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Farmaco logia Anotações de Aula - 5º Período - Medicina PUC Minas Poços de Caldas G A B R I E L A C A R L I N G O N Ç A L V E S Farmacologia Recados: - Plano de Ensino - Bibliografia - mais indicado para comprar: Goodman e Gilman (Farmacologia da terapêutica) Histórico Em algum momento da história um ser estava com um desconforto, dor, e resolveu mastigar uma planta e essa planta pode ter tido um efeito anestésico ou de alívio, com esse resultado, o indivíduo foi repassando a informação, culminando na farmacologia. Em alguns artigos, como citado pelo professor, o hábito de utilizar ervas começou pelos chimpanzés, hominídeos e posteriormente a nós. Assim como cães e gatos têm o costume de mastigar folhas quando têm desconforto abdominal, o mesmo ocorreu no nosso processo de aprendizado da farmacologia. Boa parte das substâncias químicas ainda utilizadas nos dias de hoje eram usadas há milhares de anos. Farmacologia: derivado do grego pharmakon (medicamento, fármaco) e do sufixo logos (tratado). Período Pré-Científico: Povos pré-históricos, indígenas nas Américas, egípcios e outras civilizações. Mesopotâmia - sumérios registram em herbários algumas plantas utilizadas no tratamento de doenças, sendo o mais antigo de 2500 a.c. Babilônia - utilizam substâncias de origem vegetal (cerveja, cebola e azeite de oliva); mineral e animal (bile de rã e leite azedo) no tratamento de afecções oculares). Remédios a partir de flores, folhas, raízes, frutas, cascas de árvores como Oliveira, Loureiro, Abrótea, Lótus e Murta; órgãos de animais domésticos e selvagens, excrementos de animais, além de minerais como ferro e cobre eram receitados corriqueiramente pelos médicos babilônicos. Índia - Registros do século IX a.C 760 plantas medicinais, algumas delas até hoje utilizadas como a Atropa belladona e a Rauwolfia serpentina, além de Cannabis indica. Banhos de vapor, sangrias com sanguessugas, inalações e o uso de enemas, eméticos e purgativos também foram descritos. China - O Imperador Shen Nung, é o responsável pela obra médica, Pen T’sao Ching ou Herbário. Apresenta 365 ervas, prescrições e venenos. Várias das prescrições encontradas neste registro e nos posteriores são utilizados ainda hoje na “medicina moderna ocidental”, como o uso do ópio como narcótico; do Ruibarbo como laxante; flores de Artemísia como vermífugo; Caulin no tratamento da diarréia; Efedrina para o tratamento das crises asmáticas, além de diversos tipos de óleos vegetais para o tratamento de hanseníase. 1552 d.C. Li Shi-Chen publica Pen T’sao Kang Mu ou o “O Grande Herbário”, obra ainda mais completa que o “herbário”, contendo 1871 tipos de drogas em 52 volumes. Foram gastos 27 anos para a produção desta obra. Antigo Egito - Registros escritos da utilização de substâncias naturais pelo homem, com fins terapêuticos, foram encontrados por Georg Ebers na cidade de Luxor no ano de 1873 e datavam de 1553 - 1550 a.C. Este papiro, ficou mundialmente conhecido como “Papiro de Ebers”. Várias receitas, descritas neste papiro, incluíram substâncias minerais, animais e vegetais, sendo que estas últimas representam mais de 80% do total. Plantas como a papoula eram indicadas no tratamento de cólicas intestinais e dores; o cânhamo, o Cinamomo (canela) e a Mandrágora (usada nos partos como relaxante e hipnótico) eram conhecidas. Possuíam laboratórios para a preparação de óleos, essências, pós, unguentos e soluções balsâmicas. Período Científico: Segunda metade do século XIX. Surgimento das técnicas de experimentações em laboratório. Surgimento da Relação Dose/Efeito - OBS: Alopatia (necessária a presença de moléculas para efeito farmacológico) X Homeopatia (energia que produz o efeito farmacológico) . A Alopatia tem um leque de ação maior e a homeopatia um leque de ação menor. Uso de animais (cães, porcos, roedores) François Magendie (1783-1855): médico francês considerado o pai da Fisiologia e da Farmacologia Experimental (começo da experimentação de drogas sobre órgãos; aumento de peristaltismo ao pingar certo medicamento ou diminuição do peristaltismo). . Professor de Claude Bernard (1813-1868). Definição de Farmacologia: Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 1 “ Ciência que estuda a interação de substâncias químicas de natureza animal, vegetal, mineral ou sintética com os organismos vivos; qualificando e quantificando as alterações orgânicas induzidas por estes compostos na fisiologia destes organismos.” Exemplo de medicamento de origem animal: Insulina OBS.1� soros e vacinas não são considerados medicamentos, fármacos, pois são anticorpos, proteínas. Obs.2� Medicamento fitoterápico é produzido por meio de ervas, vegetais, não sendo considerado um medicamento, pois não são sintetizados. Já os medicamentos que usamos são sintéticos. OBS.3� Uso do lítio (carbonato de lítio) - estabilizador de humor - pacientes com transtorno bipolar - substância química mineral. Obs.4� A maior parte das respostas farmacológicas são qualificáveis mas não quantificáveis, Por exemplo, é muito difícil quantificar a dor, podemos apenas qualificá-la. Os medicamentos de uso psiquiátrico é outro ótimo exemplo, não podemos inferir valores para a melhora dos sintomas, apenas qualificar essa melhora. Para quantificar é usado um equipamento próprio e para interações específicas. Divisões: - Farmacologia Aplicada - aplicada à área, exemplo farmacologia médica. - Farmacologia Experimental - farmacologia de laboratório (universidade e indústria farmacêutica - testagem de medicamentos, novas drogas, novos efeitos das drogas). - Farmacognosia - área da farmacologia específica para substâncias de origem vegetal. Vai desde as condiçõesde cultivo, colheita, extração do princípio ativo até testes de eficiência da droga. - Farmacocinética - estudo das etapas que o medicamento vai passar no organismo vivo até efetivamente chegar ao seu efeito farmacológico. Etapas: Absorção, distribuição, biodisponibilidade, metabolização ou biotransformação. OBS: medicamentos produzidos por laboratórios diferentes podem ter efeitos diferentes. - Farmacotécnica - processo de produção do medicamento e as diferenças que existem entre as formas farmacêuticas, e o que isso significa em termos de resposta farmacológica. - ex; comprimido, solução, suspensão, pomada, creme... - Farmacodinâmica - explicação de como uma determinada droga atua. Ex: porque o anti hipertensivo é capaz de reduzir a hipertensão. - Toxicologia - em busca dos efeitos tóxicos das substâncias e não dos efeitos terapêuticos. É um estudo mais amplo que vai além dos medicamentos, estuda água, ar, alimentos... - Imunofarmacologia - Imunologia + Farmacologia - muitas drogas influenciavam a resposta imunológica. Ex: imunossupressores, imunodepressores. - farmacoterapia - estudo multidisciplinar, que envolve várias áreas de conhecimento, exemplo: médicos, biólogos, farmacêuticos… para entender se um medicamento pode exercer um tratamento farmacológico desconhecido. - Farmacogenética Definições Básicas - Dose - uma quantidade de droga que existe em uma preparação, que vai ser administrada, que foi prescrita. Deve estar relacionada com o peso (ex: 50 mg por kg do paciente). - Dose efetiva (DE 20, DE 50, DE 80) - dose necessária para se produzir o efeito farmacológico desejado em uma determinada parcela da população. Relacionado com dose de segurança - dose segura e que dá uma resposta desejada para grande parcela da população. OBS.1� Sempre tem uma parcela da população que necessita de um valor além da dose efetiva para ter uma resposta a algum medicamento. OBS.2� a indústria farmacêutica busca uma dose efetiva de 50% em sua maioria. - Dose Letal (DL 20, DL 50, DL 70) - Dose que efetivamente vai matar uma parcela da população. Testado em ratos de laboratório. - Índice terapêutico (DL50/DE50) - cálculo para obter o índice terapêutico = DL/DE. = 200/10 = 20 mg (alto índice terapêutico). OBS: Quanto maior o índice terapêutico de uma droga mais segura ela é. Quando uma droga tem DL muito perto de De, temos que tomar Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 2 cuidado na sua administração, geralmente são medicamentos de uso hospitalar. - Posologia - forma que o medicamento vai ser administrado - relação entre a dose do medicamento, forma farmacêutica, via de administração e intervalo de administração. Deixar as informações bem claras para o paciente, ainda mais para pacientes com menor nível de instrução. - Forma Farmacêutica - forma de apresentação da droga - cápsula, comprimidos, xarope, emulsão, suspensão, soluções injetáveis, pomadas… Existe uma indicação lógica para cada uma das formas. - Droga - palavra que vem do holandês "droog", qualquer substância química de origem animal, vegetal, mineral, sintética, exceto alimentos, que seja capaz de produzir um efeito farmacológico (nem toda substância química é capaz de produzir efeito farmacológico - para ter esse efeito tem que ser capaz de modificar o funcionamento de um sistema, aumentando ou diminuindo a ação). Atuam em órgãos farmacológicos específicos. Aminoácidos não são drogas, carboidratos, vitaminas, lipídios - esses mecanismos bioquímicos já existem nas células ou são aproveitados por elas. OBS.: a cafeína pode aumentar a atividade do SNC, podendo ser considerada uma droga. Grupo das substâncias chamadas Xantinas, dentro desse grupo encontramos teobromina e teofilina. Tomamos café para estimular o SNC. A canela também é considerada uma droga. A teobromina é encontrada no cacau, sendo o chocolate um estimulante do SNC. A Teofilina está presente em chás. Essas drogas não são capazes de produzir uma dependência química, mas produzem uma habituação, sentindo por exemplo, dor de cabeça quando não se consome a cafeína. OBS.: A droga pode estar dentro do alimento, mas o alimento não é droga. Medicamento - droga que produz um efeito farmacológico benéfico. - Tóxico ou veneno - droga que produz um efeito maléfico. Ex: veneno de cobra. (embora possamos afirmar que todo medicamento também pode ser um veneno e alguns venenos também podem ser medicamentos, dependendo da dose). ex: a dose letal da cafeína é 6g, morrendo por AVE, arritmia cardíaca. ex 2� canabinóides possuem atividades terapêuticas, toxina botulínica. - Fármaco - droga/medicamento de estrutura química conhecida. Nem todos os medicamentos são fármacos. Mas todo fármaco é medicamento. - Remédio - Qualquer substância química ou procedimento que traga benefício ao paciente. Todo medicamento é um remédio, mas nem todo remédio é um medicamento. Remédio não são apenas substâncias químicas, são procedimentos, ações. Ex: Escutar um paciente pode ser um remédio para ele. - Especialidade Farmacêutica - medicamento produzido em escala industrial contendo dosagens padronizadas e forma farmacêutica padronizadas, e embalagem padronizada com nome fantasia. São as caixinhas que encontramos em farmácias. Genéricos não são considerados especialidades farmacêuticas. O nome fantasia serve para facilitar a comercialização daquele medicamento. - Placebo - substância que não é droga, normalmente o placebo é um alimento (lactose, farinha). Usados para testar a eficiência de um medicamento. (grupo teste x grupo placebo). Anotações - GabrielaCarlin Gonçalves 3 Formas e Fórmulas Farmacêuticas Fórmulas Farmacêuticas “É a descrição dos constituintes químicos de um determinado preparado farmacêutico. Podem ser oficinais, magistrais ou especializadas.” - Fórmulas Oficinais: Fórmulas constantes das Farmacopéias Brasileiras ou de outros compêndios oficiais reconhecidos pelo Ministério da Saúde. Não devem ser alteradas. - Fórmulas Magistrais: Fórmula constante de uma prescrição médica que estabelece a composição, a forma farmacêutica e a posologia. Podem variar constituintes e doses de acordo com a terapia. Constituição: - Princípio Ativo (Base Medicamentosa) - Coadjuvante Terapêutico (Trimetoprima + Sulfametoxazol) - dar estabilidade química à medicação. - Coadjuvante Técnico - Corretivo ou Edulcorante (deixar medicamento com um gosto mais agradável, a exemplo dos xaropes). - Veículo (líquidos) ou Excipiente (sólidos) - servem para dar volume ao medicamento, não tem efeito farmacológico. Ex: água, álcool, lactose, amido. Observações: KCL - Princípio ativo (principal) Sacarose - corretivo (mesmo que esteja em dose muito alta) Metilparabeno - coadjuvante técnico (conservante) Propilparabeno - coadjuvante técnico (conservante) Essência de morango - corretivo Corante Vermelho - corretivo ou edulcorante Água Destilada - veículo (q.s.p. significa - quantidade suficiente para …. 100ml). OBS.1� O que caracteriza o xarope - tem que ter pelo menos 65% do seu peso em açúcar. Foi formulada inicialmente para uso pediátrico, para que a criança tomasse. OBS.2� Hipopotassemia - casos com muito vômito, por exemplo, ocorre desidratação e perda de potássio. Observações: Aminofilina - Princípio Ativo Lactose - Veículo Talco - coadjuvante técnico (serve para dar uma liga, aumentar a dureza do comprimido) Medicamento Broncodilatador - usado para tratamento de ASMA. Formas Farmacêuticas É a apresentação final de um preparado farmacêutico, devendo ser estável química e biologicamente; ter de preferência odor, sabor e aspecto atraente e possuir exatidão nas concentrações de seus constituintes, em especial do princípio ativo. O desenvolvimento de uma forma farmacêutica visa facilitar o seu fracionamento, posologia, administração, absorção e conservação.” Classificação: Uso Interno - sólidos, líquidos, pastosos. Uso Externo - Tópico (cutâneo), retal, vaginal, intrauterina, cavidade oral, oftalmológicos/otorrinolaringológicos, especiais. Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 4 Internos Sólidos: 1. Pós É uma mistura de fármacos e ou substâncias químicas finamente divididas e na forma seca, podendo ter aplicação interna ou externa. São quimicamente mais estáveis; são convenientes para dispensar altas concentrações de fármacos;pós de fármacos solúveis apresentam velocidade de dissolução mais rápida e têm melhor biodisponibilidade que comprimidos e cápsulas (vai ser absorvido e começar a fazer efeito de forma mais rápida). Pós a granel, sachet, para inalação, pós efervescentes ou pós para reconstituição (ex: pós que precisam de diluentes para ser aplicado na hora - a exemplo de alguns antibióticos - para não perder estabilidade química). 2. Aglomerados - Pílulas Pequenas, coloridas, lisas, baixas quantidades de princípio ativo (ex: pílula anticoncepcional). - Pastilhas Balas medicamentosas (coadjuvantes em tratamentos - a exemplo de dor de garganta). - Comprimidos Sulcados ou não sulcados. Obs.: quando o médico quiser prescrever uma dose diferente da que vem em comprimidos não sulcados, é aconselhável que mande manipular para comprimidos sulcados, pois aí o paciente toma a quantidade certa. Mandar cortar o comprimido ao meio não divide a dose de forma correta, e a cada hora ele vai tomar uma dose. - Cápsulas Gelatinosas ou amiláceas - Drágeas Líquidos Soluções - Simples e Compostas - Xaropes - Elixires - são preparações líquidas mas que tem como veículo álcool e água. Seria alcool de cereais. Ex: biotônico fontoura era um elixir. Dispersões - Emulsões Mistura de óleo e água na presença de um “agente Emulsionante” Importância: carregar substâncias hidro e lipossolúveis. - Suspensões Não há dissolução completa do soluto no solvente. Formação de um precipitado dentro do frasco. É aconselhado que antes de aplicar se agite para dispersar, mas não quer dizer que vai se dissolver. Suspensão que não pode ser agitada vigorosamente - insulina. Cutânea (tópica) Praticamente não dão efeito colateral sistêmico. - POmadas (à base de vaselina) - Cremes (emulsões mais pastosas) - Unguento s (normalmente com extratos vegetais) - Loções - Cataplasmas (adesivos) - termo pouco usado hoje em dia, mais usado adesivo. - Passagem mais lenta para corrente sanguínea do medicamento. Não indicado para dores, inflamações sistêmicas, mais recomendado para efeito local. No caso de anticoncepcionais adesivos ou reposição hormonal é bem indicado. Retal - Supositórios: tem como base manteiga de cacau, por se dissolver a temperatura corporal. Existe também supositório de glicerina, utilizado para prisão de ventre. A glicerina também se desmancha facilmente e facilita a passagem das fezes. - Enema (Clister, Clisma): vai ser introduzido e o líquido contido dentro será eliminado. É recomendado em casos de fecaloma, quando possível. - Enema. Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 5 Vaginal - Cremes - Comprimidos Diferença para os cremes e comprimidos normais - controle maior de contaminação e controle de PH, para ser compatível com o aparelho reprodutor feminino. - Geleias - Óvulos Cavidade Oral - Gargarejo - não pode ser engolido Oftalmológicas e Otorrinolaringológicas - Colírios: devem ter um controlede qualidade muito grande - Ph compatível com ph da lágrima e viscosidade compatível com a da lágrima. Geralmente tem validade curta e quantidade pequena por conta de perder ph com o tempo e alteração da viscosidade. - Pomadas - geralmente usadas nas áreas ao redor dos olhos, na pálpebra. - Cremes geralmente usados nas áreas ao redor dos olhos, na pálpebra. São absorvidos mais facilmente que as pomadas. Tem efeito mais rápido que as pomadas também. Porém tem efeito menos duradouro. - Gotas auriculares: controle de Ph mas controle de viscosidade não tão importante. Possuem antibióticos, anestésicos locais. Vias Parenterais Ampolas - de uso parenteral e na aplicação de pequenos volumes. Contrastes Radiológicos Sulfato de Bário ou Iodo em exames de imagens renais, gastrointestinais, vasculares e tomografias. Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 6 Farmacocinética “Estudo quantitativo da cronologia dos processos metabólicos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação da droga de um organismo.” Vias de Administração “Representam as diferentes formas de aplicação de uma droga no organismo” São reconhecidas mais de 100 tipos diferentes de vias, que são classificadas de diferentes formas. Divisões: 1. Enterais: Oral e Retal 2. Parenterais: Por difusão (sem injeção ou infusão) Transdérmica, Transmucosa e Inalatória Por infusão (com injeção) Intradérmica, Subcutânea, Submucosa, Intramuscular, Intravenosa, Intravesical, intratumoral, Intraósea, Intracraniana, Intraperitoneal, Intrapleural, Intratecal (Raquidiana), epidural (sobre a dura máter), Peridural (fora da dura máter, Intra-articular), Genitourinária... 1. Vias Enterais Via oral Via de acesso à circulação sistêmica através do TGI. Comprimidos, pós, cápsulas, drágeas, xaropes, emulsões, soluções, suspensões etc. Vantagens: - Comodidade para o paciente - É possível a retirada do medicamento em caso de superdosagem - Preços mais baixos Desvantagens: - O Fármaco em forma sólida só estará disponível após sofrer alguns processos biofarmacêuticos (desintegração, dissolução e absorção). - A absorção dependerá do pH local, temperatura corporal, motilidade gastrointestinal, presença ou ausência de alimentos no TGI, características farmacotécnicas da preparação farmacêutica etc. - requer a cooperação do paciente - normalmente há “ metabolismo de Primeira Passagem” Contra-Indicações: - Na presença de vômitos ou irritações graves no TGI - Quando enzimas do TGI inviabilizam a ação do fármaco, a droga tem alto peso molecular e/ou é tóxica por via sistêmica (insulina, adrenalina, polimixina, bacitracina). - Na presença de alimentos que formam quelatos com medicamentos. Ex: tetraciclinas formam quelatos com magnésio, cálcio, zinco, alumínio e ferro. - Leite e derivados, as preparações vitamínicas, os antiácidos e os catárticos podem também prejudicar a absorção desses fármacos. OBS: Doxiciclina e Minociclina são exceções. 2. Vias Parenterais Vias Parenterais - Sem Injeções Vantagens: - Reduz-se a possibilidade de efeitos sistêmicos. - metabolização sistêmica da droga é desprezível - pode-se medicar pessoas com distúrbios do TGI - evita-se tratamentos dolorosos com injetáveis. Cuidados: - Deve-se observar a existência de lesões de pele que podem aumentar significativamente a taxa de absorção e produzir intoxicação em nível sistêmico. OBS: bebês e crianças têm capacidade de absorção maior do que adultos. Transmucosa Mucosa conjuntival: antiinflamatórios, antibióticos, drogas colinérgicas (Glaucoma). Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 7 Mucosa vaginal: antibacterianos, antimicóticos, antiinflamatórios… Mucosa nasal: vasoconstritores adrenérgicos, antihistamínicos H1, antiinflamatórios, antisépticos… Mucosa do assoalho bucal: analgésicos, ansiolíticos e vasodilatadores coronarianos (Sublingual).* Via muito específica*** Foi desenvolvida com determinado objetivo. Via Sublingual: Vantagens: - Acesso à circulação sistêmica pelo assoalho bucal. - Rápida absorção. - Evita-se o metabolismo de primeira passagem. (as veias que passam pela região sublingual drenam o sangue diretamente para o coração). - não sofre influência do suco gástrico. Desvantagens: - Poucas drogas podem ser utilizadas (nitratos orgânicos, analgésicos, ansiolíticos) pois a absorção é irregular, errática. - O sabor nem sempre é agradável. - nem todos os pacientes aderem ao tratamento. Via Inalatória Via de acesso rápido aos pulmões com promoção de efeitos sistêmicos e/ou locais. Usada para administração de anestésicos gerais, broncodilatadores, anticolinérgicos, anti inflamatórios, etc. OBS: Uso muito útil para pessoas asmáticas. Vias Parenterais - com injeções Via Intradérmica Administração de certas vacinas (BCG) e testes de alergia. Absorção errática, lenta, pequena, derme é muito pouco vascularizada. Aplicação lenta com ângulo de 15° e bisel para cima. OBS.: Região muito dolorosa por ter muitas terminações nervosas nessa área. Porém evita muitos sangramentos. Via subcutânea útil para preparações cuja absorção a partir do tecido subcutâneo deve ser lenta (formação de depósitos); Insulina (a insulina não deve cair diretamente na corrente sanguínea pode produzir choque insulínico, podendo causar riscos à vida. O choque insulínico era usado antigamente para conter pessoas esquizofrênicas). Se não há depósitos, a absorção é mais rápida; GH. Usada na anestesia local infiltrativa com ou sem vasoconstritor. Pode se produzir dor, sensibilização, fibrose e necrose. Via Submucosa Utilizada para administração de anestésicos locais em Odontologia. Pode ser usada com vasoconstritores. Anotações - Gabriela CarlinGonçalves 8 Via intramuscular Utilizada quando uma absorção rápida é desejada. A velocidade de absorção depende da vascularização local; músculos muito vascularizados (deltóide) a absorção é mais rápida; Músculos menos vascularizados (glúteos) a absorção é mais lenta. Pode-se utilizar veículos oleosos, aquosos e preparações depot (suspensões). Pode-se usar vasoconstritores, analgésicos, antibióticos, ansiolíticos, contraceptivos, antipsicóticos e anticonvulsivantes. Recomenda-se aspiração por 5 a 10s. O local de administração no glúteo: Absorção é mais lenta em mulheres (mais gordura). Dúvida: por que o anticoncepcional injetável deve ser muscular, não faria mais sentido ele ser liberado mais lentamente no organismo, como no caso da subcutânea? R: o anticoncepcional não é intramuscular por conta da quantidade de medicamento injetado (o tecido subcutâneo não aguenta grandes quantidades) e também o anticoncepcional injetável possui um princípio ativo em sua formulação ligado a aminoácidos que permitem que o medicamento seja liberado mais lentamente, para que tenha o efeito de 30, 60, 90 dias. Via endovenosa - Vantagens Não há absorção - a droga já está 100% no vaso, disponível! Absorção: passagem do local depositado para os líquidos orgânicos. pode-se administrar drogas irritantes. Permite que se calcule a dose exata disponível no sangue. ação farmacológica é imediata. Permite a administração de grandes volumes (soros, plasma, soluções nutritivas). OBS: A via endovenosa é possível fazer a pulsão também, para exames laboratoriais, por exemplo. - Desvantagens Não se pode errar a dosagem, nem a droga. Pode provocar liberação de autacóides (histamina, bradicinina e prostaglandinas). Não se pode administrar soluções oleosas ou suspensões. Deve ser observada a inexistência de bolhas de ar na seringa. Exige técnica estéril, riscos de infecção por contaminação. Via intra-arterial Quando se deseja que toda a dose da droga atinja um órgão especificamente. Usada para administração de antineoplásicos, radiofármacos e antibióticos Fígado, cabeça e pescoço, cólon, reto, bexiga, cérvix uterino, mama, melanoma e sarcomas. Celíaca, femoral, braquial, radial, hepática, carótida externa ou interna (uso hospitalar). Via intracardíaca De uso emergencial em casos de parada cardíaca (adrenalina). De técnica difícil. Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 9 Intra óssea A droga é depositada na medula óssea e cai rapidamente na circulação. De uso hospitalar. Esterno, Tíbia, clavícula e fêmur. A droga é rapidamente distribuída pelo organismo. Exige técnica apurada do profissional Usada também para punções (medula óssea). OBS: O processo é um pouco doloroso. Via Intraperitoneal Na administração de grandes volumes; diálise peritoneal (insuficiência renal, excesso de ureia e potássio ou intoxicação por barbitúricos e salicilatos). Muito útil em experimentos laboratoriais (ratinhos - o peritônio é muito vascularizado, sendo a absorção muito rápida, pouco mais lento que a endovenosa, mas no ratinho fica impossível fazer via endovenosa, então se usa via peritoneal.) Pouca utilização na clínica médica humana. Vias: Intratecal, Subaracnóidea ou Raquidiana Via de resposta local rápida sobre as meninges e o eixo cérebro-espinhal. Entre a pia-máter e o aracnóide. Pode ser dolorosa Útil em anestesias regionais (bupivacaína), diagnósticos radiológicos, tratamentos de tumores cerebrais e infecções do SNC. Via intra-articular Medicamentos (analgésicos, antiinflamatórios, antibióticos) são colocados diretamente na cápsula articular (local de ação), aumentando a dose útil disponível na região. Pode produzir artrite séptica e hematomas. OBS: pode ser usado para punções também (para edemas com exsudato/transudato) por exemplo. Meia Vida (T 1/2) “É o tempo necessário para que a concentração plasmática de uma droga caia pela metade” OBS: drogas que podem ser calculadas a meia vida - administração única. Ex: O medicamento sendo difundido na corrente sanguínea não tem como. Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 10 Penicilina com meia vida tão grande - metabolismo: a penicilina nem é metabolizada pelo fígado. O fígado não tem enzimas para metabolizar a penicilina, o que dificulta sua excreção. Ela será eliminada da mesma forma que foi administrada (em termos de molécula - vai sair a mesma). Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 11 Farmacocinética I - Absorção de Drogas Conceito de absorção: É o fenômeno de transferência de uma droga do local onde foi depositada para os fluidos corporais, em especial para a corrente sanguínea. (pode ocorrer também pela via linfática). Modalidades de Absorção: Processos passivos - Difusão simples pela membrana - Difusão simples por canais - Difusão facilitada Processos ativos - Transporte ativo Processos pela membrana - Pinocitose - Fagocitose A maioria das drogas fazem difusão simples. Mecanismo mais importante para a absorção de drogas. Fatores que determinam a absorção de drogas: A - Solubilidade da droga (lipossolubilidade/hidrossolubilidade) OBS.: principalmente na via de difusão simples. Álcool consegue se dissolver tanto na água quanto no lipídio. O arranjo atômico determina a solubilidade também - polaridade. o que determina a polaridade - distribuição eletrônica da molécula. A solubilidade depende da polaridade e do diâmetro da membrana. O tamanho da droga também influencia na capacidade de atravessar a membrana. Olhe como a molécula maior desvia. Além disso, é polar. Já a penúltima molécula, tem tamanho razoável, porém épolar e depende de proteína transportadora. - B - Área de superfície para absorção Quanto maior a área, maior a absorção. Intestino, estômago, pulmões. - C - Circulação sanguínea local Quanto maior, mais intensa a difusão, maior a absorção. Pulmões, TGI, músculo esquelético. - D - pH no sítio de absorção Bom gravar que o ph sanguíneo gira em torno de 7,40. Variação de 0,05. Suco pancreático - mais alcalino por conta do bicarbonato. Sangue: Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 12 Alcalose: Respiratória (hipocapnia; ansiedade) METABÓLICA - HIPOCLORÊMICA (VÔMITOS) Hipocaliêmica (diuréticos - ex: furosemida, hidroclorotiazida). Acidose: Respiratória - (asma, DPOC - hipercapnia) Metabólica (insuficiência renal, cetoacidose diabética, envenenamentos). No caso da diabetes - como a glicose não consegue se degradar de forma correta, o organismo procura outra via pra pegar energia, começa a liberar corpos cetônicos (ácidos) pelo uso da reserva lipídica. Teoria Ácido-Base Conceito de ácido base segundo Lowry-Bronsted: Considera-se um ácido a substância que tende a doar o seu próton. Então: Ácido: Aquele que vai doar o h+ Base: aquele que vai receber o H+ Ácido forte - grande tendência em doar o próton. Ácido Fraco - pequena tendência em doar o próton. - E - pKa da droga PKA é uma propriedade química da droga. PH na qual a droga está 50% ionizada (cargas elétricas) e 50% não ionizada (forma molecular). Ex: PKA da morfina é 8 - o que significa? Quanto mais alto for o valor (acima de 7), mais forte a base, e quanto mais pra baixo (abaixo de 7), mais fraca a base. Então a morfina seria uma base forte. Já o diazepam seria uma base fraca (PKA = 3). Pensando em ácidos é o inverso: A aspirina (pka= 3,5 -Abaixo de 7) é um ácido mais forte que a phenytoin (PKA = 8,2 - acima de 7). Ácido ascórbico seria o ácido mais fraco (PKA = 12). ex. Estômago vazio - ácido, Toma droga ácida (aspirina), melhor absorção (meio lipossolúvel). A aspirina em meio básico fica hidrossolúvel, sendo pouco absorvida e tendo reduzido o efeito medicamentoso . Como em tomar medicamentos para a cefaléia, a dor não passaria. Por meio desse princípio, indicaremos o melhor horário para o paciente tomar determinados medicamentos. Quanto menor o grau de ionização da droga no meio, maior será seu "aproveitamento". Droga ácida - estômago vazio (meio ácido) Droga básica - estômago cheio (meio básico) F - Concentração da droga no local S1 - difusão simples - quanto maior a concentração, maior a velocidade de transporte da substância. Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 13 S2 - Difusão facilitada G - Interação com alimentos (no caso da via oral) Pode favorecer ou desfavorecer, dependendo da natureza química da droga, da quantidade e do tipo de alimento. OBS.1� enfatizar bem ao paciente quando ele deve tomar o medicamento! OBS.2� Tem medicamentos que são bem absorvidos tanto de estômago cheio quanto vazio, um exemplo é a cafeína. PKa varia pouco para o básico ou para o ácido, podendo ser tomado em qualquer horário. intoxicação - não necessariamente o paciente irá morrer, mas sim ter efeitos colaterais bem indesejados. Farmacocinética II - Distribuição de Drogas Distribuição - Processo no qual as moléculas de uma droga - após a absorção - são transportadas pelo sangue até os tecidos corporais. Distribuição - Órgãos suscetíveis - sofrerão a ação da droga (ansiolíticos - SNC central é o sistema responsivo) - Órgãos Ativos - que metabolizam a droga (em especial o fígado) (outros - pulmões, aparelho digestivo) - Órgãos Inativos ou Indiferentes - que servem como reservatório temporário daquelas moléculas (ex: ossos, músculos, tecido adiposo) - Órgãos Enunctórios - que eliminam a droga (ex: rins, aparelho digestivo, pulmões, glândulas - lágrimas, saliva) Fatores que influenciam a distribuição - Fluxo sanguíneo tecidual (pulmões é alta a vascularização, músculos em repouso x musculos em atividade - quanto maior a vascularização em um tecido, maior a ação da droga. ) - Propriedades físico-químicas da droga. Está ligado à capacidade de atravessar a membrana. Lipossolubilidade e hidrossolubilidade. - Características das membranas Membranas mais espessas têm mais resistência para que as drogas passem. - Taxa de ligação às proteínas plasmáticas e teciduais. Distribuição É muito difícil quantificar a distribuição de uma droga em um tecido. É possível se quantificar no sangue, no plasma e no LCR. VD - Volume de distribuição: volume no qual a droga deve dissolver-se para que sua concentração seja igual à do plasma. VAD - Volume Aparente de Distribuição: volume de líquido do corpo no qual o fármaco está aparentemente dissolvido. (criado para suprir a incompatibilidade que a primeira fórmula gerava). VD - Dose (Q) / Concentração Plasmática (C) Droga X na dose total de 400mg me fornece uma concentração plasmática de 0,1 mg/ml VD - 400mg/0,1 mg/ml = 4000 ml ou 4 L Interpretação: droga que se distribui mal pelos tecidos, que por algum motivo não consegue passar para dentro do parênquima renal, miocárdio, músculos, SNC... Droga Y na dose total de 250mg me fornece uma concentração plasmática de 0,0025 mg/ml. VD - 250 mg / 0,0025 mg/ml = 100000 ml ou 100 L. Interpretação: droga homogeneamente distribuída pelos tecidos, ou seja, passando facilmente pelos tecidos corporais, conseguindo sair do plasma e invadir os tecidos. Cloroquina VD= 15000 (litros/70kg) Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 14 Fluoxetina VD = 2500 (litros/70kg) Morfina VD = 230 (litros/70kg)Diazepam VD = 140 (litros/70kg) Dipirona VD = 40 (litros/70kg) Etanol = 30 (litros/70kg) Clordiazepóxido (primeiro benzodiazepínico) VD = 28 Warfarin (anticoagulante) VD = 8 (litros/70kg) Se a cloroquina realmente funcionasse para o covid, iria funcionar muito bem para todos os tecidos. Pois tem fácil infiltração. 1º - VD mais baixo - droga não está atingindo os tecidos e está se concentrando no plasma sanguíneo. Droga que poderia ser: Warfarin 2º - VD intermediário - certa concentração no plasma e certa concentração no tecido. Houve algum grau de distribuição maior que o primeiro. ex: clordiazepóxido. 3º - VD alto - pessoa que está tomando cloroquina por exemplo. Droga que passa facilmente pelos vasos sanguíneos e se infiltra nos tecidos corporais facilmente e homogeneamente. Concluindo : Quanto maior o VD, mais facilidade de se distribuir pelos tecidos corporais. Quanto mais droga no tecido, maior a possibilidade de ocorrer efeitos colaterais. Ligação Droga - Proteínas Plasmáticas Sangue: - Droga livre (dissolvida no plasma) - Droga ligada a proteínas plasmáticas (temporariamente indisponível, inativa, em reserva). OBS: Plaquetas, Leucócitos, Eritrócitos, LDL, HDL Albumina (ácidos fracos - penicilinas e salicilatos) - É a principal proteína osmótica plasmática. Fundamental no controle da pressão arterial. Transferrina (ferro) Transcortina (esteróides) Transcobalamina (Vit. B12) Ceruloplasmina (Cobre) Alfa-1-glicoproteína Ácida Para que servem as drogas ligadas a proteínas plasmáticas? Funcionar como armazém, depósito de drogas, a medida que moléculas livres vão sendo consumidas, a albumina por exemplo, vai liberando novas moléculas, que estavam presas a ela. Portanto, esses tipos de drogas que usam ligações com proteínas possuem maior tempo de liberação. Meia vida maior, tempo que permanece no organismo maior! AGP (Alfa-1-Gliproteína Ácida) 41 a 121 mg/dl de sangue Elevada na artrite reumatóide, doença de Crohn, queimaduras, infarto no miocárdio, lúpus eritematoso sistêmico, neoplasias (especialmente com metástase), exercício físico vigoroso. Diminuída na desnutrição, hepatopatias graves, enteropatias com perdas proteicas. O resultado não deve ser usado isoladamente para diagnóstico. Sobre ligações da droga com a proteína plasmática: Porcentagem Baixa de Ligação às proteínas: menor que 30% Porcentagem Média de Ligação às proteínas: 30 a 75% Porcentagem Elevada de Ligação às proteínas: acima de 80% OBS.: Warfarin - 99,5% das moléculas no plasma estão ligados a proteínas plasmática, e relembrando que tem VD baixo, ficando no vaso sanguíneo (efeito anticoagulante - ideal que não saia do vaso). Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 15 Imagem 1 - poucas moléculas ligadas às proteínas plasmáticas (bolinhas azuis/bola branca). Grande quantidade de moléculas conseguirão sair do vaso sanguíneo para a célula. Deixam os capilares sinusóides com facilidade também e entram nos hepatócitos para serem transformadas. Depois, vão para os rins, onde também vão ser excretadas com facilidade. consequentemente > A concentração plasmática sobe rapidamente e cai rapidamente. Conclusão: uma droga que se liga pouco a proteínas plasmáticas, terão efeito rápido mas serão metabolizadas e excretadas rapidamente, tendo o tempo de ação efetiva reduzido. O contrário acontece na imagem 2. Fatores que Interferem na Ligação Droga-Proteína Plasmática A) Afinidade Química entre a droga e as proteínas. Se não tiver afinidade química entre a droga e algum ponto da proteína, as substâncias não vão se ligar. Existe uma grande quantidade de sítios de ligação entre a proteína e a droga, se ligando em grandes proporções, de forma muito intensa. Podem existir até competições por sítio de ligação entre drogas. Droga A - adm primeiro Droga B - adm uma semana depois Droga A e B competem pelo mesmo sítio de ligação, sendo a B mais potente do que a A. Dessa forma, a B irá se ligar bem mais a proteína e fazendo com que a A seja deslocada e irá ficar livre no sangue, tendo seu efeito aumentado. B) Concentração sanguínea da droga A diminuição de albumina plasmática leva a uma maior concentração sanguínea da droga, assim como a capacidade de ligação está diretamente relacionada à quantidade livre de droga no sangue e potencialização de efeito. C) Concentração das proteínas plasmáticas > Hipoalbuminemia a fração livre estará aumentada: Cirrose , hepatites, síndrome nefrótica, desnutrição grave, hemorragias prolongadas, velhice e gestação (hemodiluição). OBS: cirrose e hepatite - hepatopatias importantes que levarão a uma diminuição da síntese de proteínas plasmáticas. Se o indivíduo tem uma doença grave no fígado ele terá uma consequência em decorrência da diminuição da síntese de albumina plasmática e isso vai implicar no uso de medicamentos (diminuição do metabolismo hepático). O médico deve ficar atento aos efeitos que a droga vai apresentar nesse indivíduo e tomar cuidado com certos medicamentos. Alcoólatra com comprometimento hepático (cirrose) - diminuição da albumina circulante que gera uma maior quantidade de álcool circulante no sangue, fazendo com que o indivíduo se embriague de forma muito mais fácil, pela maior quantidade de álcool livre no SNC. OBS 2� O indivíduo com síndrome nefrótica perde albumina na urina (albuminúria), refletindo na quantidade de droga livre no plasma. OBS 3� indivíduo com desnutrição - se ele está desnutrido, não tem aminoácido para fazer a síntese das proteínas, diminuindo a pressão coloidosmótica, ocorrendo o extravasamento de água. OBS 4� velhice - insuficiência renal em diferentes graus e insuficiênciahepática por conta da idade, mesmo que não tenha pré requisitos para essas insuficiências. D) Competição pelas proteínas plasmáticas Ligação Droga - Proteínas Teciduais “ Sequestro pelos Tecidos” - Tetraciclina, Chumbo, Sais Ferrosos - Tecido Ósseo Ex: grávidas tomavam tetraciclina para infecção, o bebe nascia e com 8, 9 anos, apresentavam a dentição Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 16 permanente manchada pelo sequestro da substância pelo tecido ósseo da criança. Por isso, gestante não deve tomar tetraciclina. - Inseticidas Organoclorados - Tecido adiposo. Isso é um problema. Existe um índice preocupante de intoxicações por essas substâncias em agricultores, por não utilizarem de forma correta os EPIs. Pacientes mais magros têm menos efeito pois tem pouco tecido adiposo. Pacientes de maior tecido adiposo tem mais efeitos. Quando o tecido adiposo não absorve mais a substância, ela vai para o sangue e isso gera consequências ainda mais graves. - Digitálicos - Rins LSD - “flashback” - uso de LSD e em 6 meses após o uso o LSD volta pro sangue e volta para o SNC e tem o efeito como se tivesse acabado de fazer o uso da droga. Digitálicos são renotóxicos e pacientes que fazem uso devem ser acompanhados. - Lítio - Rins e coração Uso de medicamentos psiquiátricos. - Mercúrio e Bismuto - Rins, fígado e baço. Pessoal de garimpo tem consequências pela aspiração de mercúrio usado para fazer amálgama. Distribuição e Barreiras Biológicas Barreiras que existem para proteger o órgão. - Hematoencefálica (endotélio capilar + bainha dos astrócitos) Barreira glial onde os capilares são recobertos por prolongamentos dos Astrócitos. Células endoteliais são unidas por junções muito íntimas, ou seja, os poros dos capilares são pouco e muito estreitos. OBS: A parede endotelial (com 3 núcleos em azul - células endoteliais) envolvido pelos pés dos astrócitos. Para uma molécula conseguir atingir o neurônio, tem que atravessar essas barreiras. Ou a molécula é muito pequena ou tem ótima lipossolubilidade (psicotrópicos tem que ser muito lipossolúveis). Possui importância clínica no combate de infecções do SNC e para a ação de psicotrópicos. Penicilina não atravessa a BHE facilmente, pois é um ácido orgânico muito ionizado e sua fração não ionizada é pouco lipossolúvel (a lipossolubilidade depende do arranjo atômico da molécula). Drogas muito lipossolúveis atravessam a BHE rapidamente (anestésicos, álcool, ansiolíticos, etc). OBS: Barbitúrico tem uma lipossolubilidade MUITO alta, tendo um tempo de ação no SNC de apenas 20 min. Usado como indutor de anestesia (depressor do SNC). - Hematoliquórica (endotélio capilar + epitélio do plexo coróide) - Placentária Pouco seletiva, permite a passagem de diversas drogas (antibióticos, álcool, morfina, heroína, nicotina, cocaína, fenobarbital, etc.) O estudo começou depois da tragédia com a Talidomida, que causou muitas deformidades nas crianças nos anos 60. Era um medicamento utilizado para enjoos. Isômeros ópticos da Talidomida. A talidomida é um medicamento com isômero S antiangiogênico. A antiangiogênese não permite a formação de vasos sanguíneos e consequentemente não permite a formação dos MMSS e MMII. Hoje em dia ainda tem a tentativa de separar apenas o isômero com efeitos desejados, no caso o R. Porém isso tem um alto custo. Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 17 Biodisponibilidade Conceito: “ É a relação entre a quantidade e a velocidade de absorção de uma droga a partir da forma farmacêutica de apresentação e suas características farmacocinéticas.” Equivalência Farmacêutica X Bioequivalência Equivalencia: duas ou mais preparações estão na mesma forma farmacêutica, são utilizadas pela mesma via e apresentam a mesma dose do princípio ativo. Bioequivalência: duas ou mais preparações têm as mesmas biodisponibilidades das drogas ou em cada uma delas não são biodisponibilidades significativamente diferentes. Ex: medicamento referência X medicamento genérico. OBS.: Podemos ter um medicamento que seja equivalente farmaceuticamente, mas não seja bioequivalente !!!! Fatores de Influência Propriedades Físico químicas da droga Tamanho das partículas, se em forma cristalina (ligado a sal) ou amorfa (ex: pomada), Pka (50% em forma ionizada e 50% em forma molecular), grau de hidratação, solubilidade. Variáveis Farmacocinéticas Qualidade, tipo e quantidade de aglutinantes, diluentes, estabilizantes, flavorizantes, corantes, excipiente ou veículo. Forma farmacêutica (a disponibilidade é decrescente da: solução > emulsão > suspensão > cápsula > comprimido > drágea) Condições de manufatura, embalagem e armazenamento. Dose administrada. Vias de administração. OBS.: Não se deve armazenar medicamentos no banheiro, pois é quente e úmido. Fatores Fisiológicos e Características do Paciente Peso, idade, sexo Ansiedade e grau de estresse (cortisol, mobilização de ac. graxos, interferência nos sítios de ligações das proteínas plasmáticas, aumento da disponibilidade.) Ex: anticoagulantes orais, betalactamatos e anestésicos locais. Patologias e características genéticas Velocidade do trânsito intestinal Metabolismo de primeira passagem Interações droga/droga e droga/alimento. A concentração aumenta, atinge seu pico de concentração plasmática e vai decaindo pois não tem mais droga a ser absorvida. AUC - Area Under Curve - área abaixo da curva - pode ser calculada. NPE - Nivel plasmático efetivo - dose mínima de droga que tem que existir no plasma para que o efeito possa ser observado. Pouco acima do 2 (reta) - 2,5 nG/ml de sangue a droga já começaa fazer efeito. Quando a curva estiver abaixo dessa linha significa que a droga está no plasma mas não faz efeito. Abaixo dessa linha (próxima do 2) o medicamento não faz mais efeito. O medicamento faz efeito mais ou menos durante 3 horas e meia. Considerando que o 0 seja meio dia, a partir das 16 horas não faz mais efeito. Assim, em torno das 16 horas, devo administrar uma nova dose da droga. Porém na nova administração, o pico plasmático será maior, pois ocorre a somatória das drogas que ainda permanecem no plasma + nova dose da droga. Assim, por meio dessas curvas, podemos determinar a periodicidade de ser administrado o medicamento. Dúvida: se a droga for muito tóxica, não é perigoso ter essa somatória das drogas no organismo? Resposta: se a droga for muito tóxica ela será administrada em ambiente hospitalar, e não em casa, não tendo risco para o paciente ter problemas com toxicidade. O acúmulo não pode chegar em nível tóxico = CMT! Se não estiver chegando no nível tóxico, não tem problemas. CMT - concentração máxima tolerada. Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 18 ex: o CMT é 15, o paciente pode tomar os medicamento e ter a readministração até que chegue perto da CMT pela somatória das administrações. 1ª dose - chegou em 10 2ª dose - chegou em 12 3ª dose - chegou em 14 4ª dose - chegou em 14,5 5ª dose - chegou em 14,75 A indústria farmacêutica sabe quando estará perto do cmt então as doses devem ser tomadas no horário certo determinado, para que não ultrapasse a cmt ou ultrapasse. Pois mesmo que ocorra somatória, vai ocorrendo eliminação das drogas anteriores, então ao mesmo tempo que tem a somatória das doses também está correndo subtração. Gráfico comparativo (digoxina) Uma mesma droga, na mesma dose, pela mesma via, com mesma forma farmacêutica, mas com fórmula farmacêutica diferente. ex: As 4 indústrias enviaram para a ANVISA esses medicamentos para serem estudados em sua bioequivalência: Estipulado pelo professor, cmt = 2 e npe = 1 Preto - ultrapassou a concentração máxima tolerada (crescimento da curva de forma muito rápida) Cinza - absorção um pouco mais lenta, pico de concentração plasmática em torno de 1,5 e começa a decair. Azul escuro e Azul claro - absorção muito lenta e não atingem o NPE ( que é 1 ). Laudo: lab n1 - absorção muito rápida porém ultrapassa a cmt; lab n2 - absorção rápida e não atinge cmt e age acima do npe, sendo ideal e aprovada. Labs 3 e 4 - reprovados por não atingirem o npe e também terem absorção muito lenta. Nessas 4 formulações NÃO EXISTE BIOEQUIVALÊNCIA elas tem apenas equivalência farmacêutica. E apenas a formulação do laboratório 2 é viável. Gráfico Comparativo (níveis terapêuticos X tóxicos) Gráfico comparativo de níveis terapêutico e tóxico de duas diferentes formas farmacêuticas (ampolas e comprimido). Tempo de concentração do comprimido: pode ser calculado pela área e podemos ver que tem mais durabilidade que o meio intravenoso. Porém demora mais para começar a agir. O intravenoso pode dar desconforto no início da aplicação, mas passa rápido. Não tem equivalência farmacêutica e nem bioequivalência. Gráfico comparativo Gráfico de Níveis terapêuticos de duas diferentes fórmulas farmacêuticas (x e y) de uma forma, de uma mesma droga, pela mesma via e na mesma dose. Não existe bioequivalência entre esses dois medicamentos, apenas equivalência farmacêutica. A realidade do medicamento genérico no Brasil em 2019. Atualmente são 85 laboratórios licenciados. Existem 3325 registros e 21,7 mil diferentes apresentações. Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 19 Em 2019 foram comercializados 1,482 bilhões de unidades. Similares cresceram 4,37% e os de referência 2,18 %. OBS.: se um medicamento não pode ser classificado como genérico, ele pode ser classificado como similar. Similar - não é uma medicação que não faz efeito, é uma medicação que não tem características farmacocinéticas muito semelhantes ao genérico ou ao medicamento de referência. Hoje, o genérico apresenta 34,4% do mercado total de medicamentos no Brasil. Dos 20 medicamentos mais prescritos em 2019, 15 foram com indicação de princípio ativo genérico. Os 5 genéricos mais vendidos em 2019 foram: Losartana, Hidroclorotiazida, Amoxicilina, Sinvastatina e Atenolol. Aula 22/03/2021 - Segunda-Feira A realidade do Medicamento genérico no Brasil Nem todos os genéricos são de má qualidade, devemos comprar de laboratórios confiáveis. Curvas de Concentração Plasmática X Tempo (medicamento referencia x genérico) Análise de Estudo da Bioequivalência da Ranitidina (referência X genérico) na mesma dose, pela mesma via (oral), com a mesma forma farmacêutica (comprimido) mas com fórmula farmacêutica diferente. OBS.: Medicamento com ótima bioequivalência (curvas de decaimento muito próximas). Gráfico comparativo Análise da Curva de Concentração Plasmática X tempo de droga por via oral. O aumento da diurese (principalmente com uso de bebidas alcoólicas) faz com que o medicamento seja eliminado do organismo mais rapidamente. D = dose de ataque - ponto de equilíbrio Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 20 Biotransformação de Drogas (metabolismo) Conceito: Processos de alterações químicas que as drogas sofrem no organismo, seja através de atividade enzimática ou por simples interações físico-químicas. OBS: mais comum por interações de enzimas. Objetivos: - Aumentar a hidrossolubilidade (polaridade) das moléculas. (ao fazer isso facilita a excreção pelos rins). - Inativar parcialmente(formará um metabólito ativo - ação farmacológica inferior a droga em questão) ou totalmente (metabólito inativo) a atividade farmacológica das drogas. Ex: penicilina sai da mesma forma que entrou no organismo, pois não é metabolizada. A maior parte dos antibióticos são difíceis de serem metabolizados. OBS: existem medicamentos que são ativados ao invés de inativados no fígado, sendo chamado de pró fármacos ou pró droga. Dependem do fígado para ter seu efeito farmacológico. CYP - Citocromo P 1A2 (grupo de enzimas que trabalham em conjunto) - quando agem sobre a cafeína, 4% das moléculas de cafeínas são convertidas em teofilina, 12% em teobromina e 84% em paraxantina. Esses são os 3 primeiros metabólitos da cafeína, sendo eles ativos e estimulantes do SNC. A última parte que indicam as setas, por exemplo o ácido 7 metilúrico, não são mais ativos. Para investigar se você tomou cafeína no dia, deve ser investigado na urina então, esses últimos metabólitos da cafeína. Em um exame antidoping, será investigado os metabólitos formados a partir da droga que pode ter sido usada pelo atleta. Ex: Atletas começaram a usar furosemida (antidiurético) como doping para acelerar a excreção dos metabólitos dos anabolizantes. A partir daí a droga começou a ser investigada nos exames antidoping. Se der no exame qualquer metabólito de aldosterona o atleta é suspenso. Outro exemplo: metadona - opióide e seu metabolism Órgãos metabolizadores: ● Fìgado (mais importante) ● Pulmões ● Intestino ● Rins ● Placenta ● Pele Etapas da Biotransformação Fase 1� Conversão das moléculas em metabólitos mais polares (introdução de OH, COOH, NH2) - quanto mais polar, mais solúvel ela é e mais fácil de ser eliminada. Mecanismos de oxidação, hidroxilação, dealquilação, deaminação e hidrólise (não hepáticas). Reações ocorrem no REL (sistema microssomal hepático). Executadas pelo sistema P-450 (CYP450) - (sistema enzimático mais importante no organismo humano - capaz de metabolizar centenas de drogas), monooxygenases, oxigenases de função mista, proteínas heme, exigem oxigênio, NADPH 2 e NADH. Aula de Sexta - Feira - dia 26/03/2021 Fase 2� Conjugações, acoplamento da droga ou metabólito a um substrato endógeno (ácido glicurônico, glutationa, ácido sulfúrico, radicais acetato, radicais metila e radicais fosfato. Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 21 Glucuronidação (UDP - glicuronosil transferase), sulfonação, metilação, conjugação com a glutationa e acetilação. OBS.: A velocidade das acetilações depende do fenótipo acetilador do indivíduo, ou seja, existem acetiladores rápidos e acetiladores lentos. Ex; isoniazida. Exemplo de um processo metabólico que temos reações de fase 1 e fase 2. Geralmente as drogas tem muitos metabólitos. Etapas da biotransformação Fase 1� Aspirina - medicamento para dor, sofre oxidação hidroxilação, deaminação, hidrólise e se transforma em: Ácido salicílico - ainda é um metabólito ativo Fase 2� O ácido salicílico perde a hidroxila sofrendo conjugação e se torna o glucuronide , um metabólito que não tem mais efeito farmacológico. Esse é o principal metabólito da aspirina. OBS.: Em alguns casos o glucuronide reage com o ferro e a urina se torna roxa. Pode ser identificado, portanto, por meio do sulfato de ferro. Metabólitos do Paracetamol Medicamento que deve ter cuidado para pacientes que desejem fazer uma overdose. Cerca de 1 a 4% do paracetamol é excretada sem sofrer alterações, 1 a 2% sofre excreção biliar, cerca de 3% sofre conjugação com a cisteína, no SNC é convertido em paraminofenol, que sofre processos de conjugação com ac. graxos. Existe uma conjugação com ac. glicurônico, conjugação com ácido sulfúrico e uma conjugação que forma a N-acetil-p-benzoquinoneimina, sendo esse um metabólito tóxico. O fígado conjuga esse metabólito na tentativa de eliminar, tentando formar glutationa. No entanto, ainda sobram metabólitos tóxicos, causando um processo de hepatotoxicidade. Por isso, com esses pacientes devemos tomar cuidado e não usar esse medicamento por longos períodos de tempo. OBS.: Alguns pediatras intercalam paracetamol com dipirona, para evitar esse processo de toxicidade (sobrecarregar a atividade metabólica hepática). Hepatopatas não devem tomar paracetamol. Fatores que interferem na biotransformação Genéticos: Alterações nas concentrações (metabolizadores rápidos e metabolizadores lentos) e/ou no tipo das Anotações - Gabriela Carlin Gonçalves 22 enzimas (pseudocolinesterase succinilcolina ativa ou pseudocolinesterase succinilcolina inativa) no organismo. Patológicos: Desnutrição, hepatopatias, alcoolismo, esteatose, causas idiopáticas (antidepressivos). OBS: Desnutrição - sem proteínas não conseguimos sintetizar enzimas na quantidade e na qualidade que o organismo precisa para metabolizar os medicamentos. Alcoolismo - desenvolvimento de hepatopatia (cirrose hepática). Causas idiopáticas - antidepressivos produzem alteração na biotransformação (processo muito individual, não é comum). Fisiológicas: idade, sexo, período neonatal, gestação OBS.: Crianças não têm o mesmo metabolismo hepático que adultos - ex: síndrome do bebe cinzento; Idosos têm o fígado “cansado” já do metabolismo. Farmacológicos - Ph urinário - Indução enzimática ( fenômeno que decorre do uso crônico - 15 a 20 dias - de determinados tipos de medicamentos que vão comprometer o metabolismo de outras. Ex: esteróides - corticóides, barbitúricos, fenilbutazona, tolbutamida, etanol, nicotina…) - Inibição enzimática (ex: neostigmina, fenelzina, metronidazol…) OBS.: Relação entre níveis de TGO e TGP e fenobarbital, mas pode ser também por lesões hepáticas
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