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TGP | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 1 É ramo da filosofia do processo. Aborda conceitos fundamentais. Tem como finalidade a ciência do direito processual. Viver socialmente é fonte geradora de conflitos. Portanto, o direito processual tem por objetivo solucionar esses conflitos. ® satisfazer o direito material. Meios de solução de conflitos: ® Processo é um dos meios, mas existem outros: ¨ Autotutela Conceito: Justiça pelas próprias mãos. A autotutela em regra é proibida no Brasil, mas admitimos como exceção (greve, legítima defesa, legítima defesa da propriedade, prisão em flagrante...) Exercício arbitrário das próprias razões, mas não posso me exceder (moderação). ¨ Art. 342 do CPC. NULLA POENA SINE JUDICIO = não há culpa sem processo. Trata-se de princípio a ser observado, no sentido de que não existe pena sem processo anterior. É garantia de que o indivíduo tenha a possibilidade do exercício do direito de defesa ® Tenha direito ao devido processo legal: contraditório e ampla defesa. ¨ Autocomposição Conceito: As próprias partes resolvem o conflito. Requisitos: ® Concessões recíprocas ® Direito disponível (aquele que pode dispor). Direitos indisponíveis não podem ser transacionados. ® Partes capazes ® RES DUBIA: res = coisa dúbia= duvidoso. Coisa duvidosa. Formas de autocomposição: 1. Desistência (renúncia): Despojamento da pretensão pelo AUTOR. Aquele que se diz proprietário do direito, desiste. É a submissão do autor. ¨ Art. 487, III, “c”, do CPC. 2. Submissão: Despojamento da pretensão pelo RÉU. O réu se submete a vontade do autor. O réu renuncia o processo e o direito é do autor. Chama-se reconhecimento da procedência do pedido. ¨ Art. 487, III, “a”, do CPC. 3. Transação: Entram em um acordo. Buscam um meio-termo. 4. Mediação: Há um terceiro que tenta aproximar as partes, chama-se mediador. Oferece possíveis meios de resolver o conflito, mas não vincula os envolvidos a sua opinião, não decide o conflito. Teoria geral do Processo TGP | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 2 Os envolvidos podem ou não chegarem a alguma solução pelas propostas apresentadas pelo mediador. A Lei 13.140/2015 descreve em seu texto o conceito de mediação como sendo: Técnica de negociação na qual um terceiro, indicado ou aceito pelas partes, as ajuda a encontrar uma solução que atenda a ambos os lados. O art. 5º da mencionada Lei Prevê que a mediação deve ser orientada pelos seguintes princípios: 1. Imparcialidade do mediador 2. Igualdade entre as partes 3. Oralidade 4. Informalidade 5. Vontade das partes 6. Busca do senso comum 7. Confidencialidade 8. Boa-fé Observação: A jurisprudência, a doutrina e a banca das provas, mudaram de opinião a respeito da mediação. A mediação não faz mais parte da heterocomposição e sim da autocomposição pois não há terceiro para resolver (impor) o conflito, e sim um mediador para ajudar as partes resolverem o conflito. ® Mediador não impõe sua vontade e não possui a caneta para impor. Mediação X Conciliação São métodos similares, mas o CPC em seu art. 165 faz uma diferenciação: ® O Conciliador atua preferencialmente nas ações, nas quais não houver vínculo entre as partes, e pode sugerir soluções. ® Já o mediador atua nas ações nas quais as partes possuem vínculo jurídico, com o objetivo de restabelecer o dialogo e permitir que elas proponham soluções para o próprio caso. São informadas pelos princípios da independência, da imparcialidade, do autorregramento da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada. ¨ Art. 166 do CPC ¨ Heterocomposição Pela heterocomposição, as partes “escolhem” terceiro para resolver o conflito. Buscam a jurisdição. 1. Arbitragem: Lei 9.307/96 É uma técnica de solução de conflitos mediante a qual os conflitantes buscam uma terceira pessoa, de sua confiança para uma solução amigável e imparcial. ® Arbitro, é o terceiro que resolve o conflito, como se fosse o juiz. Considera- se juiz de fato. Deve haver interessados, isto é, só busca a arbitragem se ambos estejam interessados. Observação: 1. Não se diz “as partes” se diz “os interessados. 2. O juiz não resolve o conflito, somente o árbitro. Jurisdição = juiz TGP | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 3 Pode ser constituída por meio da CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM. Podendo ser: 1º CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA: é a convenção em que as partes já deixam pré- definidas que caso haja divergências do negócio jurídico serão resolvidas pela arbitragem. Deixam específico no contrato, por exemplo. 2º COMPROMISSO ARBITRAL: é o acordo das vontades para submeter uma controvérsia concreta já existente, ao juízo arbitral. Trata-se de um contrato renunciando a atividade jurisdicional estatal. Após a convenção de arbitragem, o que será decidido/ resultado deverá estar na Sentença arbitral ou laudo arbitral. ¨ Não cabe recurso. Art. 18 da lei de arbitragem. Por meio de ação anulatória pode se CANCELAR a decisão do arbitro, mas não porque os interessados não gostaram da sentença, e sim por vícios do consentimento, por exemplo. ¨ Art. 32 e 33, caput, da lei de arbitragem. Ação rescisória da sentença arbitral, devendo ser ajuizada no prazo de 90 dias após o recebimento da intimação. ® É considerado Titulo executivo judicial (porque está aos olhos do juiz). Caso posteriormente haja um processo (as partes recorram ao judiciário) o JUIZ não pode reconhecer de oficio a convenção de arbitragem, se o réu não alegar na preliminar de contestação. ¨ Art. 337, inc. X, CPC: Diz que incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, deve alegar a convenção de arbitragem. ¨ Art. 485, inc. VII, CPC: Diz que o juiz não resolverá o mérito quando houver alegação de convenção de arbitragem ou quando o juízo reconhecer sua competência. Meios alternativos de solução de conflitos ¨ Art. 3º, §§ 1º a 3º, do CPC. Formas alternativas de solução de conflitos: 1. Arbitragem 2. Conciliação e mediação O legislador de 2015 deu ênfase aos meios alternativos de solução de conflitos. O processo se mostra meio caro e demorado de solucionar conflitos. A conciliação é meio alternativa de solução de conflitos, podendo acontecer de modo endoprocessual (dentro do processo) e extraprocessual. ® Direitos indisponíveis não podem ser transacionados. No processo penal admite-se a transação penal em sede judicial – arts. 74, p. único, 76, 88, da Lei 9.099/95. ® Lembrando também que no direito penal não há pena sem processo anterior – nulla poena sine judicio. TGP | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 4 ¨ Acesso à justiça O acesso à justiça vai além de conseguir chegar até o poder judiciário. Vai além da prestação do serviço de tutela jurisdicional. É necessário que a prestação seja acessível aos menos abastados, chegando aos menos favorecidos. É necessário também que o processo siga os preceitos legais, o ordenamento jurídico, passando pelos princípios gerais e específicos de cada ramo do direito. A decisão deve ser justa, razoável, adequada, proporcional. É necessário que o processo seja útil, que o jurisdicionado tenha seu direito efetivado e em tempo hábil. ® Empecilhos para chegar ao acesso a justiça: 1º Fazer com que o processo chegue até o fórum, que a petição seja “lida”. ® Ampla admissão de pessoas e causas (direito à gratuidade da justiça, direito à assistência judiciária – art. 5º, LXXIV, CF). Para chegar até ao poder judiciário, é necessário um advogado. Mas no juizado na vara civil, até 20 salários mínimos você pode ir sem advogado. Na justiça do trabalho “jus postulandi”, pode ir sem advogado independente da renda. E a relação daqueleque é pobre (na acepção legal do termo)? Assistência judiciaria gratuita. ® Há a defensoria pública, o processo é caro (custas processuais), para isso existe gratuidade da justiça. 2º A observância do devido processo legal. (galinha com seus pintinhos. A galinha é o processo legal, os pintinhos é os princípios). Devido processo legal, com seus princípios inerentes. O judiciário irá observar as regras e os princípios de acordo com o caso. 3º Decisão do Juiz. Deve ser justa. Razoabilidade. ® Decisão justa, resultado justo na interpretação do direito. 4º Efetividade da decisão, evitando medidas inúteis. Ex. art. 139, IV do CPC. Conseguir executar. É necessário criar possibilidades para que o processo seja admitido, possibilidade de ingresso. A ideia é que a prestação da tutela jurisdicional chegue ao maior número possível de pessoas. Que possam demandar e se defender adequadamente, inclusive em ilícitos penais. • Sistema multiportas (varias portas). Na verdade, é um nome “bonito” para esses meios alternativos que foram vistos anteriormente. TGP | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 5 ¨ Tendências do Novo Processo Civil 1. Princípio da Cooperação: Os juízes e as partes devem cooperar. Uma abertura para que as partes possam “conversar”. ¨ art. 6º, CPC: 2. Emenda da PI- 15 dias para o conserto da petição inicial. ¨ Art. 485, CPC. 3. Duração Razoável do Processo ¨ Arts.5º e 6º, ambos do CPC. 4. Ampla defesa e contraditório substanciais ¨ Arts. 9º e 10º, ambos do CPC. 5. Processo mais social- função social do processo. 6. Tendência à conciliação e outras formas alternativas de solução de conflitos. ¨ Direito intertemporal processual. Art. 14 do CPC: as normas processuais tem eficácia imediata, são aplicadas imediatamente, aos processos em curso. A lei não retroagirá, o que já passou do processo com a lei antiga, já passou. A partir da próxima fase, aplica-se a nova lei. Tal preceito foi utilizado para o NCPC e é utilizado para as normas processuais civis em geral. Para entender qual momento processual a lei processual se refere quando utiliza o termo “imediata”. A doutrina trás 3 teorias: 1- Teoria da unidade processual: Já não é mais aplicada, por que diz que o processo é único, e deve-se basear nas normas antigas ≠ do art. 14 do CPC. Ex: antigamente era citação por oficial de justiça, e hoje é citação postal. 2- Teoria das fases processuais autônomas: Deve se terminar a fase do processo para aplicar a nova regra. ® Procedimento ordinário (antigo CPC) - acima de 60 sal. Min Processo ® Procedimento sumario - Comum ® Procedimento sumaríssimo- até 40 sal. Min - Lei 9099/ 95 3- Teoria do isolamento dos atos processuais. Usada como regra. Diz que no próximo ato aplica a nova norma. ¨ Diferença entre Direito intertemporal civil ≠ direito intertemporal processo D. Intertemporal do Civil D. intertemporal do processo 1. A norma aplicada no processo é que está na vigência do processo. 2. A norma utilizada é a que estava valendo quando ocorreu o fato. Exemplo: Se uma pessoa morre, aplica-se a lei vigente do dia da morte. Nas normas de processo, serão utilizadas no processo em curso. Não precisa terminar uma fase para ser aplicada. Isola o ato.
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