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Tuberculose *uma das doenças mais antigas que existe. É de difícil diagnóstico: parece gripe • Não tem gripe que dure mais de 3 semanas Epidemiologia: • 1,7 bilhões de pessoas infectadas no mundo, mas não significa que todas deverão desenvolver à doença, porém 1/3 delas podem ficar doente • A tuberculose convive com o homem desde o início de sua história. Nos primórdios das civilizações egípcias e incas algumas múmias apresentam lesões típica de tuberculose óssea (Mal de Pott) • Estima-se que um único indivíduo bacilívero pode infectar, em média 10 a 15 pessoas que tenham tido contato com ela no período de um ano. • Esse indicativo tem muita relevância, se associarmos um indivíduo bacilifero, com grandes aglomerados. • Mundo o 30% da população mundial infectada o 9 milhões de casos novos notificados de tuberculose/ano o 6% dos casos na infância (<15 anos de idade) • Dificuldade de diagnóstico: dificilmente as crianças escarram. E quando escarram, tem muita saliva! o 3 milhões de casos "perdidos" pelo sistema de saúde o 2 milhões de mortes /ano (2,3 óbitos/100.000 hab) o Taxa de cura: 57% (1995) 87% (2018) o 86% dos casos do mundo se encontram na ásia (principalmente índia e china) e na áfrica • Brasil o 29% da população infectada o Taxa de incidência: 36/100.000 habitantes o 71.000 casos novos/ano o 9,7% dos casos na faixa pediátrica • Dificuldade de TRATAR e de DIAGNÓSTICO o Mortalidade: 2,4/100mil hab o Taxa de Detecção: 88% o Taxa de Cura: 71% o Taxa de abandono: 9,5% (recomendável OMS<5%) • Pessoas doentes baciliferas rodando pela comunidade • Predomínio de tuberculose multiresistente o DOTS : 39,4% - 68% *DOTS = directly observed treatment short course = tratamento de curso curto, diretamente observado ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE • O relatório de outubro de 2016 da OMS, aponta que a epidemia de tuberculose revelou-se maior do que as estimativas anteriores da OMS. Foram estimados em 2016, 10,6 milhões de casos novos de tuberculose, dos quais 1,2 milhão estavam associados ao HIV. TENDÊNCIAS NA TUBERCULOSE CLÍNICA • Ocorre uma nova infecção pelo bacilo da tuberculose a cada segundo; • A epidemia da tuberculose está se alastrando, matando cerca de 2 milhões de pessoas/ano; • O HIV é fator decisivo na disseminação da TB; o Os dois dependem do sistema imunológico. Um corpo com HIV tem uma probabilidade maior de desenvolver tuberculose endógena e exógena • A projeção de novas infecções adquiridas entre 2002 e 2020 é de 1 bilhão de pessoas. Desse 1 bilhão, 150 milhões deverão adoecer e 36 milhões deverão morrer de tuberculose; SITUAÇÃO DO BRASIL • Tendo em vista a nova era para o controle da tuberculose, a OMS redefiniu a classificação de países prioritários para o período de 2016 a 2020. Essa nova classificação é composta por três listas de 30 países, segundo características epidemiológicas: 1. Carga de tuberculose, 2. Tuberculose multidrogarresistente (TB MDR) 3. Coinfecção TB/HIV. • Alguns países aparecem em mais de uma lista, somando assim, um total de 48 países prioritários para a abordagem da tuberculose. • O brasil se encontra em duas listas sendo: o 20ª posição na classificação de carga da doença. o 19ª quanto à coinfecção TB/HIV. • Vale destacar que os países que compõem essa lista representam 87% do número de casos de tuberculose no mundo. O Brasil, com seus 69 mil casos estimados, entre 2016/17, com 4500 óbitos representa apenas 0,8% dos casos do mundo. • O Brasil apresentou uma das mais altas cobertura de tratamento (>80%) ao lado da China, Filipinas e Rússia. • O programa de tuberculose do brasil é muito bem estruturado. o O paciente não compareceu a consulta → um ASC vai até a casa ver oq ta acontecendo (isso evita o abandono) o Os pacientes recebem VR e cesta básica, para não abandonar o tratamento • 20. Ranking mundial (total sem classificaçāo) dos 22 países que concentram 80% dos casos de Tbc no mundo • 4a. Causa de morte por doenças infecto- contagiosas • N. casos TB MDR: aumento de 82% (2001-2010) • Tempo decorrido para o diagnóstico: 10-12 semanas MUNICÍPIO DE SÃO PAULO • 4.638 casos/ ano • Taxa de incidência: 48,5/100.00 hab 5.519 casos (2012) o 1,8 % dos casos < 15 anos de idade • Taxa de cura: 73,5% (recomendado pela OMS é de 85%) • Taxa de abandono: 11,2% (recomendado pela OMS < 5%) • 180 óbitos • DOTS: 59,4% • Tempo decorrido: entre o início dos sintomas até o diagnóstico o < 15 anos 3 semanas o > 15 anos 7 semanas • Local do diagnóstico o 53% hospitais (se o paciente chegou até o hospital, ele já chegou grave) o 41% ambulatórios o 3% médicos particulares o 3% sem informação FORMAS CLÍNICAS na cidade de SP > 15 ANOS < 15 ANOS Pulmonar 73% 65% Pleural 10.8% 8,1% Meningite 2,4% 2,0% Miliar 1,1% 0% Óssea 8,9% 5,1% Ganglionar 4,9% 14,2% CADEIA DO PROCESSO INFECCIOSO É uma doença com cunho social, cunho imunológico individual e cunho da própria doença. História natural • Países industrializados: 80% dos casos em indivíduos com mais de 50 anos de idade. *Quanto mais velho, mais comprometido o sistema imunológico • Países em desenvolvimento: 80% dos casos são observados em indivíduos entre 15 e 50 anos *Massa de trabalho dos países! *Traz um cunho socioeconômico mt ruim pros países pobres – a massa de trabalho não consegue trabalhar ➢ Impacto da co-infecção por M. tuberculosis e HIV extremamente relevante • A infecção pelo HIV e a tuberculose são doenças sinérgicas em todos os níveis, desde o nível molecular até a sua epidemiologia; • Toda vez que eu tenho um paciente com tuberculose, eu tenho a OBRIGAÇÃO de pesquisar por HIV. E o contrário também, se o paciente tem HIV, pesquisar por TB. • Considerando que a maioria das pessoas infectadas pelo HIV e pelo M. tuberculosis vive em condições de pobreza, essa situação tende a piorar; • E em partes do mundo, a tuberculose constitui a principal causa de morte em indivíduos infectados pelo HIV; Cadeia do processo infeccioso Agente etiológico; Meio ambiente; Hospedeiro • Depende da carga viral que se recebe • A probabilidade de transmissão de tuberculose em um ambiente pobre é muito maior. Várias pessoas em um curto espaço. • Como que tá o sistema imunológico desse indivíduo? Ele tá desnutrido? Agente etiológico : Mycobacacterium tuberculosis • Não produz toxinas • O bacilo da tuberculose é aeróbio estrito • Há uma tendencia do bacilo ir até o espaço pulmonar (maior oferta de oxigênio) • Não apresenta motilidade • Mede de 2 a 4 micras de comprimento • Possui multiplicação celular, ácido micólico em sua parede celular dá sua característica de álcool ácido resistente – não dá para fazer uma assepsia boa com o álcool contra esse bacilo • Reproduz no interior das células fagocitárias humanas - fagocitado e consegue se multiplicar intracelularmente • Foi chamado de Bacilo de Koch em homenagem ao microbiologista alemão Heirich Hermann Robert Koch que em Observou a conexão entre o bacilo é a doença • Período de geração longo: 18 – 48 h (uma cultura demora muito tempo pra ter resultado) • Resistente a ação de agentes químicos • Sensível a ação de agentes físicos (calor; U.V.) Meio ambiente • Moradia desfavorável • Transporte desfavorável • Sub-emprego (ex: pessoa que trabalha em um subsolo, sem ventilação, com varias pessoas juntas) • Precário Sistema de saúde (até chegar o dia do atendimento, vai passando o tempo e a doença vai evoluindo) • Stress Psicológico • Stress Social (aposentadoria, baixa renda, discriminação) Hospedeiro A Probabilidade do Hospedeiro adoecer numa primo- infecção depende: • Virulência do Bacilo • Fonte Infectante• Resistência Natural • Idade • Doenças associadas Em novo contato (após infecção natural / BCG), depende: • Resposta Imunológica • O risco de adoecimento é 5 X maior na primo- infecção de que na reinfecção exógena ou endógena. Causas do agravamento da tuberculose, questões à considerar: • Pobreza • AIDS • Migrações • Super população/concentrações urbanas • Deficiências nas informações e na promoção da saúde • Deficiência em instalações • Aumento da resistência do Bk • Populações mais vulneráveis a tuberculose em relação a população geral: o Moradores de rua: 67x maior de risco o População privada de liberdade: 28x maior o risco o Indígenas: 3x maior o risco Como ocorre a transmissão? • Via aérea, a partir da inalação de gotículas contendo bacilos expelidos pela tosse, fala ou espirro • As partículas ficam suspensas no ar. A partícula é muito pequena e facilita a respiração. O bacilo • É uma doença de transmissão respiratória, portanto, as formas pulmonares baciliferas (presença do BAAR no escarro) e laríngeo são as principais formas envolvidas na transmissão interpessoal da tuberculose • Paciente com TB renal: se o paciente tem isso e não tem nada no pulmão, não é necessário isola- lo. • Pulmonar, brônquica e laríngea → únicas formas infectantes. Patogenia da tuberculose -Quebr a barreira mucociliar -Terei uma reação inflamatória -Meu sistema imune vai reconhecer isso e vai fagocitar os bacilos -O macrófago estimula linfócitos CD4 que liberam citocinas quimiotáxicas -As citocinas vão fazer uma reação inflamatória no local -Formação de granuloma -SISTEMA IMUNE BOM: -bloqueio do bacilo, dentro do meu granuloma, inativo. Isso ele pode ficar anos e anos. Posso morrer com esse bacilo inativo e nunca ter tuberculose. Ficará endogenamente em mim. -SISTEMA IMUNE FRACO: -O processo inflamatório vai ter continuidade -Os linfócitos CD4 vão estimular a IL-gama, fatores de necrose celular e a IL-2 → vão fazer uma destruição celular, tentando fagocitar o bacilo -não vão conseguir fazer a regeneração → destruição do tecido → necrose celular (abcesso) • Bacilos de koch chegam até os alvéolos, depositam-se no epitélio alveolar, onde são fagocitados pelos macrófagos, ocorrendo uma rápida reação inflamatória • Estes podem ser eliminados sem causar infecção ou seguir três estágios a seguir: → Primoinfecção Os bacilos estão no pulmão do indivíduo, mas o sistema imunológico está mantendo-os sob controle, sem multiplicação. Estes permanecem em latência, através do granuloma que o sistema imune formou. Este granuloma é chamado de complexo primário (complexo de Gohn). Há uma disseminação linfática regional, seguida de distribuição hematogênica. O processo geralmente é autolimitado, em torno de 4 a 6 semanas, determinando o quadro de latência em torno de 95% dos casos (infecção latente pela Mycobacterium tuberculosis). →Latência/disseminação 95% das infecções por tuberculose vão para o quadro latente. Entre os 95% que estão latentes, apenas 5% a 10% podem desenvolver doença ativa anos ou até mesmo décadas após o primeiro contato. →Reativação Pode ocorrer em qualquer fase da vida, quando o sistema imunológico não consegue manter os "bacilos sob controle". Com a multiplicação bacilar, ocorre a disseminação para todo o organismo através da corrente sanguínea, e aí a TB pode surgir em qualquer parte do corpo humano. Monócitos circulantes não contém multiplicação bacilar → intensificação da reação inflamatória → destruição tecidual Como posso ter essa reativação: Endógena: ocorre a partir do complexo primário devido a deficiência do sistema imunológico. ‘’enfraquecimento do granuloma’’ Exógena: nova exposição a bacilos mais virulentos e que resistem a resposta de defesa imunológica. *meu marido tem TB, e toda noite eu recebo uma carga viral nova (exposição repetida – CARGA BACILIFERA MT GRANDE) = o sistema imunológico não vai ser capaz de sustentar, justamente devido à intensidade da carga que recebo todos os dias. →Não dá para saber qual forma da infecção o paciente desenvolveu (endógena ou exógena) Formas clínicas: • Tuberculose Pulmonar • Tuberculose Extra Pulmonar: o Envolvem vários órgãos e sistemas, com graus diferentes de gravidade a depender da resposta do hospedeiro em relação à micobactéria. o Assumindo o trato respiratório inferior como a principal porta de entrada, a disseminação por contiguidade, continuidade, linfática e hematogênica são responsáveis pelas manifestações apresentadas. Quadro clínico • Inicia-se com sintomas inespecíficos • Sintomas clássicos: o Tosse persistente por 3 semas ou mais que vai se intensificando com evolução da doença, ocorre em 75,8% dos casos. o Tosse pode ser produtiva ou não, com muco eventualmente ou sangue (hemoptise) *hemoptise – a necrose pega algum vaso dentro do pulmão e gera a tosse com sangue o Febre vespertina (de tarde) geralmente 38° ocorre em 70 dos casos o Sudorese noturna (Intensa, molha roupa) o Emagrecimento - ocorre em 43% dos casos o Fadiga - ocorre em 58,6% dos casos o Anorexia - 40,2% dos casos Tuberculose pulmonar: • Mais frequente • Maior relevância para saúde pública o Tem sinais e sintomas dependendo do sistema acometido o Busca ativa dos sintomas respiratórios permite detecção • É ela que transmite!!! Ausculta pulmonar: Estertores creptantes ou bolhosos *Imunossuprimidos principalmente AIDS apresentam formas extrapulmonares com maior frequência Caso de tuberculose • Diagnóstico comprovado por baciloscopia ou cultura • Diagnóstico com base em dados clínico- epidemiológico e exames complementares Procura de casos • Sintomáticos respiratórios: Tosse mais de 3 semanas • Febre baixa, sudorese noturna e perda ponderal de peso • Comunicantes de casos de tuberculose (alguém que eu estou em contato está com TB?) • Suspeitos radiográficos • Doenças e condições sociais predisponentes (ex HIV) Dificuldade diagnóstico em crianças: • A maioria dos pacientes são assintomáticos • Quadro clínico inespecífico • Dificuldade na obtenção de escarro • Infecção paucibacilar: confirmação bacteriológica em apenas 30 a 50% dos casos • Falta de acesso aos métodos laboratoriais radiológicos nos países subdesenvolvidos Diagnóstico da Tb pulmonar em crianças: • Achados clínicos compatíveis com TB • Contato com adulto ou adolescente com TB ativa • Alterações radiológicas compatíveis com TB • Teste tuberculínico positivo (PPD) • Baciloscopia e/ou cultura + para M. tuberculosis em material clínico • Achados histopatológicos compatíveis com TB • A investigação do contato domiciliar pode ser positiva em até 70% das crianças com Tb pulmonar e em 80% das com meningite tuberculosa. Baciloscopia • ‘’exame do escarro’’ (Escarro = catarro) • É a pesquisa de bacilos ácido resistentes (BAAR → propriedade de reter corantes), em esfregaços da amostra, preparados e corados com uma metodologia padronizada. • É o teste mais importante da tuberculose. É um teste obrigatório na TB pulmonar. • Utiliza-se 2 amostras de escarro. • A boa amostra de escarro é a proveniente da árvore brônquica, obtida após esforço da tosse (expectoração espontânea). • Pedimos pro paciente não escovar os dentes de manhã, no máximo enxaguar a boca com água. • Positividade de 92% • Simples, rápido, de baixo custo • É utilizado para controle do tratamento também. Permite avaliar o sucesso ou a falência do mesmo. O ideal é fazer ao final de cada mês. PPD (teste tuberculínico) • Exame cutâneo • Somente ele não é suficiente para confirmar ou descartar a TB. • PPD = derivado proteico purificado. Ou seja, proteínas purificadas (tuberculina) que estão na superfície da bactéria. • A proteína reage nas pessoas que estão infectadasou que foram vacinadas. Indica infecção e não necessariamente doença. • Leitura após 72h • > 10 provável que tenha tuberculose ou contato frequente (estimulação) • 0 o Criança: pode não ter entrado em contato com o bacilo o Adulto: pode ter imunossupressão Lavado gástrico • 30% de positividade em criança • Diagnóstico de tuberculose pulmonar infantil Cultura • Faremos a cultura em casos suspeitos de TB, com baciloscopia repetidamente negativa. • Diagnóstico em todas as outra amostras, que não o escarro (ex sangue, urina, secreções purulentas...) • Pode ser positiva em presença de pequeno número de bacilos no material examinado • Devemos diferenciar o M. tuberculosis de outras micobactérias • Período de 2 – 6 semanas para o resultado *Amostra de fezes não devem ser utilizadas. Histopatológico • Investigação das formas extrapulmonares • Citologia de secreções • Biópsia: Granuloma com necrose de caseificação e infiltração histocitário (pesquisa do bacilo no material) • Diagnóstico diferencial com outras doenças Granulomatosas: sarcoidose; blastomicose. ADA (adenosina deaminase) • Teste de dosagem de ADA • É elevada nos 3 primeiros meses da doença, depois ele começa a diminuir • Altamente sensível, apresenta grande positividade • Enzima produzida pelo linfócito T quando em contato com o bacilo • Empregada no diagnóstico das formas serosas de TB (líquido pleural, líquido cefalorraquidiano..) TESTE MOLECULAR (TRM – TB) • Teste rápido molecular • Fácil execução nos laboratórios • Indica a presença do M. tuberculosis e também se há resistência à rifampicina, em 2h. • Reação em cadeia polimerase (PCR) • Pode ser realizada em diversos materiais (escarro, lavado gástrico e brônquico) *SANGUINEO NÃO!!! Achado pontuação Baciloscopia positiva +3 Prova tuberculínica >10mm +3 Granuloma específico +3 História de contato com bacilífero +2 Prova tuberculínica entre 5 e 9 mm +2 Viragem recente da prova tuberculínica +2 Quadro clínico sugestivo +2 Radiografia sugestiva +2 História de contato com tuberculose +1 Imagem radiológica não sugestiva +1 Granuloma inespecífico +1 Menor de 2 anos de idade +1 Vacinação com BCG no último ano –1 Interpretação: -1 a 2 pontos: não é tuberculose -3 a 4: Tb possível, deve ser mais investigada; -5 a 6: Tb provável e merece uma prova terapêutica; >=7: Tb diagnostico de certeza. Diagnóstico radiológico APRESENTAÇÃO CARACTERISTICA E ACHADOS REDIOLÓGICOS Doença parenquimatosa Opacidade subpleural e sublobar Linfadenopatia associada Atelectasia (uma parte do pulmão fica sem ar e entra em colapso) Segmento anterior LS ou medial LM Linfadenopatia Hilar ou paratraqueal dir. Obstrução brônquica: >50% das crianças < 3 a Derrame pleural Unilateral, volume moderado a importante TB miliar (quando contamina a corrente sanguínea) 1 a 7 % dos casos de TB Nódulos difusos de 2 a 3 mm, hiperinsuflação. Doença parenquimatosa e cavitação Opacidade segmento apical ou posterior LS ou superior LI, Bilateral em 32 a 64% Cavitação no Rx: 50% TB brônquica Atelectasia, hiperinsuflação lobar, pneumonia obstrutiva Estenose brônquica: segmento anterior LSD, ML, língula TB pleural parenquimatosa. Pequeno, associado a doença Tuberculose miliar • Forma grave da doença • Decorrente da disseminação hematogênica (vários pontos do pulmão, aspecto sal e pimenta) com acometimento sistêmico • Paciente com imunossupressão • Tende a ir para o ápice do pulmão, procurando oxigênio Tuberculose extrapulmonar • Extremos de idade • Desnutrição • Etilismo • Insuficiência renal crônica • Uso de corticoides por tempo prolongado • Neoplasias • Infecção pelo vírus HIV • Transplante de órgãos sólidos ou medula óssea Tuberculose pleural • Principal causa de efusão pleural (derrame pleural), geralmente ocorre em um hemitórax • Apresenta na análise do líquido celularidade com predomínio de linfócitos (resposta imunológica) • ADA (adenosina diaminase) altamente sensível, apresenta grande positividade TRATAMENTO (coxcip 4) - 4 drogas • Isoniazida (H): Atua no meio extracelular • Rifampicina (R): Atua no meio extracelular • Pirazinamida (Z): Atua no meio ácido, destrói o bacilo localizado no interior do macrófago • Etambutol (E) Por peso > 50kg → Os 4 < 50kg → Os 3 primeiros *As vezes devemos administrar um corticoide para diminuir a inflamação, para que não haja sequelas Associação de drogas para evitar o surgimento de resistência bacteriana adquirida IMPORTANTE: • Quimioterapia correta • Ingestão regular do medicamento • Dura no mínimo 6 meses, gratuito (SUS) • Deve ser realizado em TDO/ DOTS (apoio e monitoramento do tratamento) → a ingestão dos medicamentos é supervisionada por um profissional, todos os dias da semana. CASO CLÍNICO 1 A.J.P., 40 anos, masculino, pardo, solteiro, caminhoneiro, natural do Ceará, reside em São Paulo há 20 anos, católico e não possui plano de saúde. QPD: tosse há 4 semanas HPMA: Paciente relata que há 4 semanas após uma viagem longa iniciou um quadro de tosse persistente com secreção esverdeada acompanhado de febre vespertina, referida a média de 38ºC com sudorese noturna e emagrecimento. Refere que há 2 semanas procurou o pronto socorro, no qual foi diagnosticado com pneumonia e tratado com amoxicilina por 7 dias, onde não houve melhora dos sintomas. ISDA: paciente indica emagrecimento de 5 quilos em um mês e nega outras alterações Antecedentes pessoas: indica doença da infância como sarampo e varicela. Nega trauma e acidentes. Relata hipertensão há 2 anos. Nega cirurgias, transfusões sanguíneas e alergias. Faz uso diário de enalapril Antecedentes familiares: Mãe diabética e pai hipertenso Hábitos de vida: Alimentação sem refeições regulares, ingestão de alimentos gordurosos. Não realiza atividades físicas. Na atividade sexual relata parceiras desconhecidas sem o uso de preservativos. Paciente etilista e tabagista 20 anos-maço, nega uso de drogas ilícitas. Moradia possui saneamento básico com 2 cômodos e coleta de lixo. Exame físico: REG, corado, acianótico, anictérico, hidratado, febril (38°C), boa perfusão periférica. Peso: 62kg, altura: 1,67m, IMC:22, PA: 130 x 90 mmHg, FC: 89bpm, FR:25ipm. Linfonodos não palpáveis Exame cardíaco: 2 bulhas rítmicas normofonéticas, dois tempos, sem sopros e extrassistoles. Pulsos palpáveis e simétricos. Ictus cordis palpável Exame Pulmonar: Inspeção mostra biótipo brevelíneo, sem cicatrizes ou alterações, tórax em tonel. Na palpação há expansibilidade diminuída no ápice direito e preservada em bases e frêmito toracovocal normal. Percussão com submacicez em ápice direito e som claro pulmonar em base bilateralmente. Ausculta com murmúrio vesicular diminuído, principalmente em ápices bilateralmente. Exame Abdominal: Inspeção apresenta abdômen plano, flácido e sem alterações cutâneas. Ausculta com 2 ruídos hidroaéreos presentes em um minuto, palpação superficial e profunda indolores e sem visceromegalias Hipótese diagnóstica: Pneumonia por bactéria devido aos sintomas de tosse com secreção sem melhora ao tratamento anterior. Tuberculose, pois apresenta tosse persistente, emagrecimento, febre vespertina, e sudorese noturna, assim como, no exame físico há acometimento de ápices pulmonares pela micobactéria ser aeróbia com predileção nos ápices pela maior quantidade de ar. RAIO X de tórax: Infiltrado nos ápices pulmonares. Extensa opacidade heterogênea comprometendo lobo inferior direito com escavações. Tomografia: Pequenas cavidades de paredes espessas e contornos irregulares, associados a nódulos do espaço aéreo, opacidades centrolobulares ramificadas e brônquiosde paredes espessadas no segmento superior do lobo inferior direito. PPD: positivo Pesquisa de B.K.: escarro com coloração positiva para BAAR Teste de HIV: Elisa + Diagnóstico sindrômico: síndrome contagiosa de origem pulmonar. Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) e tuberculose Conduta • 2 meses de uso rifampicina, etambutol, pirazimida e isoniazida. • Seguido de 4 meses de rifampicina e isoniazida • Início de tratamento antirretroviral CASO CLÍNICO 2 Paciente A.S.S., 42 anos, masculino, pardo, solteiro, autônomo, nasceu e reside em Salvador/BA, morador de São Paulo Qpd: queixa-se de tosse persistente por mais de 3 semanas. HPMA: Dirigiu-se a unidade básica de saúde queixando-se de tosse persistente por mais de 3 semanas com piora progressiva. Esta tosse era produtiva e com a presença de escarro hemoptoico, relata associado febre vespertina, sem calafrios, e que não costuma ultrapassar os 38,5º C, sudorese noturna e emagrecimento importante. Etilista e tabagista. Não possui bons hábitos higiênicos e alimentares. (etilismo nos faz pensar em desnutrição) HP: tuberculose Exames que solicitaria: BK Radiografia de tórax ADA PPD
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