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Thiago Mendes- MED104 Fisiologia do Sistema Digestório- AULA 1 → A função do sistema digestório ultrapassa as funções do senso comum: motilidade, secreção, digestão, absorção, excreção. 1. MOTILIDADE: impulsiona o alimento ingerido a partir da boca até o reto/canal/anal/ânus e existem estruturas nervosas e musculares que exercem essa função. 2. SECREÇÃO: contribui para a digestão dos alimentos e absorção dos nutrientes (HCl, enzimas digestivas); 3. DIGESTÃO: degradação dos alimentos em moléculas passíveis de absorção; 4. ABSORÇÃO: proporciona a captação de nutrientes, eletrólitos e água (por meio das células cilíndricas com criptas de lieberkuhn); 5. EXCREÇÃO: eliminação dos produtos não absorvidos. → Resumo da fisiologia do trato digestório: O alimento entra pela boca, ele vai ser mastigado, deglutido e cai no esôfago e no esôfago ocorre a propulsão. No estômago ele recebe muco, HCl e enzimas digestivas e ocorre uma mistura (para misturar o bolo alimentar com as enzimas, o HCl e muco) e propulsão no estômago para continuar o processo digestivo (para levar esse quimo para o intestino delgado). No duodeno, ainda, existe digestão, todo processo ocorre mais lento ao longo do sistema para dar tempo de processar, não é tudo de uma vez. No intestino delgado ocorre a absorção e a secreção concomitantemente o que não ocorria no estômago pois lá só era secreção. Depois, esses nutrientes entram na corrente sanguínea e todos esses nutrientes que são absorvidos por meio do sistema digestório caem no sistema porta (veia porta hepática) que vai pro fígado para serem processados, armazenados e caem novamente na circulação para serem distribuídos pelo corpo. A maior parte do sangue que chega ao fígado é venoso, entretanto, cheio de nutrientes. Chegando ao intestino grosso a água é absorvida principalmente e o restante é excretado pelo reto (fezes). Lembrar que a motilidade vai aumentando ao longo do caminho e ela é dividida em movimentos propulsão (em todas partes) e mistura (estômago, intestino delgado e intestino grosso). → É através da digestão dos alimentos que conseguimos energia para a manutenção do nosso organismo e para haver digestão os alimentos precisam passar pelo tubo digestivo, ficar um determinado tempo em cada porção dele, entrar em contato com as enzimas digestivas e depois de serem digeridos, serem absorvidos e distribuídos pela corrente sanguínea, isso tudo controlado por hormônios e sistema nervoso. → Boca ➔ esôfago (esfíncter esofágico superior e inferior) ➔estômago (válvula pilórica)➔intestino delgado (válvula ileocecal)➔intestino grosso➔reto➔canal anal➔anus. → Plexo mioentérico (ou de Auerbach) está entre as camadas muscular interna (circular) e externa (longitudinal) e o motor da motilidade é o músculo liso que é alterado suas contrações por fatores hormonais e do sistema nervoso autônomo (simpático➔ diminui as peristalses gerando desaceleração e parassimpático➔ aumenta as peristalses gerando o aceleramento, lembrando que isso tem exceções). Thiago Mendes- MED104 → O plexo submucoso (ou de Meissner) não tem tanta implicação na motilidade porém na secreção de glândulas ele é muito importante. MÚSCULO LISO ▪ O músculo liso é o motor do sistema digestório e é formado por células fusiformes (larga no centro e afinadas na periferia) e elas se juntam no digestório e funcionam como um sincício, ou seja, se contraem todas ao mesmo tempo como uma única unidade . Essa característica se deve principalmente por junções comunicantes do tipo GAP e a adesão das membranas em vários pontos. Lembrar que somente uma camada funciona como sincício e excepcionalmente a m. interna e externa possuem ligamento e quando uma é excitada a outra também é. Os íons podem fluir livremente de uma célula para a outra (Na+ e Ca2+) para fazer essa contração em conjunto e isso ocorre pois há despolarização, potencial de ação, ligamento do cálcio a calmodulina e assim gerando o deslizamento da actina e miosina, contraindo. ▪ Necessita de cálcio para contrair. → Existem estímulos que aumentam a negatividade, hiperpolarização, do potencial de membrana (desestimulam a despolarização e a contração) e estímulos que diminuem a negatividade do potencial de membrana (estimulam a despolarização e a contração). → Na fase de REPOUSO, existem ondas lentas variando entre -50 e -40 mV, que são variações pequenas do potencial de membrana que não conseguem gerar contração muscular. → Porém, em determinado momento, juntamente por algum estímulo, essas ondas lentas podem gerar o POTENCIAL EM PONTA OU ESPÍCULA= necessário para ter a contração muscular. Nessa fase (DESPOLARIZAÇÃO) tem a participação do cálcio e na anterior (repouso) não tinha. Ainda assim, nessa fase o potencial de membrana fica mais positivo do que em repouso. Essa estimulação supracitada que gera a despolarização e esse potencial em ponta pode ser por: 1. DISTENSÃO 2. ACETILCOLINA 3. PARASSIMPÁTICOS. → Na fase de HIPERPOLARIZAÇÃO, onde o potencial de membrana fica muito negativo e dessa forma não ocorre nenhum tipo de movimento/contração. Essa estimulação pode ser por: 1. NOREPINEFRINA 2. SIMPÁTICO. → Ou seja, só quando o potencial de membrana das células fica mais positivo que vai ocorrer contração e o contrário é verdade (quando esse potencial de membrana fica negativo não vai ocorrer contração). Thiago Mendes- MED104 Atividade elétrica no músculo liso gastrointestinal: ▪ É excitado por atividade elétrica intrínseca, contínua e lenta; ▪ Esta atividade consiste em 2 tipos de ondas elétricas: 1. ONDAS LENTAS: Não são potenciais de ação, são variações pequenas do potencial de repouso. Geralmente determinam o ritmo das contrações GI e parecem resultantes da interação das células musculares lisas com as células intersticiais de Cajal. Geralmente não causam contração (no estomago pode causar) mas estimulam o disparo dos potenciais em ponta que geram a contração. Ainda, não estão associadas à entrada de cálcio (gerador do potencial de ação), por isso não causam contrações musculares, na célula muscular, apenas sódio. Cálcio só entra com a polaridade mais positiva. 2. POTENCIAIS EM PONTA (espícula): São potenciais de ação e surgem quando a membrana fica mais positiva do que -40mV e é gerado pela entrada de cálcio e sódio (canais para cálcio-sódio). São resultantes das ondas lentas e diferente das fibras nervosas não basta entrar somente sódio, entra cálcio em maior quantidade e sódio em menor. Tem que ocorrer entrada de íons cálcio para ocorrer contração muscular. Controle Neural da Função Gastrointestinal ▪ O trato gastrointestinal (TGI) tem um sistema nervoso próprio= Sistema Nervoso Entérico, tal sistema é importante no controle dos movimentos e da secreção gastrointestinal, ainda, esse sistema localiza-se na parede do TGI e é composto por 2 plexos: 1. PLEXO MIOENTÉRICO OU DE AUERBACH; 2. PLEXO SUBMUCOSO OU DE MEISSNER. Fibras simpáticas, parassimpáticas e sensoriais se conectam a estes plexos, aumentando a peristalse ou diminuindo-a. Thiago Mendes- MED104 ▪ Como funciona esse mecanismo anterior: existe o epitélio do intestino com células cilíndricas absortivas com microvilos, vamos supor que esse intestino encha de alimento, dessa forma, vai ocorrer a distensão da parede, e o maior estímulo para a peristalse é a distensão porque com ela as células absortivas recebem fibras sensoriais e elas são capazes de captar estiramento, agressão, alteração do meio que vai influenciar na peristalse e como é esse processo? Os neurônios sensoriais mandam estímulos elétricos aferentes para o sistema nervoso central (gânglios pré-vertebrais, medula espinal e tronco cerebral pelo nervo vago) e ao mesmo tempo mandam diretamente estímulos para o plexo mioentéricoe submucoso, desencadeando ações simpáticas ou parassimpáticas na camada muscular principalmente. Além disso o oposto pode acontecer também pelo controle extrínseco, o simpático -inibidor- e o parassimpático- estimulador- mandar ações diretamente no plexo mioentérico, submucoso (é mais relacionado a secreção e fluxo sanguíneo local) e epitélio, um exemplo é o simpático inibindo a peristalse relaxando as fibras, porém ele pode, também, realizar a abertura de esfíncteres como o urinário, por isso em situações de alerta e nervoso as pessoas podem urinar na roupa. Motilidade Gastrointestinal ▪ Refere-se a contração e relaxamento das paredes e dos esfíncteres do TGI. Nesse processo ocorre a mistura do alimento com secreções , redução do tamanho das partículas dos alimentos e impele (empurra, propulsão) o alimento ao longo do TGI. CONTROLE HORMONAL DA MOTILIDADE GASTROINTESTINAL ▪ Em geral, os efeitos hormonais são mais importantes para as funções secretórias do que para a motilidade. Alguns hormônios são parácrinos, ou seja, agem perto da onde foram produzidos e outros são endócrinos, ou seja, são produzidos em um lugar e entram na corrente sanguínea para agir em outro local. Interferem na motilidade: Thiago Mendes- MED104 1. COLECISTOCININA (CCK): inibe o esvaziamento gástrico; causa contração da vesícula biliar, secreção pancreática e também inibe o apetite para evitar excessos durante as refeições. Outrossim, é produzido pelas células i do intestino delgado (mucosa do duodeno e jejuno) quando detecta um quimo muito gorduroso ou aumento de quimo. 2. MOTILINA: estimula a motilidade gástrica e intestinal. É produzida pelas células M do intestino delgado (jejuno e íleo) Em síntese: A função secretora e da motilidade são controladas pelo sistema nervoso entérico (com os plexos), sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático que agem no SNE aumentando ou diminuindo a peristalse), fibras nervosas sensitivas (que detectam alteração no epitélio e levam pro SNC ou SNEntérico), hormônios endócrino e parácrinos e pelo volume e composição luminal (se chega muito volume, por exemplo, no duodeno e ele secreta colecistocinina que vai agir no estômago inibindo o esvaziamento gástrico). MOTILIDADE ▪ Há dois tipos de contração da musculatura lisa gastrintestinal → CONTRAÇÃO FÁSICA : contração e relaxamento periódicos → CONTRAÇÃO TÔNICA: contração mantida e sustentada (acontece nos esfíncteres que sempre fica contraído e quando chegar o estimulo do alimento ele relaxa) ▪ Tipos de movimentos do TGI: → MOVIMENTOS PROPULSIVOS ➔ Peristaltismo. Fazem com que o alimento percorra o trato com uma velocidade apropriada para a digestão e absorção. Requer um plexo mioentérico ativo e o estimulo usual do peristaltismo intestinal é a distensão gastrointestinal. Lei do intestino: após qualquer estímulo, como por exemplo a distensão, gera um reflexo peristáltico que tem sempre direção anal em condições normais (vômito não). → MOVIMENTOS DE MISTURA ➔ manter os conteúdos intestinais bem misturados todo tempo. → Fome é o desejo por alimento, apetite é qual o tipo de alimento você irá consumir. 1ª fase: Mastigação → Dentes incisivos (rasgam/cortar), molares (maceram/trituram), caninos. → Controle da musculatura ➔ núcleos no tronco encefálico e ramo motor do 5º par craniano (nervo trigêmeo) → Os movimentos de mastigação rítmicos são ocasionados pela estimulação de áreas reticulares especificas, nos centros do paladar no tronco encefálico. Além disso, a estimulação de áreas no hipotálamo, na amígdala e até mesmo no córtex cerebral, próxima às áreas sensoriais do paladar e do olfato, muitas vezes causa a mastigação também. Thiago Mendes- MED104 → REFLEXO DA MASTIGAÇÃO: alimento na boca desencadeia a inibição reflexa dos músculos da mastigação➔ mandíbula inferior se abaixa ➔ inicia o reflexo do estiramento dos músculos mandibulares➔ contração reflexa que eleva a mandíbula novamente➔ compressão do bolo contra a cavidade oral e reinicia o ciclo. → A mastigação é importante para digestão de frutas e vegetais crus pela presença da parede celular de celulose que não é digerida e precisa ser quebrada na boca para ser absorvidos os nutrientes. → As enzimas digestivas só agem nas superfícies das partículas dos alimentos, ou seja, a intensidade da digestão depende da área de superfície total exposta às secreções digestivas. Ademais, alimentos que não foram mastigados corretamente podem gerar escoriações no TGI. Deglutição → Ato parcialmente voluntário e parcialmente reflexo ▪ Oral (voluntária, musculatura estriada esquelética) ▪ Faríngea (involuntária/ato reflexo) ▪ Esofágica (involuntária/ato reflexo) → Pares de nervos cranianos envolvidos: 5º, 9º, 10º e 12º. → No vômito o palato mole não consegue fechar a cavidade nasal, por ser muito rápido, e por isso ele atinge ela e sai pelo nariz, o mesmo acontece com beber refrigerante e falar ao mesmo tempo. Nesse último exemplo ainda pode não fechar a epiglote e entrar líquido na traqueia. → Resumo: FASE INVOLUNTÁRIA FARÍNGEA da deglutição: traqueia se fecha, o esôfago se abre e onda peristáltica rápida, iniciada pelo sistema nervoso da faringe força o bolo de alimento para a parte superior do esôfago e esse processo dura menos de 2 segundos. Os impulsos são transmitidos dessa área por porções sensoriais do nervo trigêmeo e glossofaríngeo para o bulbo pelo trato solitário. Os impulsos motores do centro da deglutição são transmitidos oelo 5º, 9º, 10º e 12º nervos cranianos e, mesmo, por alguns nervos cervicais superiores. → Ocorre a interrupção da respiração durante a deglutição. → O movimento do palato é misto, tem musculo esquelético que é voluntário mas ao mesmo tempo o contato gera uma reação involuntária (ato reflexo). → REFLEXO DA DEGLUTIÇÃO ▪ O reflexo da deglutição (voluntário) desencadeia um movimento peristáltico (onda primária) que se propaga ao longo do esôfago, esse é o peristaltismo primário e depois, caso sobre alimento na cavidade esofágica, inicia para o completo esvaziamento do esôfago o peristaltismo normal/secundário com contrações e relaxamentos pela própria passagem do alimento com distensões, ao contrário do primário que é pela continuação da onda peristáltica. Importante são os nervos (5,9,10,12) e o tronco cerebral, alerta quando teve algum AVE, trauma nessa parte pode ter dificuldades para engolir e pode engasgar. → FASE ESOFÁGICA Thiago Mendes- MED104 ▪ A onda peristáltica continua a deslocar o bolo alimentar até o esfíncter esofágico inferior, relaxando-o e permitindo a entrada do bolo alimentar no estomago. Peristaltismo primário➔ continuação da onda peristáltica que começa na faringe. Peristaltismo secundário➔ resultam da distensão do próprio esôfago pelo alimento distendido e só ocorre quando o peristaltismo primário não dá conta e são deflagradas pelo plexo mioentérico. ▪ Faringe e 1/3 superior do esôfago é músculo estriado esquelético que é controlado por nervos motores: n. glossofaríngeo e n. vago ▪ Outros 2/3 já temos músculo liso controlados pelos nervos vagos em conexão com o plexo mioentérico ou de Auerbach. ▪ Esfincter esofágico inferior (EEI) em constrição tônica ➔ para evitar o refluxo gastresofágico pois a secreção gástrica é ácida com enzimas proteolíticas causando úlceras no esôfago, refluxo etc. Somente a mucosa esofágica bem inferior é capaz de resistir a essa secreção gástrica. Prevenção adicional do RGE: o fechamento do esôfago como se fosse uma válvula contribui para evitar o aumento da pressão intra-abdominal e a projeção do esôfago para dentro do estômago. Se não fosse isso ocorreria RGE quando andássemos, respirássemos ou tossíssemos. ▪ Alimento no esôfago perto do estômago: onda de relaxamento transmitida por neurônios inibidores mioentéricos (não é somente excitatório apesar da maioria ser, nosesfíncteres é diferente) e ocorre o relaxamento do EEI, relaxamento receptivo do estômago e do EEI. A contração peristáltica acontecendo no esôfago e o relaxamento do esfíncter esofágico inferior e do estômago (pois se tiver em peristalse não consegue receber o alimento), esses dois últimos em relaxamento receptivo. Até o duodeno relaxa e se prepara, assim como o estômago, para receber o alimento. Acalasia: condição rara em que o esfíncter não relaxa de forma satisfatória. 1ª parada: Estômago → Armazenamento de grande quantidade de alimento (1,5L); → Formação do quimo- semi liquido, pastoso- por meio da mistura (alimento + secreções gástricas); → Esvaziamento gástrico lento para dar tempo de o duodeno fazer a digestão e absorção. → Porção oral (2/3 do corpo do estômago) x Porção caudal (o restante do corpo+ o antro). MOTILIDADE GÁSTRICA ▪ Relaxamento receptivo➔ quando o alimento está vindo do esôfago para o estômago ▪ Contrações (peristalse) para redução do tamanho das partículas do bolo alimentar e mistura deste ao suco gástrico ▪ Esvaziamento gástrico. Reflexo do relaxamento receptivo gástrico: Distensão do estômago causa o relaxamento da musculatura lisa desse órgão para receber o bolo alimentar. Thiago Mendes- MED104 Reflexo vasovagal: causado pela distensão do estômago e leva essa informação ao tronco cerebral e volta reduzindo o tônus da parede muscular do corpo do estômago. O RITMO ELÉTRICO BÁSICO DA PAREDE GÁSTRICA Enquanto o alimento estiver no estômago, ondas constritivas peristálticas fracas, denominadas ondas de mistura, iniciam nas porções médias e superiores da parede gástrica e se deslocam em direção ao antro. Essas ondas são desencadeadas pelo ritmo elétrico básico da parede, consistindo em ondas elétricas lentas que se formam espontaneamente. À medida que as ondas vão para a região do antro elas vão aumentando de intensidade gerando o potente potencial de ação peristáltica que forma anéis constritivos que forçam o conteúdo antral sob pressão cada vez maior no duodeno. Os anéis constritivos também tem importante função na mistura, pois à medida que se aproxima do piloro o esfíncter vai fechando e abertura é muito pequena, dessa forma, o conteúdo volta na direção retrograda num movimento chamado retropulsão. MISTURA E DIGESTÃO Forças de contração progressivamente maiores da região oral para caudal do estômago. Esse peristaltismo (força) é chamado de BOMBA PILÓRICA. As contrações misturam o conteúdo gástrico e periodicamente impelem parte desse conteúdo em direção ao duodeno. Ou seja, ao mesmo tempo que a bomba pilórica empurra o alimento para a região pilórica ela o faz retrair pois ocorre uma constrição naquela região, o que propicia a mistura. Na cirurgia de redução do estômago não ocorre prejuízos quanto a motilidade desse órgão. Quando o esfíncter esofágico inferior estiver relaxado devido um estímulo para relaxar ou o diafragma estiver relaxado ocorre o refluxo gastresofágico, esofagite. Peristalse no estômago é chamada de bomba pilórica e a mistura é chamada de retropulsão. Thiago Mendes- MED104 ESVAZIAMENTO GÁSTRICO A velocidade de esvaziamento é rigorosamente regulada, dando tempo para a neutralização do H+ no duodeno, digestão e absorção de nutrientes. Velocidade de esvaziamento: Líquidos>>> Sólidos Isotônicos>>> Hipotônicos ou Hipertônicos. O esvaziamento de líquidos é exponencial. Já o esvaziamento de grandes partículas sólidas começa apenas após a trituração/moagem suficiente (fase de atraso). Em seguida, o quimo viscoso é esvaziado de maneira quase linear. Isso explica porque quando comemos uma sopa sentimos fome muito rápido e quando comemos muita carne demoramos para sentir fome pois o esvaziamento gástrico é mais lento. A fase de atraso é a parte que tá ocorrendo mistura, trituração/moagem ainda do alimento no estômago. O intestino tem um controle muito grande sobre o estômago, ele secreta na mucosa do jejuno, por exemplo, colecistocinina que inibe o esvaziamento gástrico por inibir a motilidade gástrica causada pela gastrina. O intestino inibe por captar o quimo muito gorduroso ou ácido e o excesso dele. Além da CCK ainda tem a secretina (liberada pela mucosa duodenal) e o peptídeo inibidor gástrico (GIP) que inibem também, o GIP pouco pois a ação dele é mais no pâncreas para estimular a secreção de insulina. Reflexo do Vômito → Eventos: ▪ PERISTALTISMO INVERSO ✓ Relaxamento do piloro ➔ conteúdo do duodeno pode até voltar. ✓ Inspiração forçada para aumentar a pressão abdominal; ✓ Relaxamento do esfíncter esofágico inferior; ✓ Expulsão do conteúdo gástrico. Ânsia de vômito: é quando o esfíncter esofagiano superior está contraído, ou seja o vômito está “preso” no esôfago e não consegue sair dando essa sensação. Para acelerar a abertura desse esfíncter pode-se colocar o dedo na úvula do palato mole (dedo na garganta) gerando a abertura e relaxamento desse esfíncter esofagiano superior. Fatores que estimulam o vômito 1. GRAVIDEZ 2. MEDICAÇÃO, TOXINA, DOR, IRRADIAÇÃO 3. CHEIRO OU CONTATO 4. AUMENTO DA PRESSÃO CEREBRAL 5. PROCESSO INFLAMATÓRIO NO ESTÔMAGO 6. MOVIMENTOS DE ROTAÇÃO Thiago Mendes- MED104 Esses estímulos atuam diretamente no centro do vômito com quimiorreceptores na zona de gatilho. O vômito é acompanhado por: náusea, dilatação da pupila, sudorese, palidez, aumento da salivação e ânsia de vômito. Motilidade do Intestino Delgado → Mistura com secreções duodenais, otimizando a digestão. → Contato do quimo com mucosa intestinal, otimizando a absorção de nutrientes. → Propulsão do quimo em direção ao cólon. → No máximo 12 contrações por minuto, no íleo é 8/9 contrações por minuto. → 3 a 5 horas do piloro até a válvula ileocecal (velocidade de 0,5 a 2 cm/s, em média 1 cm/s) Movimentos peristálticos ➔ PROPULSIVOS Movimentos de mistura ➔ SEGMENTARES, porque vão se misturando em cada segmento do intestino com o restante anterior e assim pela frente. Quimo no duodeno ➔Distensão da parede➔ CONTRAÇÕES DE MISTURA (frequência determinada pelas ondas lentas) Distensão da parede do delgado➔ Distensão do estômago➔ Reflexo gastroentérico (hormônios- gastrina, CCK, insulina, motilina, serotonina- que aumentam a motilidade) ➔ CONTRAÇÕES PROPULSIVAS. → O duodeno tem controle sobre o esvaziamento gástrico. Se há volume excessivo de quimo, quimo excessivamente ácido, quimo com muita proteína e gordura, quimo hipertônico ou hipotônico e algum sinal de irritação gera sinais de feedback inibitório: REFLEXOS NERVOSOS ENTEROGÁSTRICOS ➔ SN entérico (plexos), simpático, Vago. FEEDBACK HORMONAL (CCK, Colecistocinina) Esses sinais inibem a bomba pilórica e aumentam o tônus do esfíncter pilórico. → A intensidade do esvaziamento gástrico é limitada à quantidade de quimo que o intestino delgado pode processar. O alimento fica cerca de 3 a 5 horas no intestino delgado absorvendo nutrientes (1cm/min) até a válvula ileocecal. VÁLVULA ÍLEOCECAL➔ É uma válvula de retenção que só abre na próxima refeição (reflexo gastroileal- intensifica o peristaltismo no íleo e força o quimo a passar pela válvula- , chega comida no estômago e estimula a abertura da válvula), por isso comer e beber água após pode auxiliar no processo da digestão e evitar constipação. Os laxantes (lactopurga) age na musculatura (por isso pode dar dor) do intestino estimulando a peristalse, dessa forma, não são muito recomendados pois pode gerar uma dependência. Thiago Mendes- MED104 Hoje em dia usa-se mais os laxantes hiperosmótico pois eles retem água na luz do intestino e facilita a saída das fezes. ▪ Evita o refluxo do ceco para o íleo; ▪ Qualquer irritação (apendicite, por exemplo) do ceco retarda oesvaziamento, pois ela fecha. A válvula ileocecal possui uma musculatura circular espessa. → Surto peristaltico: acontece quando há uma irritação intensa da mucosa intestinal, como ocorre em casos graves de diarreia infecciosa, pode causar peristalse rapida e intensa que é o surto peristaltico, varre o conteúdo do delgado pro grosso rapidamente. Intestino Grosso CÓLON Funções: ▪ Absorção de água e eletrólitos do quimo para formar fezes sólidas; ▪ Armazenamento de material fecal até que possa ser excretado MOTILIDADE DO INTESTINO GROSSO ▪ Mistura➔ HAUSTRAÇÕES ▪ Propulsivos➔ DE MASSA A mistura no intestino grosso ocorre pelo relaxamento das haustras e o alimento vai passando devido as peristalses. O alimento mistura-se com muco- ali existem várias criptas de lieberkuhn com células caliciformes que secretam essa substância- para formar as fezes. Thiago Mendes- MED104 MOVIMENTOS DE MASSA: deslocamento de massa por distâncias maiores, 1-3 vezes ao dia, pois queremos formar fezes grandes e não pequenas, então vai juntando os “pedaços” para formar uma feze inteira. Reflexo Gastrocólico: distensão do estômago➔ aumento da motilidade do cólon e da frequência de movimentos em massa. Reflexo da Defecação → É um reflexo parassimpático → Enchimento do reto → Paredes do sigmoide e do reto se contraem e o esfíncter anal interno (involuntário, musculatura lisa) relaxa → Controle do esfíncter anal externo (musculatura esquelética do assoalho pélvico) é voluntário → Se a defecação é postergada, o reflexo é inibido até o próximo movimento em massa. Em resumo: O cólon sigmoide é bom pois ele é dobrado e ajuda a reter as fezes, inclusive pessoas que precisam retirá-lo tem mais dificuldade para segurar. Fezes chegam ao cólon sigmoide ➔ paredes se distendem ➔ estimula a peristalse (plexo mioentérico) e ao mesmo tempo tem as fibras parassimpáticas e elas fazem com que aumentam mais ainda as peristalses e relaxa o esfíncter anal interno, o externo a gente controla. O ideal é respeitarmos o momento do reflexo da defecação pois depois ele pode demorar 12h. Thiago Mendes- MED104 Podemos estimular nosso reflexo da defecação forçando porém estes nunca são tão eficazes quanto os que surgem naturalmente. Esta é a razão pela qual as pessoas que o inibem tendem mais a ter constipação. RESUMO DA MOTILIDADE GI POR SEGMENTO: • Boca – Mastigação e Deglutição • Esôfago – Deglutição e Peristalse • Estômago – Mistura (retropulsão) e Propulsão (peristalse - bomba pilórica) • Intestino Delgado – Mistura (segmentares) e Contrações Propulsivas (peristalse) • Intestino Grosso – Mistura (Haustra) e Contrações Propulsivas ( peristalse – de massa).
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