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Curso de leitura de lâminas ERITROPOIESE (período de formação das hemácias) 1. No início da vida a produção das células sanguíneas ocorre em um grupamento de células redondas no saco vitelínio. Esta fase da hematopoiese é chamada Periodo embrionário 2. A partir do quarto até o segundo mês de vida fetal, as células do sangue são formadas no baço e no fígado. Esse período é conhecido como período hepatoesplênico 3. Somente após o sexto mês é que as células sanguíneas são produzidas na parte esponjosa dos ossos. A esta fase damos o nome de Período medular. 4. Até os 4 anos de idade, quase todos os ossos têm tecido hematopoiético. Com o passar dos anos, parte desse tecido vai sendo substituído gradativamente por gordura 5. A eritropoiese que é regulada pela eritropoetina, uma glicoproteína que estimula a medula óssea a produzir mais células eritroides 6. Por volta dos 25 anos, a produção de eritrócitos e outras células sanguíneas ficam restritas a alguns ossos PROERITROBLASTO ERITROBLASTO BASÓFILO Célula de grande porte Célula um pouco menor do que o PE Alta relação núcleo/citoplasma Relação nuclero/citoplasma variando de moderada a alta Citoplasma com basofilia variável Cromatina mais condensada que o PE sem presença de nucléolos Pode exibir projeções citoplasmáticas Citoplasma intensamente basófilo ERITROBLASTO POLICROMÁTICO ERITOBLASTO ORTOCROMÁTICO Célula de pequeno a médio porte, geralmente menores que o EB Célula de pequeno porte, geralmente Citoplasma azul claro-acinzentado Relação N/C mais diminuída que o EP Cromatina condensada e heterogênea e sem nucléolos Citoplasma pode variar de discretamente basófilo a acidófilo (semelhante a coloração das hemácias) Cromatina condensada, mais homogênea que seu antecessor O núcleo picnótico e geralmente lateralizado PE e EB: Podem ser observados em sangue periférico em casos mais raros estão presentes na hematopoiese extramedular intensa, eritroleucemias, metástases ou infiltração da medula óssea por tumores não hematológicos, e raros casos de mielodisplasias EP e EO: Podem estar presentes em sangue periférico como resposta hematopoiética reacional da medula, como em crises hemolíticas agudas intensas e hemorragias graves. Mas também podem estar presentes em casos de hematopoese extramedular. São hemácias jovens que ainda contém RNA ribossômico; São visíveis apenas em coloração supraviral; Os ribossomos com RNA se precipitam formando grânulos finos filamentosos no interior das hemácias As hemácias coram-se em azul esverdeado claro e os retículos em púrpura- azulado. São elementos anucleados com formato arredondado, bicôncava e com halo central; As funções primordiais dos glóbulos vermelhos são as de transportar oxigênio dos pulmões aos tecidos, mantendo a perfusão tissular adequada, e transportar CO2 dos tecidos aos pulmões; A hemoglobina, que constitui 95% das proteínas das hemácias, é a responsável por essas funções. A presença de eritroblastos em sangue periférico pode aumentar falsamente a contagem global de leucócitos. Então... O que fazer? Como a contagem global de leucócitos liberada foi a soma de leucócitos e eritroblastos, a correção é realizada através de uma regra de três simples. Exemplo: Contagem global de leucócitos não corrigida: 48.000/mm3 Número de eritroblastos: 16 Eritrograma: Foram encontrados 16 eritroblastos em 100 leucócitos contados. Ou: Presença de 16 eritroblastos, correspondendo a cerca de 6.603mm3, em 100 leucócitos contando Eritroblasto = 48.000 – 41.397 = 6.603mm3 Leucograma: Contagem global corrida pelo número de eritroblastos Hemoglobinopatia C (homozigota), doenças hepáticas, anemias hemolíticas, associação de hemoglobina C com Talassemias, Anemia falciforme e na deficiência de ferro pós-esplenectomia. IMPORTANTE: Os condócitos podem ser observados como artefato devido á confecção de distensão sanguínea indaqueada. Presente em patologias como na talassemia beta maior, anemia megaloblástica e Mielofibrose. Na Mielofibrose e Beta talassemias após a esplenectomia, ocorre uma diminuição do número de dacriócitos, sendo este um indicativo de hematopoiese extramedular ou de que estas células sejam formadas devido a danos as gemácias anormais, causados macrófagos do baço. Esta morfologia pode ser formada por diversos fatores relacionados a área de superfície e ao volume da célula. Como consequência tornam-se mais rígidas, aumentando seu nível de hemólise. Mais frequentemente estão presentes pelo aumento da concentração de ácidos graxos (ex: tratamento com heparina), uremia, insuficiência renal, hepatopatias, síndrome hemolítica-urêmica e outras condições. São frequentes no distúrbio hereditário chamado Abetalipoproteinemia, onde ocorre uma má absorção de lipídeos prejudicando a bicamada lipídica, que é lipoproteica. A baixa produção de plasma também pode originar este defeito de membrana. No entanto, também podem estar presentes nas anemias hemolíticas, cirroses, na administração de heparina, nas hepatites neonatal e na pós- esplenectomia. As hemácias falciformes ou em foice, em sua morfologia mais típica, se apresentam com formato alongado, com coloração mais densa e extremidades pontiagudas. Sua presença é extremamente específica das anemias de células falciformes (SS, SC, SD, S- Beta Talassemia). Um grande número de eliptócitos na distensão (25 – 90%) sugere eliptocitose hereditária. Podem ser vistos em menor quantidade na deficiência de ferro, Talassemias, Anemias megaloblásticas, Mielofibrose e portadores de hepatite C. As condições clínicas que cursam com maior frequência esta morfologia são: Estomatocitose hereditária (principalmente); alcoolismo agudo e cirrose hepática. Em menor quantidade estão presentes na contaminação por chumbo, talassemias menores e mononucleoses. IMPORTANTE: Quando real, os estomatócitos estão presentes em vários campos e não somente em uma pequena área. São originadas pela formação de bolhas no interior da célula, as bolhas se formam pela fusão da membrana celular interna, fazendo com que o conteúdo hemoglobínico fique concentrado em apenas um lado da hemácia. Podem ser formadas a partir da formação de corpúsculo de Heinz nos pacientes com deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase, em embolias pulmonares, ou ainda nas anemias falciforme e microangiopática, raramente presente em outros tipos de anemia. As hemácias podem ter mais de um vacúolo ou bolhas, que quando se rompem ou são fagocitadas originando os queratócitos ou esquizócitos. Também chamados de hemácias mordidas, são células originadas de uma ou mais “mordidas” de macrófagos do baço, ou ainda por dano celular traumático e ruptura das hemácias em bolha. Podem ser observados na anemia hemolítica microangiopática, na coagulação intravascular disseminada, na anemia por deficiência G6FD e em nefropatia como glomerulonefrite, uremia e no período pós-transplante. Semelhante aos eliptócitos, os esferócitos também podem ser formados por defeito na espectrina nos casos de esferocitose hereditária, ou ainda por traumatismo físico e hemácias em processo apoptótico. Os eferócitos possuem uma instabilidade devido a perda de membrana, baixa deformidade e consequentemente meia vida mais curta na circulação; Estão mais frequentes nas esferocitoses hereditárias, anemias hemolíticas autoimunes (anticorpos quentes). Anemias hemolíticas do recém-nascido, sepse por clostridium, picadas de cobra e afogamento em água doce. Os esquizócitos são frequentes e mais numerosos em anemias hemolíticas por queimaduras ou implante de próteses (ação mecânica), mas também podem estar presentes em váriostipos de anemias. Embora raramente encontradas, as hemácias pinçadas estão presentes nas anemias hemolíticas hereditárias e outras anemias hemolíticas. COVID: Os autores sugerem que o SARS-Cov-2 pode exercer um impacto nas hemácias por estresse oxidativo. Inclusões São mais comuns em pacientes espectomizados, alcoolismo, nas anemias sideroblástica, e diseritropoética, SMD e na toxicidade por isoniazida. Pode ser encontrado na deficiência de pirimidina 5’ nucleotidase, em contaminação por chumo, na talassemia beta maior e menor. Costuma estar mais presente na contaminação com chumbo, anemias graves, anemia perniciosa, Talassemia Beta maior, pacientes com SMD e na deseritropoese. Pós-esplenectomia, hipoesplenismo, em recém-nascidos que o baço ainda está imaturo, anemias hemolíticas, megaloblásticas e alcoolismo intenso. Existem várias formas de reportar as alterações morfológicas que variam desde uma simples descrição, uso de termos como ausentes ou presentes ou determinações semi-quantitativas, leve (+), moderada (++), acentuada (+++). E apesar de não existir evidências de que uma das formas de se relatar as alterações seja melhor do que a outra, é necessário um manual que oriente em relação a forma de reportar e quantificar as anormalidades hematológicas observadas na microscopia. Uma vez definida a forma de liberação no laboratório, é fundamental que a equipe seja treinada para evitar discrepâncias na liberação dos resultados. Referência: Aula 1: curso básico de leitura de lâminas
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