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Aspectos fisiológicos do fígado

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Fígado como um órgão: aspectos 
fisiológicos 
BFF2 
 
Funções hepáticas: 
• Filtração e armazenamento de sangue; 
metabolismo de carboidratos, proteínas, 
gorduras, hormônios e produtos químicos 
estranhos; formação da bile; formação de 
fatores de coagulação; armazenamento de 
vitaminas e ferro 
Anatomia e fisiologia do fígado: 
• 2º maior órgão do corpo, contribuindo com 
2% do peso corporal total 
• Sua unidade funcional é o lóbulo hepático 
• O lóbulo é construído em torno de uma 
veia central, que drena para as veias 
hepáticas, e daí para a veia cava 
• O lóbulo é composto por placas celulares; 
entre as células da placa passam canalículos 
biliares que drenam para os ductos biliares, 
nos septos fibrosos que separam os lóbulos 
hepáticos adjacentes 
• Células hepáticas estão continuamente 
expostas ao fluxo venoso porta: nos septos 
tem as vênulas portais, que recebem 
sangue do trato gastrointestinal por meio da 
veia porta; a partir dessas vênulas o sangue 
flui para sinusóides hepáticos, que existem 
entre as placas hepáticas, e daí para a veia 
central 
• Arteríolas hepáticas também estão 
presentes no septo interlobular; elas irrigam 
tecidos septais; e muitas delas drenam para 
sinusóides hepáticos mais próximos 
• Além dos hepatocitos, os sinusóides 
venosos são revestidos por: células 
endoteliais típicas; células de Kupffer (células 
reticuloendoteliais) - macrófagos que 
fagocitam bactérias e outras substâncias 
estranhas no sangue dos sinusóides 
hepáticos 
• O revestimento endotelial dos sinusóides 
tem poros grandes, por onde substâncias 
do plasma e proteinas se movimentam para 
os espaços de Disse (abaixo desse 
revestimento; entre células endoteliais e 
hepáticas); esses espaços se conectam 
com vasos linfáticos nos septos 
interlobulares 
 
 
O fluxo sanguíneo através do fígado a partir da 
veia porta e artéria hepática: 
• 1350 mL de sangue fluem para sinusóides 
hepáticos por minuto = 27% do débito 
cardíaco de repouso 
• A resistência ao fluxo sanguíneo pelos 
sinusóides hepáticos costuma ser muito 
baixa (1,3 L de sangue por minuto), 
enquanto o fígado apresenta elevado fluxo 
sanguíneo 
• Quando as células parênquimatosas 
hepáticas são destruídas, células de ito se 
tornam ativadas – miofibroblastos – e 
produzem fibras colágenas que formam um 
tecido cicatricial fibroso (conjuntivo denso), 
que se contrai em torno dos vasos 
sanguíneos, reduzindo o fluxo de sangue 
porta pelo fígado = cirrose hepática + 
hipertensão porta (aumento da pressão) 
• Causa da cirrose: alcoolismo excessivo 
crônico ou esteato-hepatite não alcoólica 
(resulta de excesso de acúmulo de gordura 
no fígado, seguido de inflamação hepática) 
• A doença hepática gordurosa não alcoólica 
está associada a obesidade e diabetes tipo 2 
• Cirrose pode ser consequente: da ingestão 
de venenos; doenças virais, como hepatite 
infecciosa (B e C principalmente), obstrução 
e processos infecciosos nos ductos biliares 
• Quando o sistema porta é bloqueado por 
coágulo que se desenvolve na veia porta ou 
seus ramos principais, o retorno do sangue 
dos intestinos e baço pelo sistema de fluxo 
sanguíneo hepatoporta para a circulação 
sistêmica é impedido = hipertensão porta + 
aumento da pressão capilar na parede 
intestinal (extravasamento de líquido para 
lúmen e paredes intestinais = edema) 
• Sinais e sintomas da cirrose hepática: 
icterícia (bile não vai ser formada da 
maneira adequada = acúmulo da 
bilirrubina); encefalopatia (toxicidade da 
amônia); derrame pleural; edema de 
membros inferiores; baixa perfusão do 
tecido renal (pouca irrigação do rim; por 
conta da pressão oncótica diminuída; 
vasoconstrição renal ocorre, que pode 
evoluir para falência renal), que pode 
evoluir para falência renal; dilatação das 
veias – hipertensão porta (cabeça de 
medusa); ascite; ginecomastia – 
metabolismo ruim de hormônios 
femininos; varizes esofágicas; diabetes 
mellitus 
 
O fígado funciona como reservatório de sangue: 
• O fígado é um órgão expansível, e grande 
quantidade de sangue pode ser armazenada 
em seus vasos sanguíneos 
• Seu volume sanguíneo normal, incluindo das 
veias e sinusóides hepáticos, é de 450 mL, 
ou quase 10% do volume sanguíneo 
corporal total 
• Quando a alta pressão no átrio provoca alta 
pressão sobre o fígado, este se expande e 
passa a armazenar de 0,5 - 1L de sangue 
extra nas veias e sinusóides hepaticos - 
ocorre em casos de insuficiência cardíaca 
com congestão periférica (pressão 
sanguínea retrógrada do átrio) 
• O fígado também é apto a fornecer sangue 
extra, quando o volume sanguíneo está 
diminuído 
 
O fígado tem fluxo linfático muito alto: 
• A alta permeabilidade do epitélio dos 
sinusóides hepáticos permite a formação de 
grande quantidade de linfa (metade de toda 
a linda do corpo, em condições de repouso) 
 
Ascite: 
• Quando a pressão nas veias hepáticas 
aumenta, líquido transuda para a linfa e 
extravasa através da cápsula hepática para 
a cavidade abdominal; esse líquido é quase 
plasma puro 
• Pressões na veia cava de 10 a 15 mmHg 
aumentam o fluxo linfático hepático por até 
20 vezes o normal; e o líquido extravasado 
pela cápsula do fígado pode ser muito 
grande = ascite/ barriga d´água (grande 
quantidade de líquido livre na cavidade 
abdominal) 
• Veia porta com hipertensão porta 
 
Regulação da massa hepática – regeneração: 
• O fígado tem grande capacidade de se 
regenerar após hepatectomia parcial ou 
lesão hepática aguda, menos quando 
acompanhada de infecção por vírus ou 
inflamação 
• O hepatócito tem vida média de 150 dias 
• Na regeneração hepática, os hepatocitos 
replicam 1 ou 2 vezes; e, após o volume/ 
tamanho do fígado estarem normais, os 
hepatócitos retornam ao estado de repouso 
• O fator de crescimento de hepatocitos 
(HGF) é produzido pelas células 
mesenquimais do fígado e de outros 
tecidos; 
• Os níveis sanguíneos de HGF aumentam 
mais de 20 vezes após hepatectomia parcial 
• Fator de crescimento epidérmico, e 
citocinas, como o fator de necrose tumoral 
e interleucina-6, podem estar envolvidos na 
estimulação da regeneração das células 
hepáticas 
• Principal terminador da regeneração 
hepática: fator de crescimento 
transformante B, citocina secretada por 
células hepáticas, que é um potente inibidor 
da proliferação celular hepática 
• O crescimento hepático é regulado por um 
sinal relacionado ao tamanho corporal, 
mantendo a proporção para funcionamento 
metabólico entre peso corporal e hepático; 
porém, em doenças com fibrose, 
inflamações ou infecções viróticas, o 
processo regenerativo fica comprometido, 
e a função hepática se deteriora 
 
O sistema macrofágico hepático depura o 
sangue: 
• O sangue que flui por capilares intestinais 
recolhe muitas bactérias dos intestinos 
• Quando o sangue passa pelos sinusóides 
venosos hepáticos, os grandes macrófagos 
fagocíticos (células de Kupffer) limpam bem 
o sangue 
 
Funções metabólicas do fígado: 
Metabolismo dos carboidratos 
• O fígado armazena glicogênio; converte 
galactose e frutose em glicose; faz 
gliconeogênese (quando concentração de 
glicose sanguínea cai abaixo do normal; com 
formação de glicose a partir de gorduras ou 
proteínas); glicogenólise – ocorre quando a 
glicose sérica está reduzida; forma produtos 
químicos a partir de produtos intermediários 
do metabolismo dos carboidratos 
• Função de tampão da glicose do fígado 
• Em pessoas com função hepática precária, 
a concentração de glicose sanguínea pode 
aumentar muito 
Metabolismo das gorduras: 
• O fígado oxida ácidos graxos para suprir 
energia para funções corporais; faz síntese 
de grande quantidade de colesterol, 
fosfolipídios e lipoproteínas; síntese de 
gordura a partir de ptns e carboidratos 
• 80% do colesterol sintetizado no fígado é 
sintetizado em sais biliares, que são 
secretados na bile; o restante é carreadopor lipoproteínas 
Metabolismo de proteínas: 
• Funções hepáticas: 
• Desaminação de AAS - necessária para que 
possam ser usados como energia ou 
convertidos em carbs ou lipídios 
• Formação de ureia para remoção de 
amônia dos líquidos corporais – 
desaminação e bactérias intestinais formam 
amônia, que são absorvidas para o sangue, 
e podem ser altamente tóxicas quando em 
excesso (ex: quando há diminuição do fluxo 
sanguíneo pelo fígado – quando um shunt 
se desenvolve entre as veias porta e cava); 
• A amônia é toxica para neurônios, 
havendo uma toxicidade do SNC – 
pessoa bradipsíquica (lentidão mental) – 
encefalopatia hepática; pode levar ao 
coma 
• Formação das proteínas plasmáticas - a 
depleção de proteínas do plasma estimula a 
mitose dos hepatócitos e crescimento do 
fígado, para produzir proteínas plasmáticas; 
exceto imunoglobulinas 
• Interconversões entre os AAS e síntese de 
outros compostos a partir deles – AAS não 
essenciais podem ser sintetizados pelo 
fígado 
• Na doença hepática crônica os níveis de 
albumina podem ficar muito baixos 
reduzindo a pressão oncótica e 
causando extravasamento de líquido dos 
vasos o que gera o edema 
generalizado; sinal do cacifo positivo 
Outras funções metabólicas do fígado: 
• O fígado armazena em maior quantidade 
vitamina A; vitamina E (na gordura corporal 
e músculos); mas grandes quantidades de 
vitamina D e B12 também são armazenadas 
• Armazenamento de cobre, etc 
• A maior proporção de ferro no corpo é 
armazenada no fígado sob a forma de 
ferritina 
• Quando há ferro em excesso nos líquidos 
corporais, ele se liga a apoferritina (ptn das 
células hepáticas) para formar ferritina; 
quando o ferro atinge níveis baixos, a 
ferritina libera seu ferro 
• O fígado forma substancias utilizadas na 
coagulação: fibrinogênio, protrombina, 
globulina aceleradora, fator VII; a vitamina K 
é exigida para a ocorrência desse processo 
metabólico 
• O fígado destoxifica ou excreta na bile 
diversos fármacos; hormônios, como 
tiroxina e esteroides (estrogênio, cortisol e 
aldosterona por ex) são alterados ou 
excretados pelo fígado; lesão hepática pode 
levar ao excesso desses hormônios nos 
líquidos corporais = hiperatividade dos 
sistemas hormonais 
• Uma das principais vias de excreção do 
cálcio: secreção pelo fígado pela bile, que 
passa para intestino, depois fezes 
Dosagem de bilirrubina biliar: 
• Quando as hemácias morrem, a 
hemoglobina liberada é fagocitada por 
macrófagos teciduais (sistema 
reticuloendotelial), liberando globina e heme 
• A porção heme fornece: ferro livre, que é 
transportado no sangue pela ferritina; 
bilirrubina 
• A primeira substancia formada é a 
biliverdina, que é reduzida a bilirrubina não 
conjugada (insolúvel), que é gradualmente 
liberada dos macrófagos para o plasma; a 
bilirrubina se liga a albumina plasmática, 
sendo levada pelo sangue até hepatócitos, 
onde será absorvida; no interior da célula, 
ela é desvinculada da albumina, e a bilirrubina 
conjugada é formada, sendo transportada 
ativamente pata canalículos biliares e daí 
para intestinos 
• No intestino, parte da bilirrubina é convertida 
em urobilinogênio por ação bacteriana; após 
a exposição ao ar, na urina, o urobilinogênio 
é oxidado em urobilina (dá cor amarelada a 
urina); nas fezes é alterado e oxidado para 
formar estercobilina (da coloração 
acastanhada das fezes) 
Icterícia: 
• Tonalidade amarelada dos tecidos corporais, 
incluindo a coloração amarela da pele e 
tecidos profundos; a causa usual é a grande 
quantidade de bilirrubina (principal 
componente dos pigmentos biliares) nos 
líquidos extracelulares 
• Icterícia hemolítica: função excretora do 
fígado não está comprometida, mas as 
hemácias são hemolisadas tão rápido que as 
células hepáticas não conseguem excretar a 
bilirrubina na mesma intensidade/ ritmo = 
concentração plasmática de bilirrubina 
aumenta muito; quase toda a bilirrubina está 
na forma não conjugada 
• Icterícia obstrutiva: provocada pela 
destruição dos ductos biliares (quando 
cálculo biliar ou câncer bloqueiam o ducto 
biliar comum) ou pela lesão dos hepatócitos 
(hepatite); a formação de bilirrubina é 
normal, mas não pode passar para os 
intestinos; a ruptura dos canalículos 
hepáticos congestionados devolve a 
bilirrubina ao sangue, drenando a bile para a 
linfa que deixa o fígado; a maior parte da 
bilirrubina é do tipo conjugado, que aparece 
na urina = espuma intensamente amarela; 
• Quando há obstrução total do fluxo da bile, 
nenhuma bilirrubina pode chegar aos 
intestinos para ser convertida em 
urobilinogênio = testes para urobilinogênio 
urináirio são negativos; fezes claras, devido 
a ausência de estercobilina = acolia fecal 
• Rins podem excretar pequena quantidade 
de bilirrubina conjugada, mas não da não 
conjugada ligada a albumina;

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