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AULAS_ROTEIRO_TV_5semRTV

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ROTEIRO TV 
5º semestre/RTV 
UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL 
PROFº LUCIANO DE SOUZA 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• O que é um roteiro? 
 Existem diversas formas de definir roteiro. 
 Segundo Syd Field, “o roteiro é uma história 
contada em imagens, diálogos e descrições, 
localizada no contexto da estrutura dramática”. 
 Para Luiz Carlos Maciel, roteiro é uma rota não 
apenas determinada, mas “decupada”,dividida, 
através da discriminação de seus diferentes 
estágios. Roteiro significa que saímos de um 
lugar, passamos por vários outros, para atingir 
um objetivo final. Ou seja: o roteiro tem 
começo, meio e fim. 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• O que é um roteiro? 
 Roteiro é a forma escrita de qualquer projeto 
audiovisual. Em televisão, pode-se acrescentar 
a esse conceito a descrição objetiva das 
cenas, seqüências, diálogos e indicações 
técnicas de vídeo e áudio (Doc Comparato). 
 É uma forma literária única, pois só existe 
durante o tempo que leva para ser convertido 
em um produto audiovisual. No entanto, sem 
material escrito não se pode dizer nada, por 
isso um bom roteiro não é garantia de um bom 
programa, mas sem um roteiro não existe um 
bom programa". 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• O que é um roteiro? 
 O roteiro é uma peça literária na qual o autor 
só tem um recurso: a descrição. E ela precisa 
ser compreendida por toda a equipe de 
produção. Pra todo mundo entender, não pode 
haver metáforas. Portanto, o bom roteirista não 
é necessariamente um bom escritor, mas 
aquele que sabe traduzir, com racionalidade e 
clareza, o seu pensamento visual. 
 O roteiro é o desenvolvimento de um enredo 
dentro de uma técnica determinada; é a base 
de qualquer programa de TV. 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Noções gerais de criação e redação 
 Segundo o dramaturgo Doc Comparato 
"Escrever um roteiro é como se tivéssemos 
uma câmera atrás do olho e ainda mais, pois a 
câmera tem maior acuidade visual do que o 
olho e isso a aproxima da imaginação". 
 Todo roteiro – assim como toda obra literária – 
começa sempre a partir de uma idéia. Idéias 
valem ouro! A criatividade pode ser alimentada 
pela observação e interpretação da realidade, 
muita leitura, pesquisa, vivências do autor, 
brainstorms com amigos e parceiros, leitura de 
outros roteiros, etc. O importante é que cada 
um desenvolva seu próprio processo criativo. 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Noções gerais de criação e redação 
 A partir da idéia, que é muito abstrata, surge 
uma segunda etapa: passar a idéia para o 
papel. Ao passá-la para o papel ocorre um 
salto qualitativo e quantitativo: uma coisa é a 
idéia abstrata, e outra quando se torna 
realidade, palavra. 
 Quando você transforma sua idéia para 
algumas poucas frases, em termos de ação, 
personagem ou blocos; você começa a 
expandir os elementos de forma e estrutura do 
seu roteiro.(Ex: sinopse de filmes no jornal). 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Noções gerais de criação e redação 
 Em televisão, a regra é sempre a mesma: 
quanto mais você sabe sobre a sua idéia, mais 
você pode comunicar. 
 E a pesquisa é uma ferramenta essencial para 
o sucesso de um programa ou de qualquer 
teledramaturgia. Elas lhe dão idéias, situações, 
sensibilidade, personagens e conhecimento; 
ajudam você a manter o controle sobre a idéia 
original. (exs: Apocalypse Now, Fahrenheint 
9/11, Meu nome não é Johnny, Bicho de Sete 
Cabeças, Por toda a minha vida, Carandiru ) 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Noções gerais de criação e redação 
 Roteiro não é literatura. Ou seja: não é uma 
forma acabada de linguagem, deve ser 
pensado como um momento intermediário de 
criação. O ROTEIRISTA DEVE SER CLARO. 
 Isso não significa que devemos esquecer a 
Língua Portuguesa.......pelo contrário, NÃO 
são admitidos erros de português. 
 Problemas de escrita dizem respeito ao ato de 
escrever, e independem de se estar 
escrevendo um roteiro ou qualquer outro tipo 
de texto. 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Noções gerais de criação e redação 
 A única maneira de escrever roteiros cada dia 
melhor é lendo, escrevendo e pensando sobre 
o que se lê e escreve - de preferência, com um 
bom dicionário de um lado e uma boa 
gramática de outro. 
 
 1. ORTOGRAFIA: "Por incrívil que paressa, 
tem jente que nem presta atensão ao 
comteúdo de um rotero se ele tem problemas 
dece tipo. Puro preconseito!" É duro pegar um 
roteiro assim..... 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Noções gerais de criação e redação 
 2. ACENTUAÇÃO: Fora o inglês, todas as 
línguas do mundo possuem acentos, e a 
informática não os aboliu. 
 
 3. SINTAXE - Segundo o Aurélio, "parte da 
gramática que estuda a disposição das 
palavras na frase e das frases no discurso, 
bem como a relação lógica das frases entre 
si”. Aí entram milhares de regrinhas de 
concordância, adequação, consecução, etc, 
cujo conhecimento pode ser adquirido com um 
bom "ouvido". 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Noções gerais de criação e redação 
 4. PONTUAÇÃO: É a maneira de usar sinais 
para encaixar as frases umas nas outras, 
facilitando a leitura. 
 
 5. DIGITAÇÃO: Muitas vezes, o que parece 
ser um grave problema dos tipos anteriores é 
apenas falta de atenção. Nada que uma boa 
revisão não resolva. E confiar no corretor 
ortográfico quase nunca dá certo. 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Noções gerais de criação e redação 
 6. NÃO DIGA O ÓBVIO: “...um hospital com 
muitas pessoas doentes.” 
 
 7. SIGLAS: não introduza siglas no roteiro sem 
explicá-las no mínimo uma vez.(Ex.: DAC - 
Depto. de Aviação Civil, OAB, CRM, etc.) 
 
 8. EVITAR OS CLICHÊS: Deve-se usar os 
clichês com cautela. Eles são práticos, mas 
não devem se tornar uma rotina dentro do 
roteiro. (Ex.: “foi aplaudido de pé”, “um lance 
espetacular”, “quem sabe faz ao vivo”, etc.) 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Da pesquisa ao roteiro 
 A idéia, como já foi visto, é o princípio do roteiro, 
é a base onde existirá todo o outro contexto 
(conflito, personagens e ação dramática). Mas, 
as idéias não surgem do nada, existe sempre 
uma fonte de inspiração. Segundo o roteirista 
Lewis Herman, as idéias podem ser originadas 
de seis fontes. São elas: 
 
 Idéia verbalizada – Quando a idéia surge de 
alguma conversa ou história que ouvimos. 
Muitas vezes um comentário ou até uma 
conversa alheia pode fornecer uma idéia. 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Da pesquisa ao roteiro 
 Idéia selecionada – Tem se a idéia a partir de 
alguma lembrança ou experiência pessoal. Este 
tipo de idéia pode resultar em bons roteiros, mas 
não é muito confiável, pois, sempre chega um 
momento onde as memórias do autor, que 
resultem num bom roteiro, se esgotam (Fellini). 
 
 Idéia lida – Quando a idéia surge a partir de 
algo que lemos. Pode ser: jornal, revista, livro, 
folheto. Esta fonte é ilimitada e o autor não fica 
na dependência de escutar uma conversa ou ter 
uma lembrança que lhe inspire. 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Da pesquisa ao roteiro 
 Idéia transformada – Neste caso a idéia surge 
de uma obra de ficção (livro, revista, filme, peça 
de teatro). Mas lembre-se a sua idéia deve ser 
sempre original, não um plágio. Esta é uma 
fonte de inspiração não uma cópia. Você pode 
pegar a idéia da obra e transformá-la. 
 
 Idéia proposta – Quando alguém propõe uma 
idéia a você. Pode se dar de maneiras 
diferentes, por exemplo: um produtor 
encomenda um roteiro sobre uma história ou 
idéia já existente. 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Da pesquisa ao roteiro 
 Idéia procurada – Quando você deseja 
escrever sobre um determinado tema. Para 
tanto você deve estudar ou pesquisar sobre o 
tema em questão. Por exemplo: você quer 
participar de um concurso de roteiros que tenha 
um tema específico (Star Wars). 
 
 Toda idéia vem seguida de uma boa pesquisa 
para se vera viabilidade do projeto. A pesquisa 
pode ser o diferencial para o sucesso de um 
projeto na TV. 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Da pesquisa ao roteiro 
 Dois pontos precisam ser lembrados sobre 
pesquisa: 
 - toda produção precisa dela 
 - a produção tem a obrigação de fazê-la 
 
 É preciso ter argumentos para defender a sua 
criação, o seu roteiro, a sua edição, enfim, a sua 
idéia. Por isso, antes de pesquisar, raciocine 
sua idéia como imagens, cenas e sequências; 
só assim você poderá enxergar o que será 
necessário para sua produção. Pesquise 
sempre de todas as maneiras possíveis. 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Da pesquisa ao roteiro 
 Numa história de época, é importante o roteirista 
pesquisar costumes e características daquela 
época, principalmente se a ação se situar em 
uma época bem remota, pois os modismos 
mudam de geração pra geração. Exemplos: 
 - Anos 80: Bode (mau humor),deprê (deprimido), 
economês (linguagem dos ecomistas), nassa 
(bom, ótimo). 
 - Anos 90: Antenado (atento), azaração 
(namoro), boiola (homossexual), mauricinho 
(rapaz bem vestido), mala (chato). 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Da pesquisa ao roteiro 
 De igual forma, acontece quando temos que 
situar o personagem em determinado ambiente. 
Exemplo: vejam duas situações em que 
determinados personagens podem dar uma 
notícia de falecimento: “Infelizmente, não teve 
jeito, precisamos ser fortes” ou “O cara se 
mandou, virou presunto e foi pro andar de cima”. 
Desnecessário dizer a qual classe social um e 
outro personagem pertencem. 
 
 É impossível imaginar um jovem punk (1980) 
falando como um Rui Barbosa (1930)..... 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Da pesquisa ao roteiro 
 Apesar de existir inúmeras semelhanças entre o 
cinema e a TV, eles se diferenciam quanto à 
linguagem utilizada: na TV ela é entrecortada, 
enquanto que no cinema ela é contínua. 
 O discurso entrecortado, é construído de forma 
a manter, antes e depois dos comerciais, o 
mesmo grau de atenção do telespectador. Em 
contrapartida, o discurso contínuo não tem essa 
necessidade. Os roteiristas de TV têm já 
estudadas as pausas para os comerciais. E a 
ação e o ritmo são em função dessas pausas. 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Da pesquisa ao roteiro 
 A linguagem televisiva é polifórmica; em uma 
hora de programação temos diversos tipos de 
linguagem, como por exemplo telenovelas, 
filmes, noticiários, publicidade, etc. 
 O cinema pelo contrário é monomórfico: um 
filme mantém um mesmo tipo de linguagem 
durante toda a projeção, com o estilo do diretor 
e a história do autor. 
 A televisão tende a ser menos profunda na 
dramaticidade, o que não quer dizer que é pior. 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Da pesquisa ao roteiro 
 É importante ressaltar também que na TV o 
tempo de atenção (a quantidade de minutos que 
passamos “presos” a alguma coisa, até o 
momento em que nosso nível de atenção 
diminui) é de aproximadamente 3 minutos; 
enquanto que no cinema é de 20 a 25 minutos. 
 Passado os primeiros 3 minutos na televisão, se 
não formos atraídos, mudamos de canal, afinal, 
assistimos TV num ambiente iluminado, com 
barulho, com outras pessoas falando ao mesmo 
tempo, etc. 
ROTEIRO TV - Principais Conceitos 
• Da pesquisa ao roteiro 
 Na TV, o peso da palavra é menor, exige-se 
muito mais dinamismo nas ações e tempos 
dramáticos mais incisivos, com uma maior 
variedade. 
 Um bom exemplo disso é a publicidade. Um 
anúncio tem em média apenas 30 segundos e o 
tempo de atenção é de 7 segundos. É enorme o 
dinamismo de ação necessário para captar a 
atenção do espectador e, além disso, vender o 
produto. 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Conflito: Reflexões 
 O conflito designa a confrontação entre forças e 
personagens através da qual a ação se organiza 
e se vai desenvolvendo até o final. É a essência 
do drama. Sem conflito, sem ação, não existe 
drama, não existe história. O conflito faz 
parte da vida do ser humano. 
 
 Um conflito audiovisual pode ser de 3 formas: 
 
 - Homem x Homem: conflito com uma força 
humana (Platoon, O Fugitivo) 
 
 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Conflito: Reflexões 
 - Homem x Forças da Natureza ou Forças Não-
Humanas: são exemplos os filmes de catástrofe 
(King Kong, Independence Day, O Senhor dos 
Anéis) 
 - Homem x Ele Próprio: personagens em 
conflito consigo mesmo (Twin Peaks, Melhor é 
Impossível, Ray) 
 
 Obviamente, tanto no cinema quanto na TV, 
podem ocorrer misturas e combinações dessas 
formas de conflito. Ex.: (Encurralado) 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Story Line ou Sinopse 
 Diz-se que um bom filme, um bom livro, uma 
boa música, uma boa obra de teatro, se pode 
resumir numa única frase. Esta frase é 
exatamente o chamado story line ou sinopse. 
 Story line é o termo usado para designar, com 
um mínimo de palavras, o conflito-matriz de uma 
história. Em média, a story-line possui no 
máximo de 5 a 6 linhas. 
 O story line é o começo das etapas para se 
desenvolver um roteiro. 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Story Line ou Sinopse 
 Nesta etapa ainda não há preocupação com o 
nome dos personagens ou o lugar onde se 
passa a ação. Deve-se evitar os adjetivos e dar 
ênfase aos verbos, pois, são estes que 
representam a ação em seu estado mais puro. 
Por este mesmo motivo deve-se sempre colocar 
a história no tempo presente, mesmo que no 
roteiro final ela seja contada no passado. O 
presente nos deixa ver com mais clareza o 
desenvolvimento da ação na história. 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Story Line ou Sinopse 
 O termo ação não se refere, unicamente, aos 
roteiros de aventura ou policial, mas a atividade 
humana em geral. O grande motivador da ação 
é o conflito. O surgimento do conflito retira a 
personagem de sua vida cotidiana e a leva a 
agir, se movimentar para resolver o conflito 
gerado. 
 
 Para se escrever um bom story line é preciso 
que o conflito matriz seja descrito com clareza e 
apresente três pontos chave: 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Story Line ou Sinopse 
 Para se escrever uma boa sinopse ou story line 
é preciso que o conflito matriz seja descrito com 
clareza e apresente três pontos chave: 
• A apresentação do conflito – Qual é o conflito? 
• O desenvolvimento do conflito – Qual o 
resultado do conflito? 
• A solução do conflito – Como se resolve? 
 
 Em resumo, o story line deve: ser claro, direto e 
curto; ter economia de adjetivos e uso dos 
verbos (no presente); ter a apresentação, 
desenvolvimento e solução do conflito principal. 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Argumento 
 Antes de começar o roteiro em si, além da story 
line ou sinopse, é bom você pensar no seu 
argumento. Mas o que seria o argumento ? 
 
 O argumento, de forma genérica, nada mais é 
do que o desenvolvimento da sinopse. Enquanto 
esta última economiza as palavras ao máximo, o 
argumento deve ser justamente o contrário, uma 
forma de esgotar literalmente a idéia que se 
pretende transmitir. 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Argumento 
 Pode-se dizer que o argumento é a definição 
breve de sua história. Mas, de um modo mais 
simples: sobre o que se trata sua história? Qual 
é o assunto? 
 Um argumento é uma sinopse narrativa da 
história. Ele é necessário porque permite que 
você enxergue sua história com clareza e com 
um sentido de visão geral. É o conjunto de 
idéias que formarão o roteiro. É aqui que se 
conhece melhor a sua história, antes de poder 
escrever qualquer diálogo. 
 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Argumento 
 No argumento é preciso conhecer a fundo a 
história, mas sem precisar entrar em muitos 
detalhes. Muitos detalhes agora não vão servir 
pra nada. Exemplo: 
 - é importante saber que o personagem X sabe 
dirigir e vai viajar pelo Nordeste brasileiro na 
história,mas, não precisa ecrever que tipo de 
carro, qual a cor dele, se ele costuma andar em 
alta velocidade, se ele dirige mal,.....isso são 
detalhes a serem acrescentados apenas no 
roteiro final. 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Argumento 
 Assim o argumento, baseado na sinopse, e de 
posse do conflito e dos personagens, descreve 
toda a ação dramática de forma a revelar ao 
leitor a história que virá a ser contada de 
maneira audiovisual. É no argumento também 
que se define o perfil dos personagens. 
 
 No argumento existe uma maior liberdade para 
o uso dos adjetivos, principalmente nos 
personagens, mas não se esqueça que um 
roteiro é uma história para ser contada em 
imagens (mostrada). 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Argumento 
 No argumento pode-se descrever melhor os 
ambientes onde a história se passa e se colocar 
os personagens secundários. Além disso, pode 
se desenvolver o “plot” (conflito essencial, 
trama principal) e os “subplots” (conflitos 
secundários). Em obras convencionais deve-se 
ter o cuidado de sempre se resolver o conflito 
principal e os conflitos secundários, até o fim da 
história. 
 O melhor exemplo disto é a telenovela. 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Argumento 
 Na maior parte das vezes o autor nunca tem 
certeza de quando a novela irá terminar. O fim é 
definido pela emissora tendo em vista o sucesso 
ou fracasso nos números do IBOPE. Portanto, o 
autor fica incumbido de resolver a trama 
principal e as secundárias nos capítulos finais. 
Basta observar como as situações vão se 
resolvendo no último capítulo. O mocinho fica 
com a mocinha, os personagens secundários 
encontram casamento ou destinos alternativos e 
os vilões, geralmente, encontram seu castigo. 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Argumento 
 Resumindo, no argumento devem estar 
presentes as seguintes indicações: 
 - definição de personagens (quem?); 
 - determinar quem viverá o conflito básico e 
definir o perfil dos personagens; 
 - definir a localização da ação (em que época?, 
em que lugar?); 
 - descrever o “caminho”da ação dramática, a 
estrutura da ação, ou seja, de que forma a 
história será contada, como ela vai evoluir até o 
desfecho. 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Argumento 
 Para perceber a proximidade e as diferenças 
entre argumento e roteiro. Abaixo há um 
exemplo de um pedaço do argumento da sexta 
cena do filme Cidade de Deus: 
 
ARGUMENTO 
 Pelas ruas da Cidade de Deus, Cabeleira, 
Alicate e Marreco fogem da polícia. Eles 
percorrem algumas ruelas, trocam de roupa e 
correm até o campinho onde fingem jogar bola 
com os meninos. 
 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Argumento 
 No roteiro final ficou dessa forma a mesma cena: 
 ROTEIRO 
 
 EXT. RUAS DO CONJUNTO – DIA 
Cabeleira, Alicate e Marreco correm, perseguidos de perto, por um POLICIAL 
que dá tiros para o alto. Eles riem. E também atiram para o alto. 
 
 BUSCA-PÉ (V.O.) 
 O Trio Ternura não tinha medo de ninguém. Nem da polícia... Eles achavam 
que a Cidade de Deus era deles. Mas tinha um monte de bandido que achava 
a mesma coisa. Naquele tempo, a Cidade de Deus ainda não tinha Dono. 
 
 Os bandidos se metem pelas ruelas do local. 
 
 MONTAGEM cria a sensação de labirinto: o Policial nunca sabe para onde ir. 
 
 Os bandidos param um instante. Tiram as camisetas vermelhas, jogando-as 
por trás do muro de uma casa. Todos agora estão de camiseta branca. Eles 
continuam correndo até o... 
 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Argumento 
 
 Perceba que o argumento continua até a cena 
seguinte do roteiro. Isto acontece porque o 
argumento não obedece a divisão de cenas que 
será criada pelo roteiro. 
 Além disso, todos os elementos importantes do 
filme estão presentes no argumento: os 
personagens, as locações e a ação. O 
argumento poderia ainda informar o estado de 
espírito em que os personagens fogem da 
polícia. 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Argumento 
 Outra forma de saber se o argumento está 
corretamente escrito é ver se responde a 
perguntas do tipo: 
 
 - o objetivo do protagonista fica claro ? 
 - qual é o clímax? possui impacto? 
 - o que pretendemos explicar com esta história? 
 - o problema levantado será capaz de gerar 
conflitos? 
 - quais são as ações principais do protagonista? 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Argumento 
 Com o argumento em mãos, prepara-se a 
viabilidade de um projeto em todas as suas 
facetas: 
 - Produção: viabilidade econômica, custos do 
projeto 
 - Mercado: há público para o projeto? Que 
faturamento ele pode representar? 
 - Técnica Artística: existem técnicos e atores 
capazes de desempenhar com sucesso seus 
determinados papéis? 
 - Autoria: capacidade e talento do roteirista 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Problemas de Argumento 
 Os problemas de argumento dizem muito mais 
respeito à história em si do que à narrativa. 
 
 Os principais erros encontrados em argumentos 
de roteiro são: falta de um conteúdo em que o 
público se identifique; o uso de fórmulas 
esgotadas; falta de relação com os interesses 
do público num determinado momento (ou seja, 
projeto não comercial) e a desproporção entre 
custo e atração (ou seja, projeto inviável). 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Problemas de Argumento 
 Todos os problemas de argumento podem ser 
resumidos em dois: (1) assunto, tema ou 
estrutura muito parecidos com o que já vimos; 
(2) assunto, tema ou estrutura diferentes demais 
de tudo o que já vimos. 
 
 Uma boa maneira de se evitar problemas de 
argumento é perguntando a si próprio: pra quê 
contar essa história? A resposta é difícil, mesmo 
para roteiristas veteranos, mas ela sempre 
existe. 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Personagens: Introdução 
 Personagens ou "quem" são aqueles que 
viverão o conflito idealizado pelo autor. São os 
responsáveis por passar ao público o que o 
autor está tentando expressar em sua narrativa. 
 Personagem vem a ser algo assim como 
personalidade e aplica-se às pessoas com um 
caráter definido que aparecem na narração. 
 O nascimento do personagem que vai começar 
a desenvolver o conflito é determinado no 
instante que se começa a escrever o 
argumento. 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Personagens: Introdução 
 Quando construimos um argumento, já temos a 
idéia de nossos principais personagens da 
história (protagonista, antagonista, ator 
coadjuvante, etc.). 
 Personagem e história vivem uma interação 
perpétua. Às vezes começamos um argumento 
deslumbrados por um personagem e só depois 
procuramos a história; outras vezes, acontece 
exatamente o contrário. O importante é que o 
produto final resulte numa harmonia constante 
entre personagem e história (Ex.: Hannibal). 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Perfil de personagens: 
 Nesta etapa os adjetivos tem preferência sobre 
os verbos. É a hora de você conhecer seus 
personagens. O perfil é um conjunto de 
informações físicas e psicológicas da 
personagem, podendo estar incluída a história 
ou antecedentes desta. 
 Quando você conhece bem alguém é fácil 
prever suas reações. Por isso um perfil bem 
elaborado torna mais fácil a construção dos 
diálogos e do desenvolvimento da história. 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Perfil de personagens: 
 A quantidade de informações depende da 
importância do personagem. Quanto melhor e 
mais precisas as informações, mais força vital 
terá o personagem e, portanto, terá um forte 
respaldo emocional, ao ponto da personagem 
ter “vida própria”. 
 Alguns roteiristas não se contentam em apenas 
descrever os personagens, chegam ao ponto de 
desenhá-los para chegar o mais próximo do seu 
objetivo. 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Perfil de personagens: 
 São três os fatores que temos de considerar na 
configuração de um personagem: 
 
 -Fator Físico: idade, peso, altura, presença, 
cor do cabelo, cor da pele, saúde,....... 
 - Fator Social: classe social, religião, família, 
origens, trabalho que realiza, nível cultural,...... 
 - Fator Psicológico: ambições, anseios, 
frustrações, sexualidade, perturbações, 
sensibilidade, percepções,....... 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Perfil de personagens: 
 Não podemos esquecer que a emoção de um 
personagem tem de coincidir com seu intelecto 
(Ex.: uma stripper - relação entre razão e 
emoção). A correspondência entre intelecto e 
emoções é o que dá identidade ao personagem. 
 Também devemos ter presente na história o 
fator das transformações, ou seja, assim como o 
ser humano, o personagem nunca é estático, 
ele muda, modifica-se. Chama-se a este 
processo evolução do personagem.(Darth 
Vader/Star Wars,Mané Galinha/Cidade de Deus) 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Perfil de personagens: 
 A caracterização dos personagens e a história 
são coisas independentes. A única relação entre 
elas é o objetivo dos personagens. E o objetivo, 
ou seja, o que o personagem quer, é o que 
acaba por caracterizar o personagem. 
 Pelo objetivo dos personagens é que 
conseguimos entender suas atitudes durante a 
história. No filme “Rocky, um lutador”, o objetivo 
do personagem principal é ser bom o bastante 
para entrar no ringue com o campeão dos pesos 
pesados. 
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• Perfil de personagens: 
 Ter objetivos que ajudem na caracterização não 
são coisas apenas para o protagonista. Outras 
figuras importantes da história devem ter seus 
próprios desejos, de sucesso, de superar outros 
personagens, o que faz a história mais 
conflitante e intensa. 
 Exemplo de perfil de personagem: 
 - Cláudia Pinheiro – jovem empresária, morena, 
tem acessos de histeria por banalidades e é 
lésbica. Apesar disso, tem um grande coração e 
senso de humanidade. 
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• Os vários estilos e formatos: 
 Um bom critério para reconhecimento de um 
roteiro de dramaturgia, no papel, poderia ser a 
presença dos seguintes elementos: 
 
 1) a DIVISÃO DE CENAS claramente indicada; 
 
 2) a NARRAÇÃO de toda a ação do filme, na 
ordem cinematográfica; 
 
 3) breve DESCRIÇÃO física dos personagens e 
dos cenários quando eles aparecem pela 
primeira vez 
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• Os vários estilos e formatos: 
 4) as FALAS (diálogos e textos de narração) 
completos e destacados do restante do texto; 
 
 5) RUBRICAS ou indicações para os atores 
durante as falas. 
 
 Após passar as etapas da idéia, da sinopse e do 
argumento, é hora de transformar em roteiro. A 
história contada no argumento deve ser diluída 
em cenas. 
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• Os vários estilos e formatos: 
 
 Roteiros são escritos em diversos formatos, 
dependendo da mídia em que o programa será 
exibido, do formato do programa ou dramaturgia 
e do estilo do autor. Em Hollywood, os 
produtores convencionaram um padrão de 
roteiro, que ficou conhecido como padrão 
americano, master scenes (cenas mestres), 
standard format (formato padrão), spec script 
(roteiro de especulação), ou padrão WGA (em 
alusão ao Sindicato dos Roteiristas 
Americanos). Respeitadas as margens e 
tabulações, cada página equivale a um minuto 
de filme, pregam os produtores de Hollywood. 
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• Os vários estilos e formatos: 
 
 O formato master scenes possui uma série de 
vantagens práticas. Entre elas podemos 
destacar: 
• A facilidade de visualização da cena para os 
profissionais envolvidos no projeto. 
• Cada página de roteiro equivale (em média) a 
um minuto de obra gravada, o que dá ao 
roteirista uma idéia do tamanho e ritmo que seu 
texto deve ter. 
• Seguindo o modelo, o autor pode se dedicar 
exclusivamente a trama da história sem outras 
preocupações. 
• As regras são de fácil assimilação. 
 
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• Os vários estilos e formatos: 
 
 O roteiro é dividido em cenas e contém: a 
descrição dos ambientes e da ação, o nome dos 
ambientes e personagens, os diálogos e 
indicações para personagem, e , por último, a 
indicação de efeitos para transição de cenas. 
 
 O formato de roteiro adotado é o ”master 
scenes”, que é o mais utilizado atualmente. 
 
 Neste tipo de formato, cada informação tem seu 
local específico. 
 
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• Os vários estilos e formatos: 
 
 O cabeçalho da cena informa: o número da 
cena, onde se passa e a luz do ambiente 
(interior ou exterior, noite ou dia). 
 
 Logo abaixo vem a descrição do ambiente e da 
ação que está ocorrendo. 
 
 Centralizado, abaixo da descrição, o nome do 
personagem e embaixo dele a fala e a indicação 
para o personagem (quando necessária). 
 Abaixo da fala pode ter outra descrição de ação 
ou o efeito de transição para outra cena. 
 
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• Os vários estilos e formatos: 
 
 Exemplo de uma cena escrita neste formato: 
 
 Cena XX (ambiente/ locação) (luz do ambiente) 
 
 (Descrição do ambiente) 
 (Descrição da ação) 
 
 (nome do personagem) 
 (rubrica) 
 (fala) 
 
 (descrição da ação) 
 
 (efeito de transição) 
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• Os vários estilos e formatos: 
 
 CENA 13 Casa de Aderbal – sala int./dia 
 A sala é pequena e tem poucos móveis. Um sofá 
velho e uma mesinha de centro. 
 Aderbal está sentado no sofá, lendo uma revista. A 
porta se abre e Flávia entra. Aderbal joga a revista 
em cima da mesa. 
 FLÁVIA 
 Você queria falar comigo? 
 ADERBAL 
 (tímido) 
 É que eu, eu. 
 Flávia sai irritada e bate a porta com força. Aderbal 
joga a revista no chão. 
 CORTA PARA: 
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• Os vários estilos e formatos: 
 O uso da rubrica deve ser reduzido, pois, se a 
cena está bem escrita, o ator percebe que 
entonação dar a sua fala. Não se deve esquecer 
que o próprio ator que está dando vida ao 
personagem pode captar certas situações muito 
melhor que o autor, que simplesmente escreve. 
Procure sempre escrever a cena com começo, 
meio e fim. Não se esqueça que a descrição da 
ação ou ambiente, deve sempre se referir a 
imagens. 
 Após uma cena sempre advém o corte de cena, 
onde o autor orienta o diretor para uma nova 
locação ou momento. 
 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 O roteiro é formado por cenas e cada cena tem 
um espaço específico para cada informação. 
 
 
 1- CABEÇALHO OU DIVISÃO DE CENAS 
 É indicada por uma linha, normalmente toda 
escrita em maiúsculas, separada do resto do 
texto por pelo menos uma linha em branco 
acima e outra abaixo, e contendo algumas 
informações essenciais para a visualização da 
cena. Nesta parte informa-se o número da cena, 
local onde se passa e a luz ambiente. 
 
 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 Exemplos: 
 CENA 31 - AUDITÓRIO - INT/DIA 
 CENA 03 - CASA DE ADERBAL - INT./DIA 
 Caso seja necessário pode-se ser mais 
específico com relação ao local. 
 CENA 03 CASA DE ADERBAL – SALA 
INT./DIA 
 A informação sobre a iluminação também pode 
ser mais específica. 
 CENA 03 CASA DE ADERBAL – SALA INT./ 
FIM DE TARDE. 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 (a) Número da cena: numerar as cenas facilita o 
trabalho do diretor e da produção 
 (b) Interior ou exterior: Em alguns casos, fica 
difícil identificar uma cena como interna ou 
externa. Por exemplo, em cenas de automóvel: 
costuma-se colocar INT nas cenas com diálogo 
dentro do carro, eEXT quando a câmera está 
fora do carro, mas é bastante comum 
intercalarem-se estes dois pontos de vista. 
Eventualmente há cenas que começam INT e 
terminam EXT ou vice-versa (planos-seqüência 
atravessando portas, por exemplo) e devem ser 
indicadas INT-EXT. 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 (c) Dia ou noite: É uma indicação de luz apenas, 
para ajudar o telespectador a visualizar a cena. 
 (d) Nome do local onde se passa a cena: é 
apenas um nome, não uma descrição, mas pode e 
deve ser descritivo, na medida do possível. 
 
 Às vezes, em uma sucessão de cenas muito 
curtas ou intercaladas, a linha de divisão de cenas 
deixa de ser útil e passa a atrapalhar a 
visualização do roteiro. É o caso, por exemplo, de 
algumas conversas telefônicas, ou daquele tipo de 
colagem rápida de cenas às vezes chamado de 
"montage sequence". Nestes casos, como 
sempre, deve prevalecer o bom senso. 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 Cada vez que ocorrer uma passagem de tempo 
ou se mudar o lugar deve-se fazer um novo 
cabeçalho, pois, é uma cena nova. No caso do 
personagem sair para outro ambiente e voltar 
imediatamente ao ambiente anterior, pode-se 
apenas marcar esta passagem sem construir 
outro cabeçalho. Use sempre o mesmo nome 
para se referir a um mesmo lugar. 
 Se Denise sai do INT. SALA para EXT. 
TERRAÇO, usamos um novo cabeçalho 
completo porque muda de lugar INT. para EXT. 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 B) NARRAÇÃO OU DESCRIÇÃO DE CENA 
 A descrição de cena é colocada logo abaixo do 
cabeçalho e se divide em descrição do ambiente 
e da ação. 
 Para maior clareza em seu roteiro, pode-se 
colocar um parágrafo para descrever o ambiente 
e outro pra descrever a ação e os personagens. 
O tamanho da descrição depende de como o 
roteirista está imaginando a cena (e, portanto, 
de como ele quer que o leitor imagine a cena). 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 Exemplo: 
 CENA 03 - CASA DE ADERBAL – SALA INT./DIA 
 A sala é pequena, possui um sofá velho e 
uma mesinha de centro. A parede tem partes 
descascadas e sobre a mesinha há uma 
revista. 
 Aderbal está sentado no sofá. Ele tem cerca 
de vinte anos. A porta se abre e Flávia entra, 
afobada. Ela tem a mesma idade de Aderbal. 
 
 Caso seja necessário as descrições de Aderbal 
e Flávia podem ser mais detalhadas, mas só o 
suficiente para compreensão da história. 
 
 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 Ao descrever o ambiente se atenha a 
informação necessária ao telespectador. Muitas 
vezes algumas características do ambiente são 
muito boas para mostrar dados sobre a 
personagem (classe social ou característica 
psicológica), mas não exagere em descrever 
estes objetos. 
 Um dado que pode aparecer em letras 
maiúsculas é o som. Por exemplo: “Ouve-se um 
TIRO”. Obviamente isto não se refere ao som 
ambiente normal (o qual não precisa ser citado 
no roteiro), mas a um som inesperado e 
importante na história. 
 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 O cabeçalho já informa o local onde se passa a 
cena, por isso não é necessário que se repita 
isto quando entrar algum personagem. Por 
exemplo: “Flávia entra”. Não é necessário dizer: 
“Flávia entra na sala”. 
 
 Outro erro freqüente é se anunciar a fala. Por 
exemplo: “Flávia entra e comenta”. Neste caso 
deve-se apenas colocar “Flávia entra” e na 
seqüência sua fala. 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 C) PERSONAGENS 
 O nome do personagem é escrito em letras 
maiúsculas e deve ser chamado por um único nome, 
mesmo que os outros personagens se refiram a este 
de outra maneira. 
 O roteiro tem que apresentar o personagem logo no 
início: dar o nome e associar a este nome algumas 
características (normalmente 3 ou 4, começando 
pela idade) que ajudem na sua visualização: 
"Mariana, 25 anos, loira, bonita, mancando da perna 
direita..." "O Capitão, 50 anos, grisalho, sério, 
barriga proeminente..." 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 Uma vez apresentado, o personagem só precisa 
voltar a ser objeto de descrição quando ocorrer 
alguma mudança em seu aspecto físico: "o 
Capitão, em traje de banho..." "Mariana, agora 
com uma grande cicatriz na testa...“. 
 
 Em alguns casos o nome da personagem pode 
ser seguido de parênteses. São eles: 
 • (V.O.) – Significa voice over é quando se 
escuta a voz, mas o personagem não está em 
cena. 
 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 • (O.S.) – Significa off screen é quando o 
personagem está em cena, mas não é visível no 
momento 
 • (Em OFF)- Este caso pode se referir aos dois 
anteriores, ou estar representando o 
pensamento do personagem. Também se 
encaixa quando a obra apresenta um narrador. 
 • (cont.) ou (continuando) – Quando a fala foi 
interrompida por uma ação e continua de onde 
havia parado. 
 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 Exemplo: 
 O telefone toca e Aderbal atende. 
 ADERBAL 
 Alô? 
 ALFREDO(V.O.) 
 Alô! Aderbal? Aderbal, sou eu. 
 Ouve-se a campainha tocar. 
 ALFREDO(cont./V.O.) 
 Aderbal? Fala alguma coisa. 
 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 D) RUBRICAS 
 A rubrica, apesar de ser um conceito que vem 
do teatro, tem em teledramaturgia um 
significado mais específico: é um trecho de 
frase, colocado entre parênteses antes ou 
dentro do bloco das falas, para indicar a 
intenção do personagem ao dizer a fala (rubrica 
de intenção), ou uma pequena ação realizada 
pelo personagem enquanto ele diz a fala 
(rubrica de ação simultânea). 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 A rubrica, como intenção ou como ação 
simultânea, refere-se sempre à frase que vem 
depois dela. Exemplos: 
 
 PAULINHO 
 Pode deixar. (irônico) Eu cuido dela como 
se fosse minha irmã. 
 CARLA 
 Ah, você está aí? (fechando a porta) Eu 
desisti de ir. 
 ADERBAL 
 (triste) 
 Eu já tinha percebido. 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 As indicações para o ator devem ser usadas 
somente quando estritamente necessário. De 
um modo geral quando a cena está bem escrita 
e possui clareza, o ator percebe qual entonação 
deve ser dada. Em alguns casos, quando a 
reação da personagem é contraditória com a 
sua fala, a rubrica é realmente necessária. 
 Deve-se evitar rubricas excessivas, tanto em 
tamanho quanto em possibilidade de 
interpretação. Ex.: CARMEN (com ares de 
admiração e desconfiança na crença das reais 
possibilidades na execução do trabalho). 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 E) FALAS 
 Tudo que é falado no filme deve estar no roteiro. 
Não são admissíveis num roteiro frases como 
"Janice e Gonçalves discutem a respeito de seu 
casamento", "Alfredo pede para ir ao banheiro". 
 Para facilitar a visualização, as falas devem 
estar muito claramente destacadas do resto do 
texto, a ponto de constituir, visualmente, na 
página, dois blocos: o "bloco das falas" e o 
"bloco da descrição/narração". 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 Os principais aspectos para a criação dos 
diálogos são a coerência e o conteúdo das 
falas, e a maneira como se fala. 
 Um roteiro com muitos diálogos sempre é ruim? 
Não, de forma alguma. “Doutor Fantástico” e 
“Noivo Neurótico e Noiva Nervosa” são dois 
excelentes roteiros recheados de diálogos. 
 O importante é não deixar o telespectador 
indiferente à história.Por isso o diálogo sempre 
deve levar a história para frente. Sempre deve 
ter um propósito na trama. 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 Um bom diálogo deve ter as seguintes 
características: 
 - manter a individualidade e caracterizar o 
personagem que o diz e, ao mesmo tempo, 
fundir-se no estilo geral do roteiro. 
 - refletir o estado de espírito do personagem que 
o diz. 
 - algumas vezes, revelar as motivações de 
quem o diz ou uma tentativa de ocultar suas 
motivações. 
 - Refletir o relacionamento de quem o diz com 
os outros personagens. 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 - ser conectivo e levar a ação adiante. 
 - algumas vezes, fazer exposições e prenunciar 
o que está por vir. 
 - deve ser claro e inteligível ao público alvo do 
filme. 
 Lembrete: Um filme ou uma teledramaturgia é 
uma experiência externa, que acontece numa 
tela colocada à nossa frente, a uma certa 
distância, com outras pessoas ou personagens. 
Por isso, em todo roteiro, a descrição da ação 
deve ser narrada em terceira pessoa. 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 F) EFEITOS DE TRANSIÇÃO 
 Esta é a última informação que contém na cena. 
Ela é referente à ligação entre uma cena e a 
cena seguinte. Deve sempre ser colocada no 
final da cena e à direita. 
 EX.: CORTA PARA: 
 
 
 As transições básicas, em teledramaturgia e 
filmes, podem ser: 
 - CORTA PARA: se usa quando se quer o fim da 
cena e o começo da seguinte imediatamente. 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 - FUSÃO PARA: quando a imagem vai 
desaparecendo ao mesmo tempo que se forma 
a imagem da cena seguinte. 
 - CORTE RÁPIDO PARA: quando se quer que a 
passagem de uma cena a outra seja 
praticamente instantânea 
 - FADE OUT: quando se quer que a imagem se 
escureça até desaparecer. A cena seguinte 
deve começar com FADE IN: 
 Alguns autores não fazem uso de transições, 
acreditando que a opção seja do diretor da 
teledramaturgia. 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 G) EFEITOS 
 Raras, mas algumas vezes é necessário que se 
ocupe um pouco da função do diretor para que a 
história cumpra seu objetivo. Não é preciso dizer 
que os diretores detestam quando o roteirista 
pede determinados ângulos de câmera ou 
planos e seqüências. Para passar estas 
informações ao diretor deve-se usar termos 
específicos. Os principais exemplos são: P.O.V. 
e INSERT. 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 - POV – Abreviação de Point Of View , pode ser 
traduzido como ponto de vista. Se usa quando 
quer se mostrar o que a personagem está 
vendo. Ex: 
 
 Aderbal está lendo uma revista. Ouve-se 
gargalhadas vindo da rua. Ele se levanta e vai 
até a janela. 
 
 POV DE ADERBAL 
 Ele vê Flávia conversando com Alfredo. 
 
 VOLTA À CENA 
 Aderbal volta ao sofá e atira a revista no chão. 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 
 - INSERT - Quando quer se inserir um detalhe 
em uma cena. Ex: 
 (...) 
 Aderbal segue pela rua em sua bicicleta. 
 INSERT – RODA DA BICICLETA 
 A roda da frente da bicicleta entra em um 
buraco. 
 VOLTA À CENA 
 A roda de trás da bicicleta se levanta e Aderbal 
cai no chão. 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 Em ambos os exemplos é possível se induzir o 
diretor a fazer as cenas do modo desejado, sem 
dar as indicações acima. No exemplo 1, basta 
colocar: “Aderbal vê Flávia conversando com 
Alfredo”. No 2, coloca-se: “A roda da frente entra 
em um buraco, a bicicleta se vira e Aderbal cai”. 
Mas, se as cenas forem essenciais para a 
compreensão da história e o autor teme que o 
diretor as represente de outra forma, é melhor 
não arriscar. 
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• Diagramação e harmonia visual: 
 Todas essas regras de escritura do roteiro de 
dramaturgia geram muitas discussões entre os 
próprios roteiristas. Elas existem para fazer com 
que o roteiro seja visualizável. Sempre que a 
aplicação de uma das regras a um caso 
concreto estiver atrapalhando a visualização, a 
regra pode ser deixada de lado. O importante é 
ter bom senso e organizar o roteiro para que 
todos envolvidos entendam a mesma história. 
 Roteiristas sempre vão ter suas preferências e 
pequenas variações particulares. 
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• Dicas para um bom roteiro: 
 1) Use o mesmo nome das personagens e dos 
lugares em cabeçalhos, durante o roteiro inteiro. 
 2) Num roteiro, todos os verbos devem ser 
colocados no presente (ou, eventualmente, no 
gerúndio, que é um presente contínuo), mesmo 
no caso de um flashback. 
 3) Um roteiro não pode ter nada que não seja 
diretamente filmável. Esta é talvez a regra mais 
óbvia, e a menos observada. 
 4) Cuidado com a falta de controle do tempo. 
(Ex.: descrições longas = slow motion) 
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• Dicas para um bom roteiro: 
 5) Um bom roteiro deve se preocupar em 
SUGERIR uma decupagem. Até porque, de 
qualquer maneira, o leitor do roteiro vai 
visualizar o filme pela primeira vez orientado por 
uma espécie de "decupagem implícita" que está 
presente em qualquer texto narrativo. Essa 
decupagem implícita se manifesta no tamanho 
das frases, no uso do parágrafo, na pontuação e 
principalmente no conteúdo do texto. 
 6) Sempre use um novo cabeçalho quando 
mudar de tempo. 
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• Dicas para um bom roteiro: 
 7) Corte a palavra "vemos". 
 Em vez de "Vemos um casal andando...", 
escrever "Um casal está andando...". 
 Evitar também a palavra "câmera", no sentido 
de: "A câmera mostra prateleiras de livros 
antigos, cheios de poeira, que vão do chão ao 
teto." Escrever simplesmente "Prateleiras de 
livros antigos, cheios de poeira, vão do chão ao 
teto.“ 
 8) Sempre use um novo cabeçalho quando 
mudar de lugar (INT. para EXT. ou vice versa). 
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• Dicas para um bom roteiro: 
 9) Não repita, na descrição, informação que já 
está no cabeçalho. Por exemplo, se estamos no 
"INT. COZINHA - DIA", não escrever durante a 
cena: "João ENTRA na cozinha e bate a porta". 
Escrever "João ENTRA e bate a porta". 
 10) Nunca escreva: "Sandra senta-se à mesa e 
comenta“, e sim, "Sandra senta-se à mesa," e 
em seguida a fala dela. 
 11) Evite excessivos olhares, do tipo "Jaime 
olha para Marisa"; "Katia olha para a sua mãe", 
etc., especialmente quando só existem duas 
pessoas na cena. 
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• Dicas para um bom roteiro: 
 12) Cuidado com a falta de clareza na 
seqüência das ações: "Paulo senta e liga o 
computador após ter entrado na sala.“ - texto 
fora da “ordem fílmica”. 
 13) As ações essenciais (de maior importância) 
do roteiro devem ser narradas com o máximo de 
detalhes. 
 14) A história tem que possuir verossimilhança, 
ou seja, não podem existir furos ou quebras na 
lógica interna da história. 
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• Dicas para um bom roteiro: 
 15) Não podem faltar no roteiro as emoções 
universais. 
 16) Um bom roteiro de ficção tem personagens 
bem caracterizados, um protagonista bem 
definido e personagens secundários com 
funções claras na história. 
 17) Evite o excesso de diálogos e os diálogos 
irrelevantes ou forçados. 
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• Roteiro Literário: 
 O roteiro literário (também chamado de pré-
roteiro) é aquele que não contém indicações 
técnicas. No roteiro literário, a narrativa é 
dividida em sequências e cenas. Cada cena 
deve estar integrada ao todo e o desenrolar das 
cenas deve ter um ritmo. A harmonia do ritmo 
determinará a harmonia do conjunto da obra. 
 O pré-roteiro é também a fase de fazer leituras 
dramáticas do texto,fazer revisões, ouvir 
feedbacks, refletir sobre o texto e reescrever as 
cenas e seqüências, caso necessário. 
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• Roteiro Literário: 
 Até se chegar ao roteiro final é necessário 
analisar todos os elementos dramáticos; é 
necessária uma auto-análise, além de uma 
análise de toda equipe envolvida. É importante 
lembrar que da mesma forma que escrevemos 
criticamente, temos que ler criticamente nosso 
roteiro. É um erro fundamental pensar que os 
grandes criadores criam obras-primas de 
primeira. Eles reescrevem, refazem cenas, às 
vezes até a exaustão. 
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• Roteiro Literário: 
 Podemos fazer uma análise final de um roteiro 
seguindo 3 estágios básicos: 
 1-) avaliar e dissecar todos os elementos do 
roteiro - ritmo, personagens, “plot”, estrutura, 
diálogos, etc. 
 2-) ver se o roteiro corresponde ao que foi 
proposto desde o início, ou seja, o roteiro 
corresponde à sinopse apresentada ? Ele está 
adequado para a linguagem de televisão ? 
 3-) encontrar saídas para as possíveis falhas. 
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• Roteiro Literário: 
 A seguir, uma lista de perguntas que podemos 
fazer para analisarmos um roteiro: 
 - Como está o ponto de partida do roteiro ? Está 
impactante, o interesse é crescente ? 
 - Existe emoção ? Há identificação conflito x 
telespectador ? 
 - O conflito está colocado muito cedo ou muito 
tarde ? 
 - As informações para acompanhar a história 
estão expostas de forma clara ? 
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• Roteiro Literário: 
 - As exposições de motivos, fatos e ações estão 
explícitas ou implícitas ? 
 - Tem flashback ? Está bem colocado ? 
 - O protagonista age como protagonista ? 
 - Há uma atenção crescente ? 
 - A história não está confusa ? 
 - O perfil dos personagens está bem descrito ? 
 - Existe clímax ? Onde ? 
 - Existe suspense ? Existe surpresa ? Onde ? 
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• Roteiro Literário: 
 - O diálogo está natural ? 
 - No diálogo, cada fala motiva a próxima ? 
 - Cada cena motiva a próxima ? 
 - Existe conclusão ? 
 - Os personagens falam mais do que agem ? 
 - A estrutura geral é criativa ? Existe uma 
harmonia visual no roteiro ? 
 - O autor está satisfeito ? 
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• Roteiro Técnico: 
 O roteiro técnico, também chamado de roteiro 
final é o roteiro que contém todas as indicações 
referentes à câmera, iluminação, som, etc. 
 O roteiro final é um trabalho de equipe que 
requer a interação do roteirista com o diretor, a 
equipe de produção e até com o elenco. É hora 
de corrigir imperfeições e trabalhar as imagens 
mais a fundo, incluindo os movimentos de 
câmera e planos. Aqui também serão incluídos a 
iluminação, a trilha sonora, o elenco e outros 
detalhes de produção. Ao final deste trabalho o 
roteiro deve estar pronto para ser gravado. 
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• Roteiro Técnico: 
 Segundo o autor Doc Comparato “compete ao 
diretor e a sua equipe, converter o roteiro 
literário em roteiro técnico... Elaborar o roteiro 
final significa converter o Primeiro Roteiro – um 
texto – em uma ferramenta de trabalho que será 
entregue à equipe de produção para ser 
traduzida em imagens e sons". 
 Resumindo, a definição e conhecimentos 
técnicos da linguagem de câmera é um 
problema do diretor e do câmera man. 
ROTEIRO TV - Formatação de Roteiros 
• Roteiro Técnico: 
 É importante que o roteirista que escreve para 
cinema, televisão e vídeo, conheça os planos e 
movimentos de câmera, mas não cabe a ele 
definir todos os planos de cada cena. 
 No roteiro literário, alguns movimentos poderão 
ser sugeridos ou descritos nas cenas-chave da 
ação ou para dar idéia do clima de uma 
seqüência. Ao se exceder na descrição dos 
planos de cada seqüência, o roteirista estará 
invadindo o campo de ação do diretor e da 
equipe de produção. 
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• Ação Dramática: 
 Ação dramática é a maneira como vamos contar 
o(s) conflito(s) vivido pelos personagens. Ou 
seja, de que maneira vamos contar a história. 
Para trabalhar na ação dramática, somos 
obrigados a construir uma estrutura. A estrutura 
é um dos fundamentos do roteiro e a tarefa que 
maior criatividade exige do roteirista. 
 Em resumo, ação dramática é o conjunto dos 
feitos e dos acontecimentos que formam a 
história. 
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• Ação Dramática: 
 Embora existam diversas variáveis, a estrutura 
clássica de fragmentação de um roteiro é a 
divisão em 3 atos: 
 - 1º ato: apresentação do problema 
 - 2º ato: escolha e desenvolvimento do caminho 
 - 3º ato: solução do problema, desfecho 
 Em cada uma dessas etapas o personagem vai 
agir, criando conflitos, afinal, o conflito é o 
elemento de ligação entre as 3 etapas. 
 O conflito espelha a vida, espelha o ser humano 
e sua relação com o mundo e consigo mesmo. 
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• Ação Dramática: 
 Segundo os manuais de roteiros americanos, o 
primeiro ato envolve o telespectador com os 
personagens e com a história. O segundo ato 
aumenta o comprometimento emocional e o 
mantém envolvido. O terceiro ato amarra a 
trama e leva a um final satisfatório. Em resumo, 
isso significa que uma história tem um começo, 
meio e fim. Syd Field acrescenta que na 
passagem de um ato para o outro deve haver 
um ponto de virada, também conhecido como 
reviravolta dramática, que em inglês chama-se 
"plot point". 
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• Ação Dramática: 
 Para que o roteiro tenha qualidade, o conflito 
deve envolver o telespectador, criando uma 
cumplicidade, uma correspondência; é preciso 
que tenha uma razão de ser. 
 E quando o telespectador percebe que aquele 
conflito do personagem também poderia ser 
seu, cria-se o que chamamos de ponto de 
identificação (rir, chorar, vibrar, odiar, etc). 
 O ideal é que toda ficção nos leve a esse ponto; 
que o telespectador sempre se emocione com 
nossa história. 
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• Ação Dramática: 
 Algumas das situações dramáticas de conflito 
que podem existir em uma história: o salvador, 
vingar parente por parente, desastre, vítima de, 
revolta, o enigma, o rapto, ódio de parentes, 
crime de amor involuntário, adultério mortal, 
loucura, imprudência fatal, sacrificar-se pelo 
ideal, sacrificar tudo pela paixão, rivalidade entre 
desiguais, crimes de amor, adultério, amores 
proibidos, amar um inimigo, a ambição, luta 
contra Deus, ciúme equivocado, erro judiciário, 
reencontro, perder a família, etc. 
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• Plot e suas divisões: 
 O centro da ação dramática é chamado de plot. 
O plot é a espinha dorsal de uma história, o 
núcleo central da ação dramática, ou seja, as 
ações organizadas de maneira conexa, de 
forma que, se suprimimos ou alteramos alguma, 
alteramos o conjunto. Em um roteiro de ficção 
podem existir vários tipos de “plots”: 
 - Plot principal: é a história principal, em resumo, 
a story-line. 
 - Subplot: é uma linha secundária de ação 
utilizada como reforço ou contraste do plot 
principal. 
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• Plot e suas divisões: 
 - Multiplot: normalmente usado em telenovelas, 
é caracterizado por não existir um plot principal, 
mas várias histórias acontecendo ao mesmo 
tempo. 
 - Plot paralelo: são duas ou mais histórias de 
igual importância, acontecendo paralelamente, 
sem ligações aparentes entre si, e que 
interagem por comparação ou contraste. 
 
 Cada plot tem uma curva dramática, e organizá-
las é tarefa do roteirista. Para a construção de 
uma curva dramática perfeita é preciso sempre 
analisar 4 pontos: ponto de partida, ponto de 
clímax, ponto sem retorno (crise) e ponto de 
identificação. 
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• Núcleo dramático: 
 Núcleo dramático é uma reunião depersonagens (protagonista e coadjuvantes) 
ligados entre si pela mesma ação dramática, 
organizados num “plot”. 
 A maioria dos autores desenvolvem mais de um 
núcleo dramático. 
 O clássico de uma novela são três núcleos 
dramáticos (Ex.: Gilberto Braga - divisão em 
núcleo dramático proletário, classe média e 
rico). 
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• A estruturação dramática: 
 Existem alguns mecanismos básicos para se 
estruturar dramaticamente um roteiro: 
 
 - Antecipar-se: utilizar a qualidade que o público 
tem de prever uma situação e criar uma 
expectativa. Por exemplo: uma personagem diz 
que matará outra. 
 
 - Suspense: é uma antecipação urgente. Por 
isso, o suspense aumenta ou diminui segundo a 
simpatia ou empatia do público por uma 
determinada personagem. 
 
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• A estruturação dramática: 
 - Inversão de expectativas: o público está à 
espera de algo e apresentamos um fato 
completamente inesperado. Dentro desse fator 
surpresa está aquilo que chamamos de 
“gimmick”, isto é, uma alteração arbitrária dos 
elementos familiares com a intenção de 
surpreender o público. Ex.: “Eu sou teu pai” em 
tom de revelação. 
 Existem ainda dois ingredientes que podem ser 
acrescentados a qualquer roteiro de ficção, e 
que enriquecem a história: humor e erotismo. 
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• Como fazer sua própria telenovela: 
 O sucesso de uma telenovela no Brasil passa 
pelos seguintes itens: 
 
 1) O amor está acima de tudo. Crie o conflito 
amoroso dos protagonistas e desenhe a 
trajetória que eles irão traçar durante os cerca 
de 200 capítulos. Incestos, status diferentes, 
famílias inimigas, mortes misteriosas e 
desencontros são os empecilhos mais comuns. 
Eles nunca podem ser mais fortes que o amor. 
Exemplo: se a vontade de conhecer os EUA for 
maior que a de viver com seu amado, a 
personagem vai ser recusada pelo público, 
como aconteceu com Sol no início de América. 
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• Como fazer sua própria telenovela: 
 2) O casal protagonista jamais pode ter objetivos 
egoístas, como fazer fortuna no exterior. Se 
quiser ganhar dinheiro, tem de ser para pagar o 
tratamento de câncer do pai ou para voltar à 
Itália e rever seu grande amor. Os dois precisam 
ter atitudes sempre morais e legais. 
 3) Colocar o “mocinho” e a “mocinha” em 
classes sociais diferentes sempre cria a 
possibilidade de novos conflitos. 
 4) Uma grande variedade etária enriquece os 
diálogos. 
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• Como fazer sua própria telenovela: 
 5) Para aliviar a tensão dos momentos tristes ou 
polêmicos, crie um núcleo de humor. Pode ser 
um bar de periferia, como em “O Clone” e 
“América”. Ou soluções delirantes, como as 
flores de Jorge Tadeu – que encantavam as 
mulheres em “Pedra sobre Pedra”. 
 6) Tente captar o ambiente que está quente na 
sociedade: uma tendência pode virar moda 
arrasadora, como aconteceu com o mundo das 
discotecas na novela “Dancin’ Days”, de 1978. 
Começar com um fundo histórico, como a luta 
contra a ditadura militar, dá uma aparência de 
que a novela é importante, que serve pra 
alguma coisa. 
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• Como fazer sua própria telenovela: 
 7) Qualquer que seja o contexto da novela, 
lembre-se de que você precisa conquistar todo 
tipo de público. Se a novela acontece no campo, 
crie um ou outro núcleo urbano. A dica vale 
também para os personagens. As falas devem 
ser as usadas no dia-a-dia, com as gírias de rua 
e expressões de cada época, de cada ambiente. 
 
 8) “O autor é o deus de sua novela”, costuma 
dizer Manoel Carlos. De acordo com a resposta 
da audiência, você pode matar personagens, 
mudar sua personalidade, roupas e até o jeito 
de falar. Prolongue as tramas e a aparição 
daqueles que estão fazendo sucesso. 
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• Como fazer sua própria telenovela: 
 9) Lembre-se de que, no Brasil, novelas fazem 
parte do espaço público. Fique à vontade para 
inserir problemas sociais, tabus e o 
merchandising social, como incentivar a doação 
de órgãos. Mas preocupe-se em amarrá-los bem 
ao melodrama. Se você quiser discutir o 
Movimento dos Sem-Terra, coloque-os entre as 
tramas de amor, como aconteceu em “O Rei do 
Gado” entre a sem-terra Luana (Patrícia Pillar) e 
o fazendeiro Bruno Mezenga (Antônio 
Fagundes). 
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• Como fazer sua própria telenovela: 
 10) Guarde um personagem para aparecer, 
somente, no meio da novela e reverter o rumo 
da história. Geralmente, esta personagem traz 
informações inusitadas sobre a trama ou as 
outras personagens. 
 
 11) E se der errado? “Acelere a narrativa, faça 
umas duas semanas de acontecimentos muito 
fortes”, diz Gilberto Braga. Se a novela for um 
desastre lastimável, o jeito é arranjar uma 
tragédia para matar metade da turma e começar 
do zero. Em “Torre de Babel”, de 1995, a saída 
foi explodir um shopping com todos os 
personagens recusados pelo público. 
 
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• Tempo dramático: 
 O tempo de um roteiro de TV ou de cinema, é o 
tempo dramático de uma cena. 
 O tempo dramático é a síntese do tempo real e 
se caracteriza por resumir várias horas, meses 
ou anos em apenas 1 hora de uma obra 
audiovisual. O tempo dramático não define se 
uma cena é longa ou curta, mas a intensidade 
dramática da cena. Uma cena de 30 segundos, 
se bem colocada, pode ter um tempo dramático 
muito intenso. 
 Existem no entanto algumas exceções, ou seja, 
roteiros escritos no tempo real da ação, como 
por exemplo a série 24 horas. 
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• Divisão do roteiro: 
 Toda a ação dramática se divide em cenas. O 
roteiro para teatro é dividido em Atos. Em 
cinema, o formato mais comum é o seqüenciado 
(dividido em seqüências). Em televisão, o roteiro 
divide-se em blocos por causa dos intervalos 
comerciais, que se subdividem em seqüências. 
Em roteiros para mídia digital, a divisão ocorre 
através de um menu com assuntos opcionais. 
 Em cinema e televisão, a forma mais utilizada 
para dividir as seqüências é a mudança de 
ambientação, ou seja, muda a locação da 
filmagem, muda a cena. No teatro, as cenas 
mudam com a entrada e saída de personagens. 
 
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• Roteiro original / Roteiro adaptado: 
 O roteiro original é assim chamado quando a 
história é escrita originalmente para a televisão, 
cinema ou teatro. Neste caso o roteirista produz 
a trama baseado apenas na sua capacidade de 
criar histórias (Ex.: Fargo, Pulp Fiction, etc). 
 O roteiro adaptado, é quando a história é 
adaptada de alguma obra literária ou peça 
teatral para o cinema ou para a televisão. Neste 
caso, o roteirista transporta para as telas uma 
história feita para ser lida ou encenada em 
teatro. A missão de um roteirista que se propõe 
a adaptar um livro muitas vezes é ingrata, 
principalmente quando a obra em questão é um 
best-seller (Ex.: O Código da Vinci, Lolita,etc). 
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• Roteiro original / Roteiro adaptado: 
 Num roteiro adaptado, o bom senso é mais 
importante que qualquer regra. Uma adaptação 
é uma transcrição de linguagem. Uma 
adaptação implica um limite criativo, já que o 
roteirista tem que se ater ao conteúdo da obra. 
Stanley Kubrick era um mestre em suas 
adaptações, quase todos seus filmes são 
adaptações: Laranja Mecânica, De Olhos Bem 
Fechados, Barry Lyndon, só para citar alguns. 
 Para adaptar uma outra forma de arte para o 
cinema, a primeira coisa a se fazer é ter total 
"desrespeito" pelo autor da obra original. 
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• Roteiro original / Roteiro adaptado: 
 Qualquer roteiro adaptado que tenta manter as 
mesmas qualidades de sua obra original está 
fadado a tornar-se um fracasso. 
 Você poderá e, provavelmente terá, que criar 
novas cenas, mudarcenas e cortar cenas da 
obra original, aumentar ou diminuir o período de 
tempo em que acontece toda a história ou parte 
dela, como aconteceu em Os Três Dias do 
Condor, que na obra original eram sete. 
 Ao adaptar, você deve estar ciente que está 
escrevendo um roteiro para a TV ou cinema. 
 Um roteiro é para ser "visto", não para ser "lido". 
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• Diálogos e narração: 
 Diálogo é a troca de discurso entre os 
personagens de uma história. 
 O diálogo é a linguagem essencial do drama, e 
sua construção é considerada o teste crucial da 
habilidade de um roteirista. Um bom diálogo 
deve estar repleto das emoções dos 
personagens frente às situações e conflitos da 
história. 
 Principalmente nos dias de hoje, existe uma 
ênfase das falas do cotidiano (uso de gírias, 
expressões e abreviações) na dramaturgia da 
TV brasileira. 
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• Diálogos e narração: 
 Um erro bastante comum de roteiristas 
iniciantes é colocar todas as informações no 
diálogo. 
 
 O diálogo é apenas um dos elementos da 
construção audiovisual. Afinal, o que é mais 
dramático: falar que um sujeito é manco ou 
mostrá-lo caminhando com dificuldade ? No 
filme “Melhor é Impossível”, por exemplo, o 
personagem de Jack Nicholson demonstra, 
através de seus atos, que é um obsessivo 
compulsivo. 
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• Diálogos e narração: 
 Uma história pode ser narrada por diversos 
ângulos. A mais comum é aquela em que o 
escritor ou roteirista não interfere no enredo. Ele 
coloca-se no ponto de vista do telespectador e 
deixa a história rolar. Neste caso o único “olho” 
válido e confiável é o da câmera. O narrador 
pode estar oculto, ou pode participar da 
narrativa. 
 
 As variações mais correntes de narração são: 
história contada sem interferência do autor, com 
o narrador em off (oculto), o narrador como 
personagem principal e a história contada por 
diversos narradores. 
ROTEIRO TV - Estruturação e Dramaturgia 
• Elipse: 
 A elipse é uma contração, uma passagem muito 
rápida do tempo e de forma rítmica. 
 As elipses servem para acelerar o ritmo e 
reservar surpresas para o telespectador. Um 
exemplo é a elipse usada no filme "Reviravolta", 
dirigido por Oliver Stone. O personagem 
interpretado por Nick Nolte narra a Sean Pean o 
modo que ele deve agir para conquistar sua 
esposa e, em seguida, assassiná-la. Enquanto 
ele faz a narração, as imagens de Sean Pean 
seguindo suas instruções são exibidas ao 
espectador. Ao final da narração (em Off), já 
estamos no tempo em que Sean Pean vai 
executar o plano. 
ROTEIRO TV - Estruturação e Dramaturgia 
• Flashback: 
 Flashback é um recurso narrativo usado para 
mostrar algo que aconteceu no passado do 
personagem.Um exemplo é “Cidade de Deus”. 
Basicamente, ele é justificado em 3 situações: 
 - quando algum personagem lembra um fato 
 - quando o personagem conta a outros fatos que 
acrescentam informações ou esclarecem 
enigmas 
 - quando o filme começa pelo final, caso de 
Lolita,onde todo ele é um flashback 
 O uso incorreto dos flashbacks pode tornar 
confusa a história, fazendo com que o 
telespectador perca o interesse. 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• O roteiro para TV: 
 O roteiro é a peça básica para a realização de 
um programa de TV. É com ele que planejamos 
a produção, fazemos os cálculos orçamentários, 
levamos os artistas a tomar conhecimento do 
conteúdo a ser transmitido, assim como todos 
os profissionais envolvidos na realização. 
 Existem diversos estilos de roteiros e de 
roteiristas, cada um deles apresentando 
diversas características. Por exemplo, o roteiro 
de um telejornal não tem um só autor. Ele é 
fruto do trabalho de diversos redatores e 
repórteres que, durante todo o dia, estão em 
busca de fatos e textos para o roteiro final. 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• O roteiro para TV: 
 Mas, antes de começar o roteiro de um 
programa é importante conhecer todo o projeto 
por detrás do programa. 
 Um programa de TV surge a partir da idéia de 
um produtor ou diretor, e que a partir desta 
surge o interesse de uma emissora na 
efetivação do programa. 
 Esta idéia é passada para a direção de uma 
emissora através de um projeto, onde 
informações básicas se tornam necessárias 
para uma primeira análise (quantidade de 
blocos, formato, apresentação, estudo 
comercial, público-alvo bem definido, etc.). 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• O roteiro para TV: 
 Após esta primeira análise, parte-se para a 
realização do orçamento do programa que deve 
conter as seguintes viabilidades: 
 - Ideológicas: se adequar aos fundamentos da 
emissora em que se pretende transmitir o 
programa. 
 - Técnicas: relação de todos os equipamentos 
que se fazem necessários para a realização do 
programa (câmeras, edição, estúdio, áudio, pós-
produção, etc.). 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• O roteiro para TV: 
 - Econômicas: levantamento de todos os custos 
que serão necessários efetivamente, levando 
em conta todos os gastos com equipamentos, 
locações e toda a parte pessoal. 
 
 Com esta visão geral do processo de produção, 
podemos passar à análise do elemento mais 
importante do processo de produção: o roteiro. 
 
 Existem programas semi-roteirizados e 
totalmente roteirizados. 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• O roteiro para TV: 
 Dentre os programas semi-roteirizados estão as 
entrevistas, debates, programas de auditório e 
programas de variedade. O roteiro de 
programas semi-roteirizados parece uma lista e 
contém apenas os blocos do programa e sua 
duração. 
 São roteiros razoavelmente fáceis de escrever. 
Em contrapartida, os programas improvisados 
colocam uma grande pressão no diretor e no 
elenco da produção, que têm de providenciar, 
resolver e improvisar, à medida que o programa 
(ou gravação) acontece e fazer com que tudo 
funcione. 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• O roteiro para TV: 
 Em contraste, nos programas inteiramente 
roteirizados, o script mostra os segmentos de 
áudio e vídeo, para cada segundo. 
 Neste tipo de roteiro, o conteúdo global, 
equilíbrio, andamento e ritmo podem ser 
imaginados, antes do início da produção, 
principalmente após a gravação de um 
programa piloto. 
 As surpresas desagradáveis são grandemente 
minimizadas, mas não podem ser totalmente 
eliminadas). 
 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• Modelo de roteiro para TV: 
 A grande maioria dos programas de TV utiliza o 
chamado “modelo de 2 colunas” como roteiro. 
Apenas em dramaturgia que a TV prefere ainda 
o modelo “master scenes”. 
 O roteiro de 2 colunas divide-se da seguinte 
forma: 
 - Lado Esquerdo: todas as informações de 
vídeo. Enquadramento de câmeras, fitas que 
serão utilizadas com números, GCs, entradas e 
saídas das matérias (“deixa”), enfim, toda e 
qualquer informação referente ao vídeo. 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• Modelo de roteiro para TV: 
 - Lado direito: todas as informações de áudio do 
programa. Texto, locução, sonoras, BGs, etc. 
Para uma boa leitura, os roteiristas escrevem 
neste lado do roteiro em “caixa alta” e com um 
espaçamento diferenciado do resto do roteiro, 
para que não ocorram problemas e confusões 
junto à equipe. 
 Há ainda a possibilidade de colocar uma coluna 
central que serve apenas para indicar VIVO 
(quando o programa ou o apresentador está ao 
vivo) e OFF (quando o apresentador ou repórter 
fala sobre as imagens, mas sem aparecer no 
vídeo). 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• Modelo de 
roteiro para 
TV: 
 
programa 
 
emissora 
 
 
 
redator 
 
 
 
vídeo tec áudio 
 
1 
 
Para inserir os dados do cabeçalho 
clique duas vezes sobre o cabeçalho. 
Estes dados aparecerão e todas as 
páginas. 
Não altere o número de página pois é 
automática. 
Mas pode alterar os outros campos 
conforme a necessidade. 
 
Nesta parte faça a descrição do que 
deve aparecer na imagem.Se for caracteres, escreva: 
 
GC: NOME A SER INSERIDO 
Sublinhando a parte que deve ser 
escrita 
 
Procure descrever as imagens 
pretendidas ao lado do texto onde a 
imagem deverá ser inserida para 
facilitar a edição e proporcionar o 
sincronismo entre a imagem e a 
narração correspondente 
 
A medida que você escrever, tecle 
“enter” e nova página será criada no 
mesmo formato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
OFF 
 
 
 
JÁ ESTÁ FORMATADO PARA SER 
CAIXA ALTA COM ESPAÇAMENTO 
ADEQUADO PARA SER EM TORNO 
DE 3 SEGUNDOS CADA DUAS 
LINHAS. 
 
SEMPRE TERMINE O PARÁGRAFO 
EM PONTO FINAL E INICIE NOVO 
PARÁGRAFO PULANDO UMA 
LINHA. 
 
ISTO FACILITA A LEITURA E 
PERMITE MELHOR 
INTERPRETAÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• Modelo de roteiro para TV: 
 Na parte superior da lauda de roteiro há um 
cabeçalho que deve ser preenchido: data, 
redator, tempo, programa e emissora. 
 Também pode ser indicado no canto superior 
direito, o bloco, ou mesmo, uma “marcação” que 
identifique mais rapidamente o que é importante 
na lauda. Pode ser uma matéria, uma entrevista, 
uma escalada, uma vinheta, uma música, enfim, 
algo que seja marcante naquela lauda. 
 As laudas de um roteiro devem ser numeradas 
de acordo com a ordem de gravação. Nos 
telejornais e em alguns programas, a lauda do 
roteiro é utilizada no tele prompter. 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• Escrevendo para TV: 
 
 Roteiros de vídeo têm um estilo próprio, ou seja, 
se caracterizam por frases curtas, concisas e 
diretas. 
 Na televisão, devemos evitar as palavras 
desnecessárias. Por exemplo, ao invés de, 
"neste momento " prefira "agora". Ao invés de 
"curta distância ", use "perto". 
 Também utilizamos pontuação extra, 
especialmente vírgulas, para ajudar na leitura 
dos textos de narração. As vírgulas sinalizam as 
pausas. 
 Apenas lembre-se o que, e para quem, você 
está escrevendo quando se sentar no seu 
computador. 
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• Escrevendo para TV: 
 As atribuições - ao contrário do jornal impresso - 
devem vir no começo da frase, ("Segundo o Ministro 
da Saúde..."). Na televisão, queremos saber logo de 
cara "quem foi que disse". 
 Sempre que for necessário explicar, aprofundar 
idéias ou estabelecer ligações (criar "ganchos") 
entre os segmentos do programa, devemos utilizar a 
narração. O texto é lido pelo locutor (em off) e 
coberto com imagens. 
 Ao escrever o roteiro devemos procurar, a cada 
momento, utilizar os meios mais efetivos para a 
representação audiovisual de nossas idéias. 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• Documentários: 
 O termo documentário sempre foi muito 
abrangente e sua tradição está profundamente 
enraizada na capacidade de ele nos transmitir 
uma impressão de autenticidade. Hoje em dia, 
porém, este conceito foi bastante alterado já que 
o objetivo é expandir esta definição tradicional 
de documentário – audiovisual que mostra a 
realidade do mundo – para filmes/vídeos que 
querem fazer uma reflexão sobre o mundo. 
 
 Quando falamos em documentário temos de 
pensar na grande abrangência desse termo. 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• Documentários: 
 O documentário pode ser científico, pode ser 
educativo (Discovery Channel / National 
Geografic), pode ser sociológico, político, de 
cultura popular, etnográfico, de denúncia, sobre 
arte ou de arte, entre outros exemplos. É uma 
obra inteiramente factual, embora possa também 
expressar opiniões sobre os fatos que expõe. O 
documentário nasceu do conceito de cinema-
verdade. 
 Segundo Bill Nichols, um documentário se destaca 
por quatro modalidades de representação como 
formas de organização, em torno das quais se 
estrutura a maioria dos textos audiovisuais: 
expositiva, de observação, interativa e auto-
reflexiva. 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• Documentários: 
 O modo expositivo corresponde ao 
documentário clássico, em que um argumento é 
veiculado por letreiros ou pelo comentário em 
off, servindo as imagens de ilustração ou 
contraponto. Como exemplo, podemos citar as 
produções de Robert Flaherty (Nanook of the 
North – 1922, considerado o primeiro 
documentário), John Grierson e Marcelo 
Masagão (Nós que aqui estamos, por vós 
esperamos – um filme-memória do século XX 
realizado com imagens representativas e 
históricas). 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• Documentários: 
 Já o modo observacional pode ser expressado 
pelo cinema direto norte-americano (Robert 
Drew), que procurou comunicar um sentido de 
acesso imediato ao mundo, situando o 
espectador na posição de observador ideal. 
Esse cinema defendeu radicalmente a não 
intervenção, desenvolveu métodos de trabalho 
que transmitiam a impressão de invisibilidade da 
equipe técnica e minimizava o trabalho do 
diretor renunciando a qualquer forma de 
controle sobre os eventos que se passavam 
diante da câmera. Ex.: Assassinato numa 
manhã de domingo (2001). 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• Documentários: 
 O modo interativo, ao contrário, enfatiza a 
intervenção do cineasta. A interação entre a 
equipe e os autores sociais assumem o primeiro 
plano. A câmera não é escondida, aliás, assume 
o papel de participante e provocador. Sua 
principal escola é o cinema-verdade criado por 
Jean Rouch (Ex.: Crônica de um Verão – 1961, 
um documentário sobre a vida cotidiana dos 
jovens parisienses). Eduardo Coutinho, 
considerado o maior e mais importante 
documentarista brasileiro, também segue a 
escola da interatividade na maioria dos seus 
trabalhos. Ex.: Cabra Marcado para Morrer, 
Edifício Master e Babilônia 2000. 
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• Documentários: 
 A produção internacional e brasileira de 
documentários esteve em constante 
crescimento nas duas últimas décadas. Isto se 
deve a equipamentos mais portáteis, mais 
baratos e uma redução da equipe de produção. 
E também a uma possibilidade maior de difusão 
- veiculação nas salas de cinema e festivais, 
além da televisão a cabo e DVD. 
 Além dos documentários tradicionais que 
conhecemos, há dois tipos de documentários 
que merecem destaque: os docudramas e os 
mockumentários ou falsos-documentários. 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• Documentários: 
 O docudrama, embora se baseie em eventos 
reais e tipicamente contenha determinadas 
porções verídicas, é antes de tudo uma história 
dramática. Não há necessidade de que seja 
integralmente baseado nos fatos, e admite-se 
certa licença dramática para alterar e/ou 
inventar acontecimentos a fim de tornar a 
história mais atraente. Essencialmente, um 
docudrama é uma história de ficção que 
emprega eventos históricos reais que lhe sirvam 
de contexto. Ex.: Por toda a minha vida (Globo). 
Alguns filmes também são classificados como 
docudramas: “United 93” e “O Grupo Baader-
Meinhof” são alguns dos exemplos. 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• Documentários: 
 Os “mockumentários” são também conhecidos 
como pseudo-documentários ou falso-
documentários. É o termo para definir os 
documentários de “brincadeira” (mock quer dizer 
uma imitação satírica), normalmente puxando 
para o lado do humor. Quando realidade 
(documentário) e ficção (mock) se fundem, cada 
cena do filme é uma tentativa de decifrar se foi 
uma reação legítima ou algo combinado. 
 Hoje em dia, este tipo de linguagem é utilizado 
pela propaganda no chamado marketing viral. 
Um exemplo recente é o documentário “The 
Ramp”, produzido pela BMW, para divulgação 
de uma linha de carros. 
ROTEIRO TV - Roteiro para televisão 
• Documentários: 
 O precursor foi Orson Wells com "A Guerra dos 
Mundos". Exs: Borat, Forgotten Silver (de Peter 
Jackson, sobre uma descoberta das primeiras 
filmagens de um cinegrafista pioneiro na Nova 
Zelândia), Farce of the penguins, CB4 (com 
Chris Rocky, sobre um grupo de rap) e Old 
Negro Space Program (sobre um grupo de 
astronautas negros). 
 O cinema também utiliza este conceito de forma

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