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aula 1 contabilidade tributaria

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CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alison Martins Meurer 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, iremos abordar os aspectos introdutórios da contabilidade 
tributária. Assim, nela trataremos de conceitos e objetos dessa disciplina, da 
influência das normas internacionais, tipos e espécies de tributos vigentes em 
nosso país. Na segunda aula, iremos tratar dos tributos diretos, com atenção 
especial ao Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e à Contribuição Social 
sobre o Lucro Líquido (CSLL). O foco da terceira aula será o estudo dos tributos 
indiretos, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Imposto sobre 
Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e o Imposto sobre Operações Relativas à 
Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual 
e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). Na quarta aula, estudaremos os 
aspectos que permeiam o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição 
para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Já em nossa quinta aula 
nossos olhares serão direcionados ao estudo dos encargos incidentes sobre a 
folha de pagamento e, por fim, na sexta aula abordaremos diferentes tópicos 
relacionados à tributação sobre o patrimônio, parcelamento tributário, multas e 
juros pelo atraso no recolhimento dos tributos. 
CONTEXTUALIZANDO 
Quando falamos de tributos no Brasil, nos vêm à mente a complexidade 
e a elevada carga tributária a que os cidadãos e as empresas estão expostos. 
No Brasil, há um foco excessivo, por parte do Estado, em realizar a arrecadação 
por meio da taxação do consumo da população. E, somado a isso, há também o 
recolhimento de tributos sobre a renda das empresas e dos cidadãos. Temos 
diversos tipos de tributos vigentes, atualmente, em nosso país e realizar o 
controle eficiente dos cálculos, registros e pagamentos desses tributos pode se 
tornar um diferencial para maximizar o lucro das empresas. Nesta aula, iremos 
nos aprofundar na parte conceitual que caracteriza o sistema tributário brasileiro. 
TEMA 1 – CONCEITO, OBJETO E ABRANGÊNCIA DA CONTABILIDADE 
TRIBUTÁRIA 
Para financiar suas atividades, o governo utiliza uma significante parcela 
da riqueza produzida pela sociedade para obter receitas. Essa arrecadação 
 
 
3 
tributária é realizada com base em uma série de procedimentos e controles que 
permitem o acompanhamento do recolhimento dos tributos por parte das 
pessoas físicas (cidadãos) e jurídicas (empresas). 
As empresas, por sua vez, se utilizam de controles para verificar se a 
arrecadação dos tributos está sendo realizada de forma correta e eficiente, 
evitando desembolsos desnecessários. Esses controles são realizados por meio 
da contabilidade tributária, que “[...] é o ramo da contabilidade que tem por 
objetivo aplicar na prática conceitos, princípios e normas básicas da 
contabilidade e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada” 
(Fabretti, 2017, p. 5). Com base no conceito exposto por Fabretti (2017), nota-
se a importância de o contador dominar a legislação tributária, pois esta direciona 
as atividades e ações referentes ao controle tributário das organizações. 
Nesse sentido, a contabilidade e o direito são dois ramos do conhecimento 
que andam juntos e se complementam. O direito trata das normas obrigatórias 
que disciplinam as relações dos homens em sociedade, inclusive da tributação 
sobre sua renda e ganho. Por sua vez, a contabilidade aborda a orientação, 
controle e registro dos atos e fatos de uma organização em termos de controle 
patrimonial e geração de informações úteis e relevantes para a tomada de 
decisão. 
Podemos concluir que o contador deve dominar os aspectos teóricos da 
contabilidade, como princípios e postulados, e também observar a legislação 
tributária para que consiga gerar informações úteis para os diferentes usuários 
das informações contábeis e, assim, conseguir atender à necessidade do Fisco, 
que é a nomenclatura utilizada para denominar os setores relacionados às 
diferentes esferas do governo que controlam a sua área tributária. 
Portanto, para nós contadores é importante conhecermos os principais 
aspectos da legislação tributária, devido a sua grande influência na rotina das 
organizações e consequentemente no resultado empresarial. Isso ocorre devido 
aos diferentes tipos e naturezas de tributos que incidem sobre as operações das 
empresas, visto que temos, em nosso país, os tributos diretos ou indiretos, 
aqueles que incidem sobre o lucro ou sobre o faturamento, na circulação de 
mercadorias e serviços, entre outras especificações. 
 
 
 
4 
TEMA 2 – CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA X CONTABILIDADE FINANCEIRA 
(EFEITOS DA ADESÃO ÀS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE) 
Sabemos que a contabilidade é marcada por uma série de elementos 
subjetivos que envolvem o julgamento para realizar a mensuração e o 
reconhecimento dos ativos, passivos, receitas e despesas. Claro que, apesar de 
haver tal subjetividade, a contabilidade deve ser realizada de forma responsável, 
considerando os potenciais passivos e a probabilidade de não realização dos 
ativos, ou seja, envolve processos de estimativas. Assim, podemos dizer que o 
resultado (lucro ou prejuízo) de uma empresa é carregado de elementos 
subjetivos, mas que são amparados por técnicas contábeis que embasam o 
julgamento dos contadores (Pêgas, 2017). 
Mas, se o reconhecimento dos elementos contábeis é permeado por 
subjetividade, podemos afirmar que a tributação das empresas é amplamente 
afetada por esses julgamentos? Precisamos compreender que a contabilidade 
tributária realiza o controle dos cálculos e desembolsos com tributos e esses 
controles devem ser objetivos, para que haja o mesmo tratamento entre 
organizações semelhantes. Se a contabilidade financeira, voltada para os 
credores e investidores, possui elementos subjetivos e a contabilidade tributária 
necessita de objetividade, percebemos um conflito de tratamentos entre ambas 
as áreas do conhecimento contábil. 
Assim, durante muitos anos o que predominou no Brasil foi a abordagem 
fiscal, fazendo com que a contabilidade financeira acompanhasse as regras 
tributárias, prejudicando o retrato fiel da realidade da organização. Pêgas (2017) 
cita que a inflação elevada foi um dos principais fatores que fizeram com que a 
legislação tributária se consolidasse diante das práticas contábeis que buscavam 
a sua representação fidedigna. 
Um exemplo da influência tributária sobre a contabilidade financeira foi o 
tratamento dado à depreciação, durante um longo período e que, em algumas 
empresas, perdura até hoje. Um veículo utilizado nas atividades administrativas 
pode fiscalmente ser totalmente depreciado em no mínimo cinco anos, para fins 
de dedução do resultado para cálculo dos tributos sobre o lucro. Ocorre que, se 
o veículo for utilizado nas atividades da empresa durante um período diferente 
do estabelecido pelo Fisco, por exemplo quatro anos, o reconhecimento da 
depreciação no período de cinco anos não refletirá a realidade da organização. 
 
 
5 
Essa falta de capacidade de representar de maneira fidedigna a realidade 
da organização fez com que a contabilidade financeira se distanciasse dos 
procedimentos da contabilidade tributária e emergissem tratamentos específicos 
para atender às necessidades do Fisco. 
A partir da Lei n. 11.638/2007 (Brasil, 2007), com adesão voluntária para 
2008 e 2009 e obrigatória a partir de 2010, e dos pronunciamentos contábeis 
emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), houve uma 
tentativa de ter uma contabilidade não mais elaborada para “[...] atender ás 
exigências tributárias, mas sim para atender a todas as necessidades dos 
usuários da contabilidade” (Fabretti, 2017, p. 5). Para tanto, a Receita Federal 
instituiu o Regime Tributário de Transição (RTT), a que as empresas poderiam 
aderir voluntariamente entre2008 e 2009 e obrigatoriamente a partir de 2010. 
Na prática, o RTT significou a elaboração de uma contabilidade seguindo as 
regras da legislação fiscal, ou seja, as empresas foram obrigadas a ter duas 
contabilidades, uma para atender à legislação societária e outra para atender às 
regras fiscais (Pêgas, 2017). 
A aprovação da Lei n. 12.973/2014 representou um grande avanço para 
a contabilidade brasileira. Essa lei pôs fim ao RTT e as empresas tiveram a 
opção de adotar os tratamentos dispostos no texto legal de maneira voluntária e 
antecipada em 2014 e obrigatória a partir de 2015 (Brasil, 2014). Assim, as 
diferenças entre a contabilidade financeira e os tratamentos para o cálculo de 
tributos passaram a ser realizadas por meio de controles auxiliares e livros 
específicos para atender às especificações do Fisco, por exemplo o Livro de 
Apuração do Lucro Real (Lalur), não sendo mais necessária a existência de duas 
escriturações contábeis: uma para fins societários e outra para fins fiscais. 
Essas diferentes tratativas serão objeto de tópicos específicos no decorrer 
de nosso estudo. Mas, é importante, caro futuro contador e contadora, ter em 
mente que, quando falamos de contabilidade tributária, uma série de 
procedimentos específicos são adotados para alinhar os registros da 
contabilidade financeira com a contabilidade fiscal, com intuito de atender às 
necessidades do Fisco. 
TEMA 3 – MÉTODO DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA 
Fabretti (2017) aponta que a contabilidade tributária abrange o 
planejamento tributário adequado, o planejamento contábil que controla o 
 
 
6 
patrimônio e o resultado da organização e o controle das despesas indedutíveis 
e das receitas não tributáveis, temporárias ou definitivas, para o cálculo dos 
tributos. 
Detalhando cada um desses três elementos que compõem a 
contabilidade tributária, temos que o planejamento tributário pode ser definido 
como um estudo realizado, para uma determinada organização, que possui 
como premissa a garantia de economia tributária com total compatibilidade com 
as normas do sistema tributário nacional (STN) (Côrrea, 2006). Assim, devido à 
complexidade do assunto que envolve a área tributária, é essencial que as 
organizações acompanhem periodicamente as mudanças que nela ocorrem. No 
Brasil, temos, atualmente vigentes, mais de 90 tributos e acompanhar todas as 
tratativas que envolvem esse assunto exige tempo e preparo contínuo por parte 
dos contadores. 
O planejamento tributário não consiste em utilizar ideias inovadoras e 
criativas para reduzir a carga tributária de uma organização, mas sim observar 
as demais empresas semelhantes que realizam planejamento tributário e buscar 
meios seguros para conseguir efetuar a redução efetiva e viável dos tributos 
incidentes sobre aquela organização. 
O planejamento contábil se refere ao controle e fidedignidade dos 
registros contábeis. Fornecer relatórios úteis e em tempo hábil para as tomadas 
de decisões é essencial e, quando se tratam dos aspectos tributários, isso não 
é diferente. O contador deve se certificar de que os registros contábeis estão 
sendo realizados de maneira correta, com um nível de detalhamento adequado 
e que possam ser úteis para planejar os próximos passos da empresa. Assim, o 
planejamento contábil consiste em uma série de funções, conforme detalhado 
no Quadro 1. 
Quadro 1 – Funções da contabilidade 
Funções 
a) Registrar os fatos administrativos (memória); 
b) Demonstrar e controlar as mutações patrimoniais (controle); 
c) Servir como elemento de prova em juízo ou tributal (documento); 
d) Fornecer elementos para que os acionistas ou sócios possam examinar as contas da 
diretoria e aprová-las ou não (direção); 
e) Demonstrar ao Fisco o cumprimento da legislação tributária (fiscal); 
f) Fornecer dados para a tomada de decisões etc. (gestão); 
g) A legislação tributária tem, constantemente, criado novas obrigações acessórias 
(escrituração, preenchimento de formulários, prestação de informações ao Fisco etc.), 
com multas elevadas, cujo correto cumprimento tem um alto custo administrativo; 
 
 
7 
h) Apresentar o valor justo dos ativos e passivos da entidade, bem como sua capacidade 
de geração de benefícios econômicos futuros, no momento da apresentação das 
demonstrações contábeis da empresa, respectivamente as limitações para 
determinação desse valor. 
Fonte: Fabretti, 2017, p. 9-10. 
Nota-se que o planejamento contábil envolve diversas funções que são 
essenciais para que o controle do patrimônio e a geração de informações acerca 
da organização sejam realizados de maneira coerente com as boas práticas 
contábeis e com as necessidades dos diferentes usuários das informações 
reportadas pela organização. 
Referentemente ao controle, este é essencial para que o cálculo de 
tributos como o IRPJ e a CSLL possa ser realizado de maneira correta. Ocorre 
que, a depender do regime tributário, que são as diferentes formas pelas quais 
uma organização pode ser tributada, há a necessidade de controlar os diferentes 
tipos de receitas e despesas e verificar se as receitas compõem a parte do 
resultado da empresa que será tributada e se as despesas podem ser utilizadas 
para deduzir uma parte do lucro e assim minimizar a carga tributária incidente 
sobre a organização. 
TEMA 4 – TRIBUTOS: CONCEITO E ESPÉCIES 
Vimos, até o momento, que a função da contabilidade tributária paira no 
controle dos aspectos tributários da organização e que é essencial que o 
contador possua conhecimentos acerca do ramo do direito para conseguir atuar 
de forma coerente com as boas práticas contábeis. Isso se deve ao fato de a 
contabilidade buscar, no direito, bases legais que direcionem sua prática. Diante 
disso, para a área tributária tem-se o Código Tributário Nacional (CTN), que é 
disposto na Lei n. 5.172/1966 (Brasil, 1966). 
O CTN, além de apresentar conceitos essenciais para a área tributária, 
ainda disciplina a lógica de funcionamento do STN. Logo, um dos primeiros 
conceitos apresentados no CTN é o de tributo, que está disposto em seu art. 3º: 
“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela 
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e 
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” (Brasil, 
1966, grifos nossos). 
Destacamos algumas expressões-chaves para que esse conceito possa 
ser compreendido de maneira mais clara. Prestação pecuniária compulsória 
 
 
8 
significa que é uma obrigação realizar o pagamento dos tributos em moeda ou 
de outra forma que possa representar essa moeda; portanto, o recolhimento de 
tributos por parte das empresas e dos cidadãos comuns não é optativo, mas sim 
algo obrigatório. 
O fato de não constituírem sansão de ato ilícito significa que os tributos 
não representam multas ou punições a ações ilegais, mas sim configuram um 
ato arrecadatório cobrado quando o contribuinte apresenta capacidade para 
realizar o pagamento desse tributo, o que, comumente, ocorre por meio do fato 
gerador, que é a atividade vinculada ao tributo que gera a obrigação do seu 
recolhimento e que pode estar relacionada à renda, ao consumo ou ao 
patrimônio do contribuinte. 
A necessidade de os tributos serem instituídos por lei recai no papel dos 
representantes do povo, visto que só há existência de lei se o Congresso, o 
Senado e o presidente participarem do processo de aprovação e sansão dessa 
lei. Portanto, os representantes da população devem aprovar uma lei para que o 
tributo seja instituído. 
A atividade administrativa plenamente vinculada diz respeito à 
necessidade de os tributos estarem vinculados a um fato gerador específico, 
visto que o governo não pode realizar a sua cobrança conforme sua vontade, 
sendo necessário haver uma condição estabelecida em lei para que surja a 
necessidade de recolhimento do tributo por parte do sujeito passivo, que é oresponsável pelo pagamento desse tributo, nesse caso o contribuinte. 
Apresentado o conceito de tributo, o CTN segue indicando as espécies de 
tributos que, nesse caso, estão dispostas no art. 5°, indicando-se que “os tributos 
são impostos, taxas e contribuições de melhoria” (Brasil, 1966). Os impostos são 
aqueles devidos independentemente de qualquer contrapartida do Estado para 
o contribuinte. Nesse sentido, o Estado pode utilizar os valores arrecadados com 
impostos para atividades afins sem a necessidade de vincular o montante 
arrecadado com os impostos a uma contraprestação específica. Temos como 
alguns exemplos de impostos o IPI, o IRPJ, o Imposto de Renda da Pessoa 
Física (IRPF) e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). 
Segundo o art. 77 do CTN, as taxas “[...] têm como fato gerador o exercício 
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço 
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição” 
(Brasil, 1966). 
 
 
9 
Logo, para ser configurado como taxa o serviço público deve ser divisível, 
ou seja, é possível identificar quando o serviço está sendo utilizado pelo 
contribuinte. São exemplos de taxas aquelas cobradas pela coleta de lixo, 
emissão de documentos, registro de comércio, água e esgoto, licenciamento 
para funcionamento e alvará municipal. 
As contribuições de melhoria são cobradas quando de benefícios 
oferecidos aos contribuintes por obras públicas. O art. 81 do CTN cita que a 
contribuição de melhoria “[...] é instituída para fazer face ao custo de obras 
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a 
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra 
resultar para cada imóvel beneficiado” (Brasil, 1966). Um exemplo de situação 
em que poderá haver cobrança de contribuição de melhoria é a pavimentação 
de ruas, na qual a prefeitura poderá cobrar dos proprietários dos imóveis 
situados na rua que recebeu o pavimento o valor gasto na obra, visto que a 
pavimentação gerou benefícios individuais aos proprietários dos imóveis, devido 
à valorização de mercado que lhes possibilitou. 
Além das espécies apresentadas anteriormente, ainda existem tributos 
classificados como contribuições sociais, econômicas e especiais, que são de 
competência da União e estão vinculados à manutenção de serviços específicos; 
e os empréstimos compulsórios, que também são de competência da União e 
podem ser instituídos em caso de guerra externa ou em sua iminência, de 
calamidade pública que exija auxílio federal, em situações em que o Estado não 
possua recursos orçamentários disponíveis ou em situações em que o governo 
deverá interferir de maneira temporária no poder aquisitivo dos contribuintes (art. 
15 do CTN) (Brasil, 1966). 
Assim, nota-se que os tributos possuem características distintas entre si 
e podem ser divididos em dois grandes grupos, os vinculados e os não 
vinculados. Os vinculados se referem àqueles que possuem destinação 
específica para sua utilização, enquanto os não vinculados não possuem 
destinação específica e sua alocação dependerá da estrutura orçamentária do 
ente da federação. Os tributos podem ser classificados também entre aqueles 
incidentes sobre renda, patrimônio, consumo ou encargos sociais. 
 
 
 
10 
TEMA 5 – TRIBUTOS DIRETOS E TRIBUTOS INDIRETOS 
Os tributos podem também ser classificados em diretos e indiretos. Para 
compreender essa diferenciação, é necessário compreender os dois tipos de 
contribuintes existentes. O primeiro se refere ao contribuinte de direito, que é 
aquele responsável por pagar o tributo, visto que está definido em lei que ele 
será responsável por realizar o recolhimento do valor de determinado tributo. Já 
o contribuinte de fato é aquele que realmente arca com o valor dos tributos, pois 
recai sobre ele o ônus do valor a ser recolhido, seja de forma direta, seja indireta. 
Por exemplo, o ICMS é recolhido pelas empresas que são responsáveis 
por pagar a guia do imposto para o governo e desempenha o papel de 
contribuinte de direito. Mas, o contribuinte de fato, ou seja, aquele que realmente 
arca com esse imposto é o consumidor final, visto que o valor do ICMS é 
repassado para o consumidor final embutido no preço dos produtos e serviços 
adquiridos. 
Então, de maneira simplificada, podemos dizer que os tributos diretos são 
aqueles que afetam diretamente o patrimônio da pessoa, sem o intermédio de 
outra parte na arrecadação, ou seja, em uma só pessoa se reúnem as condições 
de contribuinte de fato e de direito. O IRPJ, o IRPF e o IPVA são exemplos de 
tributos diretos, pois incidem sobre a renda ou bens da pessoa e essa mesma 
pessoa que deverá realizar o pagamento desses impostos ao ente da federação, 
nesses casos ao governo federal, quando se tratam do IRPJ e do IRPF; e ao 
governo estadual, quando falamos de IPVA. 
Já os tributos indiretos são aqueles em que o contribuinte de direito 
apenas recolhe o valor exigido na apuração e que são arcados pelo consumidor 
final. O valor desses tributos é repassado em cada fase de comercialização para 
o comprador seguinte até chegar ao consumidor final, que é quem realmente 
arcará com esse montante. Vamos analisar o exemplo a seguir. 
A Indústria Alpha adquiriu matéria-prima para ser utilizada na fabricação 
de cadeiras por R$ 1.000, do qual R$ 120 são referentes a tributos recuperáveis 
e que foram recolhidos anteriormente pelo fornecedor. As cadeiras serão 
revendidas para o distribuidor Beta por R$ 1.500, montante do qual R$ 180 são 
referentes a tributos indiretos que poderão ser aproveitados como crédito pela 
Beta. Por sua vez, a Beta revende essas mercadorias para a varejista Ômega 
por R$ 2.500, dos quais R$ 300 são referentes a tributos indiretos que poderão 
 
 
11 
ser creditados pela Ômega. Por fim, a Ômega revende essas cadeiras por R$ 
4.000 a um consumidor final, sendo que, desse valor, R$ 480 são referentes a 
tributos indiretos. Vamos analisar a Figura 1 para compreender as tratativas 
referentes a essa tributação. 
Figura 1 – Exemplo de repercussão (tributos indiretos) 
 
Com base na Figura 1, é possível notar que, em cada fase de 
comercialização do produto, há a tributação incidente sobre o valor que é 
agregado à mercadoria e o valor desse tributo é repassado à fase seguinte 
embutido no preço. Assim, ao final da cadeia, ou seja, até chegar ao consumidor 
final, o fornecedor da Alpha terá recolhido ao Fisco R$ 120; a Alpha, R$ 60; a 
Beta, R$ 120; a Ômega, R$ 180, totalizando R$ 480 de tributos recolhidos e esse 
valor está embutido no preço da mercadoria adquirida pelo consumidor final, que 
é quem arcará realmente com esse custo. 
Portanto, nota-se que, nessa modalidade, pode haver a possibilidade de 
compensação de créditos de tributos oriundos de operações anteriores, mas isso 
depende do tributo, do tipo de operação e do regime tributário no qual a 
organização está enquadrada. Como alguns exemplos de tributos indiretos 
temos o IPI, o ICMS, o PIS e a Cofins. 
 
 
12 
TROCANDO IDEIAS 
Na sua opinião, de que forma o contador pode se utilizar dos controles 
propostos pela contabilidade tributária para maximizar o lucro das empresas e 
tornar a empresa competitiva perante os seus concorrentes? Exponha sua 
resposta no fórum e construa conhecimento conosco e com os demais colegas. 
NA PRÁTICA 
1. Quais características diferenciam os tributos diretos dos tributos 
indiretos? 
2. Considerando as informações expostas no decorrer desta aula, 
avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas: 
I – A contabilidade tributária e o direito são dois ramos do conhecimento que 
andam juntos e se complementam. 
(Porque...) 
II – A contabilidade tributária busca bases na legislação tributária para 
respaldar a tomada de decisão por parte dos contadores e 
administradores. 
a. As asserçõesI e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma 
justificativa da I. 
b. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma 
justificativa da I. 
c. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. 
d. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. 
e. As asserções I e II são proposições falsas. 
3. Referentemente aos tributos diretos, avalie as seguintes asserções 
e a relação proposta entre elas: 
I – Os tributos diretos afetam diretamente o patrimônio da pessoa, sem o 
intermédio de outra parte na arrecadação. 
(Porque...) 
II – Nessa modalidade, o contribuinte arca com o valor dos tributos de modo 
indireto, pois esse valor está incluído no preço das mercadorias. 
a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma 
justificativa da I. 
 
 
13 
b. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa 
da I. 
c. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição 
falsa. 
d. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. 
e. As asserções I e II são proposições falsas. 
FINALIZANDO 
Aprendemos, nesta aula, que a abrangência da contabilidade tributária é 
ampla e envolve o domínio de uma série de conhecimentos. Vimos também os 
conceitos de contabilidade tributária e os diferentes tipos de tributos vigentes em 
nosso país. As especificidades desses diferentes tributos possibilitam que a 
organização realize economias tributárias e que o profissional contábil seja cada 
vez mais valorizado no seu campo de atuação. Vamos nos aprofundar em cada 
tipo de tributos. Esperamos você na próxima aula! 
 
 
 
 
 
14 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966. Diário Oficial da União, 
Brasília, p. 12.452, 27 out. 1966. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm>. Acesso em: 28 fev. 2020. 
_____. Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, 
Brasília, p. 2, 28 dez. 2007. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. 
Acesso em: 28 fev. 2020. 
_____. Lei n. 12.973, de 13 de maio de 2014. Diário Oficial da União, Brasília, 
p. 1, 14 maio 2014. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12973.htm>. 
Acesso em: 28 fev. 2020. 
CORRÊA, A. C. M. Planejamento tributário: ferramenta estratégica da gestão 
empresarial. Revista Brasileira de Contabilidade, n. 158, p. 56-73, 2006. 
FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2017. 
PÊGAS, P. H. Manual de contabilidade tributária. 9. ed. São Paulo: Atlas, 
2017. 
 
 
 
 
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GABARITO 
1 – 
R.: Os tributos diretos são caracterizados por reunir em uma só pessoa o 
contribuinte de fato e o contribuinte de direito, ou seja, quem arca com o 
ônus dos tributos e quem realiza o recolhimento para o Estado é a mesma 
pessoa. Já os tributos indiretos são caracterizados por haver uma 
separação entre o contribuinte de fato e o contribuinte de direito – 
normalmente, as empresas realizam o recolhimento dos tributos para o 
Estado, mas quem arca com o ônus é o consumidor final, pois o valor dos 
tributos é incluído no preço das mercadorias. 
2 – 
Justificativa: 
 A contabilidade tributária necessita das bases legais do direito para 
respaldar os procedimentos a serem realizados, referentes às 
movimentações das organizações. Assim, a afirmativa I é correta, pois 
trata justamente desse alinhamento entre esses dois ramos do 
conhecimento. Portanto, é correto afirmar que a contabilidade tributária é 
respaldada pelas bases da legislação tributária, fato que justifica a 
assertiva II estar correta. 
3 – 
Justificativa: 
 A assertiva I representa, de maneira fidedigna, o conceito de tributos 
diretos, visto que o contribuinte de fato e o contribuinte de direito são a 
mesma pessoa. Já a assertiva II é incorreta, pois trata dos procedimentos 
acerca dos tributos indiretos, nos quais o contribuinte de direito apenas 
recolhe os valores dos tributos que serão arcados pelo consumidor final.

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