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Tuberculose: Uma Doença Antiga e Atual

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Tuberculose 
*uma das doenças mais antigas que existe. 
É de difícil diagnóstico: parece gripe 
• Não tem gripe que dure mais de 3 semanas 
 
Epidemiologia: 
• 1,7 bilhões de pessoas infectadas no mundo, mas 
não significa que todas deverão desenvolver à 
doença, porém 1/3 delas podem ficar doente 
• A tuberculose convive com o homem desde o 
início de sua história. Nos primórdios das 
civilizações egípcias e incas algumas múmias 
apresentam lesões típica de tuberculose óssea 
(Mal de Pott) 
• Estima-se que um único indivíduo bacilívero pode 
infectar, em média 10 a 15 pessoas que 
tenham tido contato com ela no período de um 
ano. 
• Esse indicativo tem muita relevância, se 
associarmos um indivíduo bacilifero, com grandes 
aglomerados. 
• Mundo 
o 30% da população mundial infectada 
o 9 milhões de casos novos notificados de 
tuberculose/ano 
o 6% dos casos na infância (<15 anos de idade) 
• Dificuldade de diagnóstico: 
dificilmente as crianças escarram. E 
quando escarram, tem muita saliva! 
o 3 milhões de casos "perdidos" pelo sistema de 
saúde 
o 2 milhões de mortes /ano (2,3 óbitos/100.000 
hab) 
o Taxa de cura: 57% (1995) 87% (2018) 
o 86% dos casos do mundo se encontram na ásia 
(principalmente índia e china) e na áfrica 
• Brasil 
o 29% da população infectada 
o Taxa de incidência: 36/100.000 habitantes 
o 71.000 casos novos/ano 
o 9,7% dos casos na faixa pediátrica 
• Dificuldade de TRATAR e de 
DIAGNÓSTICO 
o Mortalidade: 2,4/100mil hab 
o Taxa de Detecção: 88% 
o Taxa de Cura: 71% 
o Taxa de abandono: 9,5% (recomendável 
OMS<5%) 
• Pessoas doentes baciliferas rodando 
pela comunidade 
• Predomínio de tuberculose 
multiresistente 
o DOTS : 39,4% - 68% 
*DOTS = directly observed treatment short course 
= tratamento de curso curto, diretamente 
observado 
 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE 
• O relatório de outubro de 2016 da OMS, aponta 
que a epidemia de tuberculose revelou-se maior 
do que as estimativas anteriores da OMS. Foram 
estimados em 2016, 10,6 milhões de casos novos 
de tuberculose, dos quais 1,2 milhão estavam 
associados ao HIV. 
 
TENDÊNCIAS NA TUBERCULOSE CLÍNICA 
• Ocorre uma nova infecção pelo bacilo da 
tuberculose a cada segundo; 
• A epidemia da tuberculose está se alastrando, 
matando cerca de 2 milhões de pessoas/ano; 
• O HIV é fator decisivo na disseminação da TB; 
o Os dois dependem do sistema imunológico. 
Um corpo com HIV tem uma probabilidade 
maior de desenvolver tuberculose endógena e 
exógena 
• A projeção de novas infecções adquiridas entre 
2002 e 2020 é de 1 bilhão de pessoas. Desse 1 
bilhão, 150 milhões deverão adoecer e 36 milhões 
deverão morrer de tuberculose; 
 
SITUAÇÃO DO BRASIL 
• Tendo em vista a nova era para o controle da 
tuberculose, a OMS redefiniu a classificação de 
países prioritários para o período de 2016 a 2020. 
Essa nova classificação é composta por três listas 
de 30 países, segundo características 
epidemiológicas: 
1. Carga de tuberculose, 
2. Tuberculose multidrogarresistente (TB MDR) 
3. Coinfecção TB/HIV. 
• Alguns países aparecem em mais de uma lista, 
somando assim, um total de 48 países prioritários 
para a abordagem da tuberculose. 
• O brasil se encontra em duas listas sendo: 
o 20ª posição na classificação de carga da 
doença. 
o 19ª quanto à coinfecção TB/HIV. 
• Vale destacar que os países que compõem essa 
lista representam 87% do número de casos de 
tuberculose no mundo. O Brasil, com seus 69 mil 
casos estimados, entre 2016/17, com 4500 óbitos 
representa apenas 0,8% dos casos do mundo. 
• O Brasil apresentou uma das mais altas cobertura 
de tratamento (>80%) ao lado da China, Filipinas e 
Rússia. 
• O programa de tuberculose do brasil é muito bem 
estruturado. 
o O paciente não compareceu a consulta → um 
ASC vai até a casa ver oq ta acontecendo (isso 
evita o abandono) 
o Os pacientes recebem VR e cesta básica, para 
não abandonar o tratamento 
 
• 20. Ranking mundial (total sem classificaçāo) dos 
22 países que concentram 80% dos casos de Tbc 
no mundo 
• 4a. Causa de morte por doenças infecto-
contagiosas 
• N. casos TB MDR: aumento de 82% (2001-2010) 
• Tempo decorrido para o diagnóstico: 10-12 
semanas 
 
 
 
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO 
• 4.638 casos/ ano 
• Taxa de incidência: 48,5/100.00 hab 5.519 casos 
(2012) 
o 1,8 % dos casos < 15 anos de idade 
• Taxa de cura: 73,5% (recomendado pela OMS é de 
85%) 
• Taxa de abandono: 11,2% (recomendado pela 
OMS < 5%) 
• 180 óbitos 
• DOTS: 59,4% 
• Tempo decorrido: entre o início dos sintomas até 
o diagnóstico 
o < 15 anos 3 semanas 
o > 15 anos 7 semanas 
• Local do diagnóstico 
o 53% hospitais (se o paciente chegou até o 
hospital, ele já chegou grave) 
o 41% ambulatórios 
o 3% médicos particulares 
o 3% sem informação 
 
FORMAS CLÍNICAS na cidade de SP 
 > 15 ANOS < 15 ANOS 
Pulmonar 73% 65% 
Pleural 10.8% 8,1% 
Meningite 2,4% 2,0% 
Miliar 1,1% 0% 
Óssea 8,9% 5,1% 
Ganglionar 4,9% 14,2% 
 
 
 
CADEIA DO PROCESSO INFECCIOSO 
É uma doença com cunho social, cunho imunológico 
individual e cunho da própria doença. 
 
História natural 
• Países industrializados: 80% dos casos em 
indivíduos com mais de 50 anos de idade. 
*Quanto mais velho, mais comprometido o 
sistema imunológico 
 
• Países em desenvolvimento: 80% dos casos são 
observados em indivíduos entre 15 e 50 anos 
*Massa de trabalho dos países! 
*Traz um cunho socioeconômico mt ruim pros 
países pobres – a massa de trabalho não consegue 
trabalhar 
 
➢ Impacto da co-infecção por M. tuberculosis e HIV 
extremamente relevante 
• A infecção pelo HIV e a tuberculose são doenças 
sinérgicas em todos os níveis, desde o nível 
molecular até a sua epidemiologia; 
• Toda vez que eu tenho um paciente com 
tuberculose, eu tenho a OBRIGAÇÃO de pesquisar 
por HIV. E o contrário também, se o paciente tem 
HIV, pesquisar por TB. 
• Considerando que a maioria das pessoas 
infectadas pelo HIV e pelo M. tuberculosis vive em 
condições de pobreza, essa situação tende a 
piorar; 
• E em partes do mundo, a tuberculose constitui a 
principal causa de morte em indivíduos infectados 
pelo HIV; 
 
Cadeia do processo infeccioso 
Agente etiológico; Meio ambiente; Hospedeiro 
• Depende da carga viral que se recebe 
• A probabilidade de transmissão de tuberculose 
em um ambiente pobre é muito maior. 
Várias pessoas em um curto espaço. 
• Como que tá o sistema imunológico desse 
indivíduo? Ele tá desnutrido? 
 
Agente etiológico : Mycobacacterium tuberculosis 
• Não produz toxinas 
• O bacilo da tuberculose é aeróbio estrito 
• Há uma tendencia do bacilo ir até o espaço 
pulmonar (maior oferta de oxigênio) 
• Não apresenta motilidade 
• Mede de 2 a 4 micras de comprimento 
• Possui multiplicação celular, ácido micólico em 
sua parede celular dá sua característica de álcool 
ácido resistente – não dá para fazer uma assepsia 
boa com o álcool contra esse bacilo 
• Reproduz no interior das células fagocitárias 
humanas - fagocitado e consegue se multiplicar 
intracelularmente 
• Foi chamado de Bacilo de Koch em homenagem 
ao microbiologista alemão Heirich Hermann 
Robert Koch que em Observou a conexão entre o 
bacilo é a doença 
• Período de geração longo: 18 – 48 h (uma cultura 
demora muito tempo pra ter resultado) 
• Resistente a ação de agentes químicos 
• Sensível a ação de agentes físicos (calor; U.V.) 
 
Meio ambiente 
• Moradia desfavorável 
• Transporte desfavorável 
• Sub-emprego 
(ex: pessoa que trabalha em um subsolo, sem 
ventilação, com varias pessoas juntas) 
• Precário Sistema de saúde 
(até chegar o dia do atendimento, vai passando o 
tempo e a doença vai evoluindo) 
• Stress Psicológico 
• Stress Social (aposentadoria, baixa renda, 
discriminação) 
 
Hospedeiro 
A Probabilidade do Hospedeiro adoecer numa primo-
infecção depende: 
• Virulência do Bacilo 
• Fonte Infectante• Resistência Natural 
• Idade 
• Doenças associadas 
 
Em novo contato (após infecção natural / BCG), 
depende: 
• Resposta Imunológica 
• O risco de adoecimento é 5 X maior na primo-
infecção de que na reinfecção exógena ou 
endógena. 
 
Causas do agravamento da tuberculose, questões à 
considerar: 
• Pobreza 
• AIDS 
• Migrações 
• Super população/concentrações urbanas 
• Deficiências nas informações e na promoção da 
saúde 
• Deficiência em instalações 
• Aumento da resistência do Bk 
• Populações mais vulneráveis a tuberculose em 
relação a população geral: 
o Moradores de rua: 67x maior de risco 
o População privada de liberdade: 28x maior o 
risco 
o Indígenas: 3x maior o risco 
 
 
 
Como ocorre a transmissão? 
• Via aérea, a partir da inalação de gotículas 
contendo bacilos expelidos pela tosse, fala ou 
espirro 
• As partículas ficam suspensas no ar. A partícula é 
muito pequena e facilita a respiração. 
 
O bacilo 
• É uma doença de transmissão respiratória, 
portanto, as formas pulmonares baciliferas 
(presença do BAAR no escarro) e laríngeo são as 
principais formas envolvidas na transmissão 
interpessoal da tuberculose 
• Paciente com TB renal: se o paciente tem isso e 
não tem nada no pulmão, não é necessário isola-
lo. 
• Pulmonar, brônquica e laríngea → únicas formas 
infectantes. 
 
Patogenia da tuberculose 
-Quebr a barreira mucociliar 
-Terei uma reação inflamatória 
-Meu sistema imune vai reconhecer isso e vai 
fagocitar os bacilos 
-O macrófago estimula linfócitos CD4 que liberam 
citocinas quimiotáxicas 
-As citocinas vão fazer uma reação inflamatória no 
local 
-Formação de granuloma 
 
-SISTEMA IMUNE BOM: 
-bloqueio do bacilo, dentro do meu granuloma, 
inativo. Isso ele pode ficar anos e anos. Posso morrer 
com esse bacilo inativo e nunca ter tuberculose. 
Ficará endogenamente em mim. 
 
-SISTEMA IMUNE FRACO: 
-O processo inflamatório vai ter continuidade 
-Os linfócitos CD4 vão estimular a IL-gama, fatores de 
necrose celular e a IL-2 → vão fazer uma destruição 
celular, tentando fagocitar o bacilo 
-não vão conseguir fazer a regeneração → destruição 
do tecido → necrose celular (abcesso) 
 
• Bacilos de koch chegam até os alvéolos, 
depositam-se no epitélio alveolar, onde são 
fagocitados pelos macrófagos, ocorrendo uma 
rápida reação inflamatória 
• Estes podem ser eliminados sem causar infecção 
ou seguir três estágios a seguir: 
 
→ Primoinfecção 
Os bacilos estão no pulmão do indivíduo, mas o 
sistema imunológico está mantendo-os sob controle, 
sem multiplicação. 
Estes permanecem em latência, através do granuloma 
que o sistema imune formou. Este granuloma é 
chamado de complexo primário (complexo de Gohn). 
Há uma disseminação linfática regional, seguida de 
distribuição hematogênica. 
O processo geralmente é autolimitado, em torno de 4 
a 6 semanas, determinando o quadro de latência em 
torno de 95% dos casos (infecção latente pela 
Mycobacterium tuberculosis). 
 
→Latência/disseminação 
95% das infecções por tuberculose vão para o quadro 
latente. 
Entre os 95% que estão latentes, apenas 5% a 10% 
podem desenvolver doença ativa anos ou até mesmo 
décadas após o primeiro contato. 
 
→Reativação 
Pode ocorrer em qualquer fase da vida, quando o 
sistema imunológico não consegue manter os "bacilos 
sob controle". 
Com a multiplicação bacilar, ocorre a disseminação 
para todo o organismo através da corrente sanguínea, 
e aí a TB pode surgir em qualquer parte do corpo 
humano. 
 
Monócitos circulantes não contém multiplicação 
bacilar → intensificação da reação inflamatória → 
destruição tecidual 
 
Como posso ter essa reativação: 
 
Endógena: ocorre a partir do complexo primário 
devido a deficiência do sistema imunológico. 
‘’enfraquecimento do granuloma’’ 
 
Exógena: nova exposição a bacilos mais virulentos e 
que resistem a resposta de defesa imunológica. 
*meu marido tem TB, e toda noite eu recebo uma 
carga viral nova (exposição repetida – CARGA 
BACILIFERA MT GRANDE) = o sistema imunológico não 
vai ser capaz de sustentar, justamente devido à 
intensidade da carga que recebo todos os dias. 
 
→Não dá para saber qual forma da infecção o 
paciente desenvolveu (endógena ou exógena) 
 
Formas clínicas: 
• Tuberculose Pulmonar 
• Tuberculose Extra Pulmonar: 
o Envolvem vários órgãos e sistemas, com graus 
diferentes de gravidade a depender da resposta 
do hospedeiro em relação à micobactéria. 
o Assumindo o trato respiratório inferior como a 
principal porta de entrada, a disseminação por 
contiguidade, continuidade, linfática e 
hematogênica são responsáveis pelas 
manifestações apresentadas. 
 
Quadro clínico 
• Inicia-se com sintomas inespecíficos 
• Sintomas clássicos: 
o Tosse persistente por 3 semas ou mais que vai 
se intensificando com evolução da doença, 
ocorre em 75,8% dos casos. 
o Tosse pode ser produtiva ou não, com muco 
eventualmente ou sangue (hemoptise) 
*hemoptise – a necrose pega algum vaso dentro 
do pulmão e gera a tosse com sangue 
 
o Febre vespertina (de tarde) geralmente 38° 
ocorre em 70 dos casos 
o Sudorese noturna (Intensa, molha roupa) 
o Emagrecimento - ocorre em 43% dos casos 
o Fadiga - ocorre em 58,6% dos casos 
o Anorexia - 40,2% dos casos 
 
Tuberculose pulmonar: 
• Mais frequente 
• Maior relevância para saúde pública 
o Tem sinais e sintomas dependendo do sistema 
acometido 
o Busca ativa dos sintomas respiratórios permite 
detecção 
• É ela que transmite!!! 
 
Ausculta pulmonar: Estertores creptantes ou 
bolhosos 
 
*Imunossuprimidos principalmente AIDS apresentam 
formas extrapulmonares com maior frequência 
 
Caso de tuberculose 
• Diagnóstico comprovado por baciloscopia ou 
cultura 
• Diagnóstico com base em dados clínico-
epidemiológico e exames complementares 
 
Procura de casos 
• Sintomáticos respiratórios: Tosse mais de 3 
semanas 
• Febre baixa, sudorese noturna e perda ponderal 
de peso 
• Comunicantes de casos de tuberculose (alguém 
que eu estou em contato está com TB?) 
• Suspeitos radiográficos 
• Doenças e condições sociais predisponentes 
(ex HIV) 
 
Dificuldade diagnóstico em crianças: 
• A maioria dos pacientes são assintomáticos 
• Quadro clínico inespecífico 
• Dificuldade na obtenção de escarro 
• Infecção paucibacilar: confirmação bacteriológica 
em apenas 30 a 50% dos casos 
• Falta de acesso aos métodos laboratoriais 
radiológicos nos países subdesenvolvidos 
 
 
Diagnóstico da Tb pulmonar em crianças: 
• Achados clínicos compatíveis com TB 
• Contato com adulto ou adolescente com TB 
ativa 
• Alterações radiológicas compatíveis com TB 
• Teste tuberculínico positivo (PPD) 
• Baciloscopia e/ou cultura + para M. tuberculosis 
em material clínico 
• Achados histopatológicos compatíveis com TB 
• A investigação do contato domiciliar pode ser 
positiva em até 70% das crianças com Tb 
pulmonar e em 80% das com meningite 
tuberculosa. 
 
Baciloscopia 
• ‘’exame do escarro’’ (Escarro = catarro) 
• É a pesquisa de bacilos ácido resistentes (BAAR → 
propriedade de reter corantes), em esfregaços da 
amostra, preparados e corados com uma 
metodologia padronizada. 
• É o teste mais importante da tuberculose. É um 
teste obrigatório na TB pulmonar. 
• Utiliza-se 2 amostras de escarro. 
• A boa amostra de escarro é a proveniente da 
árvore brônquica, obtida após esforço da tosse 
(expectoração espontânea). 
• Pedimos pro paciente não escovar os dentes de 
manhã, no máximo enxaguar a boca com água. 
• Positividade de 92% 
• Simples, rápido, de baixo custo 
 
• É utilizado para controle do tratamento também. 
Permite avaliar o sucesso ou a falência do mesmo. 
O ideal é fazer ao final de cada mês. 
 
PPD (teste tuberculínico) 
• Exame cutâneo 
• Somente ele não é suficiente para confirmar ou 
descartar a TB. 
• PPD = derivado proteico purificado. Ou seja, 
proteínas purificadas (tuberculina) que estão na 
superfície da bactéria. 
• A proteína reage nas pessoas que estão infectadasou que foram vacinadas. Indica infecção e não 
necessariamente doença. 
• Leitura após 72h 
• > 10 provável que tenha tuberculose ou contato 
frequente (estimulação) 
• 0 
o Criança: pode não ter entrado em contato com o 
bacilo 
o Adulto: pode ter imunossupressão 
 
Lavado gástrico 
• 30% de positividade em criança 
• Diagnóstico de tuberculose pulmonar infantil 
 
Cultura 
• Faremos a cultura em casos suspeitos de TB, com 
baciloscopia repetidamente negativa. 
• Diagnóstico em todas as outra amostras, que não 
o escarro (ex sangue, urina, secreções 
purulentas...) 
• Pode ser positiva em presença de pequeno 
número de bacilos no material examinado 
• Devemos diferenciar o M. tuberculosis de outras 
micobactérias 
• Período de 2 – 6 semanas para o resultado 
 
*Amostra de fezes não devem ser utilizadas. 
 
Histopatológico 
• Investigação das formas extrapulmonares 
• Citologia de secreções 
• Biópsia: Granuloma com necrose de caseificação e 
infiltração histocitário (pesquisa do bacilo no 
material) 
• Diagnóstico diferencial com outras doenças 
Granulomatosas: sarcoidose; blastomicose. 
 
ADA (adenosina deaminase) 
• Teste de dosagem de ADA 
• É elevada nos 3 primeiros meses da doença, 
depois ele começa a diminuir 
• Altamente sensível, apresenta grande 
positividade 
• Enzima produzida pelo linfócito T quando em 
contato com o bacilo 
• Empregada no diagnóstico das formas serosas de 
TB (líquido pleural, líquido cefalorraquidiano..) 
 
TESTE MOLECULAR (TRM – TB) 
• Teste rápido molecular 
• Fácil execução nos laboratórios 
• Indica a presença do M. tuberculosis e também se 
há resistência à rifampicina, em 2h. 
• Reação em cadeia polimerase (PCR) 
• Pode ser realizada em diversos materiais (escarro, 
lavado gástrico e brônquico) 
*SANGUINEO NÃO!!! 
 
Achado pontuação 
Baciloscopia positiva +3 
Prova tuberculínica >10mm +3 
Granuloma específico +3 
História de contato com bacilífero +2 
Prova tuberculínica entre 5 e 9 mm +2 
Viragem recente da prova tuberculínica +2 
Quadro clínico sugestivo +2 
Radiografia sugestiva +2 
História de contato com tuberculose +1 
Imagem radiológica não sugestiva +1 
Granuloma inespecífico +1 
Menor de 2 anos de idade +1 
Vacinação com BCG no último ano –1 
 
Interpretação: 
-1 a 2 pontos: não é tuberculose 
-3 a 4: Tb possível, deve ser mais investigada; 
-5 a 6: Tb provável e merece uma prova terapêutica; 
>=7: Tb diagnostico de certeza. 
 
Diagnóstico radiológico 
APRESENTAÇÃO CARACTERISTICA E 
ACHADOS REDIOLÓGICOS 
Doença parenquimatosa Opacidade subpleural e 
sublobar 
Linfadenopatia associada 
Atelectasia 
(uma parte do pulmão fica 
sem ar e entra em 
colapso) 
Segmento anterior LS ou 
medial LM 
Linfadenopatia Hilar ou paratraqueal dir. 
Obstrução brônquica: 
>50% das crianças < 3 a 
Derrame pleural Unilateral, volume 
moderado a importante 
TB miliar (quando 
contamina a corrente 
sanguínea) 
1 a 7 % dos casos de TB 
Nódulos difusos de 2 a 3 
mm, hiperinsuflação. 
Doença parenquimatosa e 
cavitação 
Opacidade segmento 
apical ou posterior LS ou 
superior LI, 
Bilateral em 32 a 64% 
Cavitação no Rx: 50% 
TB brônquica Atelectasia, 
hiperinsuflação lobar, 
pneumonia obstrutiva 
Estenose brônquica: 
segmento anterior LSD, 
ML, língula 
TB pleural 
parenquimatosa. 
Pequeno, associado a 
doença 
 
Tuberculose miliar 
• Forma grave da doença 
• Decorrente da disseminação hematogênica (vários 
pontos do pulmão, aspecto sal e pimenta) com 
acometimento sistêmico 
• Paciente com imunossupressão 
• Tende a ir para o ápice do pulmão, procurando 
oxigênio 
 
 Tuberculose extrapulmonar 
• Extremos de idade 
• Desnutrição 
• Etilismo 
• Insuficiência renal crônica 
• Uso de corticoides por tempo prolongado 
• Neoplasias 
• Infecção pelo vírus HIV 
• Transplante de órgãos sólidos ou medula óssea 
 
 
 
 
Tuberculose pleural 
• Principal causa de efusão pleural (derrame 
pleural), geralmente ocorre em um hemitórax 
• Apresenta na análise do líquido celularidade com 
predomínio de linfócitos (resposta imunológica) 
• ADA (adenosina diaminase) altamente sensível, 
apresenta grande positividade 
 
TRATAMENTO 
(coxcip 4) - 4 drogas 
• Isoniazida (H): Atua no meio extracelular 
• Rifampicina (R): Atua no meio extracelular 
• Pirazinamida (Z): Atua no meio ácido, destrói o 
bacilo localizado no interior do macrófago 
• Etambutol (E) 
 
Por peso 
> 50kg → Os 4 
< 50kg → Os 3 primeiros 
 
*As vezes devemos administrar um corticoide para 
diminuir a inflamação, para que não haja sequelas 
 
Associação de drogas para evitar o surgimento de 
resistência bacteriana adquirida 
IMPORTANTE: 
• Quimioterapia correta 
• Ingestão regular do medicamento 
 
• Dura no mínimo 6 meses, gratuito (SUS) 
• Deve ser realizado em TDO/ DOTS (apoio e 
monitoramento do tratamento) → a ingestão dos 
medicamentos é supervisionada por um 
profissional, todos os dias da semana. 
 
 
CASO CLÍNICO 1 
A.J.P., 40 anos, masculino, pardo, solteiro, 
caminhoneiro, natural do Ceará, reside em São Paulo 
há 20 anos, católico e não possui plano de saúde. 
 
QPD: tosse há 4 semanas 
 
HPMA: Paciente relata que há 4 semanas após uma 
viagem longa iniciou um quadro de tosse persistente 
com secreção esverdeada acompanhado de febre 
vespertina, referida a média de 38ºC com sudorese 
noturna e emagrecimento. 
Refere que há 2 semanas procurou o pronto socorro, 
no qual foi diagnosticado com pneumonia e tratado 
com amoxicilina por 7 dias, onde não houve melhora 
dos sintomas. 
 
ISDA: paciente indica emagrecimento de 5 quilos em 
um mês e nega outras alterações 
 
Antecedentes pessoas: indica doença da infância 
como sarampo e varicela. Nega trauma e acidentes. 
Relata hipertensão há 2 anos. Nega cirurgias, 
transfusões sanguíneas e alergias. Faz uso diário de 
enalapril 
Antecedentes familiares: Mãe diabética e pai 
hipertenso 
Hábitos de vida: Alimentação sem refeições regulares, 
ingestão de alimentos gordurosos. Não realiza 
atividades físicas. Na atividade sexual relata parceiras 
desconhecidas sem o uso de preservativos. Paciente 
etilista e tabagista 20 anos-maço, nega uso de drogas 
ilícitas. Moradia possui saneamento básico com 2 
cômodos e coleta de lixo. 
 
Exame físico: REG, corado, acianótico, anictérico, 
hidratado, febril (38°C), boa perfusão periférica. 
Peso: 62kg, altura: 1,67m, IMC:22, PA: 130 x 90 
mmHg, FC: 89bpm, FR:25ipm. Linfonodos não 
palpáveis 
 
Exame cardíaco: 2 bulhas rítmicas normofonéticas, 
dois tempos, sem sopros e extrassistoles. Pulsos 
palpáveis e simétricos. Ictus cordis palpável 
 
Exame Pulmonar: Inspeção mostra biótipo 
brevelíneo, sem cicatrizes ou alterações, tórax em 
tonel. Na palpação há expansibilidade diminuída no 
ápice direito e preservada em bases e frêmito 
toracovocal normal. 
Percussão com submacicez em ápice direito e som 
claro pulmonar em base bilateralmente. Ausculta com 
murmúrio vesicular diminuído, principalmente em 
ápices bilateralmente. 
 
Exame Abdominal: Inspeção apresenta abdômen 
plano, flácido e sem alterações cutâneas. Ausculta 
com 2 ruídos hidroaéreos presentes em um minuto, 
palpação superficial e profunda indolores e sem 
visceromegalias 
 
Hipótese diagnóstica: 
Pneumonia por bactéria devido aos sintomas de tosse 
com secreção sem melhora ao tratamento anterior. 
 
Tuberculose, pois apresenta tosse persistente, 
emagrecimento, febre vespertina, e sudorese 
noturna, assim como, no exame físico há 
acometimento de ápices pulmonares pela 
micobactéria ser aeróbia com predileção nos ápices 
pela maior quantidade de ar. 
 
RAIO X de tórax: Infiltrado nos ápices pulmonares. 
Extensa opacidade heterogênea comprometendo lobo 
inferior direito com escavações. 
 
Tomografia: Pequenas cavidades de paredes espessas 
e contornos irregulares, associados a nódulos do 
espaço aéreo, opacidades centrolobulares ramificadas 
e brônquiosde paredes espessadas no segmento 
superior do lobo inferior direito. 
 
PPD: positivo 
Pesquisa de B.K.: escarro com coloração positiva para 
BAAR 
 
Teste de HIV: Elisa + 
 
Diagnóstico sindrômico: síndrome contagiosa de 
origem pulmonar. Síndrome da imunodeficiência 
adquirida (AIDS) e tuberculose 
 
Conduta 
• 2 meses de uso rifampicina, etambutol, pirazimida 
e isoniazida. 
• Seguido de 4 meses de rifampicina e isoniazida 
• Início de tratamento antirretroviral 
 
CASO CLÍNICO 2 
Paciente A.S.S., 42 anos, masculino, pardo, solteiro, 
autônomo, nasceu e reside em Salvador/BA, morador 
de São Paulo 
 
Qpd: queixa-se de tosse persistente por mais de 3 
semanas. 
 
HPMA: Dirigiu-se a unidade básica de saúde 
queixando-se de tosse persistente por mais de 3 
semanas com piora progressiva. Esta tosse era 
produtiva e com a presença de escarro hemoptoico, 
relata associado febre vespertina, sem calafrios, e que 
não costuma ultrapassar os 38,5º C, sudorese noturna 
e emagrecimento importante. 
Etilista e tabagista. Não possui bons hábitos higiênicos 
e alimentares. 
(etilismo nos faz pensar em desnutrição) 
 
HP: tuberculose 
 
Exames que solicitaria: 
BK 
Radiografia de tórax 
ADA 
PPD

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