Buscar

Farmacologia - Anotações + Capa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 79 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 79 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 79 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Farmaco
logia
Anotações de Aula - 5º Período - Medicina
PUC Minas Poços de Caldas 
 G A B R I E L A C A R L I N G O N Ç A L V E S 
Farmacologia   
Recados:   
- Plano de Ensino   
- Bibliografia - mais indicado para comprar:            
Goodman e Gilman (Farmacologia da          
terapêutica)  
  
Histórico  
Em algum momento da história um ser estava com                  
um desconforto, dor, e resolveu mastigar uma planta                
e essa planta pode ter tido um efeito anestésico ou de                      
alívio, com esse resultado, o indivíduo foi repassando                
a informação, culminando na farmacologia. Em alguns              
artigos, como citado pelo professor, o hábito de                
utilizar ervas começou pelos chimpanzés, hominídeos            
e posteriormente a nós. Assim como cães e gatos têm                    
o costume de mastigar folhas quando têm              
desconforto abdominal, o mesmo ocorreu no nosso              
processo de aprendizado da farmacologia.   
Boa parte das substâncias químicas ainda utilizadas              
nos dias de hoje eram usadas há milhares de anos.   
Farmacologia: derivado do grego pharmakon          
(medicamento, fármaco) e do sufixo logos (tratado).   
  
Período Pré-Científico:  
Povos pré-históricos, indígenas nas Américas,          
egípcios e outras civilizações.   
Mesopotâmia - sumérios registram em herbários            
algumas plantas utilizadas no tratamento de doenças,              
sendo o mais antigo de 2500 a.c.  
Babilônia - utilizam substâncias de origem vegetal              
(cerveja, cebola e azeite de oliva); mineral e animal                  
(bile de rã e leite azedo) no tratamento de afecções                    
oculares). Remédios a partir de flores, folhas, raízes,                
frutas, cascas de árvores como Oliveira, Loureiro,              
Abrótea, Lótus e Murta; órgãos de animais              
domésticos e selvagens, excrementos de animais,            
além de minerais como ferro e cobre eram receitados                  
corriqueiramente pelos médicos babilônicos.   
Índia - Registros do século IX a.C   
760 plantas medicinais, algumas delas até hoje              
utilizadas como a Atropa belladona e a Rauwolfia                
serpentina, além de Cannabis indica. Banhos de              
vapor, sangrias com sanguessugas, inalações e o uso                
de enemas, eméticos e purgativos também foram              
descritos.   
China - O Imperador Shen Nung, é o responsável pela                    
obra médica, Pen T’sao Ching ou Herbário. Apresenta                
365 ervas, prescrições e venenos.   
Várias das prescrições encontradas neste registro e              
nos posteriores são utilizados ainda hoje na “medicina                
moderna ocidental”, como o uso do ópio como                
narcótico; do Ruibarbo como laxante; flores de              
Artemísia como vermífugo; Caulin no tratamento da              
diarréia; Efedrina para o tratamento das crises              
asmáticas, além de diversos tipos de óleos vegetais                
para o tratamento de hanseníase.   
1552 d.C. Li Shi-Chen publica Pen T’sao Kang Mu ou o                      
“O Grande Herbário”, obra ainda mais completa que o                  
“herbário”, contendo 1871 tipos de drogas em 52                
volumes. Foram gastos 27 anos para a produção desta                  
obra.   
Antigo Egito - Registros escritos da utilização de                
substâncias naturais pelo homem, com fins            
terapêuticos, foram encontrados por Georg Ebers na              
cidade de Luxor no ano de 1873 e datavam de 1553 -                        
1550 a.C. Este papiro, ficou mundialmente conhecido              
como “Papiro de Ebers”.   
Várias receitas, descritas neste papiro, incluíram            
substâncias minerais, animais e vegetais, sendo que              
estas últimas representam mais de 80% do total.                
Plantas como a papoula eram indicadas no              
tratamento de cólicas intestinais e dores; o cânhamo,                
o Cinamomo (canela) e a Mandrágora (usada nos                
partos como relaxante e hipnótico) eram conhecidas.              
Possuíam laboratórios para a preparação de óleos,              
essências, pós, unguentos e soluções balsâmicas.   
Período Científico:  
Segunda metade do século XIX. Surgimento das              
técnicas de experimentações em laboratório.   
Surgimento da Relação Dose/Efeito   
- OBS: Alopatia (necessária a presença de            
moléculas para efeito farmacológico) X          
Homeopatia (energia que produz o efeito            
farmacológico) . A Alopatia tem um leque de                
ação maior e a homeopatia um leque de ação                  
menor.   
Uso de animais (cães, porcos, roedores)  
François Magendie (1783-1855): médico francês          
considerado o pai da Fisiologia e da Farmacologia                
Experimental (começo da experimentação de drogas            
sobre órgãos; aumento de peristaltismo ao pingar              
certo medicamento ou diminuição do peristaltismo). .              
Professor de Claude Bernard (1813-1868).   
  
Definição de Farmacologia:   
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
1  
“ Ciência que estuda a interação de substâncias                
químicas de natureza animal, vegetal, mineral ou              
sintética com os organismos vivos; qualificando e              
quantificando as alterações orgânicas induzidas por            
estes compostos na fisiologia destes organismos.”   
Exemplo de medicamento de origem animal: Insulina   
OBS.1� soros e vacinas não são considerados              
medicamentos, fármacos, pois são anticorpos,          
proteínas.   
Obs.2� Medicamento fitoterápico é produzido por            
meio de ervas, vegetais, não sendo considerado um                
medicamento, pois não são sintetizados. Já os              
medicamentos que usamos são sintéticos.  
OBS.3� Uso do lítio (carbonato de lítio) - estabilizador                  
de humor - pacientes com transtorno bipolar -                
substância química mineral.   
Obs.4� A maior parte das respostas farmacológicas              
são qualificáveis mas não quantificáveis, Por exemplo,              
é muito difícil quantificar a dor, podemos apenas                
qualificá-la. Os medicamentos de uso psiquiátrico é              
outro ótimo exemplo, não podemos inferir valores              
para a melhora dos sintomas, apenas qualificar essa                
melhora. Para quantificar é usado um equipamento              
próprio e para interações específicas.   
Divisões:  
- Farmacologia Aplicada - aplicada à área,            
exemplo farmacologia médica.   
- Farmacologia Experimental - farmacologia de          
laboratório (universidade e indústria        
farmacêutica - testagem de medicamentos,          
novas drogas, novos efeitos das drogas).   
- Farmacognosia - área da farmacologia          
específica para substâncias de origem vegetal.            
Vai desde as condiçõesde cultivo, colheita,              
extração do princípio ativo até testes de              
eficiência da droga.   
- Farmacocinética - estudo das etapas que o              
medicamento vai passar no organismo vivo            
até efetivamente chegar ao seu efeito            
farmacológico. Etapas: Absorção,      
distribuição, biodisponibilidade,    
metabolização ou biotransformação.  
OBS: medicamentos produzidos por        
laboratórios diferentes podem ter efeitos          
diferentes.    
- Farmacotécnica - processo de produção do            
medicamento e as diferenças que existem            
entre as formas farmacêuticas, e o que isso                
significa em termos de resposta          
farmacológica. - ex; comprimido, solução,          
suspensão, pomada, creme...  
- Farmacodinâmica - explicação de como uma            
determinada droga atua. Ex: porque o anti              
hipertensivo é capaz de reduzir a hipertensão.   
- Toxicologia - em busca dos efeitos tóxicos              
das substâncias e não dos efeitos            
terapêuticos. É um estudo mais amplo que vai                
além dos medicamentos, estuda água, ar,            
alimentos...  
- Imunofarmacologia - Imunologia +        
Farmacologia - muitas drogas influenciavam a            
resposta imunológica. Ex: imunossupressores,        
imunodepressores.   
- farmacoterapia - estudo multidisciplinar, que          
envolve várias áreas de conhecimento,          
exemplo: médicos, biólogos, farmacêuticos…        
para entender se um medicamento pode            
exercer um tratamento farmacológico        
desconhecido.   
- Farmacogenética   
  
Definições Básicas   
- Dose - uma quantidade de droga que existe                
em uma preparação, que vai ser administrada,              
que foi prescrita. Deve estar relacionada com              
o peso (ex: 50 mg por kg do paciente).  
- Dose efetiva (DE 20, DE 50, DE 80) - dose                    
necessária para se produzir o efeito            
farmacológico desejado em uma determinada          
parcela da população. Relacionado com dose            
de segurança - dose segura e que dá uma                  
resposta desejada para grande parcela da            
população.    
OBS.1� Sempre tem uma parcela da população              
que necessita de um valor além da dose                
efetiva para ter uma resposta a algum              
medicamento.  
OBS.2� a indústria farmacêutica busca uma            
dose efetiva de 50% em sua maioria.  
- Dose Letal (DL 20, DL 50, DL 70) - Dose que                      
efetivamente vai matar uma parcela da            
população. Testado em ratos de laboratório.   
- Índice terapêutico (DL50/DE50) - cálculo          
para obter o índice terapêutico = DL/DE. =                
200/10 = 20 mg (alto índice terapêutico). OBS:                
Quanto maior o índice terapêutico de uma              
droga mais segura ela é. Quando uma droga                
tem DL muito perto de De, temos que tomar                  
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
2  
cuidado na sua administração, geralmente são            
medicamentos de uso hospitalar.   
- Posologia - forma que o medicamento vai ser                
administrado - relação entre a dose do              
medicamento, forma farmacêutica, via de          
administração e intervalo de administração.          
Deixar as informações bem claras para o              
paciente, ainda mais para pacientes com            
menor nível de instrução.   
- Forma Farmacêutica - forma de apresentação            
da droga - cápsula, comprimidos, xarope,            
emulsão, suspensão, soluções injetáveis,        
pomadas… Existe uma indicação lógica para            
cada uma das formas.   
- Droga - palavra que vem do holandês "droog",                
qualquer substância química de origem          
animal, vegetal, mineral, sintética, exceto          
alimentos, que seja capaz de produzir um              
efeito farmacológico (nem toda substância          
química é capaz de produzir efeito            
farmacológico - para ter esse efeito tem que                
ser capaz de modificar o funcionamento de              
um sistema, aumentando ou diminuindo a            
ação). Atuam em órgãos farmacológicos          
específicos. Aminoácidos não são drogas,          
carboidratos, vitaminas, lipídios - esses          
mecanismos bioquímicos já existem nas          
células ou são aproveitados por elas.   
OBS.: a cafeína pode aumentar a atividade do                
SNC, podendo ser considerada uma droga.            
Grupo das substâncias chamadas Xantinas,          
dentro desse grupo encontramos teobromina          
e teofilina. Tomamos café para estimular o              
SNC. A canela também é considerada uma              
droga. A teobromina é encontrada no cacau,              
sendo o chocolate um estimulante do SNC. A                
Teofilina está presente em chás. Essas drogas              
não são capazes de produzir uma            
dependência química, mas produzem uma          
habituação, sentindo por exemplo, dor de            
cabeça quando não se consome a cafeína.   
OBS.: A droga pode estar dentro do alimento,                
mas o alimento não é droga.   
Medicamento - droga que produz um efeito              
farmacológico benéfico.   
- Tóxico ou veneno - droga que produz um                
efeito maléfico. Ex: veneno de cobra. (embora              
possamos afirmar que todo medicamento          
também pode ser um veneno e alguns              
venenos também podem ser medicamentos,          
dependendo da dose).   
ex: a dose letal da cafeína é 6g, morrendo por                    
AVE, arritmia cardíaca.   
ex 2� canabinóides possuem atividades          
terapêuticas, toxina botulínica.  
- Fármaco - droga/medicamento de estrutura          
química conhecida. Nem todos os          
medicamentos são fármacos. Mas todo          
fármaco é medicamento.   
- Remédio - Qualquer substância química ou            
procedimento que traga benefício ao          
paciente. Todo medicamento é um remédio,            
mas nem todo remédio é um medicamento.              
Remédio não são apenas substâncias          
químicas, são procedimentos, ações. Ex:          
Escutar um paciente pode ser um remédio              
para ele.   
- Especialidade Farmacêutica - medicamento        
produzido em escala industrial contendo          
dosagens padronizadas e forma farmacêutica          
padronizadas, e embalagem padronizada com          
nome fantasia. São as caixinhas que            
encontramos em farmácias. Genéricos não          
são considerados especialidades      
farmacêuticas. O nome fantasia serve para            
facilitar a comercialização daquele        
medicamento.    
- Placebo - substância que não é droga,              
normalmente o placebo é um alimento            
(lactose, farinha). Usados para testar a            
eficiência de um medicamento. (grupo teste x              
grupo placebo).   
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
Anotações - GabrielaCarlin Gonçalves  
3  
Formas e Fórmulas Farmacêuticas   
Fórmulas Farmacêuticas   
“É a descrição dos constituintes químicos de um                
determinado preparado farmacêutico. Podem ser          
oficinais, magistrais ou especializadas.”  
  
- Fórmulas Oficinais: Fórmulas constantes das          
Farmacopéias Brasileiras ou de outros          
compêndios oficiais reconhecidos pelo        
Ministério da Saúde. Não devem ser alteradas.   
- Fórmulas Magistrais: Fórmula constante de          
uma prescrição médica que estabelece a            
composição, a forma farmacêutica e a            
posologia. Podem variar constituintes e doses            
de acordo com a terapia.   
  
Constituição:  
- Princípio Ativo (Base Medicamentosa)  
- Coadjuvante Terapêutico (Trimetoprima +        
Sulfametoxazol) - dar estabilidade química à            
medicação.   
- Coadjuvante Técnico   
- Corretivo ou Edulcorante (deixar        
medicamento com um gosto mais agradável, a              
exemplo dos xaropes).   
- Veículo (líquidos) ou Excipiente (sólidos) -            
servem para dar volume ao medicamento, não              
tem efeito farmacológico. Ex: água, álcool,            
lactose, amido.   
   
  
  
Observações:  
KCL - Princípio ativo (principal)   
Sacarose - corretivo (mesmo que esteja em dose                
muito alta)  
Metilparabeno - coadjuvante técnico (conservante)  
Propilparabeno - coadjuvante técnico (conservante)  
Essência de morango - corretivo   
Corante Vermelho - corretivo ou edulcorante  
Água Destilada - veículo (q.s.p. significa - quantidade                
suficiente para …. 100ml).   
  
OBS.1� O que caracteriza o xarope - tem que ter pelo                      
menos 65% do seu peso em açúcar. Foi formulada                  
inicialmente para uso pediátrico, para que a criança                
tomasse.   
OBS.2� Hipopotassemia - casos com muito vômito,              
por exemplo, ocorre desidratação e perda de              
potássio.   
  
Observações:   
Aminofilina - Princípio Ativo   
Lactose - Veículo  
Talco - coadjuvante técnico (serve para dar uma liga,                  
aumentar a dureza do comprimido)   
Medicamento Broncodilatador - usado para          
tratamento de ASMA.   
  
Formas Farmacêuticas   
É a apresentação final de um preparado farmacêutico,                
devendo ser estável química e biologicamente; ter de                
preferência odor, sabor e aspecto atraente e possuir                
exatidão nas concentrações de seus constituintes, em              
especial do princípio ativo. O desenvolvimento de              
uma forma farmacêutica visa facilitar o seu              
fracionamento, posologia, administração, absorção e          
conservação.”   
  
Classificação:  
Uso Interno - sólidos, líquidos, pastosos.   
Uso Externo - Tópico (cutâneo), retal, vaginal,              
intrauterina, cavidade oral,      
oftalmológicos/otorrinolaringológicos, especiais.   
  
  
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
4  
Internos Sólidos:  
1. Pós  
É uma mistura de fármacos e ou substâncias químicas                  
finamente divididas e na forma seca, podendo ter                
aplicação interna ou externa.   
São quimicamente mais estáveis; são convenientes            
para dispensar altas concentrações de fármacos;pós            
de fármacos solúveis apresentam velocidade de            
dissolução mais rápida e têm melhor            
biodisponibilidade que comprimidos e cápsulas (vai            
ser absorvido e começar a fazer efeito de forma mais                    
rápida).   
Pós a granel, sachet, para inalação, pós efervescentes                
ou pós para reconstituição (ex: pós que precisam de                  
diluentes para ser aplicado na hora - a exemplo de                    
alguns antibióticos - para não perder estabilidade              
química).   
  
2. Aglomerados   
- Pílulas   
Pequenas, coloridas, lisas, baixas quantidades de            
princípio ativo (ex: pílula anticoncepcional).   
- Pastilhas   
Balas medicamentosas (coadjuvantes em tratamentos          
- a exemplo de dor de garganta).   
- Comprimidos   
Sulcados ou não sulcados.    
Obs.: quando o médico quiser prescrever uma dose                
diferente da que vem em comprimidos não sulcados,                
é aconselhável que mande manipular para            
comprimidos sulcados, pois aí o paciente toma a                
quantidade certa. Mandar cortar o comprimido ao              
meio não divide a dose de forma correta, e a cada                      
hora ele vai tomar uma dose.   
- Cápsulas  
Gelatinosas ou amiláceas   
- Drágeas   
  
Líquidos   
Soluções   
- Simples e Compostas   
- Xaropes   
- Elixires - são preparações líquidas mas que              
tem como veículo álcool e água. Seria alcool                
de cereais. Ex: biotônico fontoura era um              
elixir.  
  
Dispersões   
- Emulsões   
Mistura de óleo e água na presença de um                  
“agente Emulsionante”  
Importância: carregar substâncias hidro e          
lipossolúveis.   
- Suspensões   
Não há dissolução completa do soluto no              
solvente.   
Formação de um precipitado dentro do            
frasco. É aconselhado que antes de aplicar se                
agite para dispersar, mas não quer dizer que                
vai se dissolver.   
Suspensão que não pode ser agitada            
vigorosamente - insulina.   
  
Cutânea (tópica)  
Praticamente não dão efeito colateral sistêmico.   
- POmadas (à base de vaselina)  
- Cremes (emulsões mais pastosas)  
- Unguento s (normalmente com extratos        
vegetais)  
- Loções   
- Cataplasmas (adesivos) - termo pouco usado            
hoje em dia, mais usado adesivo. - Passagem                
mais lenta para corrente sanguínea do            
medicamento. Não indicado para dores,          
inflamações sistêmicas, mais recomendado        
para efeito local. No caso de            
anticoncepcionais adesivos ou reposição        
hormonal é bem indicado.   
Retal  
- Supositórios: tem como base manteiga de            
cacau, por se dissolver a temperatura            
corporal. Existe também supositório de          
glicerina, utilizado para prisão de ventre. A              
glicerina também se desmancha facilmente e            
facilita a passagem das fezes.   
- Enema (Clister, Clisma): vai ser introduzido e              
o líquido contido dentro será eliminado. É              
recomendado em casos de fecaloma, quando            
possível.   
- Enema.   
  
  
  
  
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
5  
Vaginal   
- Cremes   
- Comprimidos   
Diferença para os cremes e comprimidos            
normais - controle maior de contaminação e              
controle de PH, para ser compatível com o                
aparelho reprodutor feminino.   
- Geleias   
- Óvulos   
  
Cavidade Oral   
- Gargarejo - não pode ser engolido   
  
Oftalmológicas e Otorrinolaringológicas   
- Colírios: devem ter um controlede qualidade              
muito grande - Ph compatível com ph da                
lágrima e viscosidade compatível com a da              
lágrima. Geralmente tem validade curta e            
quantidade pequena por conta de perder ph              
com o tempo e alteração da viscosidade.   
- Pomadas - geralmente usadas nas áreas ao              
redor dos olhos, na pálpebra.   
- Cremes geralmente usados nas áreas ao redor              
dos olhos, na pálpebra. São absorvidos mais              
facilmente que as pomadas. Tem efeito mais              
rápido que as pomadas também. Porém tem              
efeito menos duradouro.  
- Gotas auriculares: controle de Ph mas            
controle de viscosidade não tão importante.            
Possuem antibióticos, anestésicos locais.   
  
Vias Parenterais   
Ampolas   
- de uso parenteral e na aplicação de pequenos                
volumes.   
Contrastes Radiológicos   
Sulfato de Bário ou Iodo em exames de imagens                  
renais, gastrointestinais, vasculares e tomografias.   
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
6  
Farmacocinética   
“Estudo quantitativo da cronologia dos processos            
metabólicos de absorção, distribuição,        
biotransformação e eliminação da droga de um              
organismo.”  
  
Vias de Administração   
“Representam as diferentes formas de aplicação de uma                
droga no organismo”  
São reconhecidas mais de 100 tipos diferentes de vias,                  
que são classificadas de diferentes formas.   
Divisões:  
1. Enterais: Oral e Retal   
2. Parenterais:  
Por difusão (sem injeção ou infusão)  
Transdérmica, Transmucosa e Inalatória   
Por infusão (com injeção)  
Intradérmica, Subcutânea, Submucosa,      
Intramuscular, Intravenosa, Intravesical,      
intratumoral, Intraósea, Intracraniana,      
Intraperitoneal, Intrapleural, Intratecal      
(Raquidiana), epidural (sobre a dura máter),            
Peridural (fora da dura máter, Intra-articular),            
Genitourinária...  
  
1. Vias Enterais   
Via oral   
Via de acesso à circulação sistêmica através do TGI.  
Comprimidos, pós, cápsulas, drágeas, xaropes,  
emulsões, soluções, suspensões etc.   
Vantagens:  
- Comodidade para o paciente  
- É possível a retirada do medicamento em caso  
de superdosagem  
- Preços mais baixos    
Desvantagens:  
- O Fármaco em forma sólida só estará              
disponível após sofrer alguns processos          
biofarmacêuticos (desintegração, dissolução e        
absorção).  
- A absorção dependerá do pH local,            
temperatura corporal, motilidade      
gastrointestinal, presença ou ausência de          
alimentos no TGI, características        
farmacotécnicas da preparação farmacêutica        
etc.   
- requer a cooperação do paciente  
- normalmente há “ metabolismo de Primeira            
Passagem”  
Contra-Indicações:  
- Na presença de vômitos ou irritações graves              
no TGI  
- Quando enzimas do TGI inviabilizam a ação              
do fármaco, a droga tem alto peso molecular                
e/ou é tóxica por via sistêmica (insulina,              
adrenalina, polimixina, bacitracina).   
- Na presença de alimentos que formam            
quelatos com medicamentos. Ex: tetraciclinas          
formam quelatos com magnésio, cálcio, zinco,            
alumínio e ferro.   
- Leite e derivados, as preparações vitamínicas,            
os antiácidos e os catárticos podem também              
prejudicar a absorção desses fármacos.   
OBS: Doxiciclina e Minociclina são exceções.   
  
2. Vias Parenterais   
  
Vias Parenterais - Sem Injeções   
Vantagens:  
- Reduz-se a possibilidade de efeitos          
sistêmicos.   
- metabolização sistêmica da droga é          
desprezível   
- pode-se medicar pessoas com distúrbios do            
TGI  
- evita-se tratamentos dolorosos com        
injetáveis.   
Cuidados:  
- Deve-se observar a existência de lesões de              
pele que podem aumentar significativamente          
a taxa de absorção e produzir intoxicação em                
nível sistêmico.   
OBS: bebês e crianças têm capacidade de absorção                
maior do que adultos.   
Transmucosa   
Mucosa conjuntival: antiinflamatórios, antibióticos,        
drogas colinérgicas (Glaucoma).   
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
7  
Mucosa vaginal: antibacterianos, antimicóticos,        
antiinflamatórios…  
Mucosa nasal: vasoconstritores adrenérgicos,        
antihistamínicos H1, antiinflamatórios, antisépticos…  
Mucosa do assoalho bucal: analgésicos, ansiolíticos e              
vasodilatadores coronarianos (Sublingual).*  
Via muito específica*** Foi desenvolvida com            
determinado objetivo.   
Via Sublingual:  
Vantagens:   
- Acesso à circulação sistêmica pelo assoalho            
bucal.   
- Rápida absorção.   
- Evita-se o metabolismo de primeira          
passagem. (as veias que passam pela região              
sublingual drenam o sangue diretamente para            
o coração).   
- não sofre influência do suco gástrico.   
Desvantagens:  
- Poucas drogas podem ser utilizadas (nitratos            
orgânicos, analgésicos, ansiolíticos) pois a          
absorção é irregular, errática.   
- O sabor nem sempre é agradável.   
- nem todos os pacientes aderem ao            
tratamento.   
  
Via Inalatória  
Via de acesso rápido aos pulmões com promoção de                  
efeitos sistêmicos e/ou locais.   
Usada para administração de anestésicos gerais,            
broncodilatadores, anticolinérgicos, anti      
inflamatórios, etc.   
OBS: Uso muito útil para pessoas asmáticas.   
  
Vias Parenterais - com injeções   
Via Intradérmica   
Administração de certas vacinas (BCG) e testes de                
alergia.   
Absorção errática, lenta, pequena, derme é muito              
pouco vascularizada.   
Aplicação lenta com ângulo de 15° e bisel para cima.   
  
OBS.: Região muito dolorosa por ter muitas              
terminações nervosas nessa área. Porém evita muitos              
sangramentos.   
  
Via subcutânea   
útil para preparações cuja absorção a partir do tecido                  
subcutâneo deve ser lenta (formação de depósitos);              
Insulina (a insulina não deve cair diretamente na                
corrente sanguínea pode produzir choque insulínico,            
podendo causar riscos à vida. O choque insulínico era                  
usado antigamente para conter pessoas          
esquizofrênicas).  
Se não há depósitos, a absorção é mais rápida; GH.   
Usada na anestesia local infiltrativa com ou sem                
vasoconstritor.   
Pode se produzir dor, sensibilização, fibrose e              
necrose.   
  
  
Via Submucosa   
Utilizada para administração de anestésicos locais em              
Odontologia. Pode ser usada com vasoconstritores.   
  
  
Anotações - Gabriela CarlinGonçalves  
8  
Via intramuscular   
Utilizada quando uma absorção rápida é desejada.   
A velocidade de absorção depende da vascularização              
local; músculos muito vascularizados (deltóide) a            
absorção é mais rápida; Músculos menos            
vascularizados (glúteos) a absorção é mais lenta.   
Pode-se utilizar veículos oleosos, aquosos e            
preparações depot (suspensões).   
Pode-se usar vasoconstritores, analgésicos,        
antibióticos, ansiolíticos, contraceptivos,      
antipsicóticos e anticonvulsivantes.   
Recomenda-se aspiração por 5 a 10s.   
O local de administração no glúteo:  
  
Absorção é mais lenta em mulheres (mais gordura).   
Dúvida: por que o anticoncepcional injetável deve ser                
muscular, não faria mais sentido ele ser liberado mais                  
lentamente no organismo, como no caso da              
subcutânea?  
R: o anticoncepcional não é intramuscular por conta                
da quantidade de medicamento injetado (o tecido              
subcutâneo não aguenta grandes quantidades) e            
também o anticoncepcional injetável possui um            
princípio ativo em sua formulação ligado a              
aminoácidos que permitem que o medicamento seja              
liberado mais lentamente, para que tenha o efeito de                  
30, 60, 90 dias.   
  
Via endovenosa   
- Vantagens   
Não há absorção - a droga já está 100% no vaso,                      
disponível!  
Absorção: passagem do local depositado para os              
líquidos orgânicos.   
pode-se administrar drogas irritantes.   
Permite que se calcule a dose exata disponível no                  
sangue.   
ação farmacológica é imediata.   
Permite a administração de grandes volumes (soros,              
plasma, soluções nutritivas).   
  
OBS: A via endovenosa é possível fazer a pulsão  
também, para exames laboratoriais, por exemplo.  
- Desvantagens   
Não se pode errar a dosagem, nem a droga.   
Pode provocar liberação de autacóides (histamina,            
bradicinina e prostaglandinas).   
Não se pode administrar soluções oleosas ou              
suspensões.   
Deve ser observada a inexistência de bolhas de ar na                    
seringa.  
Exige técnica estéril, riscos de infecção por              
contaminação.   
  
Via intra-arterial   
Quando se deseja que toda a dose da droga atinja um                      
órgão especificamente.   
Usada para administração de antineoplásicos,          
radiofármacos e antibióticos   
Fígado, cabeça e pescoço, cólon, reto, bexiga, cérvix                
uterino, mama, melanoma e sarcomas.   
Celíaca, femoral, braquial, radial, hepática, carótida            
externa ou interna (uso hospitalar).   
  
Via intracardíaca   
De uso emergencial em casos de parada cardíaca                
(adrenalina).   
De técnica difícil.   
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
9  
  
Intra óssea   
A droga é depositada na medula óssea e cai                  
rapidamente na circulação.   
De uso hospitalar.   
Esterno, Tíbia, clavícula e fêmur.   
A droga é rapidamente distribuída pelo organismo.   
Exige técnica apurada do profissional  
Usada também para punções (medula óssea).   
OBS: O processo é um pouco doloroso.   
  
Via Intraperitoneal   
Na administração de grandes volumes; diálise            
peritoneal (insuficiência renal, excesso de ureia e              
potássio ou intoxicação por barbitúricos e salicilatos).   
Muito útil em experimentos laboratoriais (ratinhos - o                
peritônio é muito vascularizado, sendo a absorção              
muito rápida, pouco mais lento que a endovenosa, mas                  
no ratinho fica impossível fazer via endovenosa, então                
se usa via peritoneal.)   
Pouca utilização na clínica médica humana.   
  
 Vias: Intratecal, Subaracnóidea ou Raquidiana   
Via de resposta local rápida sobre as meninges e o                    
eixo cérebro-espinhal. Entre a pia-máter e o              
aracnóide.   
Pode ser dolorosa   
Útil em anestesias regionais (bupivacaína),          
diagnósticos radiológicos, tratamentos de tumores          
cerebrais e infecções do SNC.   
  
Via intra-articular   
Medicamentos (analgésicos, antiinflamatórios,      
antibióticos) são colocados diretamente na cápsula            
articular (local de ação), aumentando a dose útil                
disponível na região.   
Pode produzir artrite séptica e hematomas.   
  
OBS: pode ser usado para punções também (para                
edemas com exsudato/transudato) por exemplo.   
  
Meia Vida (T 1/2)   
“É o tempo necessário para que a concentração                
plasmática de uma droga caia pela metade”  
  
OBS: drogas que podem ser calculadas a meia vida -                    
administração única. Ex: O medicamento sendo            
difundido na corrente sanguínea não tem como.    
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
10  
  
  
Penicilina com meia vida tão grande - metabolismo: a                  
penicilina nem é metabolizada pelo fígado. O fígado                
não tem enzimas para metabolizar a penicilina, o que                  
dificulta sua excreção. Ela será eliminada da mesma                
forma que foi administrada (em termos de molécula -                  
vai sair a mesma).   
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
11  
Farmacocinética I - Absorção de Drogas   
Conceito de absorção: É o fenômeno de transferência                
de uma droga do local onde foi depositada para os                    
fluidos corporais, em especial para a corrente              
sanguínea. (pode ocorrer também pela via linfática).   
  
Modalidades de Absorção:  
Processos passivos   
- Difusão simples pela membrana   
- Difusão simples por canais   
- Difusão facilitada   
Processos ativos  
- Transporte ativo   
Processos pela membrana  
- Pinocitose   
- Fagocitose   
  
A maioria das drogas fazem difusão simples.  
Mecanismo mais importante para a absorção de  
drogas.   
  
Fatores que determinam a absorção de drogas:  
A - Solubilidade da droga  
(lipossolubilidade/hidrossolubilidade)   
OBS.: principalmente na via de difusão simples. Álcool                
consegue se dissolver tanto na água quanto no lipídio.   
O arranjo atômico determina a solubilidade também -                
polaridade.   
o que determina a polaridade - distribuição eletrônica                
da molécula.   
A solubilidade depende da polaridade e do diâmetro                
da membrana.  
  
O tamanho da droga também influencia na              
capacidade de atravessar a membrana. Olhe como a                
molécula maior desvia. Além disso, é polar. Já a                  
penúltima molécula, tem tamanho razoável, porém épolar e depende de proteína transportadora.   
- B - Área de superfície para absorção   
Quanto maior a área, maior a absorção.   
Intestino, estômago, pulmões.   
  
  
- C - Circulação sanguínea local   
Quanto maior, mais intensa a difusão, maior a                
absorção.   
Pulmões, TGI, músculo esquelético.   
  
- D - pH no sítio de absorção  
Bom gravar que o ph sanguíneo gira em torno de 7,40.                      
Variação de 0,05.   
  
Suco pancreático - mais alcalino por conta do  
bicarbonato.   
Sangue:   
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
12  
  
Alcalose:  
Respiratória (hipocapnia; ansiedade)  
METABÓLICA - HIPOCLORÊMICA (VÔMITOS)  
Hipocaliêmica (diuréticos - ex: furosemida,          
hidroclorotiazida).   
  
Acidose:  
Respiratória - (asma, DPOC - hipercapnia)  
Metabólica (insuficiência renal, cetoacidose diabética,          
envenenamentos).   
No caso da diabetes - como a glicose não consegue se                      
degradar de forma correta, o organismo procura              
outra via pra pegar energia, começa a liberar corpos                  
cetônicos (ácidos) pelo uso da reserva lipídica.   
Teoria Ácido-Base   
  
Conceito de ácido base segundo Lowry-Bronsted:  
Considera-se um ácido a substância que tende a doar                  
o seu próton.   
Então:   
Ácido: Aquele que vai doar o h+   
Base: aquele que vai receber o H+   
Ácido forte - grande tendência em doar o próton.   
Ácido Fraco - pequena tendência em doar o próton.   
  
- E - pKa da droga   
  
PKA é uma propriedade química da droga. PH na qual                    
a droga está 50% ionizada (cargas elétricas) e 50%                  
não ionizada (forma molecular).   
  
Ex: PKA da morfina é 8 - o que significa? Quanto mais                        
alto for o valor (acima de 7), mais forte a base, e                        
quanto mais pra baixo (abaixo de 7), mais fraca a base.                      
Então a morfina seria uma base forte. Já o diazepam                    
seria uma base fraca (PKA = 3).   
Pensando em ácidos é o inverso:  
A aspirina (pka= 3,5 -Abaixo de 7) é um ácido mais                      
forte que a phenytoin (PKA = 8,2 - acima de 7). Ácido                        
ascórbico seria o ácido mais fraco (PKA = 12).   
  
ex. Estômago vazio - ácido, Toma droga ácida                
(aspirina), melhor absorção (meio lipossolúvel). A            
aspirina em meio básico fica hidrossolúvel, sendo              
pouco absorvida e tendo reduzido o efeito              
medicamentoso . Como em tomar medicamentos            
para a cefaléia, a dor não passaria.   
Por meio desse princípio, indicaremos o melhor              
horário para o paciente tomar determinados            
medicamentos.   
Quanto menor o grau de ionização da droga no meio,                    
maior será seu "aproveitamento".   
Droga ácida - estômago vazio (meio ácido)  
Droga básica - estômago cheio (meio básico)  
F - Concentração da droga no local   
  
S1 - difusão simples - quanto maior a concentração,                  
maior a velocidade de transporte da substância.   
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
13  
S2 - Difusão facilitada   
  
G - Interação com alimentos (no caso da via oral)  
Pode favorecer ou desfavorecer, dependendo da            
natureza química da droga, da quantidade e do tipo                  
de alimento.   
OBS.1� enfatizar bem ao paciente quando ele deve                
tomar o medicamento!  
OBS.2� Tem medicamentos que são bem absorvidos              
tanto de estômago cheio quanto vazio, um exemplo é                  
a cafeína. PKa varia pouco para o básico ou para o                      
ácido, podendo ser tomado em qualquer horário.   
  
intoxicação - não necessariamente o paciente irá              
morrer, mas sim ter efeitos colaterais bem              
indesejados.   
  
Farmacocinética II - Distribuição de Drogas   
Distribuição - Processo no qual as moléculas de uma                  
droga - após a absorção - são transportadas pelo                  
sangue até os tecidos corporais.   
Distribuição   
- Órgãos suscetíveis - sofrerão a ação da droga                
(ansiolíticos - SNC central é o sistema              
responsivo)  
- Órgãos Ativos - que metabolizam a droga   
(em especial o fígado) (outros - pulmões,              
aparelho digestivo)  
- Órgãos Inativos ou Indiferentes - que servem              
como reservatório temporário daquelas        
moléculas (ex: ossos, músculos, tecido          
adiposo)   
- Órgãos Enunctórios - que eliminam a droga              
(ex: rins, aparelho digestivo, pulmões,          
glândulas - lágrimas, saliva)  
  
Fatores que influenciam a distribuição   
- Fluxo sanguíneo tecidual   
(pulmões é alta a vascularização, músculos em              
repouso x musculos em atividade - quanto maior a                  
vascularização em um tecido, maior a ação da droga. )   
- Propriedades físico-químicas da droga.   
Está ligado à capacidade de atravessar a membrana.                
Lipossolubilidade e hidrossolubilidade.   
- Características das membranas  
Membranas mais espessas têm mais resistência para              
que as drogas passem.   
- Taxa de ligação às proteínas plasmáticas e              
teciduais.   
  
Distribuição   
É muito difícil quantificar a distribuição de uma droga                  
em um tecido.   
É possível se quantificar no sangue, no plasma e no                    
LCR.  
VD - Volume de distribuição: volume no qual a droga                    
deve dissolver-se para que sua concentração seja              
igual à do plasma.   
VAD - Volume Aparente de Distribuição: volume de                
líquido do corpo no qual o fármaco está                
aparentemente dissolvido. (criado para suprir a            
incompatibilidade que a primeira fórmula gerava).   
  
VD - Dose (Q) / Concentração Plasmática (C)  
  
Droga X na dose total de 400mg me fornece uma                    
concentração plasmática de 0,1 mg/ml   
VD - 400mg/0,1 mg/ml = 4000 ml ou 4 L  
Interpretação: droga que se distribui mal pelos              
tecidos, que por algum motivo não consegue passar                
para dentro do parênquima renal, miocárdio,            
músculos, SNC...  
  
Droga Y na dose total de 250mg me fornece uma                    
concentração plasmática de 0,0025 mg/ml.   
VD - 250 mg / 0,0025 mg/ml = 100000 ml ou 100 L.   
Interpretação: droga homogeneamente distribuída        
pelos tecidos, ou seja, passando facilmente pelos              
tecidos corporais, conseguindo sair do plasma e              
invadir os tecidos.   
  
Cloroquina VD= 15000 (litros/70kg)  
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
14  
Fluoxetina VD = 2500 (litros/70kg)  
Morfina VD = 230 (litros/70kg)Diazepam VD = 140 (litros/70kg)  
Dipirona VD = 40 (litros/70kg)  
Etanol = 30 (litros/70kg)  
Clordiazepóxido (primeiro benzodiazepínico) VD = 28  
Warfarin (anticoagulante) VD = 8 (litros/70kg)  
Se a cloroquina realmente funcionasse para o covid,  
iria funcionar muito bem para todos os tecidos. Pois  
tem fácil infiltração.   
  
1º - VD mais baixo - droga não está atingindo os                      
tecidos e está se concentrando no plasma sanguíneo.                
Droga que poderia ser: Warfarin  
2º - VD intermediário - certa concentração no plasma                  
e certa concentração no tecido. Houve algum grau de                  
distribuição maior que o primeiro.    
ex: clordiazepóxido.   
3º - VD alto - pessoa que está tomando cloroquina                    
por exemplo. Droga que passa facilmente pelos vasos                
sanguíneos e se infiltra nos tecidos corporais              
facilmente e homogeneamente.   
  
Concluindo : Quanto maior o VD, mais facilidade de                  
se distribuir pelos tecidos corporais. Quanto mais              
droga no tecido, maior a possibilidade de ocorrer                
efeitos colaterais.   
  
Ligação Droga - Proteínas Plasmáticas   
Sangue:  
- Droga livre (dissolvida no plasma)   
- Droga ligada a proteínas plasmáticas          
(temporariamente indisponível, inativa, em        
reserva).   
OBS: Plaquetas, Leucócitos, Eritrócitos, LDL, HDL  
Albumina (ácidos fracos - penicilinas e salicilatos) -                
É a principal proteína osmótica plasmática.            
Fundamental no controle da pressão arterial.    
Transferrina (ferro)   
Transcortina (esteróides)  
Transcobalamina (Vit. B12)  
Ceruloplasmina (Cobre)   
Alfa-1-glicoproteína Ácida   
 
Para que servem as drogas ligadas a proteínas                
plasmáticas? Funcionar como armazém, depósito de            
drogas, a medida que moléculas livres vão sendo                
consumidas, a albumina por exemplo, vai liberando              
novas moléculas, que estavam presas a ela. Portanto,                
esses tipos de drogas que usam ligações com                
proteínas possuem maior tempo de liberação. Meia              
vida maior, tempo que permanece no organismo maior!   
  
AGP (Alfa-1-Gliproteína Ácida)  
41 a 121 mg/dl de sangue   
Elevada na artrite reumatóide, doença de Crohn,              
queimaduras, infarto no miocárdio, lúpus eritematoso            
sistêmico, neoplasias (especialmente com metástase),          
exercício físico vigoroso.   
Diminuída na desnutrição, hepatopatias graves,          
enteropatias com perdas proteicas.  
O resultado não deve ser usado isoladamente para                
diagnóstico.   
  
Sobre ligações da droga com a proteína plasmática:  
Porcentagem Baixa de Ligação às proteínas: menor              
que 30%  
Porcentagem Média de Ligação às proteínas: 30 a 75%  
Porcentagem Elevada de Ligação às proteínas: acima              
de 80%  
  
OBS.: Warfarin - 99,5% das moléculas no plasma estão                  
ligados a proteínas plasmática, e relembrando que tem                
VD baixo, ficando no vaso sanguíneo (efeito              
anticoagulante - ideal que não saia do vaso).   
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
15  
  
Imagem 1 - poucas moléculas ligadas às proteínas                
plasmáticas (bolinhas azuis/bola branca). Grande          
quantidade de moléculas conseguirão sair do vaso              
sanguíneo para a célula. Deixam os capilares              
sinusóides com facilidade também e entram nos              
hepatócitos para serem transformadas. Depois, vão            
para os rins, onde também vão ser excretadas com                  
facilidade.   
consequentemente > A concentração plasmática sobe            
rapidamente e cai rapidamente.   
Conclusão: uma droga que se liga pouco a proteínas                  
plasmáticas, terão efeito rápido mas serão            
metabolizadas e excretadas rapidamente, tendo o            
tempo de ação efetiva reduzido.   
O contrário acontece na imagem 2.   
  
Fatores que Interferem na Ligação Droga-Proteína  
Plasmática   
A) Afinidade Química entre a droga e as              
proteínas.   
Se não tiver afinidade química entre a droga e algum                    
ponto da proteína, as substâncias não vão se ligar.                  
Existe uma grande quantidade de sítios de ligação                
entre a proteína e a droga, se ligando em grandes                    
proporções, de forma muito intensa. Podem existir              
até competições por sítio de ligação entre drogas.   
Droga A - adm primeiro   
Droga B - adm uma semana depois   
Droga A e B competem pelo mesmo sítio de ligação,                    
sendo a B mais potente do que a A. Dessa forma, a B                          
irá se ligar bem mais a proteína e fazendo com que a                        
A seja deslocada e irá ficar livre no sangue, tendo seu                      
efeito aumentado.   
B) Concentração sanguínea da droga   
A diminuição de albumina plasmática leva a uma                
maior concentração sanguínea da droga, assim como              
a capacidade de ligação está diretamente relacionada              
à quantidade livre de droga no sangue e                
potencialização de efeito.   
C) Concentração das proteínas plasmáticas   
> Hipoalbuminemia a fração livre estará aumentada:              
Cirrose , hepatites, síndrome nefrótica, desnutrição            
grave, hemorragias prolongadas, velhice e gestação            
(hemodiluição).   
OBS: cirrose e hepatite - hepatopatias importantes              
que levarão a uma diminuição da síntese de proteínas                  
plasmáticas. Se o indivíduo tem uma doença grave no                  
fígado ele terá uma consequência em decorrência da                
diminuição da síntese de albumina plasmática e isso                
vai implicar no uso de medicamentos (diminuição do                
metabolismo hepático). O médico deve ficar atento              
aos efeitos que a droga vai apresentar nesse indivíduo                  
e tomar cuidado com certos medicamentos.    
Alcoólatra com comprometimento hepático (cirrose) -            
diminuição da albumina circulante que gera uma              
maior quantidade de álcool circulante no sangue,              
fazendo com que o indivíduo se embriague de forma                  
muito mais fácil, pela maior quantidade de álcool livre                  
no SNC.   
OBS 2� O indivíduo com síndrome nefrótica perde                
albumina na urina (albuminúria), refletindo na            
quantidade de droga livre no plasma.   
OBS 3� indivíduo com desnutrição - se ele está                  
desnutrido, não tem aminoácido para fazer a síntese                
das proteínas, diminuindo a pressão coloidosmótica,            
ocorrendo o extravasamento de água.   
OBS 4� velhice - insuficiência renal em diferentes                
graus e insuficiênciahepática por conta da idade,                
mesmo que não tenha pré requisitos para essas                
insuficiências.   
  
D) Competição pelas proteínas plasmáticas   
  
  
Ligação Droga - Proteínas Teciduais   
“ Sequestro pelos Tecidos”  
- Tetraciclina, Chumbo, Sais Ferrosos - Tecido            
Ósseo  
Ex: grávidas tomavam tetraciclina para infecção, o              
bebe nascia e com 8, 9 anos, apresentavam a dentição                    
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
16  
permanente manchada pelo sequestro da substância            
pelo tecido ósseo da criança. Por isso, gestante não                  
deve tomar tetraciclina.  
- Inseticidas Organoclorados - Tecido adiposo.  
Isso é um problema. Existe um índice preocupante de                  
intoxicações por essas substâncias em agricultores,            
por não utilizarem de forma correta os EPIs.                
Pacientes mais magros têm menos efeito pois tem                
pouco tecido adiposo. Pacientes de maior tecido              
adiposo tem mais efeitos. Quando o tecido adiposo                
não absorve mais a substância, ela vai para o sangue e                      
isso gera consequências ainda mais graves.   
- Digitálicos - Rins   
LSD - “flashback” - uso de LSD e em 6 meses após o                          
uso o LSD volta pro sangue e volta para o SNC e tem o                            
efeito como se tivesse acabado de fazer o uso da                    
droga. Digitálicos são renotóxicos e pacientes que              
fazem uso devem ser acompanhados.   
- Lítio - Rins e coração   
Uso de medicamentos psiquiátricos.   
- Mercúrio e Bismuto - Rins, fígado e baço.   
Pessoal de garimpo tem consequências pela aspiração              
de mercúrio usado para fazer amálgama.  
  
Distribuição e Barreiras Biológicas   
Barreiras que existem para proteger o órgão.   
- Hematoencefálica (endotélio capilar + bainha          
dos astrócitos)  
Barreira glial onde os capilares são recobertos por                
prolongamentos dos Astrócitos.  
Células endoteliais são unidas por junções muito              
íntimas, ou seja, os poros dos capilares são pouco e                    
muito estreitos.   
  
OBS: A parede endotelial (com 3 núcleos em azul -                    
células endoteliais) envolvido pelos pés dos            
astrócitos. Para uma molécula conseguir atingir o              
neurônio, tem que atravessar essas barreiras. Ou a                
molécula é muito pequena ou tem ótima              
lipossolubilidade (psicotrópicos tem que ser muito            
lipossolúveis).   
Possui importância clínica no combate de infecções              
do SNC e para a ação de psicotrópicos.   
Penicilina não atravessa a BHE facilmente, pois é um                  
ácido orgânico muito ionizado e sua fração não                
ionizada é pouco lipossolúvel (a lipossolubilidade            
depende do arranjo atômico da molécula).    
Drogas muito lipossolúveis atravessam a BHE            
rapidamente (anestésicos, álcool, ansiolíticos, etc).   
OBS: Barbitúrico tem uma lipossolubilidade MUITO            
alta, tendo um tempo de ação no SNC de apenas 20                      
min. Usado como indutor de anestesia (depressor do                
SNC).   
- Hematoliquórica (endotélio capilar + epitélio          
do plexo coróide)   
- Placentária  
Pouco seletiva, permite a passagem de diversas              
drogas (antibióticos, álcool, morfina, heroína,          
nicotina, cocaína, fenobarbital, etc.)   
O estudo começou depois da tragédia com a                
Talidomida, que causou muitas deformidades nas            
crianças nos anos 60. Era um medicamento utilizado                
para enjoos.   
  
Isômeros ópticos da Talidomida.   
A talidomida é um medicamento com isômero S                
antiangiogênico. A antiangiogênese não permite a            
formação de vasos sanguíneos e consequentemente            
não permite a formação dos MMSS e MMII.    
Hoje em dia ainda tem a tentativa de separar apenas o                      
isômero com efeitos desejados, no caso o R. Porém                  
isso tem um alto custo.   
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
17  
Biodisponibilidade  
Conceito: “ É a relação entre a quantidade e a                    
velocidade de absorção de uma droga a partir da                  
forma farmacêutica de apresentação e suas            
características farmacocinéticas.”   
  
Equivalência Farmacêutica X Bioequivalência   
Equivalencia: duas ou mais preparações estão na              
mesma forma farmacêutica, são utilizadas pela            
mesma via e apresentam a mesma dose do princípio                  
ativo.  
Bioequivalência: duas ou mais preparações têm as              
mesmas biodisponibilidades das drogas ou em cada              
uma delas não são biodisponibilidades          
significativamente diferentes.   
Ex: medicamento referência X medicamento          
genérico.   
OBS.: Podemos ter um medicamento que seja              
equivalente farmaceuticamente, mas não seja          
bioequivalente !!!!  
  
Fatores de Influência   
Propriedades Físico químicas da droga   
Tamanho das partículas, se em forma cristalina              
(ligado a sal) ou amorfa (ex: pomada), Pka (50% em                    
forma ionizada e 50% em forma molecular), grau de                  
hidratação, solubilidade.   
Variáveis Farmacocinéticas  
Qualidade, tipo e quantidade de aglutinantes,            
diluentes, estabilizantes, flavorizantes, corantes,        
excipiente ou veículo.   
Forma farmacêutica (a disponibilidade é decrescente            
da: solução > emulsão > suspensão > cápsula >                  
comprimido > drágea)   
Condições de manufatura, embalagem e          
armazenamento.   
Dose administrada.   
Vias de administração.   
OBS.: Não se deve armazenar medicamentos no              
banheiro, pois é quente e úmido.   
Fatores Fisiológicos e Características do Paciente  
Peso, idade, sexo   
Ansiedade e grau de estresse   
(cortisol, mobilização de ac. graxos, interferência nos              
sítios de ligações das proteínas plasmáticas, aumento              
da disponibilidade.)   
Ex: anticoagulantes orais, betalactamatos e          
anestésicos locais.   
Patologias e características genéticas   
Velocidade do trânsito intestinal   
Metabolismo de primeira passagem   
Interações droga/droga e droga/alimento.   
  
A concentração aumenta, atinge seu pico de              
concentração plasmática e vai decaindo pois não tem                
mais droga a ser absorvida.   
AUC - Area Under Curve - área abaixo da curva -                      
pode ser calculada.   
NPE - Nivel plasmático efetivo - dose mínima de                  
droga que tem que existir no plasma para que o efeito                      
possa ser observado.   
Pouco acima do 2 (reta) - 2,5 nG/ml de sangue a                      
droga já começaa fazer efeito. Quando a curva estiver                    
abaixo dessa linha significa que a droga está no                  
plasma mas não faz efeito.    
  
Abaixo dessa linha (próxima do 2) o medicamento não                  
faz mais efeito.   
O medicamento faz efeito mais ou menos durante 3                  
horas e meia. Considerando que o 0 seja meio dia, a                      
partir das 16 horas não faz mais efeito. Assim, em                    
torno das 16 horas, devo administrar uma nova dose                  
da droga. Porém na nova administração, o pico                
plasmático será maior, pois ocorre a somatória das                
drogas que ainda permanecem no plasma + nova dose                  
da droga. Assim, por meio dessas curvas, podemos                
determinar a periodicidade de ser administrado o              
medicamento.   
Dúvida: se a droga for muito tóxica, não é perigoso ter                      
essa somatória das drogas no organismo?  
Resposta: se a droga for muito tóxica ela será                  
administrada em ambiente hospitalar, e não em casa,                
não tendo risco para o paciente ter problemas com                  
toxicidade. O acúmulo não pode chegar em nível tóxico                  
= CMT! Se não estiver chegando no nível tóxico, não                    
tem problemas.   
CMT - concentração máxima tolerada.   
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
18  
ex: o CMT é 15, o paciente pode tomar os                    
medicamento e ter a readministração até que chegue                
perto da CMT pela somatória das administrações.   
1ª dose - chegou em 10   
2ª dose - chegou em 12  
3ª dose - chegou em 14  
4ª dose - chegou em 14,5   
5ª dose - chegou em 14,75  
A indústria farmacêutica sabe quando estará perto do                
cmt então as doses devem ser tomadas no horário                  
certo determinado, para que não ultrapasse a cmt ou                  
ultrapasse. Pois mesmo que ocorra somatória, vai              
ocorrendo eliminação das drogas anteriores, então ao              
mesmo tempo que tem a somatória das doses                
também está correndo subtração.   
  
Gráfico comparativo (digoxina)  
  
Uma mesma droga, na mesma dose, pela mesma via,                  
com mesma forma farmacêutica, mas com fórmula              
farmacêutica diferente.   
ex: As 4 indústrias enviaram para a ANVISA esses                  
medicamentos para serem estudados em sua            
bioequivalência:   
Estipulado pelo professor, cmt = 2 e npe = 1   
Preto - ultrapassou a concentração máxima tolerada              
(crescimento da curva de forma muito rápida)   
Cinza - absorção um pouco mais lenta, pico de                  
concentração plasmática em torno de 1,5 e começa a                  
decair.  
Azul escuro e Azul claro - absorção muito lenta e não                      
atingem o NPE ( que é 1 ).   
Laudo: lab n1 - absorção muito rápida porém                
ultrapassa a cmt; lab n2 - absorção rápida e não                    
atinge cmt e age acima do npe, sendo ideal e                    
aprovada. Labs 3 e 4 - reprovados por não atingirem o                      
npe e também terem absorção muito lenta.   
Nessas 4 formulações NÃO EXISTE          
BIOEQUIVALÊNCIA elas tem apenas equivalência          
farmacêutica. E apenas a formulação do laboratório 2                
é viável.   
  
Gráfico Comparativo (níveis terapêuticos X tóxicos)  
  
Gráfico comparativo de níveis terapêutico e tóxico de                
duas diferentes formas farmacêuticas (ampolas e            
comprimido).   
Tempo de concentração do comprimido: pode ser              
calculado pela área e podemos ver que tem mais                  
durabilidade que o meio intravenoso. Porém demora              
mais para começar a agir. O intravenoso pode dar                  
desconforto no início da aplicação, mas passa rápido.   
Não tem equivalência farmacêutica e nem            
bioequivalência.   
  
Gráfico comparativo   
  
Gráfico de Níveis terapêuticos de duas diferentes              
fórmulas farmacêuticas (x e y) de uma forma, de uma                    
mesma droga, pela mesma via e na mesma dose.   
Não existe bioequivalência entre esses dois            
medicamentos, apenas equivalência farmacêutica.   
  
A realidade do medicamento genérico no Brasil em  
2019.   
Atualmente são 85 laboratórios licenciados.   
Existem 3325 registros e 21,7 mil diferentes              
apresentações.   
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
19  
Em 2019 foram comercializados 1,482 bilhões de              
unidades.   
Similares cresceram 4,37% e os de referência 2,18 %.   
OBS.: se um medicamento não pode ser classificado                
como genérico, ele pode ser classificado como              
similar.   
Similar - não é uma medicação que não faz efeito, é                      
uma medicação que não tem características            
farmacocinéticas muito semelhantes ao genérico ou            
ao medicamento de referência.   
Hoje, o genérico apresenta 34,4% do mercado total de                  
medicamentos no Brasil.  
Dos 20 medicamentos mais prescritos em 2019, 15                
foram com indicação de princípio ativo genérico.   
Os 5 genéricos mais vendidos em 2019 foram:                
Losartana, Hidroclorotiazida, Amoxicilina,      
Sinvastatina e Atenolol.   
  
Aula 22/03/2021 - Segunda-Feira   
 A realidade do Medicamento genérico no Brasil   
  
Nem todos os genéricos são de má qualidade,                
devemos comprar de laboratórios confiáveis.  
  
Curvas de Concentração Plasmática X Tempo  
(medicamento referencia x genérico)  
  
Análise de Estudo da Bioequivalência da Ranitidina              
(referência X genérico) na mesma dose, pela mesma                
via (oral), com a mesma forma farmacêutica              
(comprimido) mas com fórmula farmacêutica          
diferente.   
OBS.: Medicamento com ótima bioequivalência          
(curvas de decaimento muito próximas).   
Gráfico comparativo   
Análise da Curva de Concentração Plasmática X              
tempo de droga por via oral.   
  
O aumento da diurese (principalmente com uso de                
bebidas alcoólicas) faz com que o medicamento seja                
eliminado do organismo mais rapidamente.  
  
D = dose de ataque - ponto de equilíbrio  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
20  
Biotransformação de Drogas  
(metabolismo)  
  
Conceito: Processos de alterações químicas que as              
drogas sofrem no organismo, seja através de atividade                
enzimática ou por simples interações físico-químicas.   
OBS: mais comum por interações de enzimas.   
  
Objetivos:  
- Aumentar a hidrossolubilidade (polaridade)        
das moléculas. (ao fazer isso facilita a              
excreção pelos rins).   
- Inativar parcialmente(formará um metabólito          
ativo - ação farmacológica inferior a droga em                
questão) ou totalmente (metabólito inativo) a            
atividade farmacológica das drogas.   
Ex: penicilina sai da mesma forma que entrou no                  
organismo, pois não é metabolizada. A maior parte                
dos antibióticos são difíceis de serem metabolizados.   
  
OBS: existem medicamentos que são ativados ao invés                
de inativados no fígado, sendo chamado de pró                
fármacos ou pró droga. Dependem do fígado para ter                  
seu efeito farmacológico.   
  
  
CYP - Citocromo P 1A2 (grupo de enzimas que                  
trabalham em conjunto) - quando agem sobre a                
cafeína, 4% das moléculas de cafeínas são convertidas                
em teofilina, 12% em teobromina e 84% em                
paraxantina. Esses são os 3 primeiros metabólitos da                
cafeína, sendo eles ativos e estimulantes do SNC. A                  
última parte que indicam as setas, por exemplo o                  
ácido 7 metilúrico, não são mais ativos. Para                
investigar se você tomou cafeína no dia, deve ser                  
investigado na urina então, esses últimos metabólitos              
da cafeína.   
Em um exame antidoping, será investigado os              
metabólitos formados a partir da droga que pode ter                  
sido usada pelo atleta.   
Ex: Atletas começaram a usar furosemida            
(antidiurético) como doping para acelerar a excreção              
dos metabólitos dos anabolizantes. A partir daí a                
droga começou a ser investigada nos exames              
antidoping. Se der no exame qualquer metabólito de                
aldosterona o atleta é suspenso.   
  
Outro exemplo: metadona - opióide e seu metabolism  
Órgãos metabolizadores:  
● Fìgado (mais importante)   
● Pulmões   
● Intestino   
● Rins   
● Placenta   
● Pele   
  
Etapas da Biotransformação   
Fase 1�  
Conversão das moléculas em metabólitos mais            
polares (introdução de OH, COOH, NH2) - quanto                
mais polar, mais solúvel ela é e mais fácil de ser                      
eliminada.   
Mecanismos de oxidação, hidroxilação, dealquilação,          
deaminação e hidrólise (não hepáticas).   
Reações ocorrem no REL (sistema microssomal            
hepático).   
Executadas pelo sistema P-450 (CYP450) - (sistema              
enzimático mais importante no organismo humano -              
capaz de metabolizar centenas de drogas),            
monooxygenases, oxigenases de função mista,          
proteínas heme, exigem oxigênio, NADPH 2 e NADH.   
  
Aula de Sexta - Feira - dia 26/03/2021  
Fase 2�  
Conjugações, acoplamento da droga ou metabólito a              
um substrato endógeno (ácido glicurônico, glutationa,            
ácido sulfúrico, radicais acetato, radicais metila e              
radicais fosfato.   
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
21  
Glucuronidação (UDP - glicuronosil transferase),          
sulfonação, metilação, conjugação com a glutationa e              
acetilação.   
OBS.: A velocidade das acetilações depende do fenótipo                
acetilador do indivíduo, ou seja, existem acetiladores              
rápidos e acetiladores lentos. Ex; isoniazida.   
  
Exemplo de um processo metabólico que temos              
reações de fase 1 e fase 2.   
Geralmente as drogas tem muitos metabólitos.   
Etapas da biotransformação   
  
Fase 1�  
Aspirina - medicamento para dor, sofre oxidação              
hidroxilação, deaminação, hidrólise e se transforma            
em:  
Ácido salicílico - ainda é um metabólito ativo   
Fase 2�   
O ácido salicílico perde a hidroxila sofrendo              
conjugação e se torna o glucuronide , um metabólito                  
que não tem mais efeito farmacológico.   
Esse é o principal metabólito da aspirina.   
OBS.: Em alguns casos o glucuronide reage com o ferro                    
e a urina se torna roxa. Pode ser identificado, portanto,                    
por meio do sulfato de ferro.   
  
Metabólitos do Paracetamol   
Medicamento que deve ter cuidado para pacientes              
que desejem fazer uma overdose.   
Cerca de 1 a 4% do paracetamol é excretada sem                    
sofrer alterações, 1 a 2% sofre excreção biliar, cerca                  
de 3% sofre conjugação com a cisteína, no SNC é                    
convertido em paraminofenol, que sofre processos de              
conjugação com ac. graxos. Existe uma conjugação              
com ac. glicurônico, conjugação com ácido sulfúrico e                
uma conjugação que forma a          
N-acetil-p-benzoquinoneimina, sendo esse um        
metabólito tóxico. O fígado conjuga esse metabólito              
na tentativa de eliminar, tentando formar glutationa.              
No entanto, ainda sobram metabólitos tóxicos,            
causando um processo de hepatotoxicidade. Por isso,              
com esses pacientes devemos tomar cuidado e não                
usar esse medicamento por longos períodos de              
tempo.   
OBS.: Alguns pediatras intercalam paracetamol com            
dipirona, para evitar esse processo de toxicidade              
(sobrecarregar a atividade metabólica hepática).   
  
Hepatopatas não devem tomar paracetamol.   
Fatores que interferem na biotransformação   
Genéticos:  
Alterações nas concentrações (metabolizadores        
rápidos e metabolizadores lentos) e/ou no tipo das                
  
Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves  
22  
enzimas (pseudocolinesterase succinilcolina ativa ou          
pseudocolinesterase succinilcolina inativa) no        
organismo.    
Patológicos:   
Desnutrição, hepatopatias, alcoolismo, esteatose,        
causas idiopáticas (antidepressivos).   
OBS:   
Desnutrição - sem proteínas não conseguimos            
sintetizar enzimas na quantidade e na qualidade que o                  
organismo precisa para metabolizar os medicamentos.   
Alcoolismo - desenvolvimento de hepatopatia (cirrose            
hepática).   
Causas idiopáticas - antidepressivos produzem          
alteração na biotransformação (processo muito          
individual, não é comum).   
Fisiológicas:  
idade, sexo, período neonatal, gestação  
OBS.:   
Crianças não têm o mesmo metabolismo hepático que                
adultos - ex: síndrome do bebe cinzento;   
Idosos têm o fígado “cansado” já do metabolismo.   
Farmacológicos   
- Ph urinário   
- Indução enzimática   
( fenômeno que decorre do uso crônico - 15 a 20                      
dias - de determinados tipos de medicamentos              
que vão comprometer o metabolismo de outras.              
Ex: esteróides - corticóides, barbitúricos,          
fenilbutazona, tolbutamida, etanol, nicotina…)    
- Inibição enzimática   
(ex: neostigmina, fenelzina, metronidazol…)   
  
OBS.: Relação entre níveis de TGO e TGP e                  
fenobarbital, mas pode ser também por lesões hepáticas

Continue navegando