envio de e-mail que não foi respondido até a entrega deste trabalho. Seguido desta introdução, este trabalho apresenta em sua segunda seção toda a fundamentação teórica, conceituação dos termos empreendedorismo, empresa júnior, seus históricos, contextos e aplicações na biblioteconomia. Na terceira seção, é descrita e analisada, a fim de Benchmarking, cada uma das empresas juniores selecionadas: sendo a Info Jr. (UFSC), a SETi Consultoria Jr. (UFPE), BiblioMetrics (UFRN) e a InfoJR (UFSCAR) da área de Biblioteconomia, Ayra Consultoria (UFRJ) de Gestão e Negócios, Fluxo Consultoria (UFRJ) de Engenharia e a FGVJR (FGV) de Administração. Conforme determina a Brasil Júnior (2015), é necessário comparar os produtos, serviços oferecidos e verificar as suas práticas das empresas juniores concorrentes para analisar as estratégias, para possibilitar a criação da proposta de uma EJ. É verificado o contexto histórico das EJs, suas missões, valores, serviços oferecidos, sua presença digital, clientes e cases, se disponível em ambiente digital. Na quarta seção, é feita uma proposta de empresa júnior para a EB da UNIRIO, com o passo-a-passo para a sua implementação, desde os aspectos legais, até a criação de um modelo de negócio sustentável. Isso será possível através dos resultados das análises de benchmarking realizadas na seção anterior, da bibliográfica e fundamentação teórica. Na quinta e última seção, em “Considerações finais”, toda a pesquisa é revista a fim de aclarar os questionamentos feitos nos objetivos, os apontamentos gerados ao longo de todo o trabalho, assim como esclarecer a importância das EJs para a formação do estudante de Biblioteconomia da UNIRIO. 22 2 REFERENCIAL TEÓRICO Nesta seção são abordados temas considerados fundamentais para o embasamento teórico da pesquisa. Os temas são: empreendedorismo: conceitos e histórico, perfil e características do empreendedor, contextualização como mundo biblioteconômico, Empresa Júnior: conceitos e histórico, por fim, as características da EJ. 2.1 Empreendedorismo: conceitos e histórico Empreendedorismo é aquilo que todo mundo sabe o que é, mas encontra muitas formas de exemplificar e não explicar de fato. Assim como a Biblioteconomia. Com os altos incentivos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e graças ao governo federal, a palavra empreendedorismo caiu na boca do povo. E muitos da classe C, transformaram o sonho da casa própria em um sonho da microempresa própria. Investiram dinheiro de seus FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e esperam o universo conspirar ao seu favor. Mas é claro, que antes de conspirar, é necessário, entender o conceito real de empreendedorismo. Afinal de contas, o que é empreendedorismo? Qualquer empresário é um empreendedor? Se Seu Joaquim desistir de seu botequim na rua de baixo e quiser abrir uma padaria na rua de cima, ele é um empreendedor? Para alguns autores, o empreender é inerente ao ser humano. É questão de natureza, sobrevivência e por isso o empreendedorismo existe desde que o mundo não é mais habitado por dinossauros. Para Dolabela (2008, p. 23), “o empreendedorismo não é algo novo ou modismo. Ele existe desde primeira ação humana inovadora, com o objetivo de melhorar as relações humanas com a natureza”. E a história do empreendedorismo segundo Chiavenato (2012, p. 6) tem os seguintes marcos conceituais: O termo empreendedor surgiu pela primeira vez em 1725, derivado da palavra francesa entrepreneur, através do economista Richard Cantillon. Neste contexto,um “entrepreneur” era alguém que assumia riscos. Em 1814, Jean-Baptiste Say, enfatizou a importância do empreendedor para um bom funcionamento do sistema econômico. Em 1871, Carl Menger, definiu o “empreendedor como aquele que antecipa as futuras necessidades”. Ludwing Von Mises, um importante economista austríaco, afirmou em 1949 que “o empreendedor é um tomador de decisões”. Para Joseph Schumpeter, em 1950, “um empreendedor é uma pessoa que deseja e é capaz de converter uma nova ideia ou invenção em uma inovação 23 bem-sucedida e sua principal tarefa é a ‘destruição criativa’, que se dá com a introdução de novos produtos ou serviços em substituição aos que era utilizado. No ano de 1959, Friedrich Von Hayek, também economista e também importante, disse que o “empreendedorismo não envolvia apenas riscos, mas, sobretudo, conduz a um processo de descoberta das condições produtivas e das oportunidades do mercado por parte dos próprios atores sociais. ” Para Frank H. Knight e Peter Drucker, entre 1967 e 1970, “o empreendedorismo se refere a assumir riscos”. O empreendedorismo é discutido até hoje pelos mais diversos autores, das mais remotas áreas de conhecimento (CHIAVENATO, 2012, p. 6). Para Barreto (1998, p. 190), o "empreendedorismo é a habilidade de se conceber e estabelecer algo partindo de muito pouco ou quase nada". Nesta definição, o autor exprime a habilidade criativa do empreender para se fazer tudo com bem pouco. Schumpeter (apud FILION,1999, p. 7) comenta que o "empreendedorismo está na percepção e aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios [...] sempre tem a ver com criar uma nova forma de uso dos recursos nacionais, em que eles sejam deslocados de seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações." Bom Angelo (2003, p. 20) afirma que o "empreendedorismo é a criação de valor por pessoas e organizações trabalhando juntas para implementar uma ideia por meio da aplicação de criatividade, capacidade de transformar e o desejo de tomar aquilo que comumente se chamaria de risco". O verbete empreendedorismo significa para Silva (2011, p. 404), “o estudo e a implementação do desenho de um negócio, (...) a busca sistemática de ferramentas e soluções empresariais para os problemas atuais e futuros”. Para Chiavenato (2012, p. 5), “o empreendedorismo reflete a prática de criar novos negócios ou revitalizar negócios já existentes”. Ou seja, se o Seu Joaquim, em vez de abrir uma padaria que faça os mesmos serviços de sempre não será um empreendedor. Mas, Seu Adalberto que criou um aplicativo no qual o Seu Joaquim poderá vender seus produtos da padaria para novos clientes, pagando 15% do valor total da venda a ele, ele é considerado um empreendedor. Cada área de atuação define o empreendedorismo. Seu conceito é muito amplo, mas os autores encontram uma zona de divergência na criatividade, inovação, ousadia, assumir os riscos da ideia ou negócio e etc. 24 2.1 .1 Perfil e características do empreendedor Há anos que os pesquisadores tentam descobrir quais são as características em comum dos grandes empreendedores de sucesso. Qual será a convergência entre Steve Jobs e Bill Gates? Todas as pessoas criativas são bem-sucedidas? Todas pessoas que gostam e tem prazer em assumir riscos? Não é bem isso que os autores pensam sobre os empreendedores. Indivíduos que descobrem as necessidades do mercado e abrem novas empresas para satisfazer essas necessidades, assumindo riscos e estimulando mudanças, inovações e progressos para o setor econômico são chamados de empreendedores. (LONGENECKER, 2013, p. 7). A definição de Longenecker aponta o empreendedor como alguém visionário, aquém do seu tempo que preenche os vazios do mercado, trazendo o futuro para a sua comunidade. Kuratko (2016, p. 21) comenta sobre o conceito de empreendedor: É um inovador ou desenvolvedor que reconhece e aproveita oportunidades; converte essas oportunidades em ideias viáveis e/ou comercializáveis; agrega valor por meio de tempo, esforço, dinheiro ou habilidades; e assume os riscos do mercado competitivo para implementar essas ideias. O empreendedor é um catalisador de mudanças econômicas que utiliza a busca intencional, o planejamento cuidadoso e o bom senso ao realizar o seu processo. O empreendedor otimista e comprometido trabalha de forma criativa para estabelecer novos recursos ou melhorar antigos com uma nova capacidade, tudo com o propósito de criar riqueza. Neste conceito, o empreendedor aparece como agente do capitalismo a fim de movimentar a economia de forma planejada. Assim como Dolabela (2008, p. 23) acredita que o empreendedor seja o motor que aquece a economia. Diante desses conceitos, pode-se afirmar que o empreendedor, como se sabe, tem diversas qualidades que o caracteriza como um empreendedor. E Chiavanato (2012, p.12) diz que há três características básicas: Necessidade de realização: há diferenças entre os níveis apresentados pelas pessoas quando à necessidade de realização. No entanto, as pessoas de com um alto nível de necessidade de realização gostam de competir com certo padrão de excelência, característica encontrada em empreendedores e empresários de sucesso. Disposição para assumir riscos: há diversos riscos ao empreender. Riscos financeiros devido a instabilidade do mercado, abandono de emprego, investimentos do próprio capital. Riscos psicológicos, familiares e etc. Ou seja, as pessoas que estão dispostas se realizarem, assumem riscos para tal. Autoconfiança: a autoconfiança deveria estar como característica básica de qualquer profissão, ela é a precursora da ousadia e a base da inovação. Quem a tem, sente que pode enfrentar os desafios que existem ao redor e tem domínio dos problemas e de suas habilidades para resolvê-los. 25 Figura 1 - Características básicas do empreendedor Fonte: Chiavenato (2012, p. 14). E essas três características são a base e o incentivador das demais características. Acredita-se que a criatividade é a ferramenta que a necessidade de realização utiliza, por exemplo (CHIAVENATO, 2012). Para Reis e Armond (2012; apud NASCIMENTO; FREITAS, 2016) as habilidades requeridas de um empreendedor são divididas em três grupos: Técnicas: envolve as habilidades de escrita, de ouvir e entender as necessidades, organização, liderança e saber trabalhar bem em equipe; Gerenciais: são inclusas as habilidades de criação e gerenciamento das empresas, ou seja, noções administrativas, financeiras, de marketing, tomada de decisão, planejamento e controle. Essas habilidades podem ser adquiridas e fomentas com uma educação especializada. Pessoais: ter disciplina, ser inovador, assumir riscos, ser ousado, persistência, ser visionário, ter iniciativa, coragem, humildade e paixão pelo o que faz. São qualidades inerentes ao empreendedor, desenvolvidas em contexto pessoal para o profissional. Contudo, para Nascimento e Freitas (2016, p. 28) “cada empreendedor possui características próprias, que muitas vezes compõe sua personalidade não sendo, no entanto, uma característica comum a todos, impedindo esse grupo de se tornar homogêneo”. Por mais que mais perfis sejam traçados, é quase impossível concluir que todos os empreendedores possuirão as mesmas habilidades e competências. 2.1.2 Contextualizações com o mundo biblioteconômico Sabe-se que o objeto de trabalho do profissional bibliotecário é a informação. Com isso, é possível pensar e extrair as possibilidades de trabalho de um bibliotecário, Necessidade de realização Autoconfiança Disposição para assumir riscos 26 suas maneiras de empreender, além de espaços tradicionais como as bibliotecas e unidades de informação. Um bibliotecário que não deseja atuar nas formas comuns e esperadas da profissão, pode trabalhar de maneira autônoma ou abrindo uma empresa para fazer prestaçãode serviços informacionais, por exemplo. Para Bezerra (2016, p. 55) “observamos um movimento no campo de atuação do bibliotecário voltado quase que exclusivamente para o trabalho no serviço público, como se este fosse o único caminho a percorrer profissionalmente”. O importante no âmbito biblioteconômico é ampliar o leque de atuação durante ainda a sua formação. É fundamental mostrar ao estudante de Biblioteconomia que é viável a atuação além das paredes de uma biblioteca e também longe do serviço público. Na Biblioteconomia, os primeiros empreendimentos fundados por bibliotecários conforme cita Spudeit: Foi na década de 1980 que surgiram as primeiras empresas formais criadas por bibliotecários no Brasil, porém, muitas ainda voltadas para serviços tradicionais de organização de bibliotecas, normalização e editoração de documentos, capacitação de bibliotecários, entre outros. A partir dos anos 2000 apareceram as primeiras empresas com serviços mais tecnológicos e gerenciais para atender demandas específicas balizadas pelo mercado (SPUDEIT, 2016, p. 13). No presente, o empreendedorismo tem a força motriz de trazer novos ares a Biblioteconomia. A partir da inovação e da criação de novos negócios, os bibliotecários podem ir além dos serviços técnicos e tradicionais da área, como a catalogação e indexação de acervos particulares, a título de exemplo. É factível empreender por meio de gerenciamento de conteúdo empresariais, mapeamento de dados, serviços de arquitetura da informação, pacotes informacionais e etc. 2.2 Empresa Júnior: conceitos e histórico O conceito de empresa júnior é definido pela Brasil Júnior como: [...] uma associação civil sem fins lucrativos, resultantes da união de alunos matriculados em um curso de graduação em instituições de ensino superior com intuito de oferecer projetos e serviços que contribuam para formar profissionais capacitados e comprometidos com o propósito de transformar o Brasil (BRASIL JÚNIOR, 2015b, p. 6) 27 Neste conceito, a Brasil Júnior amplia e comenta o impacto que a EJ pode ter na vida de um estudante que se torna um empresário júnior e ainda, no ambiente que está inserido. Segundo Matoski e França (2006, p. 66) “a EJ não tem a finalidade de captar recursos financeiros para seus integrantes ou para a IES de onde recebem o apoio, prestando serviços principalmente para micro e pequenas empresas”. O dinheiro recebido deve ser investido em infraestrutura da EJ, ou na educação e conhecimento dos voluntários. Ou seja, o aluno que se torna voluntário não recebe salário, nem bolsa e muito menos pagamentos por projetos, mas pode ganhar cursos e experiências investidas com o dinheiro dos projetos. Nos anos iniciais da EJ, é mais comum que o lucro seja revertido para a própria empresa e instituição de ensino na qual está inserida. Para Rogério Chér (2014, apud DOCUMENTÁRIO, 2014), a empresa júnior é “uma empresa formada e gerida por alunos, com o objetivo de proporcionar complemento prático à formação teórica por meio de consultoria”. Este conceito de Chér está relacionado à grande parte das EJ: empresas que prestam consultoria para clientes de pequeno e médio porte. Sendo a consultoria o principal produto oferecido pela EJ, reduzindo conceitualmente a sua potencialidade de serviços, como por exemplo, uma empresa júnior em Biblioteconomia pode oferecer serviços práticos de classificação e indexação a uma empresa. A EJ deve ter como objetivos a promoção do desenvolvimento técnico e acadêmico de seus associados, o desenvolvimento econômico e social da comunidade, fomentar o espírito empreendedor de seus associados, promover o contato dos alunos com o mercado e trabalho, e promover o desenvolvimento pessoal e profissional de seus associados (FEJEPAR, 2003). Já para Periard (2011), os principais objetivos da EJ são: fomentar o aprendizado prático do universitário em sua área de atuação e aproximar o mercado de trabalho do universo acadêmico. Ou melhor, não basta só apreender o que os autores dizem sobre os serviços na área e sim praticá-los de fato por meios de vivências gerenciais e tomadas de decisão reais, não somente hipotéticas. Os resultados e consequências qualificadas destas ações se moldam nas competências e desenvolvimento do perfil profissional do aluno. Periard (2011, p. 1) também comenta que “em uma EJ, os alunos podem exercitar seu lado empreendedor e pesquisador, trabalhando na geração de novas 28 ideias [...]”. Nota-se que o autor destaca que o aluno pode também fomentar seu lado pesquisador através da criação de soluções para os projetos contratados, inovando toda a área de conhecimento. E ainda, é possível fazer publicações com os casos experimentados, ampliando a imagem da instituição, dos professores orientadores, da EJ e do próprio aluno, futuro profissional de Biblioteconomia. O contexto histórico do Movimento Empresa Júnior (MEJ) começa, segundo a Brasil Júnior (2015b) em 1967, quando os alunos da Escola Superior de Ciências Econômicas e Sociais de Paris perceberam que só os estudos teóricos não eram suficientes para a sua formação. Criaram então, a primeira empresa júnior, a Júnior Enterprise, a fim de complementar com conhecimentos práticos a sua graduação. Surge a primeira Confederação Francesa de Empresas Juniores (CNJE) em 1969, com 20 empresas mapeadas na França. O movimento ascende na Europa em 1986, com 100 empresas juniores em países como a Holanda, Alemanha, Bélgica, Itália e Portugal e então é criada a Confederação Europeia de Empresas Juniores (JADE) (BRASIL JÚNIOR, 2015b). E em 1987, no Brasil, o diretor da Câmara de Comércio Franco-Brasileira, o João Carlos Chaves, sugere que a Fundação Getúlio Vargas seria um bom ponto de partida para o projeto de uma empresa júnior no Brasil. Mas somente em 1989, depois da aprovação da Fundação, os alunos de Administração criaram a primeira empresa júnior no país, a Empresa Júnior da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (EJFGV) (BRASIL JÚNIOR, 2015b). A criação da primeira federação no Brasil acontece em 1990, quando foi fundada a Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo (FEJESP) para criar unidade no movimento das empresas juniores e manter-se alinhadas aos seus conceitos originais. Em 1993, segundo a Brasil Júnior (2015b), foi realizado o I Encontro Nacional de Empresas Juniores (ENEJ), reunindo assim, estudantes do país inteiro. A Brasil Júnior foi criada em 2003, durante o XI ENEJ, o OXI ENEJ. na Bahia (CUNHA, 2008). O senador José Agripino do partido DEM-RN, criou o Projeto de Lei do Senado (PLS) 437/2012, que dispõe sobre a criação e a organização das associações denominadas empresas juniores, com funcionamento perante instituições de ensino superior (BRASIL, 2012). Fica estabelecido nesta ementa: 29 [...] definição de empresas juniores como associações civis inscritas no CNPJ composta por estudantes matriculados em cursos de graduação de instituições de ensino superior. Define as formas de admissão às empresas juniores. Estabelece os serviços que devem ser prestados pelas empresas juniores, os fins a serem contemplados e os princípios com os quais devem estar comprometidas. Dispõe sobre os deveres e as vedações acerca das atividades das empresas juniores. (BRASIL, 2012). Esta lei nº 13.267 foi sancionada em 6 de abril de 2016 pela presidente Dilma Rousseff. A lei é de extrema importância para o reconhecimento das empresas juniores no país, pois regulamenta a sua atuação e funcionamento. 2.2.1 Características da EJ A empresa júnior pode ser caracterizada conforme afirma Souza e Dourado (2003, apud KONZEN, 2017, p. 24) “através do registro na Receita Federal e nos órgãos governamentais como uma associação civil sem fins lucrativos”. Para isso, ela deve ter um estatuto registrado em um cartório, possuir Cadastro Nacionalde Pessoas Jurídicas (CNPJ), emitir sua própria Nota Fiscal e possuir Alvará de Funcionamento emitido pela prefeitura. Uma empresa só é considerada EJ quando a Instituição de Ensino Superior (IES) onde está inserida, reconhece por meios de documentos registrados em cartório, assinados pelo responsável – nível máximo – do curso de graduação. Quanto à estrutura educacional da EJ, conforme Matos: A EJ desempenha um papel de meio de transferência do conhecimento autônomo com relação à universidade mesmo sendo associada a ela pois, é formada por iniciativa de seus estudantes que contam com a orientação de seus docentes, utilizam o espaço físico e o nome da instituição de ensino (MATOS, 1997; apud CANTILIANO, 2013, p. 48). A relação da IES com a EJ se dá pela doação de espaço físico para seu pleno funcionamento, seus constantes incentivos e principalmente pelo seu apoio. Uma EJ é uma casa sem alicerce, quando não tem colaboração de sua instituição. Os membros efetivos são aqueles aprovados em um processo seletivo previsto no estatuto, preferencialmente por prova específica, dinâmica individual ou em grupo e entrevista. Somente alunos regularmente matriculados a um curso graduação, no qual está associado a EJ, podem ser vinculados na empresa júnior como membros efetivos. Os alunos de pós-graduação e ex-alunos do curso podem participar da EJ como membro colaborador, desde que seja previsto no estatuto (BRASIL JÚNIOR, 2015e). 30 A EJ não deve possuir como finalidade a captação e acumulação de recursos financeiros, nem para a IES, nem para seus membros e colaboradores. O pagamento para professores que auxiliam e prestam orientação em projetos especiais para a EJ pode ser realizado, conforme autorizado previamente no estatuto. Esses professores podem auxiliar com indicação de bibliografia, relato de experiências e conhecimentos, além de sua constante supervisão (BRASIL JÚNIOR, 2015b). É aconselhado pelo Conceito Nacional de Empresa Júnior (CNEJ) que as finalidades da EJ devem constar no estatuto como: I- Desenvolvimento das pessoas que constam no quadro social da EJ por meio de vivências empresariais, realizando projetos na área de atuação do curso de graduação; II- Realizar projetos preferencialmente para micro e pequenas empresas, terceiro setor, empresas em fase de abertura e pessoas físicas, objetivando o desenvolvimento da sociedade onde está inserida; III- Fomentar o empreendedorismo aos seus associados. (BRASIL JÚNIOR, 2015a). Quando comparada a um estágio, a EJ se diferencia pela autonomia que dá aos seus membros participantes. Os membros estabelecem contato direto com o cliente, que geralmente é um empresário, possibilitando um grande desenvolvimento profissional. Em um estágio, o aluno fica à mercê do plano de desenvolvimento de atividades que tange, em sua maioria, a parte técnica da profissão. Por isso, os alunos que participam de um EJ durante a sua vida acadêmica, se destacam no mercado de trabalho, por já terem desenvolvido habilidades e competências gerenciais, comerciais e criativas. (BRASIL JÚNIOR, 2015b). As EJs estão diretamente ligadas à fomentação e no desenvolvimento do perfil empreendedor dos alunos em uma graduação. Conforme afirmam Dalessandro et al. (2012, p. 194) “para a formação sólida dos profissionais empreendedores é essencial uma vivência prática dos valores e atividades do mercado de trabalho durante os anos de graduação, e são nas empresas juniores que os alunos usufruem deste ambiente”. Cada EJ organiza a sua estrutura funcional, seus graus hierárquicos e a sua organização por departamentos são divididos de acordo com o conhecimento dos acadêmicos envolvidos, visando melhorar os relacionamentos interpessoais e tornar o trabalho eficiente e eficaz (MORETTO NETO et al. 2004, apud KONZEN, 2017, p.24). 31 3 COLETA E ANÁLISE DE DADOS Como citado anteriormente, foi realizado uma pesquisa exploratória a fim de mapear as EJs na área de Biblioteconomia. Foi constatado que ao longo dos últimos 13 anos, o campo biblioteconômico contou com 10 empresas juniores, existindo hoje apenas quatro delas. A Biblio Jr. da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi a primeira ser criada em 2004, e em 2013 foi associada ao curso de Arquivologia e Ciência da Informação, tornando-se a InfoJr. As empresas juniores ativas são as: InfoJR (UFSCAR), Seti Consultoria Jr. (UFPE), a BiblioMetrics (UFRN) e Info Jr (UFSC). Outras três EJs foram encontradas, mas estão inativas, são elas: Agir Consultoria Jr. (UFC-Cariri), EGID JR (UNESP- Marília) e a CGI-JR (UFMG). Para esta pesquisa, foi necessário comparar, para fim de Benchmarking, EJs das áreas de Administração e Engenharia: FGVJR (FGV-RJ), Ayra Consultoria (UFRJ) e a Fluxo Consultoria (UFRJ). A escolha por essas EJs se deu através da antiguidade (tempo de existência no mercado). O mapeamento de EJs na área de Biblioteconomia foi realizado a partir de pesquisas documentais em fontes de pesquisas como: os sites das Universidades de Biblioteconomia e o Facebook, atualização do quadro trazido pela autora São Bernardo (2011) e também, através do quadro de mapeamentos de EJs em Biblioteconomia do Trabalho de Conclusão de Curso de Cantiliano e Sugisawa (2013). Quadro 1 - Mapeamento de EJs na área de Biblioteconomia Nº EJs em Biblioteconomia Instituição Ano de Criação Situação 1 InfoJr. UFSCAR 2009 Ativa 2 SETi Consultoria Júnior UFPE 2013 Ativa 3 Info Júnior UFSC 2013 Ativa 4 BiblioMetrics UFRN 2012 Ativa 5 Biblio Júnior UFSC 2004 Encerrada 6 AGIR Jr. Consultoria UFC- Cariri 2010 Inativa 7 EGID JR UNESP- MARÍLIA 2007 Inativa 8 CGI-JR UFMG 2009 Inativa 32 9 FESP Jr. FESPSP --1 Encerrada Fonte: a autora (2017). 3.1 EJs de Biblioteconomia Nesta subseção, são descritas e analisadas as EJs da área de Biblioteconomia para fins de Benchmarking, onde serão descritos os indicadores de planejamento estratégico (missão, visão e valores), planejamento de marketing (serviços oferecidos, clientes e a presença digital) e os diferenciais observados. 3.1.1 InfoJr - UFSCAR A empresa júnior do curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Universidade Federal de São Carlos foi criada em 2009, com o objetivo de complementar a formação dos alunos do curso. Seu atual objetivo é capacitar os membros para entrar no mercado de trabalho. A EJ oferece ao longo dos anos atividades que estimulam o aprendizado em produção e organização de eventos, oficinas, minicursos e consultoria de serviços na área de Ciência da Informação (INFOJR, 2016). Quadro 2 - Dados da InfoJr Missão “Contribuir para o desenvolvimento de competências dos futuros profissionais de Biblioteconomia e Ciência da Informação”. Visão “Ser reconhecida por membros, conselheiros, clientes, Empresas Juniores (Ejs) e comunidade acadêmica como referência em organização e sistematização de informações, buscando aprimoramento contínuo”. Valores - Proatividade - Responsabilidade - Respeito - Ética - Trabalho em equipe. Serviços oferecidos - Normalização de Trabalhos Acadêmicos; - Revisão textual; - Atualização de Currículo Lattes; - Automação de Acervos; 1 Informação não encontrada. 33 - Design e Propaganda. Serviços realizados - Catalogação e automação do acervo da Bibliotequinha! do curso de Engenharia Civil da UFSCAR; - Confecção de materiais impressos para a exposição “Um bom sujeito”. Presença digital A EJ possui: - site próprio: https://infojrufscar.wordpress.com - referência institucional: http://www.bci.ufscar.br/atividades/infojr - página no Facebook: https://www.facebook.com/pg/infojrufscar/ Clientes Não consta de forma clara no site, mas oferece serviços à comunidade acadêmica, pessoas e empresas na cidade de São Carlos. Diferenciais observadosOferece oficinas, minicursos e workshops com especialistas da área de Biblioteconomia e Ciência da Informação para os alunos da UFSCAR. Fonte: a autora (2017). 3.1.2 SETi Consultoria Jr - UFPE É a primeira empresa júnior de Biblioteconomia no estado de Pernambuco, criada em 2013 e pertencente à Universidade Federal de Pernambuco. Seu nome é uma abreviação de Serviços Especializados em Tratamento da Informação. A finalidade da empresa é desenvolver projetos e prestar serviços na área de gestão e organização da informação (SETi, 2017). Quadro 3 - Dados SETi Consultoria Jr. Missão “Garantir excelência na criação de projetos sendo vínculo entre estudantes e mercado de trabalho em prol do crescimento profissional e pessoal dos nossos clientes.” Visão “Desenvolver projetos e prestar serviços na área de gestão e organização da informação, sempre mantendo o cuidado com a eficiência e eficácia dos projetos, para assim, melhor atender as expectativas e necessidades dos nossos clientes”. Valores Não é disponibilizado. Serviços oferecido s - Organização de acervos (classificação, indexação e/ou catalogação); - Normalização de trabalhos acadêmicos; - Atualização de currículos Lattes. Serviços realizados - Jardim de Ideias (evento) https://infojrufscar.wordpress.com/ http://www.bci.ufscar.br/atividades/infojr https://www.facebook.com/pg/infojrufscar/ 34 Presença digital A EJ possui: - site próprio: https://seticonsultoriajr.wixsite.com/seticonsultoria - referência institucional: http://www3.ufpe.br/dci/index.php?option=com_content&view=article&id=324 &Itemid=241 - página no Facebook: https://www.facebook.com/pg/seticonsultoriajr - perfil no Twitter: https://twitter.com/setijrbiblio - perfil no Instagram: https://www.instagram.com/seticonsultoriajr/ Clientes Grupo Imago UFPE, não consta de forma clara no site, mas oferece serviços à comunidade acadêmica, pessoas e empresas na cidade onde está inserida. Diferencia is observad os Tem presença em mais de uma rede social. Fonte: a autora (2017). 3.1.3 Info Júnior – UFSC A história da Info Júnior começa em 2004, quando foi criada, com a alcunha de Biblio Júnior, a primeira EJ de Biblioteconomia no país. Em 2013, foi reformulada e juntou-se aos cursos de Arquivologia e Ciência da Informação da Universidade Federal de Santa Catarina, tornando-se oficialmente a Info Júnior (INFO JÚNIOR, 2016). Quadro 4- Dados Info Júnior Missão Não possui ou não foi encontrado. Visão Não possui ou não foi encontrado. Valores Não possui ou não foi encontrado. Serviços oferecidos São descritos apenas como: serviços voltados a área de Arquivologia, Biblioteconomia e Ciência da Informação. Não há mais detalhes. Serviços realizados Não foram encontrados. Presença digital A EJ possui: - site próprio: https://infojrblog.wordpress.com - página no Facebook: https://www.facebook.com/infojuniorufsc/ https://seticonsultoriajr.wixsite.com/seticonsultoria https://twitter.com/setijrbiblio https://www.facebook.com/infojuniorufsc/ 35 Clientes Não foram encontrados, mas subentende-se que a EJ atende a comunidade acadêmica através de eventos, pessoas e empresas na cidade onde está inserida. Diferenciais observados Tempo de atuação (desde 2004). Fonte: a autora (2017) 3.1.4 BiblioMetrics – UFRN A empresa júnior do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, BiblioMetrics, foi fundada em 2012 a fim de realizar serviços para melhoria informacional (BIBLIOMETRICS, 2017). Quadro 5- Dados da BiblioMetrics Missão “Prestar serviços em documentação e informação com qualidade de forma ética e séria através do emprego de técnicas e normas legítimas a fim de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do país bem como, respeitando e valorizando o indivíduo, a sociedade e o meio-ambiente”. Visão “Temos como visão a globalização e reconhecimento mundial de nossos serviços”. Valores “Nossos valores são envoltos nas mais elevadas éticas do cuidado e serviço, atuando colaborativamente e com respeito a todos os seres viventes com uma consciência ecológica”. Serviços oferecidos - Normalização de trabalhos acadêmicos; - Levantamento bibliográfico; - Editoração de livros; - Organização de acervos físicos e digitais; - Organização e sistematização de arquivos em computadores, tabletes e smartphones; - Pesquisas de usuários, políticas, qualitativas e quantitativas; - Arquitetura da informação. Serviços realizados Não foram encontrados. Presença digital A EJ possui: - site próprio: http://bibliometricsjr.wixsite.com/ejufrn - página no Facebook: https://www.facebook.com/Bibliometrics/ http://bibliometricsjr.wixsite.com/ejufrn http://bibliometricsjr.wixsite.com/ejufrn https://www.facebook.com/Bibliometrics/ 36 Clientes Não foram encontrados, mas subentende-se que a EJ atende a comunidade acadêmica através de eventos, pessoas e empresas na cidade onde está inserida. Diferenciais observados Detalhamento nos serviços oferecidos para potenciais clientes. Fonte: a autora (2017). 3.2 EJs de outras áreas Nesta subseção, são descritas e analisadas as EJs da área de Administração e Engenharia para fins de Benchmarking, onde são descritos os indicadores de planejamento estratégico (missão, visão e valores), planejamento de marketing (serviços oferecidos, clientes e a presença digital) e os diferenciais observados. Foi necessário analisar essas EJs de outras áreas, para conhecer as estratégias das EJs no Rio de Janeiro. 3.2.1 FGV Jr. – FGV-RIO Criada em 2004, a FGV Jr., empresa júnior da Fundação Getúlio Vargas – Rio de Janeiro, é formada por alunos graduando da instituição. Atua na área de consultoria em negócios, com foco em micro e pequenas empresas. Se autodenomina autônoma e apartidária. Segundo a própria empresa, “o seu foco em resultados diretos é a garantia de um trabalho eficaz, construído como consequência de aperfeiçoamento diário e monitoramento constante das variáveis de mercado”. A empresa possui um índice de 92% de satisfação dos clientes (FGV JR., 2016). Quadro 6 - Dados da FGV Jr. Missão “Formar agentes de impacto capazes de superar suas expectativas e criar soluções inovadoras para seu negócio.” Visão “Estar, até 2020, entre as principais referências em cultura empreendedora, excelência em gestão e qualidade em projetos no Movimento Empresa Júnior no Rio de Janeiro”. 37 Valores “- Proatividade: Apresentar iniciativa, assumir responsabilidades, ver desafios como oportunidades e estar sempre em busca de conhecimento. - Meritocracia: Apresentar retorno diretamente ligado à responsabilidade, competência e trabalho dentro da organização. - Foco no Cliente: Conhecer as necessidades dos clientes, executar soluções diferenciadas e buscar sempre superar expectativas. - Orientação para Resultados: Estar sempre obstinado por entregar os melhores resultados possíveis para o cliente, não obstante as adversidades que possam aparecer. - União: Valorizar as conquistas de cada membro e sentir-se, acima de tudo, dono da empresa, independentemente do cargo” Serviços oferecidos - Planos de negócios (sumário executivo, pesquisa de mercado, análise de mercado e etc); - Marketing (plano de marketing, gestão de mídias sociais); - Organização e processos (plano operacional, mapeamento e redesenho de processos); - Estoques (otimização de processos, construção e manutenção de inventários); - Financeiro (investimentos, custos, planejamentos financeiros, análise financeira, indicadores de viabilidade econômica, construção de cenários); - Estratégia (plano estratégico e análise de portfólio). Serviços realizados Não foram encontrados. Presença digital A EJ possui: - site próprio: http://www.fgvjr.com - página no Facebook: https://www.facebook.com/pg/FGVJr/- perfil no LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/fgvjr/ - canal no Youtube: https://www.youtube.com/user/FGVJr - perfil no Instagram: https://www.instagram.com/fgvjr/ - perfil no G+: https://plus.google.com/103370018387004211790 Clientes Não foram encontrados. Diferenciais observados A EJ oferece diagnóstico gratuito como estratégia de captação de potenciais clientes. Possui forte presença digital. Produz conteúdo para blog institucional da EJ. Tem membros e cargos publicados no site. Fonte: a autora (2017). http://www.fgvjr.com/ https://www.facebook.com/pg/FGVJr/ https://www.linkedin.com/company/fgvjr/ https://www.youtube.com/user/FGVJr https://www.instagram.com/fgvjr/ 38 3.2.2 Ayra Consultoria - UFRJ A Ayra Consultoria é uma empresa júnior de gestão de negócios da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que está há 12 anos no mercado. Ela é formada por alunos dos seguintes cursos de graduação: Administração, Ciências Contábeis, Economia, Gestão Pública e Biblioteconomia. E realiza projetos nas áreas de Recursos Humanos, Marketing, Qualidade, Estruturação de Negócios, Financeiro/Contábil e Estratégia (AYRA CONSULTORIA, 2017). Quadro 7 - Dados da Ayra Missão "Formar cidadãos capazes de desenvolver a sociedade por meio de projetos de consultoria”. Visão Não possui ou não disponibilizado. Valores “- Desenvolvimento colaborativo: acreditamos que juntos conseguimos realizar muito mais. Prezamos pela troca de experiência entre os consultores; - Querência: é o que gostamos de definir como ‘o ato de querer, querer’. Esse valor nos faz inquietos e com vontade de aprender sempre”. Serviços oferecidos Oferece soluções de: - Plano de negócio; - Marketing; - Estruturação financeira contábil; - Gestão da qualidade; - Estratégia; - Estruturação de negócios; - Mercado. Serviços realizados Não foram encontrados. Presença digital A EJ possui: - site próprio: https://www.ayraconsultoria.com/ - página no Facebook: https://www.facebook.com/ayraconsultoria - perfil no Twitter: https://twitter.com/ayraconsultoria - perfil no LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/749953/ Clientes Land Rover, Ambev, SulAmérica, SCJohnson, SushiRao, DLL Informática e Korin. https://www.ayraconsultoria.com/ https://www.facebook.com/ayraconsultoria?ref=aymt_homepage_panel https://twitter.com/ayraconsultoria https://www.linkedin.com/company/749953/ 39 Diferenciais observados A EJ oferece serviço de diagnóstico gratuito como estratégia de captação de novos clientes. Produz conteúdo institucional para o blog da EJ. Disponibiliza a estruturação organizacional e seus respectivos membros. Recebeu premiações e é reconhecido na área de atuação. Fonte: a autora (2017). 3.2.3 Fluxo Consultoria Há 24 anos no mercado, a Fluxo Consultoria é a empresa júnior de consultoria de todos os cursos da Escola Politécnica e da escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É reconhecida pelo mercado e pelas Federações de EJs através de participação e conquista de prêmios na área (FLUXO CONSULTORIA, 2017). Quadro 8- Dados da Fluxo Consultoria Missão “Promover o acesso ao conhecimento, impactando o Brasil com projetos de engenharia”. Visão “Ser a melhor Empresa Júnior de Engenharia do Brasil”. Valores - Orgulho de ser Fluxo; - Sede por Conhecimento; - Honestidade e Transparência; - Humildade e Excelência; - Espírito Colaborativo; - Atitude de Dono. Serviços oferecidos - Engenharia Civil e instalações: plantas arquitetônicas, instalações prediais, eficiência energética, consultoria em S.P.D.A, Visualização 3D, Construção, Orçamento para construção. - Gestão e criação de negócios: Estudo de viabilidade econômico financeiro, Plano de Negócios, Estudo de Mercado, Planejamento Estratégico, Pesquisa de Mercado, Design Thinking. - Projetos mecânicos: Desenho Técnico Mecânico, Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica, Desenvolvimento de Equipamento, Desenvolvimento de Máquina, Estudo de Materiais, Prototipagem em Impressão 3D. 40 - Automação e Gestão de Informação: Sistemas Web, Desenvolvimento de Aplicativos, Banco de Dados, Desenvolvimento de Software, Sistemas de Automação Industrial. - Otimização da Produção: Mapeamento e análise de processos, Estudo de Layout. - Química, Ambiental e Alimentos: Desenvolvimento de Fórmula e de Produto, Tratamento de Efluentes, Manual de Boas Práticas de Fabricação, Métodos de conservação, Neutralização de Carbono, Plano de Gestão de Resíduos Sólidos. Serviços realizados No site há uma seção muito extensa de portfólio com muitos serviços realizados, exemplificando cada área oferecida pela EJ. Presença digital A EJ possui: - site próprio: http://fluxoconsultoria.poli.ufrj.br - página no Facebook: https://www.facebook.com/fluxoconsultoria - perfil no G+: https://plus.google.com/+FluxoConsultoriaRiodeJaneiro - perfil no Instagram: https://www.instagram.com/fluxoconsultoria/ - perfil no LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/465135/ Clientes SEBRAE, Vale, Metrô Rio, Botto Bar, Eleva Educação, UFRJ, Força Área Brasileira, Marinha do Brasil, Odebrechet, FioCruz, Descomplica, Mercatto, entre outros. Diferenciais observados - É considerado o primeiro lugar em EJ de Engenharia no Brasil; - 24 anos de experiência em projetos de Engenharia; - Mais de 500 projetos realizados; - Mais de 200 Clientes diretos; - Consta feedback de clientes no site; - Prêmios reconhecidos na área; - Produção de conteúdo sobre Engenharia no Blog institucional; - Produção de E-books sobre a área de Engenharia. Fonte: a autora (2017). 3.3 Análises de resultados Nesta análise realizada com as EJs de Biblioteconomia e das áreas de Administração e Engenharia, através das pesquisas e levantamento dos sites, http://fluxoconsultoria.poli.ufrj.br/ https://www.facebook.com/fluxoconsultoria https://plus.google.com/+FluxoConsultoriaRiodeJaneiro https://www.instagram.com/fluxoconsultoria/ https://www.linkedin.com/company/465135/ 41 serviços oferecidos, seus clientes, suas missões e visões de mercado, foi notado que as EJs de Biblioteconomia são recém-criadas. As EJs de Biblioteconomia atendem basicamente a sua comunidade acadêmica, criando eventos para os alunos, atividades de promoção à leitura, quando tem potencial e uma gama de serviços informacionais extensos para atender clientes externos de impacto. Ou seja, não foi identificado nesta análise, serviços de fato a outros clientes, apenas para as comunidades acadêmicas no contexto inserido. Foi notado também como alguns problemas de gestão podem afetar a sua visibilidade perante seus clientes. Se enquanto a exploração acadêmica desta pesquisa encontrou-se dificuldades para identificar e reconhecer essas EJs, os potenciais clientes também devem ter. Alguns sites não são recuperados em mecanismos de buscas como o Google, Bing e no Facebook e estão desatualizados. Quanto ao uso de mídias sociais, as EJs de Biblioteconomia usam mais para divulgar oportunidades, eventos e cursos na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação, do que para divulgar seus próprios serviços. Nenhuma das EJs de Biblioteconomia têm perfil no LinkedIn e essa plataforma profissional é importante principalmente para as empresas que prestam serviços a outras empresas. As EJs de Administração e Engenharia analisadas neste trabalho têm perfil profissional e atraente para seus potenciais clientes, pois têm sites e redes sociais atualizados, serviços claramente descritos e bem divulgados, seções de reconhecimento e feedback de clientes em suas páginas. Foi interessante notar o oferecimento, por parte das EJs de outras áreas, de serviço de diagnóstico gratuito para clientes. Com isso, o cliente tem um panorama visto por profissionais sobre o seu negócio, que o faz ter mais credibilidade ao contrataros serviços apontados pelas EJs. 42 4 PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE EJ DA EB DA UNIRIO Para uma criar uma proposta embasada, assertiva e coerente com Conceito Nacional de Empresa Júnior foi usado como base os direcionamentos previstos no DNA Júnior, elaborado pela Brasil Júnior. Neste capítulo, a Escola de Biblioteconomia é contextualizada e são comentadas as etapas de fundação da EJ. Conforme aponta a Brasil Júnior (2015c), a proposta de empresa júnior englobará neste trabalho: os processos de fundação, o modelo de negócio criado a partir das análises de benchmarking, a estruturação interna, criação dos elementos do planejamento estratégico (missão, visão e valores), quanto ao planejamento de marketing será realizada a análise SWOT, exploração dos serviços oferecidos, alguns indicativos para uso de mídias sociais e serão abordados também os itens necessários para o processo de regulamentação. 4.1 A Escola de Biblioteconomia da Unirio O curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro foi a primeira escola de Biblioteconomia do Brasil, da América Latina e o terceiro a ser criado no mundo. É originário do curso de Biblioteconomia da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (BN), concebido em seus porões. Teve a sua criação em 11/07/1911, no Decreto 8.835, que designou o primeiro Curso de Biblioteconomia a fim de atender a demanda interna da BN. No entanto as atividades começaram de fato em 1915, com aula inaugural de Constâncio Alves e presença ilustre de Rui Barbosa (MIRANDA, 2015). 43 Figura 2 - Mesa de abertura do primeiro curso de biblioteconomia do Brasil Fonte: Site da Biblioteca Nacional (2015). Atualmente, está localizada na Avenida Pasteur, 458, Campus da Praia Vermelha, na Urca. É integrante ao Centro de Ciências Humanas (CCH). Os docentes, em grande maioria, fazem parte do Departamento de Estudos e Processos Biblioteconômicos (DEPB). A EB oferece cursos de Bacharelado Matutino, Bacharelado Noturno, Licenciatura Noturno e o Mestrado Profissional, que se sustentam no tripé de ensino, pesquisa e extensão. Quanto à estrutura organizacional, a EB é composta pela Direção da Escola, Coordenadorias de cursos e a Secretaria da Escola. O curso de Bacharelado tem como objetivo, segundo a UNIRIO: Formar profissionais aptos a atuar como agentes engajados nos processos sociais, culturais, educacionais e de democratização da informação; capazes de contribuir para o progresso das pesquisas em ciência e tecnologia para o desenvolvimento social e econômico do país e de dar suporte informacional a empresas e organizações no contexto globalizado (UNIRIO, 2017a) Seu currículo é dividido em disciplinas obrigatórias e optativas. Os alunos do curso de bacharelado podem optar por três eixos, que segundo a própria escola são: Eixo I: Biblioteconomia em Memória, Patrimônio e Cultura; Eixo II: Biblioteconomia em Ciência e Tecnologia; Eixo III: Biblioteconomia para Gestão da Informação em Organizações. 44 O curso de Licenciatura em Biblioteconomia foi reiniciado pela UNIRIO em 2010. E é estabelecido que os licenciados devem: Ter uma sólida fundamentação nos conhecimentos da área pedagógica, integrada de maneira orgânica com os da área de Biblioteconomia, entendendo o processo de ensino-aprendizagem como um todo, partindo das relações pedagógicas que estruturam o curso, a fim de atuar como um profissional consciente e responsável. Ele apresentará competências relativas à compreensão do papel social da escola, ao domínio do conhecimento pedagógico e de investigação que possibilitem o aperfeiçoamento da prática pedagógica e competências referentes aos conteúdos específicos da Biblioteconomia, seus significados em diferentes contextos e sua articulação interdisciplinar. (UNIRIO, 2017a) O curso de Mestrado Profissional em Biblioteconomia da Unirio tem duração 24 meses. Faz parte do Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia (PPGB). Possui duas linhas de pesquisa: Biblioteconomia, Cultura e Sociedade: Estudos teóricos e aplicados sobre as interfaces e conexões entre documento, informação e tecnologia, considerando os produtos, competências, políticas e contextos que caracterizam a Biblioteconomia, suas instituições, seus profissionais e seu público. Organização e Representação do Conhecimento: Estudos teóricos e aplicados sobre os instrumentos, tecnologias e procedimentos que caracterizam o tratamento da informação e dos documentos, considerando as diferentes dimensões e os distintos contextos sociais e históricos que envolvem a ORC (UNIRIO, 2017b) 4.2 Processos de Fundação Para a Brasil Júnior (2015c, p. 3) o “processo de fundação é constituído por todas as etapas primordiais que as empresas juniores devem passar para exercerem de forma apropriada suas atividades”. O passo-a-passo tem o objetivo de orientar os membros-fundadores a como criar a EJ. E são etapas do Processo de Fundação: Fonte: Brasil Júnior (2015c, p. 3). Figura 4 - Processos de fundação Definições iniciais de negócios Regulamentação Jurídica Planejamentos Federação 45 1) Definições iniciais de negócios: Nesta primeira etapa devem ser elaborados e previstos a equipe inicial com no mínimo cinco membros colaboradores. Estes membros serão responsáveis por criar de fato a EJ. Eles devem ser focados, proativos e entusiasmados. Deve ser realizado também o Benchmarking, a fim de verificar o mercado, os serviços oferecidos pelas empresas para definir os seus próprios serviços e criação de novas oportunidades. A ideia do Benchmarking não é repetir, copiar ideias de serviço de outras empresas, mas usar como parâmetro competitivo. 2) Regulamentação Jurídica: Este tópico será mais explorado adiante, no entanto, é nele que são explicados os itens necessários para regulamentar e legalizar a EJ. 3) Planejamentos: Neste aspecto, serão desenvolvidos pelos membros o planejamento estratégico e o planejamento financeiro para iniciar suas atividades empreendedoras. 4) Federação: O apoio das entidades regulamentadoras é importante para o reconhecimento de força da EJ, quanto a sua comunidade acadêmica e clientes. 4.3 Modelo de Negócio Conforme explica Moura (2014, p. 2) o Business Model Canvas “é uma ferramenta de gerenciamento estratégico, que permite desenvolver e esboçar modelos de negócio novos ou existentes”. Já Osterwalder e Pigneur (2010, apud GAVA, 2014, p. 25) descrevem “o ciclo de desenvolvimento de um modelo de negócios sendo a maneira como uma organização cria, entrega e captura valor”. O modelo de negócio Canvas proposto para a EJ de Biblioteconomia da UNIRIO encontra-se em anexo neste trabalho. Foram definidos como parceiros-chaves: a UNIRIO, Rio Júnior, Brasil Júnior e o Sindicato de Bibliotecários no Estado do Rio de Janeiro (SINDIB-RJ). As atividades chaves são: Consultoria especializada em implementação de bibliotecas escolares; Formatação de trabalhos acadêmicos e revisão textual, Organização e Automação de acervos físicos ou digitais; Curadoria e gestão de conteúdo digital; Produção de minicursos e eventos na área de Biblioteconomia; Capacitação de profissionais da informação; e Serviços de Arquitetura da Informação. 46 Já a mão-de-obra qualificada, estrutura física, equipamentos, internet e telefone foram definidos como recursos chaves. Os custos importantes no modelo de negócio são: estrutura física, equipamentos e treinamentos dos membros; As propostas de valores que serão proporcionados para os clientes, criando um diferencial competitivo são: Honestidade, Autonomia, Espírito Livre, Mão na Massa, Experiência WOW para o Cliente2 e Direto ao Ponto. Quanto ao relacionamento com o cliente foram definidos: atendimento personalizado, site institucional e redes sociais. Os canais de comunicação e distribuição de serviços são estabelecidos através de:
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